Supernatural — Becoming Girl escrita por CASS


Capítulo 9
IX — More than a Feeling.


Notas iniciais do capítulo

Peço perdão pela minha demora. Problemas com o PC.
Mas o importante é que o capítulo tá aí aaaaaa
Aproveitem. ♥
Tem mais logo, logo.



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ANTERIORMENTE, EM BECOMING GIRL...

— Olá, novamente, Castiel.

— Eu morri, não é?

— Só os mortos conhecem o fim da guerra. Sua guerra ainda não acabou, Castiel. Nem a dos irmãos, Sam e Dean. Vocês ainda têm muito para correrem juntos. Mandarei você para o passado de Sam e Dean Winchester.

 

— Qual seu nome? — Sam perguntou.

— Clarence. — Castiel mentiu. — Cassandra Clarence.

— Gabriel. O que faz aqui?

— Papai me mandou. Vou ser seu guia, ou relógio. Como preferir.

— QUE DIABOS SÃO VOCÊS?

Gabriel olhou de esguelha para Cass.

— Somos anjos, dã. Asas, auréolas. Harpas.  Sempre quis fazer isso. — admitiu Gabriel. — MIB vai me contratar semana que vem, prevejo isso. Chamam isso de Neuralizador. Eu adoro esses filmes de E.T.s e mundo-que-precisa-ser-salvo. De verdade.

— Promete que vai ficar.

— Não posso ficar.

— E quando você precisar de mim?

— E quando você precisar de mim? — perguntou Cass. — É só chamar. Nas horas ruins. Com o pensamento. Posso ser uma exímia telepata.

— Bom dia, Cass. — disse Sam.

— Hey, Cass! — cumprimentou Dean. — Café?

Só deu tempo de Castiel correr até os dois, dando-lhes abraços apertados.

— O que foi isso? — perguntou Dean.

— Só... Bom dia. — Cass sorriu.

   — O.k.... — Dean lançou um olhar furtivo a Sam, que retribuiu. — Bom dia.

   Castiel sorriu, um sorriso mais aberto que antes. Era bom ver os amigos vivos novamente. Era bom saber que estavam inteiros, bem, e com a mesma idade de sempre. Cobriu as saudades do antigo Dean. Desviou a atenção de seus pensamentos para Bobby.

   — Hey, Bobby.

   — Bom dia. — resmungara ele. — Whisky?

   — Não, obrigada.

   Bobby deu de ombros e tomou um gole do frasco.

   — Localizei a primeira vítima.

   Um frio correu a espinha de Castiel.

   — O nome é Anne O’Shelley. E tem uma irmã em Illinois.

   — Nós vamos. — disse Sam. — Quer ir adiantando as coisas e ir atrás da família da outra vítima?

   — Pode s...

   — Não! — gritou Castiel, assustando Dean, que estava ao seu lado.

   — Por que não?

   Cass não pensou numa boa resposta a não ser aquela:

   — Mau pressentimento sobre essa irmã.

   — O que pode ser? — debochou Dean. — Um palhaço?

   — Lá vem você com essa história de novo... — murmurou Sam.

   — Foi mal. — Dean prendeu a risada. — Mas do que está falando, Castiel?

   — Precisamos ir juntos. Nem que Bobby nos espere do lado de fora. Acreditem em mim quando digo.

   Os três homens se entreolharam.

   — Seus poderes estão voltando?

   — Talvez.

   Silêncio. Barulho de dentes triturando algo. Dean devorava uma rosquinha.

   — Qual é, to faminto!

   — Escuta, Cass — começou Sam — Diga-nos o porquê de não querer que nós vamos.

   — É só... É como se alguém dissesse para não irmos sozinhos. E que, lá, vocês devem ouvir um ao outro.

   Silêncio constrangedor.

   — Vamos assim que acabarem as rosquinhas.

...

