—Marinette - 

— Quem você pensa que é para me chamar de Tomatinho? Seu riquinho mimado e ridículo. - Nath disse se aproximando de Adrien. 

— Eu sou o amigo dela. Não vou deixar qualquer idiota com problemas de timidez se aproveitar dela. - Adrien disse apertando mais a minha cintura.  

— Eu não estava me aproveitando da Marinette, nunca faria isso.

— Você estava forçando um beijo. 

— Ela queria o beijo. 

— Então me diga, Tomatinho, por que ela estava se afastando ? 

— Já disse pra não me chama de Tomatinho! - A voz de Nathanaël ficou mais grosa e alta. Eu me assustei. Nesse momento vi Alya e Nino se aproximarem. 

— Eu te chamo do que eu quiser!- Adrien o respondeu da mesma forma. 

— Adrien, Nath, por favor, se acalmem. - Eu disse na tentativa de acalmar os dois, mas não adiantou, eles continuavam do mesmo jeito, se encarando, ambos com expressões assustadoras.

— Me acalmar? Esse idiota me interrompeu no momento em que eu consegui me declarar pra você! 

— Declarar? Você quase a beijou a força! Por que não sai logo daqui, Tomatinho? E fica longe da Marinette! - Adrien disse se aproximando de Nathanaël para falar.

— Cara, se controla, ainda estamos na escola. - Nino disse colocando a mão no ombro de Adrien.                                          

 - Foda-se que estamos na escola! Não vou deixar a Pequena Sereia se aproveitar da Mari e sair ileso! 

 - Foi então que vi Nath pronto para dar um soco em Adrien. Então em me soltei do Adrien e entrei na frente. 

— Já chega! Parem agora com essa discussão! Eu não quero ver os meus dois amigos brigando por minha causa! - Eu disse e eles olharam para mim surpresos. - Vocês são idiotas! Os dois! - Eu senti os meus olhos se encherem de lagrimas, foi então que eu sai correndo e deixei eles ali.

Enquanto eu corria eu pude ouvir a voz de Alya, Adrien e Nath atrás de mim. Eu corri mais ainda. Quando cheguei em casa minha mãe veio ate mim, me perguntar o que tinha acontecido, eu disse que não era nada, e então subi para o meu quarto, eu me deitei em minha cama e fiquei ali chorando. Tikki saiu da minha bolsa e ficou me olhando por alguns segundos.

— Marinette, você esta bem ? - Tikki veio flutuando e se sentou em minha barriga. 

— Não, Tikki. Aqueles dois idiotas. Eles estavam brigando por minha causa, e nem se importaram que eu estava lá, eles so sabiam gritar e xingar um ao outro... - Então nos ouvimos uma batida na minha porta, Tikki voou e se escondeu debaixo da cama.

— Marinette, a Alya esta aqui. - Era a minha mãe.

— Pode deixar ela entrar. - Alya entrou e ficou olhando para os lados, ate me encontrar nem minha cama.

— Mari...- Alya veio e me abraçou. - Você esta bem?

— Não. Por que aqueles idiotas tinham que brigar? 

— Não fique assim, Mari. E por que esta desse jeito? Foi só uma briga. 

— Não é só por isso... É que... 

— O que? - Alya disse com um olhar curioso.

— É que o Nath se confessou pra mim. - Os olhos de Alya arregalaram. 

— Meu Deus, Mari. Então foi por isso que ele tentou te beijar? - Eu confirmei com a cabeça. - O que realmente aconteceu?  - Então eu contei tuto para Alya que ouvia atentamente. - Mari do céu! Você percebeu o que aconteceu? 

— Sim! Meus amigos brigaram por minha causa.

— Sim, Mari, mas você entendeu o por por que, certo ? - Eu olhei para ela confusa. - Meu Deus, Mari. Os dois estão apaixonados por você. E o Adrien ficou com ciúme por que o Nath tentou te beija. - Do que Alya estava falando? O Nath ate vai, mas o Adrien ? Ele não gosta de mim, só me vê como amiga. 

