Odds - INTERNATO SALVATORE escrita por Jenniffer


Capítulo 8
Diz me com quem andas, dir-te-ei quem está faltando.


Notas iniciais do capítulo

Oie Oie Oie
Voltamos a programação das postagens!! :D
Vi no twitter que Klaroline está confirmado para a 5a temporada de The Originals e fiquei louca. Passado o momento de loucura, resolvi retomar a escrita aqui. Tinha intenção de vir postar os capítulos todos de uma vez, quando terminasse de escrever, mas achei melhor ideia ir postando até ao início da série pra não me dar vontade de alterar tudo para combinar com plot original da série.
Quem ainda estiver por aí: sejam bem vindos e volta :)
Para quem chegou agora. Obrigada por vir dar uma olhada :)
Espero que gostem.
Vejo vocês nas notas finais!!
Deixo vocês com a companhia de Kol, Davina e Klaus por hoje!
:) ;) :*



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...Kol...

Deito no chão gemendo de raiva. Já vasculhei 27 grimórios e ainda não encontrei nada que preste. 27 vidas. Olho à minha volta e admiro a minha coleção. Davina gosta de chamar de biblioteca da vida. Segundo ela, um grimório mostra em feitiços e encantamentos o que foi a vida de uma bruxa e nós, ao longo dos anos temos colecionado e resgatado todos os grimórios de uma lista de Alaric. Segundo ele, todos eles pertencentes a bruxas poderosas e reconhecidas no mundo sobrenatural por seus grandes feitos. Alaric tem uma cópia digital de todos. Nós mantemos os originais e estudamos.

Davina aumenta seus poderes e seu alcance a cada feitiço. Eu catalogo e direciono nossos estudos. Temos estudado física quântica também, a energia das vibrações, tentando fazer sentido e entender a  ligação entre a vibração primordial da vida e a magia que apenas alguns parecem ser capazes de manipular. Não existe explicação para uma pessoa normal não conseguir praticar magia. Eu quero descobrir o que difere um praticante de um não praticante, num nível básico, estrutural.  Afinal, sempre quis ser bruxo. Minha melhor fase da vida foi como um bruxo,  e o desejo de fazer magia só cresce dentro de mim a cada passo pra frente que Davina dá e eu não sou capaz de acompanhar por ser um vampiro.

Decido me concentrar. Meditar. Vibrar na energia certa. Às vezes as coisas são atraídas para você se você estiver em silêncio. “Cuidado com aquilo que desejas” já dizia o ditado. Relaxo meu corpo, parte por parte, permitindo que minha coluna perca a primazia e deixe o resto do corpo me apoiar na superfície fria e dura em que estou deitado. Relaxo os braços e pernas permitindo que se afastem do meu corpo quando estes perdem a tensão de estar preparados. Meus pés também pendem para os lados, minha respiração deixa minha caixa torácica e passa a empurrar com força meu diafragma, posso sentir cada respiração subindo e descendo, forçando meu abdômen. Deixo que minha cabeça penda como o resto, e num último esforço consciente de relaxar deixo que a minha expressão facial de desvaneça do meu rosto e entoo mentalmente o mantra: “Eu sou o alfa e o ômega, o princípio e o fim. O que é. O que era. E o que está por vir”. Enquanto imagino toda minha frustração deixando meu corpo como se fosse um vapor d’água, permitindo espaço para luz e esclarecimento, para calma, paciência e determinação.

Minha pele começa a ficar quente e sinto pequenos choques elétricos que me despertam do meu transe. Quando abro os olhos, Davina está logo atrás de mim manipulando uma esfera do Caos que divide energia com meu corpo. Ela sorri e dá de ombros, como que se desculpando por interferir, mas sem de fato se sentir culpada. Seguro o seu calcanhar, olhando pro seu rosto e quando subo minhas mãos por suas coxas, ela deixa a esfera cair e me beija. A esfera não pára com o peso. Seguindo com o olhar, vemos que continua andando e sobe a estante parando numa prateleira como se tivesse vida própria. Não costumamos trazer artefatos mágicos para essa sala por essa razão: não sabemos como eles estão programados para reagir na presença de outros artefatos mágicos.

Que objeto teria mais magia concentrada do que um grimório que acompanhou e absorveu a vida de uma bruxa, às vezes de gerações de bruxas, no caso dos herdados pelas famílias?

— Você está fazendo isso? – questiono só para confirmar, meio que já sabendo a resposta.

Ela apenas acena em sinal de negação caminhando em direção à estante e recuperando a bola sem a tocar, num feitiço de isolamento, fazendo com que pareça uma bola de sabão energética, refletindo cores diversas na sua própria ausência de cor. Eu sigo para a prateleira e recolho todos os grimórios dela, espalhando-os pela bancada de estudo. Ligo todas as luzes que se enfileiram acima da minha cabeça e esqueço Davina por uns minutos até que ela vem até mim e beija minha bochecha sorrindo calma perante meu choque.

