Odds - INTERNATO SALVATORE escrita por Jenniffer


Capítulo 6
Sol que ilumina também arde.


Notas iniciais do capítulo

Se vocês acharam que essa fanfic ia ter muito crossover com Harry Potter, acharam CERTO!
Beijoo
:D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/728410/chapter/6

 

~ Josie ~

Quando entro na mansão, nem preciso ouvir as conversas paralelas para saber que algo está errado. Desde que Rebekah veio nos buscar, que estava sentindo aquele nervoso miudinho e uma certa eletricidade no ar, me dando coceira nos braços e nos tornozelos.

Era o campo energético da Rebekah interagindo comigo. Me incomodava, mas não muito. Porém, agora que chegamos aqui é como se eu levasse um soco no estômago. Minha mãe e Klaus estão irradiando ondas de raiva e ódio tão fortes que sinto cada uma delas me atingir como uma sequencia de bambolês atravessando o meu corpo. As coisas a minha volta começam a ficar ligeiramente borradas e sinto uma leve tontura. Me apoio rapidamente na parede tentando disfarçar o mal estar e vejo minha irmã vindo na minha direção com os olhos semi cerrados indagando se está tudo bem. Olho pro meu peito e vejo que meu colar de lápis lazuli está rachado. Droga! Minha mãe vem logo atrás de Lizzie com cara de preocupada e me abraça perguntando se está tudo bem. Demoro um segundo pra ignorar a sensação ruim e sorrir, como sempre.

— Tudo bem mãe. Só tropecei. – digo largando a parede e tentando fazer com que meu sorriso e tom jovial cheguem aos olhos. – Esse chão velho não ajuda né. Não sei vocês, mas eu acho que essa casa tá precisando de obras. – solto arrancando um sorriso da minha mãe, e um beijo na bochecha. Ela me abraça de novo, acreditando em mim. Como sempre.

— Estava com saudades. – ela diz fazendo carinho no meu rosto.

— Só de mim mãe? – pergunto com cara de deboche.

— Não. Da sua irmã também, claro. Não gosto de ficar longe de vocês, mesmo sabendo que vocês estão bem. – ela responde rápido.

Klaus vê a cena de perto e faz que não com a cabeça, mas sorri na minha direção também, sendo mais rápido do que a minha mãe e entendendo a indireta.

Sorrir deixa as pessoas mais calmas, me ajuda a focar em evitar o ricochete das sensações delas e a filtrar o que absorvo ou não. Sigo sorrindo mesmo não querendo, descobri que é a melhor forma de lidar com a minha empatia totalmente desproporcionada pela magia.

Estar numa sala com vampiros raivosos não me ajuda em nada. É doloroso partilhar energia com eles. Sempre tento aliviar a tensão no ambiente. Todo mundo pensa que é porque vivo feliz num mundo a parte onde só existem arco íris e unicórnios cintilantes, mas na verdade ser positiva e alegre é a única forma que eu tenho de amenizar a energia que recebo. Energia positiva, graças aos céus, é mais contagiante que a negativa. Facilmente você muda um ciclo energético ruim com um sorriso, uma palavra boa.

A maioria das pessoas não consegue ver, mas, palavras tem energia. Intenções tem energia. Corpos tem energia. E da mesma forma que a energia da natureza age em mim me deixando forte, a energia negativa das pessoas me incomoda e me machuca, literalmente.

Preciso consertar meu colar antes que alguém note. Tem tempo que não falamos sobre os efeitos secundários do ritual, e eu não vou querer adicionar isso à lista de preocupações deles que, claramente, é longa. Vou dar um jeito no meu colar e quando voltarmos para casa converso com minha madrinha sobre isso. Talvez precise de um talismã mais forte. Conforme vamos ficando mais fortes e donas da nossa magia, os amuletos vão ficando fracos e sua magia obsoleta.

Foco na água fresca caindo na fonte, o vento soprando das janelas e nas videiras descansando nas paredes, repetindo palavras boas na minha cabeça enquanto caminho até uma cadeira e sento, vendo os adultos subirem as escadas seguindo Klaus. O ar da sala fica até mais leve com a saída deles. Ficamos só eu, Hope e Liz aqui embaixo. Mas não por muito tempo. Ouço o andar de Davina antes de a ver. O ritmo de seus passos é único, e singular. Posso reconhecer o andar dela entre uma multidão. Davina é uma das poucas pessoas que não interagem com meu circulo energético. É um alivio quando ela está por perto.

 

~ Davina ~


       Colocar os pés nesta casa sempre me provoca sensações contrastantes. Já passei tanto mal por causa dessa família. Nesse lugar. Tanto ódio que nutri. Tanta energia ruim que emanei pro universo, chega a dar agonia.  Mas como tudo na vida, tem o outro lado da moeda, nem tudo são dissabores. Kol e Hope são o lado bom. Um salvou minha alma, cansada de ser tão maltratada e usada como moeda de troca, persuasão e pressão num mundo onde a magia é mais do que poder. É hierarquia. A outra salvou minha vida. Ainda pequena, inocente, uma criança que me permitiu ter uma segunda chance, aproveitar um looping mágico que me trouxe de volta do inferno, e viver minha vida de novo ao lado do homem que amo e respeito mais do que tudo na vida.

No fundo, minha história se entrelaçou com a dos Mikaelson desde o início, e os originais que tanto desprezei, hoje são parte da minha família. E o pior de tudo é que eu me sinto, de fato parte dela. E quero, hoje, protegê-los tanto quanto um dia quis destruí-los.

