The Cure escrita por Marie


Capítulo 6
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Notas iniciais do capítulo

Olá!
Notei que ganhei novos leitores, sei que é chato ficar pedindo, mas... por favor, me deem um incetivo e comentem, porque é muito desanimador postar capítulos e, por exemplo, apenas 1 de 10 comentar. Apesar de que sou grata pela que comenta.

Enfim, boa leitura.



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E para a alegria de Heather, o último dia do evento estava acontecendo. Ela não via a hora de poder voltar para casa, não suportava ficar no meio de tanta gente, se assustava a todo momento. Mesmo sabendo que li, nada a aconteceria, era impossível controlar seu medo.

— Último dia. – Cece diz. – Já imagino que esteja muito alegre. – Heather ri.

Cece e Heather tinham uma amizade diferenciada. Com o tempo, Cece soube respeitar o espaço da amiga quando se acostumou com a ideia de não saber muito dela. Foi complicado no início, já que uma vez ou outra, Cece tentava descobrir mais sobre a Heather, mas acabou deixando essa ideia de lado e se contentava sabendo o pouco que sabia… e claro, se acostumando que seria muito raro conseguir tirar a Heather de casa para sair com ela.

— Eu só quero o meu sofá. – Heather responde e Cece revira os olhos, mas ri em seguida.

— Fique para a festa.

— Você sabe com quem está falando? – Heather pergunta, mas em um tom de brincadeira.

— Tentar não custa nada, né.

Não era a primeira e nem seria a última vez que alguém pedia para a Heather ficar para alguma festa, mas todos já sabiam a resposta. Essa decisão de não socializar não tinha nada a ver com o Hernandez, especificamente. Heather chegou à conclusão que seria melhor se ela não tivesse nenhum laço com ninguém, afinal, ela não tinha ideia do que poderia acontecer, tinha medo do Hernandez sentir ciúmes e no fim, fazer alguma bestagem com uma das pessoas.

— Prometo que saio com você outro dia. – Heather diz e Cece olha para ela, surpresa.

— Eu estou mesmo ouvindo isso? – a amiga pergunta e Heather ri. – Se você me disser que não no dia que eu chamar, você sairá da sua casa, amarrada.

— Eu saio. – ela responde e levanta as mãos, rendendo-se.

— Ótima escolha, garota.

O evento estava indo bem, mais uma vez, como no primeiro dia, a empresa estava ganhando muito dinheiro, não só para investir na mesma, mas também para a parte que iria ser enviada a caridade.

Heather achava a atitude de Liam muito bonita, doar boa parte de lucro às instituições, ajudando quem precisava. Isso, e muitas outras coisas, faziam dele um bom homem, mas isso não mudaria o fato de que por isso, ela deixaria ele se aproximar dela, ainda mais agora que, provavelmente, ela poderia ser a escolhida do Liam.

[...]

Muitas horas se passaram e já estava quase no fim, faltava pouco para todos irem embora e finalmente, Heather estaria livre de todo aquele movimento.

O papel dela ali era quase dispensável, mas obrigatório. Ela estava cuidando do que Liam teria que fazer. Assinar contrato, conversar com possíveis novos sócios e enfim, toda a papelada que um chefe precisava analisar.

Heather estava distraída em um canto, quando sai do transe e decide olhar em volta, vê um homem a observando. Ela logo levanta guarda e fica observando cada movimento dele. Ela reconhecia aquele olhar, sabia o que o homem queria e por isso, precisava ficar em alerta.

Ele começa a se aproximar, Heather não podia sair dali, pois estava esperando o Liam chegar para poder entregar alguns papeis a ele, mas a aproximação daquele homem, estava a assustando.

— Boa noite. – o homem diz e Heather o encara.

— Noite. – ela responde e se afasta um pouco dele.

— Qual é o seu nome, anjo? – o sorriso dele era assustador.

— O que você quer? – Heather pergunta e ele levanta o braço, para tocá-la, ela se afasta novamente.

— Ei, ei. Não precisa ficar com medo de mim. – ele, mais uma vez, volta a se aproximar dela. – Eu quero o que você quiser.

— Então saia daqui. – ela responde.

Era sempre assim, Heather nunca conseguia deixar ninguém se aproximar dela, ainda mais nas mesmas intenções do homem que estava a sua frente. Ela até poderia tentar conversar com uma pessoa, mas aquele homem… ele não tinha boas intenções.

