Mordet Et Vivit escrita por MaryDiAngelo


Capítulo 16
Consciência


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas ♥
Vamos refletir um pouco. LET'S GO!

Good Reading ^-^



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No dia seguinte, Silena levantou-se em um pulo ao ouvir Thalia gritar no quarto ao lado. Mal havia dormido durante a noite, pensando em Nico e em como explicaria para a pequenina que ele não iria acordar mais.

Por seus pensamentos, suplicava para que a Grace não tivesse tentado acordar o vampiro nem nada que comprovasse que ele não estava mais vivo. Ouviu outro grito e se apressou a sair do quarto, correndo para o outro e abrindo a porta.

Seu coração falhou uma batida.

— Senhor Presinhas! — Thalia soltou outro grito.

A Beauregard arfou e seus olhos marejaram.

— Para! — a pequenina riu alto, sendo jogada para cima mais uma vez. — Tia Silena! Eu disse que ia funcionar! Viu! Ele está bem!

Nico virou seu rosto para a Alpha parada estática na porta. Um sorriso brincava em seus lábios e suas mãos se apertaram mais em volta do corpo de Thalia, jogando-a para cima novamente e, quando voltou para seu braços, tratou de aninha-lá e começar a fazer cócegas em sua barriga, tendo dificuldade em segurá-la por estar se debatendo.

Quando ele olhou para Silena novamente, viu as lágrimas escorrendo por seu rosto, flagrando o momento que ela fechou os olhos, tampando seu rosto com as mãos e soluçando.

Apesar de tudo, o di Angelo sorriu e riu internamente, caminhando com Thalia até onde a loba estava parada, aos prantos. Primeiro entregou a pequenina a ela, que abraçou seu pescoço com força e deixou um beijo na bochecha dela. Depois, o italiano envolveu as duas em um abraço, sorrindo terno e inclinando-se levemente para deixar um beijo na testa da Beauregard.

 — Eu não acredito — Silena murmurou baixo, sua voz embargada e abafada. — Você…

Nico fez um “shiu” arrastado e suave, calando-a.

— Está tudo bem, Lena. Conversamos sobre isso depois, ok?

— Vocês não acreditaram em mim! — Thalia ergueu o queixo com desdém. — Eu disse que ia dar certo. Fred cuidou bem dele, viram? Agora é um vampiro novinho em folha!

— Sim, eu sou — o di Angelo sorriu, levando o indicador até o nariz empinado da pequena, que fechou os olhos e franziu o nariz quando teve-o tocado. — E você é minha heroína!

Thalia abriu os olhos e o azul pareceu reluzir em extâse.

— Eu...sou...— ela pausou, hesitante. — Sua heroína?

— Sim, você me salvou! O grande Thalia, aceite minhas sinceras desculpas por ter te desrespeitado, foi um ultraje de minha parte e me arrependo por ele! — Nico respondeu, alternando o olhar para Silena, que sorriu entremeio as lágrimas.

— Desculpas aceitas! — a Grace sorriu, esticando os braços para que o vampiro a pegasse no colo de novo.

Depois de tal feito, a Alpha cruzou os braços embaixo dos seios e limpou o rosto, fungando baixo para se recuperar. Fitou o di Angelo brincar com ela como se fosse uma boneca de pano, jogando-a para cima sem dificuldade alguma e pegando a nos braços, a fazendo soltar uma gargalhada alta a cada vez que isso se repetia, se tornando algo frequente.

— O que acha de tomar café e depois brincar lá fora, Thalia? — Silena chamou a atenção para si, abrindo um sorriso. — Nós podemos brincar com bolhas de sabão…E podemos chamar o Senhor Presinhas para ir com a gente.

A Alpha tinha plena consciência de que parte da matilha havia ficado com ela, não partido com Luke. E sabia que essa parte iria surtar, talvez até se rebelassem, fizessem uma guerra ou algo do mesmo feitio quando descobrissem que Nico não seria mais torturado em busca de informações, apenas seria mantido ali para bens maiores.

Enquanto não conseguia pegar no sono, a questão de como ficaria sua vida se ele, porventura, sobrevivesse chegou a sua mente. E ela não soube respondê-la.

O vampiro deveria querer rever sua família, ir embora daquele inferno que havia passado, esquecer das torturas por informações que de nada adiantariam, apenas trariam lutas entre as espécies, competições para descobrir quem era a mais forte cuja perdição era a morte.

Silena entendia todas as necessidades. Mas nem todos os lobos eram igual Chris. Nem todos iriam entender que duas raças diferentes podem viver em harmonia se trabalharem juntos para que isso aconteça ou, simplesmente, deixem de querer ser melhores que os outros.

