Azul & Âmbar escrita por Haylea


Capítulo 1
Perseguido por ser bonito demais


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada, gostaria de agradecer às duas pessoas que betaram essa fanfic: Sayaka Harume (primeira parte e bônus) e Anne Liberton (completa). Obrigada!



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Estava sendo seguido. Magnus sabia. Porém deixou os três caçadores acreditarem que não havia percebido nada. Ah, ele compreendia que uma hora teria que partir para o ataque e correr o risco de borrar o seu esmalte, mas já estava cansado daquele joguinho. Mesmo após o casamento com Alec e sua posterior morte, meio século antes, alguns caçadores de sombras o tratavam como um parente distante não muito estimado, embora falsamente bem acolhido com alguns adotando o comportamento ultrajante de segui-lo pela cidade para garantir que ele nada aprontasse.

O coração se apertou ao pensar em Alec. Magnus não se arrependia de ter casado com o caçador, bem como não se arrependia pelos dois lindos filhos que haviam criado. Um deles, Max, já idoso, estava em Idris. O outro, Raphael, provavelmente estava no Peru — país que Magnus fora proibido de visitar por razões que ele, sinceramente, nunca soubera. Vendo-se sem companhia para a semana, havia decidido tomar uma atitude drástica: colocar um mapa mundi na parede, jogar dois dardos, um para o país e o outro para a cidade em que o dardo pousasse. Conclusão: Estados Unidos, Nova York.

O bruxo olhara ofendido para o resultado e, em ato de protesto, decidira fazer alguma coisa inédita, ir a algum lugar novo. No entanto, como ele não conseguia pensar em nenhum local que não tivesse visitado em sua longa vida, principalmente em Nova York, acreditou ser melhor dar umas voltas pelas ruas para buscar inspiração. Foi essa decisão que o levou à situação atual: perseguido por um bando de caçadores Suspirou entediado e dobrou em um beco vazio e virou-se para a entrada que levava de volta à rua.

“Senhores, eu não os culpo por seguirem alguém tão maravilhoso como eu, mas gostaria que cessassem com essa perseguição, pois no momento estou ocupado”, Magnus comentou jovialmente.

Quase imediatamente, os caçadores o cercaram, e o bruxo sentiu suas sobrancelhas levantaram-se ao ver que, ao invés de espadas, dois deles carregavam um caderno e uma caneta.

“Desculpe, senhor Bane, mas...” começou o mais alto.

“Lightwood-Bane.” corrigiu.

“Ah...Certo. Desculpe por isso também. É que o vimos caminhando e não podíamos deixar a oportunidade passar. O senhor, Alexander e Isabelle Lightwood, Jonathan Herondale, Clary Fairchild e Simon Lovelace são lendas tanto para nós como para os submundanos. E...Poderia nos dar um autógrafo?” o outro caçador de sombras pediu, o rosto se avermelhando à medida que falava.

Magnus piscou surpreso e, por um instante, ficou sem ação.

“Tudo bem. Me digam seus nomes.”, estendeu o braço para pegar os cadernos e uma das canetas.

“Sou J-Joshua Silverhood”, o garoto à sua direita falou.

“Eu sou Michael Youngblood. Muito prazer.”, o alto que falara anteriormente manifestou-se, piscando o olho em um misto de paquera e cumprimento.

“Killian Hightower. Desculpe o incômodo pela perseguição. Não sabíamos como nos aproximar”, disse o loiro à esquerda, com as mãos nos bolsos.

Magnus assentiu e enquanto assinava, pensava consigo mesmo que não deveria ter se surpreendido tanto assim. Caçadores como Alec e Simon haviam trabalhado e ainda trabalhavam duramente para modificar as opiniões preconceituosas incrustradas nas crianças nephilins por seus familiares acerca das outras raças no mundo.

“Aqui estão, senhores.” Entregou os cadernos e apertou a mão de cada um deles, sorrindo.

Observou dois deles dirigirem-se para a entrada satisfeitos com o autógrafo e virou-se para Killian, que permanecia ao seu lado. Ergueu uma sobrancelha e esperou, paciente. A experiência já lhe dizia o que viria.

“Eu estava pensando se você estaria disponível...Ahn...quer sair em um encontro comigo?”, o garoto disse olhando para o chão.

“Você é um homem bonito, Killian, e tenho certeza de que nos divertiríamos muito juntos, mas no momento não estou disponível para encontros ou relacionamentos. Obrigado pelo convite de qualquer maneira.”, Magnus recusou. Não se sentia pronto para começar qualquer coisa com alguém, fosse séria ou não. Ele entendia que uma hora voltaria a sair e namorar, mas por enquanto, ainda se sentia de luto.

Killian abriu a boca para, talvez, insistir, mas parou quando viu o olhar de Magnus, assentiu com a cabeça e seguiu os amigos, murmurando um “Desculpe”.

Assistindo aos caçadores se afastarem, observou que Joshua casualmente colocara o braço ao redor de Killian em um ato que poderia significar tanto consolo quanto posse.

“Os tímidos são sempre os piores”, o bruxo riu consigo mesmo, entendendo o que significava, e voltou a concentrar-se em seu plano de fazer algo diferente. Passou por uma das bibliotecas da cidade quando parou e olhou com atenção. Sim. Magnus não se lembrava de já ter entrado em uma biblioteca antes, pelo menos, não em Nova York. Nunca precisara, já que sua mente possuía informações mais precisas que a de muitos livros mundanos em circulação. Pensativo, ficou parado uns minutos na frente do local, e dando de ombros, resolveu que se não lembrava de ter entrado, então servia como novo. Abriu a porta.

Por dentro, a biblioteca era bem maior do que esperava. Percebeu alguns olhares de apreciação, desdém e curiosidade em sua direção e piscou um olho, abrindo um sorriso que sabia ser sexy. Alguns coraram e desviaram o olhar enquanto outros limitaram-se a fitá-lo incrédulos.


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Notas finais do capítulo

À todos que colocaram o olho nesse capítulo gostaria de dizer: Vida longa ao Grande Limão, irmãos e irmãs! *erguendo as mãos para o céu*



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