Josie sorri quando me vê entrando, ela sempre sorri, mas quando sorri pra mim é um sorriso de alivio que nem sempre entendo. As gêmeas e sua magia são um fascínio, sei que temos muito para descobrir sobre as capacidades delas e adoro introduzir coisas novas na vida delas e ver o ciclo de mudanças que isso provoca a cada vez que fazemos uma simples intervenção. É tão bonito experimentar magia através delas. Não é como a minha própria, intrínseca, constante, que corre em todas as células do meu corpo, como um organismo com vida própria pulsando nas minhas veias. A magia delas é como moldar pedaços de barro com diferentes resistências. Uma surpresa a cada feitiço, a cada runa. Elas são duas panelinhas cozinhando de forma lenta e gradual o mais delicioso dos pratos e eu me sinto grata por poder fazer parte disso. Sifões são fascinantes. E o fato de eu me rever nelas, me reconhecer, me lembrar nos faz muito próximas, é como ter um pedaço da minha adolescência, roubada por todo medo da colheita, de volta.

Josie vem na minha direção e me abraça pouco antes de Hope me agarrar também de lado e beijar minha bochecha. Lizzie sorri de leve e acena com a cabeça, me cumprimentando à distancia. Ela me lembra tanto o Elijah. A distância física que ela sutilmente impõe às pessoas e ao mesmo tempo a generosidade pura de estar sempre lá pra você. Sempre atenta, disponível. Como diria Hope “ela sempre está pronta para te ajudar, mas só chame se for caso de vida ou morte.’’

— Veio pra reunião Davina? – Hope pergunta um pouco ansiosa, desviando o olhar pro segundo andar da mansão.

— Sim e não. Eu vim jogar uma bomba e sair correndo na verdade. Me protejam. - peço rindo, mas mentalmente me preparando para todos os impropérios que vou ter que ouvir de Klaus e Elijah assim que falar com eles.

— Kol teve uma ideia da outra vez que as Neopagi vieram atrás de você – aponto para Hope com a cabeça e seguro a mão dela que aguarda ansiosa uma revelação. Lizzie está apenas focada em mim, sem expressão e Josie está calma, impávida e serena, como se nenhum problema no mundo pudesse atingi-la nesse momento.

— Você vai ser a Voldemort da nova geração! – eu jogo no ar fazendo as duas explodirem em risos e Lizzie arregalar os olhos claramente maquinando quais as reais possibilidades de eu estar falando sério e o que eu quero dizer com isso.

— Eu estou falando sério! Nós queremos, não dividir a sua alma, obviamente, mas fazer um encantamento de conexão com talismãs para você. Se nós encontrarmos os objetos certos que possam conter sua essência hibrida, nós podemos te tornar menos vulnerável e amenizar toda essa loucura que sempre volta para nos assombrar. O jeito do seu pai de querer sair matando todo mundo a cada ameaça não tem dado muitos resultados, e está chamando cada vez mais atenção de outros que não tem nada a ver com essa bagunça, mas acabam se envolvendo porque são pegos no fogo cruzado.

— Mas isso é possível mesmo? Tipo magia negra? – Lizzie questiona franzindo o nariz.

— Não é magia negra. Nós vamos usar objetos negros, sim. Mas o encantamento é de luz e sangue. Não pretendemos fazer um sacrifício para evitar outro. Sua avó já usou essa técnica no passado. Freya conhece o feitiço. Nada nos impede de fazer o mesmo com você. Óbvio que seu pai vai surtar quando eu mencionar isso. Além de viver obcecado com a sua segurança ele vai ter que se preocupar com os talismãs também.

— Minhã mãe pode ajudar. – Lizzie sugere. E eu concordo com a cabeça.


Caroline pode ser bem persuasiva quando quer. E Klaus tem tendência a ouvir o que ela tem a dizer, embora ele seja ótimo em ouvir, dar a entender que está de acordo e depois seguir fazendo o que quer e bem entende.

— Se a Hope vai ser o Voldemort isso significa que eu vou ser a Nagini? – Josie assume num tom excitado. - Quero! – completa decidida, como se estivéssemos falando de um cosplay de Harry Potter e não de algo sério.

Hope se levanta dizendo alto:

— Ajoelhem-se à minha passagem lacaios. – ela sobe numa cadeira e segue entoando - A Lady da Luz vai passar. Temam meu nome!

Até Lizzie explode em risos agora. Era o que eu queria. Que elas estivessem de boa com a ideia. Klaus e Hayley são muito reticentes em tudo que envolva um risco e que altere a rotina de Hope. Ela estar de ânimo leve com a situação vai ajudar quando ele renegar de cara a ideia, mas depois sentar e repensar o assunto.

— Se eu fizer uma tatuagem que nem a das gêmeas essa pode ser a minha marca da vida e elas vão ser as minhas primeiras comensais!

— Cavaleiras do Dia eu vos convoco à minha presença – ela grita empunhando uma varinha imaginária apontando para uma tatuagem inexistente. Pelos menos por enquanto.

Levanto andando em direção às escadas. Deixo as meninas aproveitando seus devaneios mágicos e fecho a cara.  Hora dos gritos. Talvez eu silencie meus ouvidos por alguns minutos para me poupar do show de exageros que me aguarda.

 

 

Revisão e Edição por:

Drika Landim

Katty Vianna 

Caroline Azevedo


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se tiver gostado deixa um comentário pra mim? Se não tiver gostado também, assim eu fico sabendo que tou fazendo bosta!
Brigadinha.
Beijoo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Odds - INTERNATO SALVATORE" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.