— Alya, o Nath eu entendo, mas o Adrien? Ele não é apaixonado por mim. Ele só me defendeu por que somos amigos. 

— Ai, Mari, não seja tão inocente. - Nesse momento minha mãe abre a porta do meu quarto. 

— Mari, filha, seu amigo esta aqui. O Adrien. Ele quer falar com você.

— Eu não quero falar com ele. 

— Mas filha... 

— Mãe! Eu não quero falar com ele. Por favor, mande - o embora. - Então Adrien passa por minha mãe e entra no meu quarto.

— Desculpe, Mari, mas eu preciso falar com você! - Alya me olha e faz um sinal para que eu falasse com ele. Então eu concordei e pedi para minha mãe e Alya me deixarem sozinha com Adrien. - Mari, me desculpa, eu perdi a cabeça, não queria que... 

— Perdeu a cabeça? Fala sério Adrien! O que deu em você? 

— Eu não aguentei ver o Tomatinho tentando te beijar a força. 

— Pare de chamar o Nathanaël de Tomatinho. - Eu disse me levantando da cama e indo até ele. – E, além disso, eu podia muito bem ter me virado sozinha. Você não tinha nada que se meter. O Nath tomou coragem para se confessar pra mim e você fez aquilo. Você sabe como é difícil se confessar pra pessoa que amamos? 

— Sim, eu sei. - Ele disse com a voz um pouco baixa, mas eu consegui ouvir. Aquilo me doeu um pouco. Será que o Adrien gosta de alguém? -  Mas o que me deixou com raiva, foi que ele tentou te beijar quando você não queria. - Ele disse chegando mais perto de mim.

— Eu ia dar um jeito, você não precisava fazer aquilo. – Eu disse de cabeça baixa.

— É mesmo? Pois não parecia. 

— O que esta querendo dizer? – Eu disse levantando minha cabeça para encara-lo.

— Estou querendo dizer que parecia que você estava quase cedendo ao beijo do Tom... Nathanaël. 

— O que?! Eu não estava fazendo isso. Eu estava me afastando. Ele segurou a minha cabeça. Eu não queria o beijo. 

— Então porque esta com raiva de eu ter te ajudado? 

— Eu estou com raiva por que você foi grosso com o Nathanaël. Não precisava aquilo tudo! 

— Ele também foi grosso comigo. 

— Ele foi grosso por que você o atrapalhou quando ele conseguiu se declarar pra mim. Você sabe como ele é tímido 

— Por que você fica defendendo ele? - Ele disse olhando para baixo.

— Eu não estou defendendo ele! 

— Esta sim! Você só consegue ver o lado dele, mas não ver o meu. - Ele abaixou a cabeça.

— Do que esta falando? 

— Quer saber... Esquece! Foi perda de tempo vim aqui. Sabia que você não dar a mínima. - Então ele foi andando ate o alçapão e o abriu. Nesse momento minha mãe e Alya que pareciam estar na entrada ouvindo tudo, se assustaram. Adrien se assustou e as duas olham para nos sorrindo sem graça. - Com licença. Muito obrigado por me receber sra. Dupain Cheng. 

— D-de nada, querido. 

— Tchau, Marinette. - Ele disse ainda olhando para o alçapão e então ele saiu do meu quarto. Nesse momento eu não consegui me controlar e comecei a chorar. Eu chorava mais do que antes. Chorava tanto que acabei caindo ajoelhada no chão, pois não tinha forças em meu corpo. Alya veio me abraçar.

Depois de um tempo eu consegui parar de chorar e então Alya foi embora. Fiquei deitada em minha cama acariciando a cabecinha de Tikki que estava me olhando com olhinhos tristes. Então ouvi uma batida na porta. Tikki correu e se escondeu em algum lugar do quarto, e então a porta se abriu. 

— Filha, posso entrar? 

