Os minutos pareciam se arrastar enquanto esperavam Vítor no aeroporto. Estavam no saguão de desembarque o esperando: Hermione, Astória, Draco, Luna e Neville. Mas este último era o mais impaciente entre todos e fazia questão de deixar claro que estava entediado.

— Eu não aguento mais esperar! — Neville bufou.

— Eu é que não aguento mais essa sua chatice, Neville! Será que dá pra parar de encher o saco? — Astória irritou-se.

— Calma, gente. O voo dele já chegou, ele só vai pegar as malas e vir pra cá! — Luna explicou.

— Até nisso aquele búlgaro é lerdo! — Draco brincou.

— Ele chegou! — Hermione que até então estava em silêncio levantou-se fitando o longe, fazendo com o que os amigos olhassem para a mesma direção que ela.

Vítor vinha empurrando seu carrinho cheio de malas. Ele olhava para os lados, parecia desconfiado a procura de alguém. Mas logo avistou o grupo de amigos e passou a caminhar na direção deles.

Hermione, tomada pela euforia, correu na direção do noivo que logo abandonou as malas para recebê-las de braços abertos. Ele parara de caminhar e ela continuara sua corrida, até chegar nele e então ele a suspendeu em seus braços. Devolvendo o abraço apertado que a noiva lhe dera.

— Senti tanto a sua falta! — Hermione dissera e ele pode notar um tom choroso em sua fala.

— Eu também senti sua falta, amor! — ele sussurrou no ouvido dela e ela se afastara um pouco para beijá-lo nos lábios — Não precisa chorar princesa. Eu já estou aqui!

— Desculpa! — ela disse fracamente quando ele a colocou de volta no chão — É que eu estava com muita saudade mesmo!

— Você é que não faz ideia de quanta saudade eu senti de ti! — então ele voltara a beijá-la.

— Sabemos que estão com saudades um do outro, mas deixa a gente dar um abraço nele também, né Mione? — Luna disse e então eles notaram que os amigos tinham se aproximado deles também.

— E aí, Vitinho! — Astória dissera.

— Minhas lindas! Que saudade de vocês! — Vítor dissera envolvendo Luna e Astória num abraço ao mesmo tempo.

E logo todos estavam cumprimentando e recebendo Vítor com abraços.

— Eu tenho tanta coisa pra contar da viagem pra vocês! — o búlgaro dissera voltando a abraçar Hermione.

— Estou louca pra ouvir tudo! — a morena dissera e ele lhe roubara um selinho.

— E eu estou louca para receber meus presentes! — Luna declarara fazendo os outros rirem.

— Fiquei meses fora e você está se importando mais com os presentes do que com as novidades?

— Fofocas são o que não faltam na minha vida, Vítor! Agora presentes nunca são demais!

(...)

Depois do longo dia que passaram com os amigos, Hermione e Vítor foram para o apartamento do búlgaro para dormirem lá.

Hermione prepara o jantar para os dois e depois de comerem eles decidiram que iriam se deitar direto, já que Vítor alegara estar cansado. Ele já estava deitado quando Hermione saiu do banheiro após ter colocado seu pijama.

Ele tinha um grande sorriso no rosto que conseguira ficar maior ainda quando a viu de camisola. Ela por sua vez, sentou-se na cama no lado que estava vago para ela e ele sentara-se também para tomar os lábios dela para si.

Hermione permitira que ele a beijasse e tentou correspondê-lo no mesmo ânimo, mas ela estava angustiada demais para fazer qualquer coisa.

— Vítor...

— O que foi?

— Temos que conversar.

— Não podemos fazer isso depois não? — ele tentou voltar a beijá-la, mas foi impedido.

— Não.

— Tudo bem, pode falar! — ele disse depois de respirar fundo impaciente.

— Eu já devia ter te contado isso há muito tempo. Desde que estamos juntos pra falar a verdade...

— Ah não! Vai me dizer que agora se interessa por mulheres? — ele brincou.

— Pelo o amor, Vítor! É coisa séria! — disse esbravecida.

— Tudo bem, desculpe. Pode falar, amor!

— Ok... É sobre mim. Quer dizer, sobre eu e o Ron.

— Ron...? Rony Weasley? Ou algum outro?

— Não, é o Weasley mesmo.

— O que tem ele?