— Calma, amor. – ele segura o braço dela e a puxa para mais perto. – Eu serei carinhoso.

— Me solta. – Heather grita, mas para a sua infelicidade, o barulho do som, impediria qualquer pessoa de ouvir. – Me deixa em paz.

— Vem comigo. – ele iria puxar a Heather, mas ao mesmo tempo, outra pessoa a puxou para o lado contrário, ela já iria gritar novamente, mas olhou para ver quem era a outra pessoa que estava a puxando e, estranhamente, agradeceu aos céus quando viu Liam.

O homem, quando viu o Liam, rapidamente soltou a Heather e se recompôs ao ver o olhar que Liam estava lançando a ele. Harris a puxou e colocou seu braço ao redor do corpo de Heather.

— Você não ouviu ela dizendo para deixá-la em paz? – Liam pergunta.

— Perdão, não sabia que ela tinha namorado. – o homem responde.

— Mesmo se não tivesse, se ela não estiver a fim, ela simplesmente não está a fim. – Liam continua segurando Heather e a deixa mais próxima dele. – Saia da festa por vontade própria, ou vou pedir para os seguranças tirá-lo daqui.

Heather foi para outro lugar com o Liam, um lugar mais silencioso e assim que os dois estavam distantes de qualquer olhar, ela se afastou dele rapidamente. Era obvio que ela estava grata, porque se não fosse pelo Liam, sabe-se lá o que aquele homem a faria.

— Está tudo bem? – ele pergunta e ela assente.

Estava tudo bem, era claro que sim. Afinal, não tinha acontecido nada. Liam a salvou e agora, não tinha mais porque ter medo de nada…

Era isso que ela queria pensar, mas na verdade, passar por isso mais uma vez só a deixava com mais medo de tudo ao seu redor. Era por isso que ela sempre se recusava a socializar, por isso e muito mais que as pessoas sempre a assustava e ter contato com alguém, era o que ela menos queria ter.

Os olhos dela rapidamente se encheram de lágrimas e Harris percebeu de imediato. Ele se aproximou dela, mas Heather se afastou.

— Não encosta em mim. – ela pede, já chorando.

Liam ficou sem reação, não soube o que fazer, muito menos como agir naquele momento. Ela sabia que ele estava muito confuso, afinal nada a aconteceu, mas ele não sabia o que Heather já havia passado, então muitas coisas poderiam passar pela cabeça dele e nenhuma delas estariam certas.

— Heather, não aconteceu nada. – ele tenta acalmá-la. – Eu sei que é assustador alguém… - ele a interrompe.

— Você não sabe de nada. – ela quase grita. – Você nunca passou por nada disso, só fez o favor de me tirar de lá, mas não, você não sabe de nada do que se passa. – ela dá as costas para sair dali, mas Liam começa a falar, ela para e escuta.

— Tive uma prima que foi estuprada aos dezessete anos, ela agia da mesma forma que você com todas as pessoas, não queria deixar ninguém se aproximar dela por nada. – ela fica paralisada ao ouvir ele acertar em cheio o motivo. – Não tenho o direito de me envolver na sua vida, Heather. Eu nem ao menos te conheço de verdade, mas essa foi a primeira vez que eu consegui de fato te notar e percebo que já sei muito de você sem nem ter precisado dizer nada. – ela sente ele se aproximar mais. – Isso aconteceu com você?

Liam já estava ultrapassando demais o nível de conversa que Heather se permitia ter com alguém. Era óbvio que ela não queria ouvi-lo, não queria ter que confirmar aquilo, mas por algum motivo desconhecido, ela sentiu que Liam não iria fazer mal a ela, ele simplesmente fez o papel dele como humano, tirando-a de lá e tentando ver se estava tudo bem com ela.

O problema era que Heather não queria que ninguém soubesse dela, ela não queria ouvir nada ou ter que se explicar, mas só pelo pequeno gesto de Liam, ela sabia que não deveria deixa-lo sem uma resposta.

Heather se vira para ele.

— Liam, por favor… - ele a interrompe.

— Para eu não me aproximar de você? – ele pergunta. – Eu já sei disso. – Liam se aproxima dela. – Eu só me preocupei com você, porque quando me lembrei da minha prima, eu vi que eu não podia ficar com essa dúvida e simplesmente ignorar isso, se isso realmente aconteceu com você, eu imagino o quanto horrível deve ser conviver com isso, é um peso que você levará para a vida inteira e apesar de não ter nenhum contato com você, não quero que aconteça o mesmo que aconteceu com minha prima, sua família sofrerá com isso. – ele coloca as mãos nos bolsos e se afasta mais dela.

