Mordet Et Vivit escrita por MaryDiAngelo


Capítulo 14
Alucinações


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas ♥
Tudo bom com vocês? Espero que sim!

Bom, só quero dizer que minha demora para postar a fanfic provavelmente vai reduzir já que essa belezinha está fluindo muito (estou bem contente, não vou negar!) ♥

Good Reading ^-^



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É claro que Silena queria xingar o vampiro. E estava claro que ele havia desconfiado disso, pois, mesmo com a visão turva, conseguiu focalizar por poucos segundos no rosto da, agora, Alpha, que era uma mistura de repreensão e desespero.

Enquanto ela o levava para fora do subterrâneo da mansão dos lobos, só conseguia pensar em como havia sido cretina de arrumar briga com Luke dentro de uma adega apertada, colocando a vida dele e de Thalia em perigo. E tudo isso só piorava quando os gemidos de dor que saíam dos lábios cálidos dele estavam perto de seu ouvido, junto da respiração sôfrega, como se doesse cada puxada de ar.

A pequena estava atrás dos dois com lágrimas silenciosas deslizando por seu rosto, preocupada com o que viria próximo. Lembrava-se muito bem das palavras de Luke para os lobinhos durante uma das instruções de como lidar com um vampiro em plena luta: “Uma mordida nossa é letal. Vai mata-los do modo mais tortuoso possível. Primeiro a carne apodrecendo, depois a fraqueza, as alucinações...E, um pouco depois, sucumbir à morte”.

Aquele dia ela se lembrava de achar que era algo desnecessário de saber. Agora, achava mais ainda, visto que seu melhor amigo estava condenado a tudo aquilo e ela tinha plena consciência de tudo aquilo iria acontecer sem conseguir ajudar em nada.

— Eu fiquei bem triste por ter perdido o estrago que você fez no… — Chris se interrompeu ao ver o estado do italiano pendurado nos ombros dela. — O que houve?

— Luke mordeu ele — Silena explicou com um tom hesitante. Ela não sabia se poderia confiar nele, tanto por não ser tão chegada aos outros Betas, quanto por ter a possibilidade de ser tachada de traidora e acabar uma Ômega sozinha.

— Desgraçado — Chris murmurou entredentes, vindo para o lado da nova Alpha para ajudá-la com o vampiro semiconsciente.

— Espera… — ela parou o movimento dele de tenta pegar o di Angelo dela. _ O que vai fazer?

— Ajudar você, obviamente — o Rodríguez subiu as sobrancelhas em “não está na cara?”.

Contudo, ele não era idiota como o resto da matilha. Sabia muito bem que ela estava nutrindo sentimento de afeição por Nico, assim como sabia que de vez em quando ela cuidava dele. Era notável que o vampiro não estava mais no estado deplorável que havia chego.

Ele tentou novamente tirar o italiano dos ombros de Silena, que hesitou por alguns segundos, focando seus olhos nos deles para, enfim, deixar que ele a ajudasse.

— Thalia...Fique aqui, por favor, minha pequena — a Alpha se virou para a garotinha cujo os olhos reluziam em lágrimas. Ela negou. — Por favor. Fique com Fred, ok?

A Beauregard não esperou uma resposta concreta, só se apressou para subir as escadas atrás de Chris, que estava a caminho de um dos quartos vazios que haviam no segundo andar. Ela sabia que não era justo fazer isso com Thalia, mas ela já havia presenciado coisas demais quando se tratando de uma criança de apenas sete anos e meio.

Assim que foi colocado na cama, Nico gemeu baixo de dor, mostrando-se consciente de alguns atos.

— Eu preciso da caixa de primeiros socorros — Silena pediu, olhando na direção de Chris, que nem mesmo hesitou em assentir e se apressar para sair do quarto. — Se possível uma bruxa também — sussurrou consigo mesma, sentindo um gosto de bile invadir-lhe a boca quando focou seus olhos no machucado apodrecendo no ombro do vampiro. — Nico, a gente vai conseguir dar um jeito nisso, sabe disso?

Ela olhou por cima do ombro quando a porta entreaberta abriu de súbito, passando por ali o Rodriguez com a caixa que ele não demorou a deixar do lado dela.

— Onde está Thalia? Chris, por favor, pode ir falar com ela? — Silena pegou o rolo de gaze, molhando no álcool em sua mão e crispando os lábios. — Isso vai doer, esqueletinho.

Chris franziu o cenho com o apelido, mas subiu as sobrancelhas quando a reação veio repentinamente do di Angelo, que segurou a mão de Silena com força e grunhiu alto quando o álcool encostou em sua carne apodrecida.

Ainda na porta, um arquejo assustado escapou dos lábios de Thalia e denunciou sua presença ali.

— Rodriguez, por favor! — a Beauregard tinha a voz mais exigente quando notou a garota, quase podendo se assemelhar a um rosnado de raiva que o Beta assentiu, indo em direção a porta.

— Tio Chris, não, por favor! — a Grace implorou, derramando mais lágrimas por seu rosto.

— Pequena, você não precisa ver isso, venha — Chris franziu os lábios, sentindo seu coração pesar dentro de seu peito ao notar como a pequena se importava com os outros, mesmo sendo tão maltratada durante quase toda sua infância.

— Não! — Thalia suplicou, tentando entrar no quarto, mas tendo seu movimento interceptado.

O Beta a pegou no colo, comprimindo os lábios quando a pequenina começou a chorar alto, tentando se desvencilhar de seus braços a todo custo.

