Entrelinhas escrita por Carolina Evans


Capítulo 3
Aquele Em Que Bem Que Você Podia Cair da Vassoura


Notas iniciais do capítulo

Oi... tudo bom, gente?

Pois é, eu não estou morta nem desisti de Entrelinhas. Infelizmente inspiração não é algo que a gente controla e eu demorei mais do que o previsto para terminar, apesar de já saber desde o final do outro capítulo que esse seria o tema.

Enfim, nesse capítulo não temos quase interação entre a Rose e o Scorpius, mas eu acho que é um dos meus preferidos, porque as coisas estão ficando cada vez mais óbvias.

Bom, é isso. Me desculpem pela demora e aproveitem o capítulo!



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Hogwarts, Sexto Ano.

Final de Fevereiro.

Semifinal da Taça de Quadribol.

Louis acenou energicamente da arquibancada, o cabelo loiro despenteado - aparentemente ele gostava assim agora, então era de propósito - se destacando entre as cores da Corvinal. A disputa era entre Grifinória, a cada de Adam, o namorado de Louis, e Sonserina.

Rose apertou o casaco no corpo, enfrentando o vento que ficava mais forte a cada degrau que subia.

— Falta muito para começar? Eu perdi alguma coisa? — perguntou esfregando os braços, tentando se aquecer.

— Nah, eles ainda nem entraram em campo. — Louis tranquilizou. — Roxanne foi buscar o cachecol da sorte. Disse que vamos precisar de toda a sorte que conseguirmos hoje, a cretina. — resmungou.

Rose concordou com a cabeça sem perceber.

— O time da Sonserina é muito bom. — comentou mantendo a voz neutra. Louis quase torceu o pescoço tamanha a rapidez com que virou a cabeça para olhá-la. — Quero dizer, — limpou a garganta. — o seu namorado joga muito bem. Tenho certeza que a Grifinória vai vencer de lavada. Nossa, a vitória já é deles.

Louis relaxou e se permitiu dar um sorriso.

— Ele é demais, não é? — Disse orgulhoso.

Rose estava se sentindo um pouco burra. Ou melhor, obtusa. Ela deveria ter desconfiado quando Louis foi procurá-la querendo conversar sobre alguém — ele não disse uma garota, sem gênero - que a família não aprovaria. Afinal, a mãe dele era parte veela. Dificilmente ele teria alguma dificuldade para chegar em uma garota.

Por outro lado, seus nervos ficavam em frangalhos com a perspectiva de chamar Adam Jones, um cara mais velho e artilheiro da Grifinória, para sair, sem saber que Jones se sentia igualmente afetado por sua parte veela.

Não que Adam estivesse com Louis só porque o achava bonito.

Rose estava muito orgulhosa do primo de quatorze anos.

— Opa, Roxanne chegou. — Louis apontou a garota em meio a multidão, subindo as arquibancadas.

— Ei, Rose. — a garota de pele morena chamou. Roxanne ficou impaciente e começou a passar pelo meio dos estudantes até chegar nos primos. Seus cabelos cacheados estavam uma completa bagunça por causa do vento. — O que a sua amiga está fazendo na arquibancada da Sonserina? Um grifinório no meio das cobras é a pior traição! Vem pra cá, Mason! — gritou.

Felizmente a garota estava longe demais para ouvir. Infelizmente Rose estava perto o bastante.

— Ótimo comentário. Por acaso se esqueceu do nosso primo sonserino, Albus Potter? — Sinceramente, era irritante até onde a birra do tio George, e consequentemente Fred e Roxanne, ia com os Sonserinos.

— Ele é um caso à parte, você sabe. — A morena suspirou, interpretando errado o tom de voz da prima.

Como sempre.

— Não, não sei. — resmungou para si mesma.

Louis tossiu chamando a atenção.

— Hm, Dominique e Fred vão assistir o jogo com a gente? — perguntou com os olhos fixos na entrada dos times para o campo.

— Vão. — Roxy respondeu. — Mas da arquibancada da Grifinória com o Hugo e-

— ISSO! Arrasa com eles, baby! — Louis se esgoelou ao ver o namorado entrar em campo.

Roxanne e Rose trocaram um olhar divertido.

— Baby? Que lindinhos. Ele te chama de baby boy? — Roxy provocou.

— Para a sua informação, ele chama sim. Vocês só estão com inveja porque eu tenho alguém pra me beijar.

— Sonha, baby boy. — piscou voltando sua atenção para o campo, para a partida que estava prestes a começar.