— O que aconteceu com sua prima? – ela pergunta.

Era estranho que por mais que Heather sempre evitasse puxar conversa com alguém, o Liam estava conseguindo tirar isso dela todas as vezes que os dois conversavam. Ela sabia o que ele queria se aproximando dela, se é que ele havia mesmo escolhido ela, mas havia tanto tempo que ninguém tocava naquele assunto com ela, que quando Liam acertou em cheio o motivo da Heather ser como é, ela sentiu a necessidade de conversar.

— Ela se suicidou. – Liam responde friamente.

— Sinto muito.

— Sinta por você. – ele volta a se aproximar e eles se entreolham. – Se afastar das pessoas só vai te fazer mal, ficar se isolando do mundo vai te causar medo de todos que se aproximarem achando que irão fazer o mesmo que alguém te fez no passado.

— Em nenhum momento eu confirmei o que você disse. – ele arqueia a sobrancelha e a encara.

— Não foi preciso. – Liam suspira. – Seja lá qual for o motivo de você ser assim, nada vai se resolver desse jeito… se quiser conversar, ou precisar achar algum especialista para te ajudar é só falar comigo.

Sem dizer mais nada ou esperar a Heather dizer, Liam sai de lá, deixando-a parada, observando-o ir.

Ela não queria que ele fosse, queria continuar conversando com ele, ouvindo ele acertar tudo sem ela dizer nada. Pela primeira vez, em muito tempo, Heather se sentiu segura conversando com alguém, Liam mostrou-se ser – mais uma vez, um bom homem. Mas ela não podia baixar a guarda por causa disso, tudo bem que ele poderia ajudá-la, mas não seria por causa de uma conversa que ela depositaria toda a confiança no Liam e os dois se tornariam melhores amigos.

Mas pelo de menos, ela sabia que tinha alguém para conversar que poderia entender o seu lado.

[...]

A noite estava terminando para o Liam, quase todos os convidados da festa já estavam indo embora e ele mal podia esperar para poder voltar para casa e ver seu filho. Depois da separação – que ainda não havia sido oficializada, graças a Lydia que havia sumido – Liam se aproximou muito mais do Jamie, agora que a mãe sumiu e não deixou nenhum aviso de quando voltaria ou para onde foi, o filho precisaria de um pai presente.

Harris superou o desastre mais rápido do que imaginou que poderia. A Lydia ainda invadia seus pensamentos muitas vezes, isso era inevitável, mas ele não sentia mais a necessidade de estar com ela e perdoá-la pelo que fez e voltar a ser uma família. Na verdade, os planos do Liam estavam muito diferentes, ele queria alguém para poder ficar com ele, passar o tempo, ter noites com ele e no fim, não ser mais nada que aquilo, mas ainda assim, um ser do outro.

Ele nunca gostou de se envolver sem compromisso com ninguém. Que ficasse uma vez ou outra qualquer pessoa, mas a partir do momento que a pessoa chamasse atenção dele ou provasse que não merecia nem 1% dela, ele investia ou simplesmente se afastava.

Estava impossível para ele negar a si mesmo que a Heather não havia chamado a sua atenção. Liam nunca quis se envolver com alguém do trabalho, mas a partir do momento que a notou, percebeu que há um bom tempo, tinha alguém que poderia ser interessante ao seu lado. Ele sabia que seria difícil se aproximar dela, conseguir tirar todas as camadas que ela havia colocado em si para evitar que qualquer pessoa se aproximasse e depois que ele associou a imagem da Heather com a da sua prima que havia se matado há alguns anos, ele não encontrou diferença no comportamento das duas, entendeu rapidamente o porquê da Heather ser desse jeito.

Mas ele sabia como se aproximar dela e iria fazer isso. Não queria desrespeitá-la ou não dar ouvido quando ela dissesse para parar, mas ele já havia visto tudo aquilo e sabia que ela precisava de alguém próximo para se sentir mais segura.

No momento, ele não queria se aproximar da Heather para poder ser ela, a mulher que iria ficar com ele por um tempo, mas sim, para poder ajudá-la, porque era isso que ela precisava… de ajuda.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e que possam deixar sua opinião.

Beijos e até o próximo.



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