Mordet Et Vivit escrita por MaryDiAngelo


Capítulo 15
"Eu vim salvar a humanidade!"


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas ♥

Vamos ficar um pouquinho com ódio do Nico! Let's GO!

Good Reading! ^-^



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— Você vai o que? — Silena respondeu de pronto, arregalando os olhos e negando com a cabeça. — Claro que não, Thalia!

O semblante da garota se esvaiu por completo, dando lugar a um franzir de lábios que indicava o estado pré-choro.

— Por quê? Por que eu não posso ajudar a salvar a vida do meu melhor amigo? Por que vocês estão deixando ele morrer? — as perguntas saíram tropeçadas em seus lábios junto com o primeiro soluço, seguido por outro, e outro.

A Beauregard suspirou pesado, deslizando na cama até estar em pé, se agachando de frente para a pequenina e abrindo os braços de leve, indicando que precisava de um abraço. O que Thalia nem hesitou de fazer, envolvendo seu pescoço com os braços e deixando-se chorar mais contra a Alpha, que apenas respirou fundo, sentindo seu coração se apertar a cada soluço, a cada lágrima, a cada vez que o corpo dela tremia.

— Vai ficar tudo bem, princesa — sussurrou baixinho, sentindo uma única lágrima deslizar por seu rosto e se apressando em limpá-la, subindo seus olhos para Chris ainda na porta, que tinha os olhos fixos na cena com certo pesar.

— Não vai — a Grace respondeu com a voz embargada. — Ele tá morrendo, tia Silena. Eu sei que está. Eu lembro do Luke falando sobre isso em uma das aulas com os lobinhos. Eu lembro! Eu estava lá!

A Beauregard não conseguiria contrapor tal argumento, mas sabia que tinha que acalmá-la a todo custo, pois de nada adiantaria apenas chorar ali naquele quarto. Ela tinha que fazer algo.

— Por favor… — Thalia sussurrou, seu timbre transbordando tristeza na súplica — Me deixa tentar!

— Você é uma criança, Thalia. Você não aguentaria. Eu não confio nele pra isso — Silena disse o mais sincera que conseguiu, crispando os lábios quando ela se desvencilhou de seu abraço, olhando-a como se cometesse um ultraje. — Não agora, Lia. Eu confio nele. Mas não agora.

Nico sabia que não tinha o direito de escolha nem de palavra, portanto apenas fitou um ponto cego na parede enquanto ouvia a discussão. Evitava olhar para a pequenina, sabia que seu estado não era um dos melhores. Além da dor constante por todo seu corpo, a queimação vinda do ombro, seus pensamentos ficando cada vez mais inebriados e cheios de borrões, ainda tinha o fato de não conseguir resistir a Thalia e a sede que estava o tomando quase por completo.

Com a mordida em seu ombro, ela parecia ter vida própria e drenar todas as fontes de alimento de seu corpo, como se fosse matando seu corpo devagar, uma parte de cada vez, até que só restasse seus pensamentos que, também, seriam esquecidos.

— Senhor Presinhas! — a Grace o chamou, passando as mãos pelo rosto e fungando baixo. — Senhor...Presinhas?

Ele soltou o ar pela boca, sugando os lábios e virando a cabeça devagar até que tivesse ela no seu campo de visão.

— Sim? — a voz rouca denunciava sua garganta seca. Molhou os lábios, limpando a garganta e tentando fazer um tom mais aceitável. — O que foi, Lia?

— O que você está sentindo? — Thalia questionou tentando ser o menos invasiva possível.

Nico franziu os lábios, pensando um pouco antes de responder e escolhendo suas palavras para que o fizesse bem e não a deixasse preocupada.

— Eu... Estou feliz — disse, baixo. — Feliz por você estar bem, por não ter se machucado, por ter sido incrivelmente corajosa quando ajudou Silena a ganhar a luta contra Luke… — fez uma pequena pausa, molhando os lábios novamente e abrindo um pequeno sorriso — Eu estou bem, pequenina.

Por um tempo que a Grace permaneceu em silêncio, a Alpha poderia ter certeza que ela iria sorrir entusiasmada e comemorar. Mas não foi bem isso o que aconteceu.

— Por que vocês insistem em mentir pra mim? — a frase era tomada de dor vinda da pequena, que fechou os olhos e soluçou, dando as costas para eles e passando direto por Chris, indo para o abrigo de seu quarto.

— Thalia! — Silena a chamou, quase indo atrás da garota, mas parou ao sentir o fraco aperto de Nico em seu pulso, a privando de realizar o ato.

— É...Chris? — o vampiro o chamou, se recordando do nome do garoto sendo ditado em voz urgente pela Alpha antes de apagar por totalmente. O citado subiu as sobrancelhas. — Pode nos dar licença?

