Enquanto se preparava para a festa, Jane mandava mensagem para os seus três vampiros perguntando onde eles estavam e avisando que ela estaria na tal festa com Piero, porém parecia que eles tinham desaparecido durante o tempo em que ela tinha uma manhã e parte da tarde de despedidas quentes com o tenor (ainda que ele não imaginasse).

—Aconteceu alguma coisa... – pensou Jane, enquanto se admirava no espelho com a escolha do vestido vermelho que moldava seu corpo perfeitamente.

Assim que abriu a porta do seu quarto para encontrar com Piero, a vampira foi atingida no peito por uma seringa que pelo efeito de seu conteúdo, continha uma dose cavalar de verbena. “Maldição...”, exclamou Jane, antes de desmaiar. Não vendo por quem, a vampira foi carregada para fora do quarto, e pela saída de trás do Hotel, colocada dentro de um carro tipo Van.

Após algum tempo, Jane acordou, mas ainda sob o efeito da dose de verbena. Tentou prestar atenção nos que seus captores diziam, mas estava tão dopada que não entendia uma palavra, ao mover os braços e pernas, percebeu estar amarrada por correntes embebidas em verbena, e pela escuridão de seus olhos, estava com algum saco encobrindo sua cabeça. Assim que a Van parou, Jane foi arrastada até algum ponto onde foi largada.

—Se pudessem tirar pelo menos o capuz para eu ver com o que estou lidando enquanto conversamos, a verbena sai do meu sistema, e eu me liberto para arrancar a sua cabeça, Truzzi. – exclamou Jane, ouvindo a risada do inimigo enquanto e percebia as passadas chegando até ela e removendo o capuz – Claro! Quem mais poderia ser...

—Sabe, querida, eu avisei seus amigos que eles estavam livres para ir desde que não te ajudassem e a deixassem comigo. Mas eles ou gostam mesmo de você para deixá-la para trás ou são incrivelmente estúpidos. – disse Truzzi, com um sorriso afetado no rosto, fazendo Jane perder a postura confiante. Assim que ele saiu de sua frente, Jane percebeu o que estava acontecendo.

Estava num tipo de galpão industrial abandonado. Sully e Breat estavam mortos, cada um com uma estaca enfiada no coração. Christopher estava amarrado pelos braços e pernas, formando um ‘X’, com um soldado de Truzzi pronto para receber a ordem de dar a ele o mesmo destino que os outros dois haviam recebido. E para completar o desespero de Jane, Piero era mantido preso por outro soldado, com uma mordida sangrando em seu pescoço, uma mordaça para calá-lo e sua pulseira protetora caída no chão.

—Deixa ele em paz! – rosnou Jane, assumindo sua face de vampira, tentando se soltar.

—Ele quem? O Ex ou o atual? – perguntou Truzzi, rindo – Você tem uma escolha a fazer aqui, Jane. Ou salva um, ou o outro.

—Se isso é sobre eu ter te humilhado na frente dos seus aliados, você já me tem. Qual o propósito daquilo? Vamos resolver nós dois! – argumentou Jane.

—Eu sou um sádico, Jane! Meu propósito é te ferir simplesmente porque eu posso e quero! Você me desafiou em meu território, e isso é você vendo que não pode me vencer! – exclamou Truzzi, andando até Piero e dando tapinhas no rosto dele – Eu até abri mão da minha ética ao trazer o tenor para cá. Agora, me diga... quem você quer salvar?

Jane olhou de Christopher para Piero. Ela não podia sacrificar um pelo outro. Baixando a cabeça, Jane permaneceu calada, pensando e sentindo o efeito da Verbena sumir mais um pouco enquanto deixava Truzzi rir de seu desespero. Um vento passou por ela, e de repente seus braços e pernas estavam livres, olhando surpresa para cima, viu os soldados de Truzzi caírem enquanto eram abatidos por Rebekah.

—O que... – exclamou Truzzi, ao perceber o reforço que vieram em socorro de Jane e os demais – Vocês acham que eu não tenho mais vampiros a minha disposição?

—Oh! Você diz sobre os 10 corpos que estão mutilados lá fora? – perguntou Kol, se juntando à irmã.

Truzzi arregalou os olhos para o segundo Original, assim como Jane e Christopher fizeram, pois até então eles não sabiam que Kol estava andando novamente entre os vivos. Ao tentar correr, Truzzi bateu de frente com Jane, que com um chute na barriga, fez o vampira voar alguns metros. “Agora vamos resolver isso entre eu e você, seu maldito”, exclamou Jane, puxando Truzzi pelo colarinho e começando uma seqüencia de socos que fez com que o rosto do vampiro ficasse irreconhecível. Enquanto brigavam, Kol libertava Christopher e Rebekah ajudava Piero a se recompor, ficando ao lado dele para protegê-lo quando mais vampiros chegaram para socorrer o líder italiano.

Os dois Originais e Christopher correram para lutar contra os demais vampiros enquanto Jane e Truzzi ainda lutavam. A vampira chegou a ficar em desvantagem quando Truzzi achou uma brecha e empurrou Jane para longe, fazendo com que ela batesse contra uma parede e caísse atordoada no chão pelo efeito da verbena que ainda restava em seu organismo. Antes de conseguir alcançar Truzzi, esse acabou alcançando Piero que tentava sair dali para algum esconderijo.

—NÃO! Você não tem que fazer isso com ele, eu me rendo se é isso que você quer... – gritou Jane, parando a alguns passos de onde Truzzi segurava Piero.

—Jane, está tudo bem... – tentou dizer Piero, mas Truzzi o apertou mais, fazendo Piero sentir uma possível costela se quebrar.

—Deixem meus vampiros irem... – ordenou Truzzi para Christopher, Kol e Rebekah, que já haviam abatido quase todos os demais que chegaram lutar. Jane olhou suplicante para os três, e então eles fizeram o que foi pedido. – Ótimo. Vamos dar por empate essa batalha por hoje. Eu não quero ficar na lista negra deles...

—Você com certeza já está, amor! – respondeu Rebekah, com sorriso debochado para o italiano.

—Certo, bem. Nesse caso, como tantos meus foram abatidos por sua causa... – respondeu Truzzi, com um último olhar sádico para Jane.

Antes que todos pudessem fazer algo, o barulho de um pescoço sendo quebrado preencheu o ar.