— Pode, mamãe. - Então minha mãe veio e se sentou em minha cama, eu corri e deitei em seu coloco, começando a chorar mais uma vez. - Mamãe, por que isso tinha que acontecer?  Eu não queria que o Adrien ficasse com raiva de mim. 

— Então por que brigou com ele? - Ele perguntou enquanto me fazia um cafune.

— Porque ele fez aquilo com Nath.

— E o que ele fez com esse Nath? - Então eu cotei para minha mãe tudo o que tinha acontecido.

— Bem, acho que você devia ter deixado o Adrien se explicar. Ele é um bom menino, tenho certeza que não fez aquilo por mal, só queria ajudar sua amiga. - Minha mãe tinha razão. Na verdade ela sempre tem razão. Eu deveria te ouvido o Adrien e tentar entender o lado dele. 

— Eu sou uma idiota.
— Não fique assim, filhinha. Amanhã na escola você conversa com ele. 

— Ele não vai querer me ouvir.

— Se ele realmente for seu amigo, ele vai te ouvir. - Minha mãe me puxou para que eu me levantasse. - Agora pare de chorar e vá tomar um banho. - Ela limpou o meu rosto e me deu um beijo. Depois disso eu já me sentia melhor. Então eu fiz o que ela pediu. 

Depois do banho, coloquei o meu pijama e me deitei em minha cama, logo, Tikki veio voando ate mim.

 - Mari, esta se sentindo melhor? - Tikki veio flutuando ate mim.

— Estou sim Tikki. - Eu a peguei em minha mão e a beijei. 

— Que bom, Mari, isso me deixa feliz também. - Então ouvimos um barulho vindo da varanda e Tikki voltou a se esconder. Eu fui ate a portinha e a abri, me deparando com duas esmeraldas verdes. 

— Olá. princesa. Posso entrar? - Chat estava com um sorriso fraco no rosto. Ele parecia triste. 

— Gatinho! - Nunca fiquei tão feliz em ver esse gato bobo. - Claro, entre. - Eu desci as escadas que davam para a varanda, dando passagem para Chat passar. Quando ele acabou de descer as escadas e se virou para mim eu o abracei. - Chat, que bom que veio hoje. - Eu pude sentir o corpo dele, ele estava tenso. Então aos poucos ele foi ficando mais calmo e retribuiu o abraço. 

— Eu precisava vim, princesa. - Ele disse com a voz baixa e fraca. Ele me abraçou com mais força. Ficamos assim por um tempo, ate eu desfazer o abraço e olhar para ele.

— Você esta bem? 

— Estou sim, princesa. - Ele disse enquanto passava uma das mãos em meu rosto. - Mas e você? Soube que brigou hoje na escola com seus amigos.
— Como sabe?

— Eu sou um gatinho informado, princesa. Sei de tudo que acontece com você. - Ele me olhou e sorriu travesso. 

— Chat, eu fui uma idiota. - Eu disse abaixando a cabeça.

— Quer me contar o que aconteceu, princesa? - Eu confirmei com a cabeça e, mais uma vez eu estava contando tudo o que tinha acontecido. Desde a confissão ndo Nathanaël ate a parte da minha briga com Adrien. Também falei para Chat do conselho que recebi da minha mãe. - Chat, acha que o meu amigo vai me ouvir se eu falar com ele?

— Acho que sim, princesa. Como sua mãe mesmo disse: Se ele realmente for seu amigo, ele vai te ouvir. - Ele sorriu e, eu retribui o sorriso. - Agora venha minha princesa, quero ver como anda o vestido. - Ele me puxou para perto do vestido que estava em uma mesinha.

— Infelizmente ele continua do mesmo jeito. Não mexi mais nele depois de ontem a noite. 

— Nesse caso...  - Ele disse colocando a mão no queixo e olhando para cima fazendo uma expressão pensativa. O que acha de terminarmos ele agora?

— Agora? 

— Sim. Por que não? - Então ele puxou a cadeira para eu me sentar. 

— Esta bem. - Chat sorriu vitorioso. - Mas você vai me ajudar, gatinho. - Disse enquanto me sentava na cadeira. 