— Ei, Thals — Chris a chamou conforme descia as escadas até a sala e sentia que ela começava a desistir de tentar lutar contra seus braços para voltar ao quarto. — Calma, vai ficar tudo bem, o vampiro vai ficar bem, ok? Mas, me diga, pequenina: por que você estava lá embaixo no meio da briga dos lobisomens?

A Grace fungou, escondendo a cabeça na curva do pescoço do Rodriguez antes de responder.

—  Eu estava com o Senhor Presinhas — sua voz estava embargada e trêmula, e o que disse fez o Beta franzir o cenho. — Estava tudo bem, nós estávamos conversando e eu fui mostrar o presente que o pap… Luke me deu, então eles invadiram a adega brigando e quando eu vi a tia Silena machucada eu não consegui me segurar! — a cada palavra sua voz ameaçava falhar, denunciando que ela estava querendo voltar para o choro. — Eu levantei, peguei meu arco e atirei uma flecha nele!

— No vampiro? — Chris questionou, subindo as sobrancelhas e sentando-se no sofá, deixando-a sentada ao seu lado.

Thalia negou com a cabeça. Os olhos inchados e avermelhados fitando-o com certa relutância.

— No Luke.

O Beta arregalou os olhos, boquiabrindo-se descrente.

— Thalia...  Isso foi… Isso foi maravilhoso! — ele sorriu com afeto, vendo-a levantar as sobrancelhas claramente confusa. — Você foi muito corajosa, pequena! Quando eu crescer, quero ser igual a você, sabia?

Ela parecia sem reação, a expressão vazia e os lábios entreabertos, fitando-o.

— F-foi? — gaguejou, piscando atordoada.

Chris assentiu, vendo, aos poucos, um sorriso iluminar o rosto da pequenina.

— Eu fui corajosa! — Thalia soltou uma risada entusiasmada, apertando as mãos uma na outra. — Eu fui corajosa, tio Chris!

— Sim, você foi! — ele apertou de leve a bochecha dela entre seu polegar e dedo indicador. — Você é uma lobinha e tanto, Thals. Não diga aos outros lobinhos que eu disse, mas... É a melhor que eu já vi!

A pequenina se animou tão repentinamente que não conteve o impulso de pular nos braços de Chris, quase o sufocando em um abraço desajeitado, já que ela havia agarrado sua cabeça e sorria para o teto.

Enquanto o Beta havia conseguido distrair os pensamentos de Thalia sobre o vampiro, Silena não conseguia pensar em outra coisa a não ser o corpo inerte dele deixado na cama.

Ela estava sentada ao lado dele com os cotovelos apoiados nos joelhos, deixando as mãos sobre o rosto em uma tentativa de se acalmar. Sabia que ele estava desacordado por conta do cansaço, mas o tempo que havia passado com ele serviu para deixá-la aflita sobre o que poderia acontecer. Querendo ou não, havia desenvolvido um certo amor fraternal por ele, assim como o italiano dizia ser recíproco.

Uma movimentação atrás de si a fez se virar, olhando para Nico com os olhos estreitos em receio. Mas algo a fez comprimir os lábios em pesar: seus olhos estavam vagos e perdidos, como se não soubessem onde estavam.

E tudo só começou a piorar quando ele os focou nela. Seu rosto foi tomado por tristeza. Silena teve que entreabrir os lábios, respirando fundo para não derramar lágrimas.

— Eu só queria ter cuidado de você como você cuidou de mim...— a voz estava embargada e começando a falhar, denunciando que ele estava prestes a chorar. — Bianca… Eu sinto muito.

Como se fosse um estopim, as lágrimas escorregaram por suas maçãs do rosto ao vê-lo chorar ali em sua frente. Era claramente um dos efeitos da mordida. Mas ela não deixou de assentir minimamente, pousando sua mão em cima da dele - que estava repousando em cima de seu abdômen -, afagando seu dorso com o polegar e crispando os lábios. Ele fechou os olhos para aproveitar a sensação por poucos segundos.

E quando abriu, ele parecia ter voltado a si. Balançou a cabeça, piscando atordoado e franzindo o cenho quando notou que havia chorado.

— Silena?

A Alpha fungou baixo, desviando o olhar e secando seu rosto com o braço.

— Por que está chorando? — Nico voltou a indagar, mesmo que estivesse secando seu rosto também. Não era como se estivesse ficando louco. Mas, uma vez, poderia jurar que era Bianca ali, não Silena.

Ela apenas negou, repuxando levemente seus lábios em um meio sorriso tristonho.

— Por nada.

A porta foi aberta de súbito, fazendo ambos se sobressaltarem na cama, entrando em estado de alerta. Contudo, logo passou ao ver Thalia entrar pela porta, ofegando.

— Tia Silena! — ela chamou, apoiando as mãos nos joelhos e respirando fundo antes de continuar. — Eu sei o que pode ajudar! Sangue! Sangue pode ajudar! Ele vai melhorar, tia Silena!

A Beauregard subiu o olhar para Chris que estava parado na porta com uma expressão que dizia “eu juro que tentei segurar, mas ela me driblou no meio da sala e saiu correndo!”. Depois, voltou seus olhos para Nico, que a fitou com pesar, mas negou discretamente para não desmotivar a pequenina.

— Qual é o seu plano, meu amor? — Silena questionou. De soslaio, conseguiu ver o vampiro puxar a toalha que ela havia usado para secá-lo para cobrir seu ombro em carne viva.

Thalia se aproximou com um sorriso imenso em seu rosto.

— Eu vou dar meu sangue para o Senhor Presinhas e tudo vai melhorar!


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Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao final de mais um capítulo! :3
O que vocês acharam? O que querem que aconteça? Estão com o coração doendo depois dessa cena do Nico e da Silena?

Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥
~Mary.