A Sombra do Vento escrita por Lady G


Capítulo 4
Capítulo 3 - Ctrl C e Ctrl V


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpem a demora.
É que eu estava ficando meio sem tempo para fazer e também, não se viram, mas eu desenhei a capa da fanfic. Sim, eu desenhei Shikamaru e a Temari ♥
Boa parte do mistério será resolvido aqui, então, espero que gostem! Obrigada pelo apoio!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/728126/chapter/4

O Outono já dava seus primeiros sinais de vida. Muitos moradores de Konoha usavam blusas de frio mais finas para evitar o vento gélido. O carro de Shikamaru parou próximo a ponte onde o crime aconteceu e ao abrir a porta do carro, levou um tapa de vento gélido. Murmurou “que saco”. Temari, no entanto, não pareceu se importar. Por mais que deserto fosse sinônimo de calor intenso, quando escurecia, era completamente frio e isso ela já estava muito acostumada.

A dupla procurava por moradores de rua que estivessem próximo de onde estavam. No relatório, o policial que fez a apuração inicial estava claramente com preguiça de seguir em frente com detalhes. Em uma ponta da ponte, tinha-se um beco com algumas pessoas conversando e procurando blusa de frio num saco de preto. Muito prováveis doações de alguém.

— Com licença? – Cerca de quatro homens a olharam curiosos, mas sem intenções maléficas. – Me chamo Temari, sou investigadora e estou cuidando do caso do homem que supostamente se matou aqui hoje de madrugada. Algum de vocês falou com o policial sobre isso?

Os homens se entreolharam. Devido à sujeira em excesso de cabelo de dois, Temari não conseguia distinguir idade ou até mesmo a própria cor deles.

Até que um tomou coragem e deu um passo a frente. Suas roupas estavam moderadamente sujas. Ele parecia saudável para estar nas ruas e uma fileira de dentes limpos aparecerem quando ele abriu a boca para começar a falar.

— Fui eu, senhora. – disse meio receoso.

— Fique tranqüilo, o senhor não será exposto. Apenas uma pergunta: o que o senhor viu?

— Bom... – estreitou os olhos para acessar as memórias. – Eu contei para o outro policial que ele não parecia querendo se matar.

— E o que o policial disse? – Shikamaru, pela primeira vez questiona os envolvidos do caso. Temari achou ruim, mas não discutiu.

— Que eu estava bêbado e drogado e que possivelmente estava vendo coisas. Mas... Eu sou limpo! Moro num abrigo aqui perto e só venho para bater um papo com os meus amigos.

— Será super interessante eu falar disso na matéria. – disse Shikamaru para Temari, que só revirava os olhos.

— Conte-me, por favor. – insistiu a loira. O senhor assentiu.

— Eu sempre passo por aqui de manhãzinha para chamar meus amigos para tomar café da manhã no abrigo. Lá abre cedo, por isso eram umas cinco horas mais ou menos que passei por aqui, mas passei por baixo. Ali naquele caminho. – apontou para abaixo da ponte, onde ficava uma rua isolada e calçadas sem carpir devido o mato alto. Havia também escadas que levavam até a ponte que estavam. - Então, de longe ouvi uma discussão.

— Que tipo de discussão? – Temari anotava todas as informações importantes em seu bloquinho simpático.

— “Você, você vai pagar por isso”. Foi o que conseguir ouvir. Pois, fiquei com medo, sabe? Ouvi um “Pare com isso”, e ai... Eu corri de volta para o abrigo... Não vi o que aconteceu em seguida. 

— Entendo. Por isso acredita que o homem não tenha se matado?

— Sim...

— Muito obrigada... Ahn... Seu nome?

— Jhonny. – respondeu o homem que aparentemente parecia mais tranqüilo.

— Jhonny. – repetiu Temari. Esboçou um sorriso. – O senhor nos ajudou e muito.

Após despedirem-se do pobre homem, foram até o carro novamente e começaram a discutir sobre o que tinha coletado até ali.

— Yvone não teria forças o suficiente para empurrá-lo ponte abaixo. Mesmo com o homem drogado. – Shikamaru tremeu ao tocar no volante. – Por que de repente tudo ficou tão frio?

— Vamos logo então à casa de Yvone, tenho certeza que a gêmea traída pode tentar fazer algo para se inocentar. – Temari ignorou a sessão tremedeira do moreno ao seu lado e continuou. – Eu simplesmente não consigo confiar nem nela e nem no Shuji.

— Concordo. Um está tentando acobertar o outro ou uma terceira pessoa. É um típico caso de crime premeditado. O cara tinha dinheiro, dinheiro de pensão ou seguro de vida e pronto: temos um caso.

