Entrelinhas escrita por Carolina Evans


Capítulo 2
Aquele Em Que Você Não Pode Se Atrasar


Notas iniciais do capítulo

É isso mesmo? Carol está atualizando uma fanfic? rsrs

Bom, é. Eu voltei. Desculpem a demora. Não vou enrolar muito nas notas iniciais - só quero dizer que esse capítulo se passa no sexto ano.

Beijos e obrigada por não desistirem de mim!



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Hogwarts, Sexto Ano.

Meados de Janeiro.

Ele estava atrasado.

Quinze minutos atrasado para ser mais exato. E, para alguém cuja criação abominava atrasos quase tanto quanto abominava mestiços, aquilo era preocupante. Ou quase. Porque o único motivo para Rose Weasley estar preocupada com o bem estar de Scorpius Malfoy é inteiramente egoísta. Se o segundo melhor aluno do sétimo ano for morto por um balaço errante durante um treino de quadribol, com quem ela vai competir?

Dezesseis minutos de atraso.

Estava difícil para ela evitar querer roer as unhas por causa da ansiedade. Talvez fosse melhor ela dar uma passada lá no campo só para conferir se...

As portas do Salão Principal se abriram e Scorpius Malfoy entrou, caminhando em passos lentos e confiantes até a mesa da Sonserina. Em momento algum ele olhou para ela, mas a garota sabia que ele estava ciente de sua presença. Trazia consigo diversos livros avançados de poções, todos com a capa virada para cima, fazendo questão que ela visse.

Tão arrogante.

Rose mordeu o lábio e escondeu o sorriso atrás do exemplar d'O Profeta Diário que fingia ler nos últimos vinte minutos. A ruiva finalmente sentiu o corpo relaxar, como se as coisas estivessem certas no mundo outra vez. Dobrou seu jornal com cuidado e puxou seus livros para mais perto. Era quase uma tradição para os dois passar as tardes de domingo juntos estudando.

Depois de uma hora lendo sobre a importância de tentáculos de lula frescos numa poção, Rose estava pronta para se jogar da Torre de Astronomia.

Ugh. Será que eles não podiam competir em uma matéria menos entediante?

Estava prendendo desajeitadamente os cabelos com a varinha - coisa que sua mãe havia lhe pedido milhões de vezes para não fazer. E não, não era engraçado Hermione quase ter perdido os cabelos num acidente enquanto fazia a mesma coisa. -, quando alguém se jogou no banco à sua frente, assustando-a.

Louis tinha os cabelos louro escuro despenteados, como se tivesse saído do centro de um vendaval. Sua expressão assustada e sobrancelhas grossas apenas enfatizavam o ar de loucura.

— Lou... O que foi? 'Tá tudo bem? — A voz de Rose saiu um pouco mais irritada do que preocupada, mas o garoto estava bloqueando a vista que ela tinha da mesa da Sonserina.

Porque, você sabe, mantenha os inimigos onde você possa ver.

Louis revirou os olhos.

 — Desculpe, não sabia que eu estava atrapalhando sua sessão de procrastinação. Você ainda está na quinta sessão. Mas se quiser eu volto mais tarde. — seu tom de deboche perdeu parte do efeito na voz desafinada.

Há alguns meses a voz do garoto havia começado a engrossar, o que estava causando uma onda de risos na família. Mas não havia muito o que ele pudesse fazer, já que mandar os primos à merda, com aquela voz, apenas o fazia rir mais ainda.

A puberdade realmente é uma droga.

— Não, você sabe que família nunca atrapalha. — Rose forçou um sorriso.

— Que seja. O que você precisa saber é que eu não estaria te pondo nessa situação se eu tivesse escolha. — Suspirou. — Na verdade eu nem sei se você pode me ajudar, é óbvio que é quase tão lesada quanto eu nesse assunto mas... Eu tô com um problema.