— Kol, nós não estamos sozinhos. Nunca. Apenas aceite o fato de que alguém do outro lado quer te ajudar nesse momento específico e supere isso.

— Outro lado? – questiono rindo, porque já tivemos essa discussão diversas vezes. Sobre espíritos, inferno, limbo, para onde vamos, e tal.

— O lado da energia pura. O lado que nos é negado pela carne que limita o alcance do nosso corpo. O outro lado. A outra face da vida. Ou talvez da morte. -  ela completa num tom sério de professora da escola primária. Como se eu não soubesse exatamente como é o outro lado.

Eu rio, dando um tapa na bunda dela e mordendo sua bochecha para desfazer aquela expressão fria e cáustica que toma conta dela quando ela lembra da sua estadia no outro lado. Ela sorri de lado me recriminando de leve com um aceno negativo de cabeça e me deixa a sós com os livros que pretendo folhear como se a minha vida dependesse disso. Nessas horas não adianta muito velocidade vampírica. Claramente leio mais rápido que um humano, mas ler em super velocidade nem sempre faz com que eu assimile tudo que leio. Ainda assim, leio mais de 20.000 palavras por minuto.

...Davina...

Freya vira a cabeça percebendo meus passos.

— Kol? – ela pergunta direta, sem perder tempo.

— Ocupado com os grimórios. Talvez ele descubra algo em breve. A esfera do caos reagiu e apontou pra uma estante. – Freya faz uma careta impressionada.

— Dois anos tentando fazer aquela bosta funcionar e ela resolve dar o ar da graça quando eu não estou por perto. – ela completa, fazendo um aceno de negação em sinal de desdém. – Enfim, - ela continua voltando ao foco – nós precisamos fazer um feitiço de ligação. Pronta? – ela pergunta já apontando para os materiais em cima da bancada.

Um círculo de círculos. 12 esferas alinhadas circularmente, como um relógio. Dentro de cada uma, um pedaço de papel com um desenho.

— O que são? Runas? – pergunto interessada.

— Então, Bonnie e Hermione fizeram uma lista de objetos mágicos que podem ou não ser usados no feitiço. Todos eles conhecidos e desejados pela comunidade  e, por isso, muito difíceis de encontrar. A Hermione tem feito, ao longos dos anos, um rastreamento de cada vez que cada um deles é visto ou alguém tem alguma dica. Alaric está trabalhando nessa lista enquanto conversamos, tentando encontrar um  padrão de comportamento ou até um grupo de pessoas que se repita, talvez consigamos mais informações desse jeito.  A maioria das pessoas em busca dos objetos está na caçada por dinheiro, então podem ou não ser nossos aliados, vai depender deles. Klaus está disposto a pagar quanto eles quiserem, embora ele ainda não saiba disso. Essa parte ficou para ser conduzida pela Hayley.

— Por que não a Caroline? – pergunto sabendo que Caroline tem maiores chances sempre.

— Porque Caroline é um coringa, se usamos a influência dela para cada pequena batalha, Klaus vai se sentir manipulado e é capaz de dizer que não só pra mostrar que ninguém tem poder sobre ele. Você sabe... Klaus! – Ela sentencia como se fosse óbvio, espanando o ar com a mão e ordenando os círculos numa linha reta.

Eu concordo com ela. Apesar das centenas de anos, Klaus ainda se comporta tão mundanamente quanto alguém pode se comportar. Acho que com o tempo você pára de fingir ser superior e apenas se assume como é. No caso dele, ele não é assim porque quer, ele é assim porque pode. Freya  me desvia de meus pensamentos e continua a explicação.

— Magnus fez essas runas para nós. – declara.

— Bane? O mago? – pergunto um pouco chocada.

— Sim. O próprio. Alec intercedeu.  Desde que você e Kol roubaram um grimório dele que ele nos odeia.

Eu sorrio lembrando.

— Não foi exatamente um roubo, Freya. Nós pedimos emprestado.  – completo com ar inocente e determinado.

— Uhum, ela murmura. Pediram, ele não deu, vocês trouxeram do mesmo jeito. De onde eu venho isso se chama roubo na cara grande.

— Nós devolvemos! – me defendo.

— Meses depois, com algumas páginas destruídas - Freya rebate exasperada, como se tivesse sido com ela.

— Sim. Eu sei. Foi um acidente. Por que você está exaltada com isso?

— Eu mataria vocês dois se fosse comigo. Sei lá, é como você roubar o diário de uma adolescente, tem os seus maiores segredos lá. Tudo que verdadeiramente te importa e você quer guardar pra sempre. Apenas. Enfim, eu fico feliz que ele está nos ajudando apesar do que vocês fizeram. – Freya conclui, agora lendo uma folha.