   Eles estavam prontos para sair. Eram nove da manhã quando Bobby pôs o cinto e pôs a chave na ignição. Castiel sentou ao lado do mais velho na caminhonete vermelha desbotada, como fez da última vez. Tudo estava em repetição. Dean entrou no impala ao mesmo tempo que Sam bateu o porta-malas, logo andando devagar até a porta do carona entrando. Um pássaro pousou num galho ali perto, piando de uma maneira diferente. Parecia uma gralha, e Castiel não pôde vê-lo direito. Devia ser uma gralha. Uma gralha com penas escuras e cauda comprida. Devia ser uma gralha.

   Os Winchester deram a marcha e começaram a rumar para fora dos terrenos de Singer. Tomando aquele labirinto de carros, rumando para o lado oeste, alcançaram a rodovia e rodaram os pneus até a casa que fora de Anna O'Shelley, onde o ser maligno esperava.

   — Escute, Castiel... — começou Bobby, como antes. — Você lembra o que aconteceu?

   — Não, Bobby. Não muito bem.

   — Se você tiver qualquer coisa, qualquer memória, vai ajudar.

   Castiel assentiu, olhando o movimento dos carros através da janela.

   — Tente, tá legal? Isso pode ajudar. Feche os olhos, ou sei lá, apenas tente lembrar.

   Dessa vez, Castiel obedeceu. Fechou os olhos enquanto Bobby dirigia. Cass não sabe quanto tempo demorou. Na verdade, para ele pareciam horas. Com os olhos fechados pôde ver que estava procurando alguém. Lembrou-se disso. Procurava alguém porque... Porque o tecido da realidade estava com problemas. Isso. Estava com problemas porque... Alguém estava mexendo. Uma mulher. Não conseguia ver o rosto dela.

   — Consegui! — exclamou Castiel, exaltada. — Pouca coisa, mas...

   E contou à Bobby tudo que se lembrava. O rosto do caçador contorceu-se. Não sabia bem o que pensar. Era bom Cass ter lembrado de algo, mas o que essas informações custariam aos dois? Ou melhor, à todos eles?

   — O.k., Castiel. Parabéns pelo esforço, agora me deixe pensar.

   Bobby puxou o frasco de whisky e bebeu um gole. Ofereceu a Castiel, que recusou, balançando a cabeça.

  Ao lembrar do caminho, Cass sabia que não faltava muito para chegarem à casa.

...

— Cara, precisamos conversar. — disse Sam enquanto Dean engatava a marcha do carro.

   — Manda bala.

   — Você tem sido... um perfeito babaca.

   Dean repuxou o lábio para a esquerda, apertando o volante com mais força.

    — Não me diga.

   — É. — Sam assentiu. — Que bosta foi aquela de “você é um inútil e nunca fez nada que prestasse, pra variar”? Cara...

   — Olha, Sam, que eu saiba o papai já morreu faz tempo e eu não preciso de mais represálias e sentir como se eu fosse o pior lixo da face da Terra.

   — Você vem sendo constantemente. — Sam murmurou, enquanto Dean respirava fundo, aumentando o som do rádio. Tocava Don’t Stop Believing e o irmão mais velho dublava a música em silêncio.

   Até que a canção terminasse, Sam esperou. Esperou o momento certo, a hora correta de recomeçar o assunto com Dean.

   — Up and down the boulevard...

   — Hã, Dean?

   — THEIR SHADOWS SEARCHING IN THE NIGHT.

   — Dean...

   — STREETLIGHT PEOPLE, LIVING JUST TO FIND EMOTION.

   — Hiding, somewhere in the night. — Sam completou, desanimado com a eminente perda. — Walking hard to get my fill, everybody wants a thrill…

   — Okay, o que você quer? — Dean ergueu a sobrancelhas, baixando o som minimamente.

    — Conversar.

  A música tocou calmamente enquanto o carro ainda rodava pela estrada calma. Alcançou seu refrão, fazendo Dean dando umas batidinhas no volante enquanto Sam não iniciava seu sermão.

   — Hold on to the feeling... Streetlight people… DON’T STOP BELIEVING. Okay, agora pode falar.

