Odds - INTERNATO SALVATORE escrita por Jenniffer


Capítulo 7
Dias Iguais


Notas iniciais do capítulo

Oi oi oie.
Pra começo de conversa obrigada meus leitores fantasma. Vocês são uns lindos. Não comentam mas eu vejo as visualizações subindo todo dia mesmo eu demorando horrores pra postar. Sorry by the way. É que eu tenho a concentração de uma ameba aí demoro eternidades mesmo.
Enfim.
Demorei mas voltei! :D



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~ Klaus ~

— Davina, a vida da minha filha não é uma fanfic. E isso não é hora para brincadeiras. Voldemort? Eu nem acredito que você teve a pachorra de vir aqui, numa situação dessas, dizer tamanha besteira! – disparo extremamente indignado com a falta de responsabilidade e bom senso dela. Os anos passaram, ela cresceu, mas ainda vejo a pequena bruxa inconsequente e arrogante aparecer de vez em quando. E definitivamente, essa não é a hora de me irritar.

Elijah pergunta como faríamos isso, depois de Kol socorrer a mulher dele da minha fúria fracamente contida e dizer que a ideia foi inicialmente dele, e não é estapafúrdia, só não é viável pela natureza híbrida de Hope, pois seria muito difícil encontrar os talismãs apropriados para performar o feitiço.

Freya rapidamente começa a folhear um grimório de minha mãe ignorando o caos e dúvida se instalando à nossa volta. Posso ver sua mente trabalhando no feitiço e estabelecendo se as fraquezas e possíveis lacunas são riscos que valem a pena correr.

Hayley ainda não disse nada. Ela fica bastante fragilizada todas as vezes que Hope corre algum perigo. Mas então de um instante para o outro ela sai do seu momento letárgico e entra no seu momento selvagem, que combina muito mais comigo. Se não fosse Elijah, dificilmente outro alguém conseguiria nos conter quando estamos no “modo pais galinha loucos e raivosos”. Dois híbridos sem limites não é algo que você deseje ver, nós podemos exterminar uma cidade inteira em questão de horas. Se nos organizarmos bem, todo mundo morre.

Caroline está mexendo no telefone e ignorando impavidamente o que está acontecendo. O seu claro desinteresse não é nada característico dela, o que me surpreende e incomoda para além do que devia, me fazendo estalar para o lado do elo mais fraco.

— Caroline, se você tiver algo mais importante para fazer, por favor, fique a vontade para sair e ir cuidar da sua vida – digo num tom imperativo e desafiador que sei que ela odeia.

Seus olhos tremem ligeiramente, seus dentes rangem, mas ela não me permite ganhar essa. Levanta a cabeça e sai andando calmamente, iniciando uma ligação com Alaric basicamente me dizendo sem proferir uma única palavra um belo “vá se foder!”. E eu não posso sequer ir atrás dela sem parecer a porra de um moleque retardado.

Rebekah ri da minha cara quando eu me viro de volta e faz no ar com os dedos um placar imaginário: Caroline 1 – Klaus 0. Minha irmã é ridiculamente infantil. Às vezes acho que crio duas crianças e Hope deve ser a mais madura entre elas duas.

— Vocês podem todos parar o que estão fazendo e pensando? Isso não vai acontecer.  – sentencio calmamente tentando parar o ciclo de atividades iniciado ao meu redor por conta dessa ideia grotesca que vejo com asco tomando forma aos olhos deles.

Abro uma garrafa e encho um copo de uísque. O líquido desce ardendo e deixando um travo forte na minha boca. Nisso, Caroline volta, ignorando a minha presença como se eu fosse um poste de luz estragado no meio de uma noite escura. Eu mereci isso? Talvez. Mas que dá raiva dá. Ela se dirige a Freya, Davina e Hayley. Alaric ficou de entrar em contato com Hermione Granger e assim que ele souber algo que possa ajudar, nos retorna.