Tê-lo chamado para brincar do lado de fora era arriscar sua própria pata por uma brincadeira de criança. Contudo, não era algo que estava incomodando. Ainda mais quando ela observou as bolhas de sabão ganharem o prisma de cores ao serem tocadas pelos raios de sol. Observou Nico tombar a cabeça para trás, se deliciando de ter a luz do dia contra seu corpo e, graças ao seu anel - que a Alpha havia resgatado do falso cadáver depois que a cena toda de um corpo queimando foi feita por Luke havia acabado -, sem que se queimasse. Thalia se divertindo e pela primeira vez estando segura com eles.

Aquilo era algo que queria aproveitar, e não seria o fato de sua matilha se virar contra ela que a faria interromper um momento como aquele.

— Tia Lena! — Thalia a chamou com um novo apelido que fez a citada subir as sobrancelhas, dispersando seus pensamentos e voltando seu olhar para a pequena. — Assopra?

O cilindro de plástico veio para suas mãos e Silena sorriu, se vendo assoprando as bolhas cada vez maiores para que a Grace estourasse logo depois, ou começasse a dançar entre as que persistiam por mais tempo no ar.

— O que tanto pensa? — Nico questionou, sentando-se ao seu lado na pequena varanda que tinha na entrada da mansão que antes pertencia a Luke.

A Alpha suspirou baixo, levantando o canto dos lábios em um pequeno sorriso e deitando a cabeça na ombro do italiano.

— Eu não penso — respondeu, dando de ombros suavemente e quase fechando os olhos com o clima confortável que eles estavam mantendo.

— Você está imersa em pensamentos, consigo ver em seus olhos, Lena — o di Angelo respondeu e, como se comprovasse o que disse, fixou seu olhar no dela. — O que tanto te aflige?

Silena permaneceu em silêncio por um tempo, suspirando baixo antes de respondê-lo:

— Você está livre — disse, abaixando o olhar. — Você pode muito bem sair daqui agora, correr em direção a sua família, fazer uma festa e dizer que está vivo, que tudo não passou de um jogo idiota que Luke estava armando. Pode se livrar desse inferno que viveu e que ainda vive… — fez uma pausa, levando uma das mãos até as têmporas e massageando ali —, mas, não, você está aqui: sentado e me ouvindo desabafar.

— Eu não seria idiota de fazer isso — respondeu de pronto, a fazendo erguer as sobrancelhas, mas ainda sem fitá-lo nos olhos. — Além do fato de sua matilha querer se voltar contra você quando notar que me deixou “escapar”, tem Thalia. E você também, não sei se conseguiria ficar longe das suas implicações comigo.

Ela sorriu de leve, subindo seus olhos para fitar a pequena Grace deitada na grama, os braços erguidos e apontando para o céu como se estivesse tentando enquadrar as nuvens com as mãos.

— Ainda assim não é um motivo plausível — a Beauregard respondeu, desencostando-se dele e apoiando os antebraços nas coxas, inclinando levemente seu corpo. — Eu consigo lidar com minha matilha.

— Está me incentivando a ir embora? Cansou da minha presença? — ele retrucou, escorregando as palavras para o sotaque italiano não tão distante.

— Cansa olhar todo dia pra sua cara.

Nico assentiu consigo mesmo, soltando uma risada baixa.

— Então, sinto muito, mas vai olhar por muito tempo ainda.

Era claro que havia passado pela mente de Silena que o vampiro poderia ser seguido até a sede de Hades por Luke, que, agora, deveria estar perdido em algum lugar da floresta com os poucos que o seguiram. Mas não era como se o di Angelo não soubesse se defender, não é mesmo?

— Thalia? — a Alpha chamou com um pequeno sorriso no canto dos lábios. A pequena ergueu o corpo, virando o rosto para fitá-la. — O que acha de me ajudar a preparar o almoço hoje? Com sua ajuda, vou conseguir fazer o bolo de chocolate que você quer. Topa?

— Claro! — Thalia respondeu sem nem hesitar, se levantando animada e limpando as mãos na roupa. — Você sabe que eu adoro te ajudar na cozinha, tia Lena!

— Então vamos! — a Beauregard sorriu mais ainda quando os dedos da pequena foram entrelaçados com os seus, ambas caminhando para dentro da casa.

Nico não demorou a ficar lá fora, respirando fundo quando levantou-se, indo atrás delas. Entretanto, por mais que não houvesse demonstrado, havia sim ficado incomodado com tudo que estava acontecendo ao seu redor.

De certo modo, achava que o certo era ficar ali com elas. Mas por que seu coração insistia que deveria voltar para a sua família e deixá-las para se virar?

 


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Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao final de mais um capítulo! :3
O que vocês acharam? O que querem que aconteça? O que acham que vai acontecer?

Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥
~Mary.



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