   — Obrigado. Dean, por que você anda agindo assim com o Cass?

   — Nada de especial, tá legal?

   Sam sabia que tinha algo mais forte do que “especial”, se essa palavra existisse no vocabulário de Dean sem significar “Sammy”. Respirou fundo, olhando para o irmão fixamente.

   — Castiel fez alguma coisa? Digo... Ele está num corpo legal, até. Mas você está meio que... — Sam fez sinal com as mãos como se empurrasse o ar. —... Afastando-o de propósito.

   — É que ele me lembra alguém, tá legal? Só isso.

   Dean estava mais sério e rude do que nunca.

   — Você está falando da Cassandra? 

   O mais velho pigarreou, à medida que Sam abria um sorriso, quase uma risada.

   — Cara, isso foi há... Quase vinte anos. 

   Dean não respondeu. Deixou que o silêncio inundasse o carro. O rádio dizia a próxima música a ser tocada. 

   — Ela deve ter sido alguém bem importante pra você.

   O irmão mais velho assentiu. Sam decidiu calar-se.

...

   O aperto no peito que Castiel sentira antes, no mesmo dia, repetira-se, porém mais leve. A premonição, a sensação ruim. Era como se alguém quisesse sair de dentro daquele corpo.

   Bobby estacionou na frente da casa da garota que fora assassinada.  Dean parou o carro pouco mais a frente, antes que Singer subisse na caminhonete novamente. 

   — Vou estar aqui fora. Não estou sociável hoje. 

   — Alguém está contraindo a síndrome-Rufus. 

   Singer franziu o nariz para Sam, os olhos cerrados, um sorriso propositalmente falso. Sammy descia do carro primeiro que Dean, passando a mãos nos cabelos, como de costume. 

   Dean ajeitava o blazer preto. A gravata vermelha estava torta. Como antes, Castiel deu um passo à frente. Não lembrava exatamente o que tinha dito antes, mas ajeitou a gravata do mais velho com um sorriso contido.

   — Hey, assbutt. — deu um tapinha no peito do mais velho. — Sorria, parece que quer matar alguém.

   Castiel deu meia volta, deixando Dean sem reação, mas com um sorriso no canto dos lábios. Pareceu hesitar em dizer ou fazer algo. Novamente, prefiro descrever a primeira opção. Sam deu um sorrisinho, acionando a campainha da casa. 

   Dessa vez, não demorou. A mesma mulher abriu a porta, loira, olhos azuis cintilantes e ameaçadores. Era Alicia, a mulher que dormira com Dean algumas noites antes. Castiel prendeu a respiração ao vê-la. 

   — Senhora O’Shelley? — Sam mostrou o distintivo para a loura. — Somos os agentes Lahey e Newton, do FBI.

  — E essa aí? — a mulher apontou com os olhos sobre Castiel, que sentiu a pressão no peito consumir sua respiração novamente apenas com o olhar dela.

   — É... Nossa estagiária. Aspirante a agente Collins.

   Castiel, dessa vez, mostrou o distintivo corretamente. A loira percebera algo errado apenas pelo seu olhar, mas não comentou. 

    — Ah. Entrem.

  Dean foi o último a entrar. Não havia percebido quem era a loira. Esteve com ela dias atrás, então ela simplesmente segurou seu braço e sorriu.

   — Esqueceu de mim tão rápido, Dean? Eu não sabia que você era FBI.

  — Ah... Alicia. — ele deu um sorriso constrangido com o olhar que Castiel lhe lançou. — Desculpe, você está com o cabelo mais curto.

   — Ah, visual novo, você gostou?

   Castiel e Sam pigarrearam ao mesmo tempo, e Dean não respondeu. Apenas soltou-se da mulher e andou até os sofás, aguardando a deixa para sentar com os outros dois. Alicia fez sinal com a mão e os três sentaram, tensos. Sam estava, outra vez, entre o anjo e o irmão. 

   Constrangedor.

   Alicia ergueu uma sobrancelha ao sentar-se na poltrona à frente deles.