Rose deixou escapar uma risada alta, preferindo ignorar o insulto.

— Louis, meu amor... você é um Weasley. É claro que tem problemas.

— Você já se apaixonou?

A pergunta foi tão repentina que Rose teve que piscar algumas vezes para assimilar. E quando o fez, não pode evitar corar.

Não...

Louis assentiu para si mesmo como se estivesse esperando por essa resposta.

— Bom, tem essa pessoa... — começou a explicar brincando com as mãos, para não ter que encarar a prima. — E eu meio que gostaria de convidá-la para ir ao Três Vassouras comigo no próximo sábado. Isso é, se eu não pegar nenhuma detenção. — Olhou para ela esperançoso.

— Sem chance. Se comporte.

— É, eu tinha que tentar. — Deu de ombros. — Mas esse não é o problema. O lance é que... é que... — Todo o sangue pareceu subir para a cabeça do garoto, deixando suas bochechas e orelhas quentes. — Isso é mais difícil do que parece.

Rose alcançou a mão do garoto e a acariciou, tentando acalmá-lo.

— Você sabe que pode me falar qualquer coisa, não sabe? Família é pra isso.

— Esse é problema! — Se levantou exaltado. Vendo a atenção que estava atraindo, baixou a voz e chegou mais perto da prima para continuar. — Talvez fosse mais fácil se você não fosse da família.

Parecia que os dois estavam falando línguas diferentes.

— Lou. — chamou mansamente, respirando fundo. — Eu não estou entendendo. Você já chamou outras garotas para sair. Bom, você já chamou duas garotas para sair. Mas ainda sim, você precisa me explicar o que está diferente dessa vez.

— Você já gostou de alguém e achou que seus pais não fossem aprovar?

— Não! Nunca! — Sua voz saiu mais dura do que ela pretendia.

Louis fez uma expressão magoada e se levantou.

— Quer saber? Esquece, Rose. Eu não devia ter te contado nada.

— O quê? Não. Fica! — Implorou segurando o garoto pelo braço.

— É melhor eu ir...

— Me desculpa!

— Esque-

— Por Morgana, chame o garota para sair! Ninguém se importa. — Uma voz irritada interrompeu a conversa. — Vocês Weasleys não são o centro do universo, sabiam?

Scorpius Malfoy estava parado de pé a poucos centímetros de distância, seus olhos cinzas tempestuosos. Já fazia algum desde a última vez que ele e Rose haviam ficado tão perto um do outro. E a sensação era ainda melhor do que se lembravam.

— Você estava ouvindo a conversa? — A voz de Louis desafinou ainda mais por conta da raiva.

Seria cômico se não fosse trágico.

— É claro que não! — Se defendeu. — O que poderia me interessar na vida amorosa de um garoto de quatorze anos? Eu só vim até aqui perguntar se a Weasley tem os novos horários das rondas! Ela faltou na última reunião dos Monitores.

 Rose limpou a garganta.

— Tenho sim, Malfoy.

— Ótimo. Meu dever com a sociedade foi cumprido. — Sorriu sarcasticamente. — Vê se não falta mais. Eu não sou sua babá.

— Não vou. E você... — passou a língua pelas lábios antes de conseguir completar. — Vê se não se atrasa.

Por favor.

Scorpius lançou um olhar longo e demorado para a garota antes de responder.

— Não vou. — Garantiu.

Os dois Weasley assistiram o garoto se afastar em silêncio.

— Você tem que arrumar outro lugar para estudar. Tudo o que a gente fala dá para ouvir do outro lado do salão. Não te incomoda a falta de privacidade?

— É. Incomoda sim.

— Rose? Por que você está sorrindo?

— Ãhn? Ah, nada. Só tava lembrando de uma coisa que eu li.


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Notas finais do capítulo

O capítulo ainda não foi revisado. Eu terminei de escrever e já postei em seguida. Se encontrarem algum erro, por favor me avisem!



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