Alguns poucos pingos de chuva caíram no rosto de Rose, deixando-a preocupada. A maioria dos acidentes graves no Quadribol acontecem na chuva. Vassouras ficam escorregadias, a visibilidade é baixa e o vento deixa os arremessos mais difíceis.

Pelas calcinhas de Morgana, será que poderia piorar?

— Bem vindos ao penúltimo jogo da temporada! — A voz de Lily Luna ecoou pelo campo. Merlin, será que seus primos estavam em todo lugar? — Hoje, Grifinória e Sonserina disputarão para ver quem terá a chance de competir contra a Lufa-lufa pela Taça das Casas. — Os lufanos começaram a bater os pés, fazendo o maior barulho possível. — Sim, sim. Maravilhosos, mas hoje não é dia deles, porque o deles já tá garantido. Os times já estão em campo. Parece que temos alguns novatos em campo hoje... Ei, não seria engraçado se na hora de apertarem as mãos um deles tivesse um daqueles aparelhinhos de choque? Eu não... eu não estou dando ideias, Diretora! Só estava comentando. Alguém por acaso sabe o que é isso? — Algumas poucas mãos se levantaram nas arquibancadas. — O que vocês aprendem em Estudo dos Trouxas?

— Quanto tempo até a McGonagall desistir de deixar a Lily narrar o jogo? — Roxy perguntou divertida.

— Até que ela tá indo bem.

Roxy e Louis concordaram.

— Grifinória com a posse da bola. Oi, Adam. Se continuar jogando assim vai ser muito bem vindo na família. — Lily Luna disse arrancando risos da "plateia". — Tudo bem, sem distrações para os jogadores. — Continuou depois de levar uma bronca da McGonagall. — Taylor, o novo batedor da Sonserina não está para brincadeiras. Vocês viram isso? Malfoy consegue a posse da bola usando uma manobra incrível! Infelizmente agora ele é o novo alvo dos batedores, é melhor se apressar... Aí! Isso deve ter doído!

Rose prendeu a respiração.

O jogo continuou com fortes emoções. Adam até que era um bom jogador e conseguiu marcar uns bons pontos para o time. Carpenter, uma das poucas jogadoras mulheres em campo, sobrevoou as arquibancadas dos professores, errando por pouco o professor Flitwick, que levou tudo numa boa - para a diversão dos alunos.

Ainda sim, os times estavam empatados com 197 pontos e o ganhador teria a chance de disputar a Taça de Quadribol com a Lufa-Lufa.

Isso pareceu desesperar alguns jogadores e as faltas começaram a se tornar frequentes, para o desespero tanto de Louis quando de Rose. Os dois estavam de mãos dadas, bem apertadas, com os olhos fixos em tudo o que acontecia em campo, embora seus focos estivessem em coisas diferentes.

— VOCÊ É HORRÍVEL, MCMASTERS! VOCÊ DEVIA USAR SUA VASSOURA PRA VARRER TEU RASTRO DE SUJEIRA, SEU PORCO TRAPACEIRO! — Lily berrou tendo o microfone arrancado de suas mãos pela direta. — Ah, isso não tem nada haver com o meu irmão, eu estou sendo imparcial, diretora McGonagall! Eu xingo os jogadores de ambos os times se eles fazem algo de errado! — Disse indignada com a repreensão. — Está bem. De qualquer forma, foi falta. O capitão do time da Sonserina, eu esqueci o nome dele... Bulstrode? Obrigada, professor Longbottom. Bulstrode chamou os jogadores para conversar. Podia dar uma bronca no Cavalier, ele tá jogando muito mal!

Rose apertou os olhos contra a claridade do céu nublado, tentando enxergar o pontinho verde que era Scorpius. 

Malfoy. 

 O pontinho verde e machucado que era Malfoy.

— Calma, Rosie. — Louis sussurrou. — Não é nada que a Madame Ponfrey não possa dar um jeito.

As palavras dele eram gentis, mas Rose não estava prestando atenção. Nem teria como.

Porque ele estava olhando de volta.

Suas bochechas esquentarem.

Mesmo que talvez ele não pudesse enxergar, ela fez com os lábios "caia da vassoura, seu idiota", o fazendo sorrir em resposta.

Graças à Merlin ele estava bem.

— Por que  o Malfoy está olhando pra você, Rose? — Roxanne perguntou.

— Deve estar me amaldiçoando. — respondeu sem desviar o olhar do garoto.

O jogo continuou por mais uns vinte minutos, deixando os nervos da garota em frangalhos. Quando finalmente o apito da Madame Hooch soou, encerrando a partida, ela não sabia se ria ou xingava.