   — Gostariam de um café ou...?

   — Não, obrigado. Hã, senhora O’Shelley, Anna é sua parente? — perguntou Sam, indo minimamente para frente no sofá.

  — Minha irmã. — ela assentiu sem saber o porquê. — Por que perguntam?

  — Senhora O’Shelley, Anna foi encontrada morta ontem a tarde no escritório onde trabalhava. A causa da morte foi asfixia.

   Alicia engoliu em seco, olhando para baixo.

   — Estão dizendo que alguém matou minha irmã?

   — É possível, senhora O’Shelley. — respondeu Castiel, o tom de voz muito sério.

   Alicia apenas não se moveu. Parecia tentar chorar. Castiel foi o único a notar isso. Então, depois de um momento em silêncio, o telefone da casa tocou. Alicia levantou. 

   — Alô? O quê? — Castiel desejou conseguir ouvir. — Tá, tá... 

   Os três aproveitaram a deixa para cochicharem entre si.

   — Não estou me sentindo muito confortável aqui, Dean. — murmurou Sam. — Acho que Cass tem razão. Essa mulher é sinistra.

   — Ela não era assim quando a gente...

   — Fornicou. — completou Castiel. — Mas enfim. Quem vota pra irmos embora?

   Os três ergueram as mãos disfarçadamente. Assentiram, e Sam e Dean tiraram par ou ímpar sobre quem falaria para Alicia que iriam sair. Dean, como sempre, perdeu. Quando viu a loira voltando, levantou-se, seguido por Sam, e depois Cass. 

   — Já estão de saída? — perguntou Alicia. 

   — Já, só viemos falar sobre sua irmã. — informou Dean. — Com licença.

   Ele saiu andando até a porta, seguido por Sam e Castiel. Antes de passar por Alicia, Cass deu um sorriso vitorioso de deboche a ela. Alicia percebeu e encarou Castiel séria.

   Os três saíram pela porta. Bobby estava em outro lugar, na outra calçada, pronto para seguir viagem ao seu outro caso. Castiel preferiu ir, dessa vez, com os Winchester. 

   — Foi rápido. — gritou Bobby do outro lado da rua. — Tinha palhaços lá?

   Sam revirou os olhos. Foi o primeiro a entrar no carro, no banco do carona. Dean entrou no banco do motorista, e Castiel sentou atrás. 

   — Vamos embora. — disse Dean, ligando o carro.

   Alicia estava na janela, observando o impala começar a andar. Parecia estar murmurando algo. Uma sombra parou atrás dela, que seguia com os olhos os Winchester e Castiel. O anjo sabia que era Lúcifer. Respirou fundo por sair vivo dessa. 

   Já a alguns metros da casa, Cass relaxou. Pôde olhar para frente novamente, sem encarar o vidro traseiro do carro. 

   — Cass. Algum problema? — Dean olhou pelo espelho retrovisor.

   Ela não pôde responder.

   Foi questão de nanossegundos. Ao olhar para Dean, viu de relance a figura de Gabriel. Parecia estar segurando o carro, ou algo assim. E então o grito de Sam cortou o silêncio.

   — DEAN!

   E a batida. O carro chocou-se contra um caminhão de pequeno porte.

...

   Castiel abriu os olhos. Estava tonta, de cabeça para baixo, presa pelo cinto de segurança. Quando seus sentidos se apuraram, pôde ouvir pessoas ao redor do carro ligando para a emergência. Sam chorava baixinho, Cass ouviu.

   — Sam? — sussurrou. — Dean?

   — Cass? — Sam tentou olhar para Castiel, sem sucesso. — Cass, você tá legal?

   — Sim. Dean?

   — Dean tá desacordado... Cass, eu não sinto as minhas pernas... Cass, eu não tô sentindo minhas pernas...

   E voltou a chorar baixinho. 

   Castiel desmaiou novamente, assim que a ambulância chegou. 


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Notas finais do capítulo

Então, Mishamigos? ♥ Espero que tenham gostado.
Deixem seu incentivo.



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