Dessa vez eu não sou o único a perceber o caricato dessa situação. Dou uma risada de escárnio quando percebo Elijah olhando como se 3 cabeças tivessem nascido no pescoço dela e ele fosse o responsável por dar a chocante noticia de que ela se transformara numa medusa sem aviso prévio bem na sua frente. Caroline caminha na minha direção, falando alto e claro para que todos ouçam:

— Hogwarts é real. JKR está para Harry Potter assim como os profetas estão para a Bíblia. Toda uma obra de ficção fundada numa história essencialmente verdadeira. Eu conheci a Hermione há alguns poucos anos e também não acreditava em nada dessas coisas quando fundei o internato, mas todos os dias eu aprendo, todos os dias eu conheço e reconheço realidades diferentes da nossa. Eu sei que é estranho e parece uma loucura, mas não é. Simplesmente nós não conhecemos a história toda, só as partes que algum iluminado com tendências fofoqueiras e uma vontade incinerante de partilhar as coisas com o mundo de forma sutil conseguiu colocar num livro. Não descartem a ideia até termos a certeza se pode realmente ser feito ou não. Estamos falando da vida da Hope aqui.

— Minha filha. – eu a relembro, fria e cortantemente. 

— Filha da Hayley também. Sobrinha de metade dessa sala e minha responsabilidade durante a maior parte do ano. – ela completa me calando pela segunda vez no mesmo dia.

Fico com pena das crianças. Ela deve pisar nelas como insetos quando sua autoridade é colocada à prova naquela escola. Ela vira de costas para mim e continua, agora focando nos outros e me dando oportunidade de fulminá-la com os olhos. Se eu tivesse um raio laser na retina, ela estaria derretendo que nem pudim fora do ponto no chão agora. O que seria uma pena, porque é linda essa demônia.

— Nós temos uma equipe trabalhando em história da magia para o internato e até o momento temos dividido a magia em 3 facções diferentes; sensorial, física e psicológica. Basicamente pessoas capazes de praticar magia tem duas ou mais dessas fontes. Seres mágicos por si só, tem só uma. Então eles tem magia, mas não são capazes de a usar. Enquanto feiticeiros e bruxos, algumas pessoas experimentam feitiços e magia de forma diferente, um pouco como Lizzie e Jo. Elas fazem magia de uma forma alternativa comparando com outras bruxas que conhecemos. Elas funcionam como um vetor mágico. O fato delas conseguirem praticar livremente hoje, se deve a um ritual de encantamento, como todos vocês sabem. Então o ponto que eu quero chegar é que devemos esperar para ver o que a Hermione tem a dizer. Talvez ela veja a existência e execução desse feitiço de outro jeito, que pode reduzir as possíveis falhas que vocês não conseguiram ver. E se for esse o caso, talvez ela possa ajudar com a lista de talismãs. Essa é área dela. Eu tenho certeza de que Kol poderia se beneficiar de uma conversa com ela e trazer informação para a gente se for decidido avançar com esse plano. – Todos ficam a encarando, e ela continua se defendendo - Eu sei que eu meio que tomei as rédeas da situação aqui mas vocês são um caos organizacional e eu não me contive. Eu também sei que a Hope não é minha filha, - ela vira, se voltando para mim agora – então vou sair e deixar que vocês conversem sem mais interferências da minha parte. O meu trabalho aqui, por hora, está feito. Eu vou descer e tentar organizar as meninas para a nossa volta para casa.

— Eu vou sair também. – Davina completa - eu só queria lembrar que não é só a vida da Hope que nós estamos tentando proteger aqui, mas a sua essência também. Se ela morrer, ela entrará em transição vampírica. Se ela matar, em transição lobanil. E nós não temos a mais pequena ideia do tipo de efeito que o sangue vampírico ou lobanil vão ter na natureza magica dela. Isso é algo que vocês deveriam adicionar na balança antes de decidirem alguma coisa. - Elas deixam a sala e todos olham para mim.

Hayley já tomou uma decisão. Posso ler na sua expressão. Anos de convivência me ensinaram a ler seus sinais, ela já está de cabeça feita. Elijah sempre do lado dela. Kol, o dono da grande ideia. E Freya sendo a única que talvez não tenha alinhado nessa bobajada.

— Desculpa Klaus, você está sozinho nessa luta contra. – ela declara esmagando minha centelha de esperança de alguém nessa sala ter um dedo de juízo.

— Vocês são patéticos! – sentencio saindo com dois quentes e três fervendo.