Chegando ao local endereçado nos arquivos, a dupla deparou-se com uma casa imensa. Localizada na parte mais nobre da cidade da folha, a construção estava afastada da “civilização”. Uma área de sítios e chácaras. A casa tinha sua frente de madeira bem polida e pintada com um branco fosco. Janelas enormes cobriam a parte da frente e lateral. No andar de cima a mesma coisa. Não tinha grades, muros ou portões. O sonoro som do motor de Shikamaru fez alguns vizinhos distantes olharem curiosos para os estranhos. Temari releu algumas anotações antes de sair do carro enquanto Shikamaru procurava uma blusa de frio mais reforçada, já que ele vestia apenas uma blusa fina de manga, uma calça jeans bem usada e um par de coturnos. Em contrapartida, Temari vestia um conjunto social de calça e blazer. A blusa social branca que estava por debaixo do blazer era de um tecido bem leve, mas a mantinha quente. Prendeu o cabelo em um rabo de cavalo, - que estava descabelado devido a velocidade do carro.

Temari bateu na porta uma, duas, três vezes. Shikamaru iria tentar quando a porta abriu-se subitamente. Era Yvone usando roupas um pouco mais elaboradas do que a ultima vez. Parecia estar com pressa, e isso foi o ponto inicial da analise corporal de Shikamaru. Esse cara poderia ler até a sombra de alguém.

— Investigadora? Encontrou algo? – os olhos não estavam mais mareados de chorar. Na verdade, o olhar tristonho fora substituídos por olhos mais sérios e quase sem vida.

— Sim. Você tem uma irmã gêmea. – Temari estava tão séria. Que não saberia dizer se aquilo era de mau humor ou porque a mulher a sua frente mentiu. Ela odiava mentiras.

— C-como descobriu? – a ruiva se encolheu um pouco atrás da porta.

— Podemos entrar? – ignorando-a, Temari esticou um pouco o pescoço para analisar o cômodo mobiliado atrás de Yvone.

— Pode sim. – Yvone abriu a porta e esticou. Revelando-se ser uma sala de visitas. Existiam vários estilos de móveis: os de plástico, madeira e ferro. Existia um aparador encostado próximo de onde estavam. Lá continha diversas fotografias em porta retratos e Shikamaru encontraram uma foto peculiar. – Querem algo?

— Quero saber o porquê de não ter me contado que tinha uma irmã gêmea e que ainda foi traída por ela e por seu viúvo-ex-marido. Falso testemunho e/ou ocultar informações triviais é crime. – seu lado mais autoritário era novidade para Shikamaru. Ele gostou disso.

— Não achei necessário dizer. – Yvone desviou o olhar. Shikamaru havia encontrado outros objetos ao redor deles. Vários argumentos interessantes a serem usados.

— “Não achei necessário dizer”? Yvone, todos... TODOS são possíveis culpados num assassinato. Incluindo você e seu amigo, Shuji. – Yvone olhou para Temari preocupada

— Está me acusando de ter matado meu marido ou o amigo dele? Está equivocada senhora detetive. – era evidente que Yvone estava nervosa e sentindo-se injustiçada.

— Detetive Temari, permite-me fazer uns questionamentos? – Shikamaru soou tão formal, que era quase impossível dizer não. Mas, e se ele estragasse tudo e até pior: ganhassem um processo?

— Espero que não seja algo inútil. – era basicamente um “sim”. Mas, um “sim” ao estilo Temari.

— Yvone... Sua postura é de sempre estar pronta para imprevisto. Seu olhar capta qualquer chance de entrar num modo “imaginativo”. Tal como usado em escolas de artes cênicas. Estou errado? – Temari e Yvone o olharam perplexo. Senhoras e senhores, este era o Shikamaru Nara.

— Sim... Sou atriz. Mas, faz muitos anos que deixem de ser. – Yvone claramente estava na defensiva. Shikamaru continuou.

— Uma vez atriz, sempre atriz. Alias uma coisa que percebi, Shuji era bem íntimo de vocês, pelo visto. – pegou um dos porta-retratos onde estavam as gêmeas idênticas mais o advogado na fotografia.

— Aonde quer chegar? Alias... Quem é você?

­- Ninguém, apenas um curioso. Onde está sua irmã?

— Viajando. Há meses que não a vejo. Será...? Será que foi ela? – Yvone levou às mãos a boca, como se algo surpreendesse. – Sinto muito, deveria ter tido. – Shikamaru “comprou” a atuação e seguiu com as perguntas.

— Mas ent... – um barulho de vidro quebrando veio do andar de cima. A dupla olhou para cima e depois para Yvone.

— Foi um gato. Gatos não descansam até quebrarem tudo...  

— Pode nos contar o que aconteceu entre você, sua irmã e seu marido? – agora foi Temari que questionou. – Yvone olhava para escadas que davam acesso ao andar de cima, como se esperassem por alguém. Retornou a olhar para a loira. – Ela queria ficar com o dinheiro... Por isso, fingiu se passar por mim e ficou com o meu marido. Eu o perdoei, entretanto preferi o divorcio. Não conseguiria dormir ao lado dele novamente.

— Só isso? – Shikamaru parecia indignado com a situação toda.