Eu não sabia  que ela tinha essa opinião tão forte sobre essa situação. Eu nem sequer sabia que ela tinha uma opinião, qualquer que fosse. Talvez ela também tenha sido roubada antes, e tenha ficado com isso na cabeça. Não sei, mas resolvo me calar e me focar no que importa.

— Magnus desenvolveu um encantamento de invocação.

— Para encontrar os talismãs? – questiono incrédula.

— Não, para ligar a frequência mágica deles à nossa. Assim conseguimos fazer um feitiço de localização e saber grosseiramente onde eles estão. Claro que nunca vamos conseguir o lugar exato, mas vamos conseguir um raio menor do que “em qualquer do lugar do mundo”, que é o que temos agora.

Ouvimos os passos pesados e rápidos antes de ver Kol entrando com sorriso de escárnio falando alto e gesticulando loucamente:

— Vocês não vão acreditar no que eu achei!

 Antes que tenhamos tempo de, de fato colocar alguma questão, ele já continua rapidamente querendo partilhar a sua descoberta, ansioso. Abre um grimório numa página marcada e tem o desenho de uma mulher, a tinta uma pouco desvanecida mas um perfil claro, cabelos bonitos, eu diria.

— Esta é Kiarah. Ex namorada do Klaus. E ela foi a chave da primeira vez que um feitiço de ligação foi feito por essa bruxa. E não foi uma ligação qualquer, foi uma ligação em parcelas, exatamente como a que nós queremos. É o feitiço mais perfeito que eu já li na minha vida, e nenhuma de vocês me parece capaz de concluí-lo. Ele termina, finalmente fazendo uma pausa para respirar, nos permitindo alguns segundos antes do choque.

— Por que não? – Freya questiona, arrancando o livro dos braços dele, indignada.

Eu apenas olho pra ele, sabendo que ele não terminou.

— A bruxa que fez esse feitiço , não era uma bruxa natural. Ela não tinha magia, por isso não podia ser morta no final do ritual descrito. Se alguma de vocês fizer, morrerão, porque a magia vai ser sugada de vocês e jogada no nada, como que possuindo o ambiente e alterando a natureza por uns instantes. Instantes esses em que acontece a troca e a divisão da essência da pessoa pelos talismãs. É Incrível. Assustador. Perigoso. E fatal. - Kol responde, maravilhado em vez de assustado.

—Isso acaba com nossas chances. – Concluo.

Kol não parece decepcionado. Ele tira uma foto da folha do feitiço com o telefone e envia para Klaus, falando da tal Kiarah. Nós numa crise dessas e ele resolve ficar implicando com o irmão por causa de mulher. Reviro meus olhos sem querer acreditar.

...Klaus...

Meu celular vibra no bolso. Paro o que estou fazendo para ler a mensagem e meu coração falha uma batida.

Tem no mínimo um 500 anos que não vejo aquele rosto, mas a sensação da presença dela é como se tivesse sido ontem. Caroline caminha em minha direção e dá uma olhada rápida no meu telefone.  Onde Kol escreveu:

“Humana, vampira? O que ela era?”

— Você parece ter visto um fantasma, Klaus. Tá tudo bem?

Caroline pergunta sem entender o porquê de eu continuar olhando o perfil de Kiarah apertando meu celular como se ele fosse meu único ponto de equilíbrio no mundo.

— Um fantasma. Exatamente isso. Só isso. Apenas isso. - respondo dando uns passos errantes, e ligando para Kol.

Será que ela está viva? Eu sempre soube que ela não era humana, mas também não era uma vampira. Kiarah era uma Fênix, mas até onde eu sei, ela nunca concluiu o ritual, logo nunca adquiriu imortalidade. A ínfima hipótese de eu estar errado e existir a possibilidade dela estar viva, andando por aí faz minhas mãos formigarem e meu estômago acidificar de ódio. Ela não faria isso comigo.

—Não. – Decido em voz alta, deixando Caroline no corredor sem grandes explicações enquanto me arrasto ao encontro de Kol tentando digerir tudo isso sem transparecer estar perdendo o juízo.

           *REVISÃO E EDIÇÃO POR CAROLINE AZEVEDO*


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Notas finais do capítulo

Cenas dos próximos capítulos:

SPOILER ALERTA SPOILER ALERTA SPOILER ALERTA SPOILER ALERTA SPOILER ALERTA

No próximo capítulo teremos:

1) Mais sobre a relação de Klaus com a Fênix. #CarolineVaiFicarComCiumes #TalvezTenhaArrancaRabo #TalvezNao

2) Um flashback #UmPulinhoNoPassadoDaSofrencia

3) A viagem de volta das crianças para Mystic Falls. #SeráQueElasChegamBem

Vejo vocês nos comentários :D
Um beijo para quem fica, obrigada por dispensarem esses minutos da vida comigo.



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