— Você sabe que nós nos conhecemos há anos. Que crescemos juntos...

— Sei sim. Vocês me disseram assim que eu o conheci!

— Sim... — ela respirava fundo tentando se manter calma — Nós nos conhecemos desde os onze anos, passamos muito tempo juntos. Uma vida inteira praticamente!

— É uma vida inteira!

— Sim. Mas, Rony e eu... Nossa história nem sempre foi só amizade  entende?

— Como assim?

— Rony e eu éramos namorados. Quando tínhamos catorze começamos a namorar.

— Oh! Amor... Está tudo bem pra mim! Vocês tinham catorze anos, eram dois adolescentes. Uns beijinhos que deram não vão mudar em nada...

— Não, não, não! Não foram só uns beijinhos, Vítor! Rony e eu estávamos noivos.

— Noivos? Como assim noivos? — ele tinha uma expressão espantada no rosto.

— Estávamos juntos desde o catorze. Crescemos juntos, vivemos juntos, estudamos e trabalhamos juntos. Sempre juntos. E noivamos. Antes de vir pra cá eu ia me casar com ele!

— Você só pode estar brincando comigo! — indignara-se.

— Não, eu não estou. — agora ela começara a chorar fracamente — Eu devia ter te contado, eu sei. Me desculpe! Rony e eu terminamos quando vim pra Nova Iorque. Ele não queria que eu viesse e então terminamos. Não foi um namorico de adolescência!

— Está me dizendo que antes de mim, Rony já tinha te pedido em casamento? — perguntou e ela assentiu — Ok, por essa eu não esperava.

— Mas, acabou tudo, Vítor. Eu... Eu tinha que ter te contado muito antes. Mas, eu não tive coragem e... Me desculpe.

— Amor, está tudo bem! — ele desfez a carranca após ter dado um longo suspiro.

— Mesmo?

— É claro que sim! — ele secou as lágrimas dela — Assumo que estou chateado por não ter me contado. Mesmo se eu conhecesse o Rony ou não, acho que eu tinha o direito de saber disso, não acha?

— É, eu sei. Me desculpe!

— Mas, eu confio em você e está comigo agora! Não preciso me preocupar... E além de tudo, o Rony é um cara legal!

— Eu estou um pouco insegura com isso tudo, Vítor.

— Por quê?

— Eu demorei tanto tempo pra noivar com o Rony e contigo está tudo acontecendo tão depressa...

— E o que tem de errado nisso?

— Nada...

— Tem mais alguma coisa que quer me contar? — ele fitou-a direto nos olhos.

Hermione respirou fundo e ponderou se devia ou não contar sobre o beijo entre ela e Rony. Dar uma ênfase maior em sua insegurança em relação ao casamento. Mas preferiu deixar tudo aquilo de lado e seguir em frente com seus planos de tentar ser feliz com o búlgaro que estava ali na sua frente.

— Não. — ela disse baixinho e mais uma lágrima silenciosa escorreu por seu rosto.

— Então relaxa, ok? Eu não sou ciumento, nunca fui e você sabe disso, não sabe?

— Sei.

— E eu confio em você! Pode ter sido dele no passado, mas é o meu nome que você carregar pro resto da sua vida.

— Hermione Krum. — ela disse e tentou soltar um riso fraco.

— Exatamente. Minha Mione, minha senhora Krum! — então ele tomara os lábios dela para si.

Vítor pedira permissão e Hermione cedera para que ele aprofundasse os beijos e esquentasse o clima entre os dois. Ele a deitara na cama e subira em cima dela, e apesar de estar atenta a situação que a envolvia ali ela estava com os pensamentos em outro lugar.

Até mesmo o sobrenome dele não parecia ter sonoridade junto ao nome dela. Ultimamente ela tinha feito um incontável número de comparações entre Vítor e Rony e sentia-se extremamente mal ao fazer isso.

Era como se ela estivesse forçando seu coração a aceitar o que seu cérebro queria acreditar, mas só queria, pois bem lá no fundo ela sabia que nenhuma parte de seu corpo queria Vítor como parceiro.

Passara tantos anos sonhando em ser Hermione Weasley que nunca sequer pensara em ter outro sobrenome, mas aparentemente, o sobrenome Weasley estava cada vez mais longe dela. E o Krum já estava praticamente anexado ao seu nome.