— Sim... Então... Eu dei dinheiro para Yrana viajar. Sumir por um tempo... Acho que ela deve estar em algum país que tenha fontes termais. Ela gosta e muito dessas coisas. Mais alguma coisa? – se ela estava nervosa, não parecia. Ou pelo menos não demonstrava.

— Bom. Encerro minhas perguntas por aqui e você Shikamaru? – a loira estava tramando algo.

— Também... – foi mais um murmúrio do que propriamente uma resposta.

— Espero ter ajudado em algo... – a ruiva estava praticamente empurrando-os porta a fora. – Até mais... – e fechou.

— Te vejo na cadeia, sua filha da pu...

Então... – Temari virou para Shikamaru com um olhar de alguém que estava prestes a voar no pescoço se ouvisse algo irritante. – Vamos entrar no carro? Aqui ta frio... – Temari cerrou os dentes e andou apressadamente até o carro. Ao fechar a porta, não mediu forças e a porta fez-se um barulho alto o suficiente para o bairro todo ouvir.

— Ela acha que nos engana.

— Só não quebra meu carro... De novo. E só se ela engana você. Porque para mim está claro: ela é uma farsa. – girou a chave do carro e o motor estrondoso roncou novamente. – Ela finge ser alguém que ela não é, isto é...  

— Está sugerindo que ela seja Yrana? – ela tinha feito isso de novo, completado a frase dele.

— São gêmeas! Essas criaturas podem fazer isso à vontade e quando quiserem. Talvez as duas sejam cúmplice nisso. Shuji seja um bobão que não sabe de tudo ou...

— Quem enforcou... – outra vez completando. Shikamaru achava graça disso. A investigadora respirou todo o ar que tinha em sua volta. - Que crime MAIS RIDICULO, ESTOU MUITO IRRITADA! – Temari apertou o tecido da calça para não esmurrar o painel do carro. – Odeio ser feita de idiota.

— Está agindo como uma... – Temari encarou com tanto ódio Shikamaru, mas se conteve. – Se me atingir, eu bato o carro. Enfim, presta a atenção nervosinha.

— Fala.

— Você fica botininha nervosa. – Temari corou e deu um murro no ombro direito de Shikamaru. O mesmo soltou um “ai” e começou a rir. O celular de Temari vibrou. Era mensagem de Sakura falando do teste.

— “Ele foi drogado com a ‘droga da verdade’ alguém queria arrancar algo valioso. Não conseguiram ou conseguiram e depois mataram”, foi isso que ela mandou.

— Ai, ai, ai... Isso está ficando cada vez mais complicado.

Chegaram ao necrotério da polícia, contaram a Sakura o que tinham descoberto até então e os três começaram a encaixar as peças. Ou pelo menos tentar. Despediram-se de Sakura e ao sair do prédio, perceberam que já estava de noite. O crime havia consumido tanto deles que nem tinha percebido. Shikamaru resolveu dar um carona até a casa de Temari, - mesmo que a mesma disse que não precisava. Então ambos notaram um par de faróis de carros muito altos atrás dele. Fazendo sinal para parar quase desesperadamente. Temari e Shikamaru se entreolharam e depois olharam para trás e as luzes não paravam de piscaram. Resolveram sair do carro após estacioná-lo, - um pouco em alerta. O carro em questão era um modelo comum de carro sedan. Muito bonito mesmo sendo simples. A silhueta sai do carro e uma voz familiar chama por eles. Tanto Temari quanto Shikamaru achavam que aquilo era algum tipo de brincadeira.

— Vocês estão investigando o caso de Stanislau Yervant? – era uma das gêmeas. Só não se sabia qual delas.

— Yrana? – Temari arriscou-se ainda em guarda. – a ruiva fez que não.

—Eu sou a Yvone, aquela que estava falando com vocês esse tempo todo, era a Yrana. A atriz. A mentirosa e quem drogou meu ex-marido. – a voz era mais suave e tremulou na ultima frase. Secou algumas lágrimas.

— Uau. Isso que é matéria. – Shikamaru abriu-se um sorriso para Temari. A mesma revirou os olhos e se aproximou da real Yvone.

— Como posso saber a verdade? – no fundo, Temari sabia que aquela na sua sua frente era mesmo Yvone.

— Por que eu tenho álibis que provam minha inocência. Eu estava realmente viajando, mas a pedido do Stan... Ele disse que eu correria perigo de vida... – suspirou de novo. – Podemos conversar?

— Venha. Minha casa é logo ali. – disse Temari apontou para o final da rua. – Eu vou com ela. – o moreno estranhou a atitude, mesmo assim fez que sim com a cabeça e entrou no seu. – E se sua irmã possivelmente o drogou, quem pode ter feito o serviço sujo? – perguntou já dentro do sedan.

— Nosso meio irmão, Shuji...

— Minha nossa...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Usurpadora é minha inspiração aqui (risos). Melhor novela sobre gêmeas que você respeita!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Sombra do Vento" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.