— Com cento e cinquenta pontos de diferença, graças à captura do pomo... — Lily anunciou. — A SONSERINA VENCE! PARABÉNS ALBUS, MÊS QUE VEM EU TE PAGO. 

— Isso! — Rose pulou no banco com os braços pra cima. O alívio que sentia era imenso. — Precisamos ir dar os parabéns ao Albus. — disfarçou ao ver o olhar da prima.

— Sim, diretora, a gente fez uma aposta. Não acho pouco profissional, eu narrei direitinho, não narrei? — Nem mesmo Lily se defendendo da diretora McGonagall pareceu animar Roxy, que muito arrasada, observou os alunos da Sonserina invadirem o campo e erguerem os jogadores, iniciando uma comemoração que não acabaria tão cedo.

Rose se certificou de que seu sorriso estava controlado, antes de tentar consolar a prima.

— Ainda temos o ano que vem. — Prometeu. — Além disso, já ganhamos a Taça três anos. A Grifinória ainda é um puta time.

— Grande merda. Perdemos para a Sonserina. Para a Sonserina, Rose!

— Se gosta tanto de Quadribol, deveria ser mais madura sobre isso! — Rose repreendeu.

— É. Veja a Lily, por exemplo. É da Grifinória mas xingou os dois times na mesma proporção. — Louis brincou tentando evitar a briga. Ele ainda teria que ver como o namorado estava.

— Oh, me desculpe se não estou dando pulinhos porque a Sonserina ganhou. — Roxanne continuou irritada. — Se ainda tivesse sido um jogo justo... mas a Sonserina-

— Não foi a única que cometeu faltas! — Rose retrucou com o rosto vermelho.

— Ei! Ei! Vocês duas! — Louis ficou no meio das garotas. — A Grifinória perdeu e isso é uma droga. Mas uma droga pela qual não podemos fazer nada sobre. — Bufou. — Mas o que podemos fazer agora é ir consolar o meu namorado e ir dar os parabéns para Albus, porque a casa dele venceu. Entendido?

— Sim. — As duas responderam juntas, tendo a decência de parecerem envergonhadas.

— Eu... me desculpa, Rosie. — Roxanne foi a primeira a falar. — Eu sei que você nunca ficaria do lado daquelas cobras, só está sendo sensata que nem a Tia Hermione. — Sorriu fraquinho. — Vou agora mesmo falar com Albus, vamos juntas?

Rose abriu a boca para responder mas foi interrompida por Louis.

— Ela já vai, Roxy. Só preciso que ela me ajude a pensar no que falar pro Adam antes. Pode ir na frente. Vai, vai. — Deu um tchauzinho quando viu que a garota iria esperar.

— Já te encontro no Salão Principal. — Prometeu Rose. — Então. — Se virou para o primo depois que Roxanne saiu. — O que você tá pensando em fazer? Algo romântico? Não acho que ele esteja com cabeça pra isso agora, Louis.

— Ah, não. Na verdade eu já sei o que vou fazer. — O garoto deu de ombros.

— Já? Mas... o que eu estou fazendo aqui então?... Oh, Meu Deus! — A garota de repente ficou vermelha. — Você quer saber sobre aquele tipo de coisa.

— Quê tipo de... não! — Louis também ficou vermelho. — Eu não estou falando de... disso. Merlin, Rose! Não!

— Não? Mas então o que você quer?

— Me deixar pensar, tá?

— Okay.

— Hum. Tá bom então. Fazer o quê? — Louis disse para si mesmo. — Até que ele é bonitinho, com esse cabelo bagunçado e esses olhos azuis. E ele foi justo mesmo prejudicando o time. — Continuou. — Claro que não vai ser fácil apresentar ele no jantar de família, mas você escolheu bem, Rose.

— Do que você tá falando? — Rose perguntou branca.

— Ei, tá tudo bem. Eu só queria dizer que eu entendo. Ninguém escolhe essas coisas. — Tranquilizou a garota. Fez um sinal para os colegas por cima do ombro da prima. — E mais uma coisa: você está na Grifinória. Covardia não é sua especialidade, entende o que eu quero dizer? — Piscou para a prima antes de se virar e descer as arquibancadas, indo consolar Adam, deixando para trás uma Rose estática.

O que diabos tinha acabado de acontecer? se perguntou.


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Notas finais do capítulo

O capítulo não está betado. Se encontrarem algum erro, por favor ignorem ou - melhor ainda - me avisem.

Beijos, Carol!



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