~ Caroline ~

Deixo as meninas arrumando as malas com Hayley e Davina e saio à procura do meu grande e malvado vampiro preferido. Ele me irritou mais cedo, mas sei que ele nunca vai admitir que reage com agressividade quando se sente vulnerável. Ele jura que essa palavra não consta em seu dicionário. Ele está de pé na varanda, olhando o movimento na rua da sacada. Chamo sua atenção com meus passos ecoando no chão, ele me olha e senta numa poltrona, agarrado no uísque como se fosse uma garrafa de oxigênio e ignorando a minha aproximação. Não ligo, sento no colo dele abraçando seu pescoço e o sinto endurecer, tentando não responder ao contato com mais do que tensão controlada. Ficamos em silencio por uns longos minutos, sinto na rigidez do seu corpo ele cedendo à minha presença. Sua expressão continua séria mas seu corpo começa a relaxar sob o meu toque. Vários minutos depois ele larga o copo na mesinha, abraça minha cintura e beija meu ombro e sei que venci a barreira de resistência que ele ergueu quando estávamos na sala. Klaus é muito explosivo e cirurgicamente cruel quando ele quer te magoar. Ele tende a não fazer isso frequentemente, mas quando faz...nossa, dá vontade de morrer, ou matar, dependendo do meu humor no dia. Silêncio e aproximação é nosso acordo velado que funciona como um pedido de desculpas para ambos os lados. Não recordo a última vez que ele foi cruel comigo, mas estupidez gratuita é o prato do dia sempre que não concordamos. Então, acabamos vivendo muitos momentos de silêncio na nossa relação, o que sinceramente, não é ruim, aprendemos mais sobre os limites um do outro nesses momentos, e às vezes até sobre nós próprios.

— Por que fazê-la passar por um ritual com magia dessa magnitude, que claramente, não podemos prever o efeito a longo prazo, como alternativa à opção óbvia que é a de cumprir a nossa responsabilidade de protegê-la sempre? Fazer algo assim para ter uma boa noite de sono? Parece inútil e despropositado! – ele explode cuspindo as palavras diretamente do coração.

— Não é questão de ser irresponsável porque ela vai virar um gato com sete vidas, Klaus. É questão de saber, que se alguém tiver sucesso em algum ataque, ela não estará desprotegida se nós falharmos. Não é substituir uma forma de proteção por outra. É sobre somar. Não subtrair. Eu tenho certeza que Freya e Davina vão trabalhar no ritual exaustivamente para causar o menor impacto possível e não sobrecarregar a carga mágica natural dela.

Ele torce o pescoço para trás, fecha os olhos, e suspira. Vulnerabilidade pura, reconheço.

— E se ela mudar? – ele pergunta baixinho, como se estivéssemos conversando em segredo.

— Mudar como Klaus?

— O vampirismo te mudou. Ser uma lobanil mudou Hayley. Ser uma Doppel mudou Katherine, mudou Elena. Ser uma sifão mudou Valerie. Como nós sabemos que isso não vai mudar a Hope? Ela é tão nova. Ainda tá aprendendo a ser ela mesma.  Magia sempre vem com um preço. Sempre!

Fico calada entendendo a profundidade do seu medo, mas não me dou por vencida.

— A vida vai mudá-la. Ser hibrida vai mudá-la. Eu acho que tudo que podemos fazer é estar aqui para ela, fazer com que ela se sinta segura e confiante para passar por todos os medos e males que estão por vir. Pessoas mudam pessoas. O tempo muda as pessoas. A Hope não será uma exceção. Ela não vai ser a sua princesinha para sempre. Ela vai ser uma mulher. Já está se tornando, e ela vai ser geniosa. Você vai ter muito trabalho, mas medo de que ela mude não devia ser sua maior preocupação. Você mais do que ninguém entende mudanças e vai estar aqui para no caso disso acontecer, ela não sofrer um décimo do que nenhum de nós sofreu, passou ou passa. O nosso papel não é fazer mais fácil para elas. É criá-las para serem melhores e mais fortes que nós, para que não seja tão difícil viver, pois estão preparadas.

— Senhoras e senhores, eu declaro aberto o curso de pais e filhos. Que a sorte esteja sempre a seu favor, porque a vida, definitivamente não está! – Klaus brinda pro nada com a mão direita. Eu rio. E ele me dá um beijo estalado.

— Você é uma falsária manipuladora sabia?

 

Revisão e edição por Drika Landim e Caroline Azevedo. 


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