O lobo assentiu, sorrindo minimamente e fechando a porta antes de sair, voltando para o andar debaixo e indo para a cozinha, preparar algo para comer.

— Eu não consigo deixar ela chorando… — a Beauregard virou-se para Nico, fitando sua mão no seu pulso. — Eu… — suspirou, levando uma das mãos até as têmporas e deixando que ele a puxasse para se sentar na cama.

— Ela vai entender, você sabe disso — o di Angelo respondeu, fechando os olhos e limpando a garganta. — Eu vou morrer. Isso vai acabar com ela. Então eu só consigo sugerir que você faça amizade com alguma bruxa e…

— Cala a porra da sua boca. — Silena o cortou. Nico abriu os olhos e a fitou, constatando que ela estava com um semblante irritado. — di Angelo… Você se referiu a apagar a memória dela?

Ele sabia que estava ruim para seu lado de qualquer jeito, então apenas assentiu levemente.

— Eu não consigo acreditar… — ela tentou se levantar, mais ele apertou o aperto em seu pulso e grunhiu baixo quando tentou se sentar. — Nico!

— Eu não consigo, Silena. Eu vou morrer, ela vai lidar com a minha morte e você percebeu o jeito que ela ficou apenas com a notícia de que isso iria acontecer. E quando acontecer? O que você vai fazer? Nem Fred vai acalmar ela! — seu tom era grosso, mas não de propósito. Havia dor nas palavras e a Alpha havia notado isso.

Por isso, permaneceu em silêncio, digerindo as palavras que ele havia jogado no ar.

Um pouco ao lado, Thalia se sentia a criança mais esperta do mundo. Sem hesitar por mais de alguns segundos, ela deslizou seu corpo pela cama até estar com os pés no chão, voltando a abrir o sorriso em seu rosto inchado do choro.

Desceu as escadas com sigilo, passando por Chris sem ser notada e apressando-se em chegar na ala médica, conseguindo empurrar a porta enferrujada com mais facilidade do que a última vez esteve ali.

Em um canto, repousava o freezer que uma vez já havia assaltado. Mas aquele não era seu alvo naquele dia. Adentro mais o local, parando os olhos em um pequeno frigobar no canto, tendo alguns fenos na frente para que não chamasse atenção de primeiro momento.

A Grace caminhou até lá com cautela, com medo de que alguma aranha gigante brotasse de algum lugar. Contudo, isso não aconteceu e ela conseguiu pegar uma bolsa de sangue com sucesso. Na frente, havia uma fita adesiva com um “T.G” marcado. A garota tinha certeza que era o sangue que Luke, uma vez, havia tirado dela.

Começou a correr para fora da ala médica, só parando quando estava em frente ao quarto onde Nico esperava seu leito de morte. Apoiou as mãos nos joelhos, respirando fundo para se recompor antes de entrar com a bolsa, sorrindo cúmplice.

— Eu vim salvar a humanidade! — Thalia anunciou antes que ambos se pronunciassem, erguendo a bolsa de sangue acima de sua cabeça e chamando a atenção dos dois adultos ali.

O primeiro instinto de Silena quando a viu foi querer perguntar se ela estava melhor, se precisava de algo, se queria um abraço. Mas, quando a viu com a bolsa de sangue, não conseguiu deixar de franzir o cenho, mesmo aliviada por ela estar sorrindo com um ar brincalhão.

— Onde a senhorita pegou isso? — A Alpha questionou com um tom reprovador, mesmo que ainda tivesse o sorriso nos lábios.

O sorriso da Grace se tornou algo travesso, como se fosse pega no flagra fazendo algo errado.

— Eu tenho meus métodos! — soltou uma risada baixa, caminhando até estar perto da cama e tendo ajuda de Silena para subir ali, cruzando as pernas sobre a cama e observando Nico atentamente. — Aqui, Senhor Presinhas. Agora você não pode recusar. Aí você vai melhorar, acredite em mim! — fez uma pequena pausa — A gente vai ficar bem!

O vampiro a fitou por alguns segundos, sentindo seu corpo todo dolorido, mas não poupando esforços para aceitar a bolsa de sangue que ela o oferecia, repuxando seus lábios em um sorriso fraco. E, de repente, a culpa caiu em cima de si ao pensar em apagar a memória de uma criança inofensiva que fazia de tudo para que ele ficasse bem.  

Tendo isso em mente, baixou o olhar e engoliu em seco, abrindo o plástico e fechando os olhos, se deliciando ao sentir o gosto agridoce preencher sua boca.


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Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao final de mais um capítulo! :3
O que vocês acharam? O que querem que aconteça? O que acham que vai acontecer?

Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥
~Mary.



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