— Claro que sim, princesa. - Então eu comecei a terminar o vestido enquanto Chat me ajudava com algumas coisas. Ele foi fazendo uma parte do vestido e eu a outra. Ele parecia saber o que estava fazendo, o que me deixou surpresa. 

— Não sabia que você sabia costurar, gatinho.

— Eu sou um gatinho cheio de surpresas, minha princesa. Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim. - Ele disse colocando uma das mãos no peito.

— É mesmo, gatinho. Por que não me diz? 

— Você vai descobrindo elas com o tempo. Não seja apressada.

— Poxa, gatinho. - Fiz beicinho.

— Não faça beicinho para mim. Eu posso não resistir e desfaze-lo com um beijo. – Na mesma hora desfiz o beicinho. Ele deu uma gargalhada e depois continuou com seu trabalho.

Depois de algumas horas nós terminamos o vestido. Estava lindo. Tínhamos  feito um ótimo trabalho.

— Meaw, princesa. Está lindo. Que tal experimentar?

— Quem sabe depois, gatinho. Eu não estou muito a fim de coloca- lo agora.
— Quem disse que eu estava falando de você?  - Então ele pegou o vestido e o colocou por cima da sua roupa de herói. - Como estou princesa? Sexy? - Eu não aguentei e comecei a rir. Eu ria tanto que tive que colocar a mão na barriga de tanto que doía. Lagrimas começaram a sair pelos meus olhos. Chat estava me olhando com uma cara de falsa tristeza. - Quanta maldade, princesa. Isso feriu os meus sentimentos, sabia?

— Desculpe, Chat, mas é que ta muito engraçado. - Ele chegou perto de mim, e me levantou da cadeira, segurou minha cintura e me puxou para mais perto de si. Nossos rostos ficaram bem próximos.

— Estou feliz que esteja sorrindo novamente, minha princesa. -Ele disse com a voz baixa, sorriu e deu um beijo na ponta do meu nariz. - Eu vou indo agora. Você precisa dormir. Você tem escola daqui a pouco. - Então ele tirou o vestido me entregou. - Boa noite, minha princesa, e boa sorte amanhã com o seu amigo. E não se preocupe, sei que vai dar tudo certo. E caso aconteça alguma coisa, a noite eu estarei aqui pra você. - Ele me deu um beijo na bochecha e depois foi embora.

Eu fiquei um tempo parada olhando para a escotilha, estava um pouco fora de mim, depois de segundos que pareceram minutos, voltei a mim e coloquei o vestido na minha cadeira, depois fui escovar os dentes. Depois procurei pela Tikki já que ela não veio quando eu a chamei. Provavelmente estava dormindo em algum lugar. Então a encontrei atrás de alguns livros, peguei ela com cuidado e a coloquei sobre as almofadas da minha cama. Apaguei as luzes e logo dormir.
 

— Adrien - 

Depois da visita que fiz a Mari e fui pra casa, quando pulei a janela do meu quarto, voltei a ser o Adrien. Peguei Plagg que estava cansando e o coloquei deitado na minha cama, enquanto ia ate a cozinha buscar o seu queijo.

Quando voltei para o quarto Plagg veio flutuando ate mim e pegou o queijo mais que depressa.

— Ate que enfim, camembert! - Plagg se sentou na cama e começou a devorar o seu camembert. - Garoto, o que foi aquilo? 

— O que, Plagg? - Disse pegando o meu pijama enquanto ia para o banheiro tomar banho.

— Adrien, você foi a casa da garota que te xingo e brigou com você por causa do palito de fosforo. - Plagg deu ao Tomatinho mais um apelido. Gostei desse. 

— Eu sei. Qual o problema? 

— Bom, pensei que você estivesse com raiva dela.

— Eu não consigo, Plagg. Além disso, ela mostrou estar arrependida. 

— Mesmo assim... Acho que você não deveria ter ido lá.

— Plagg, depois que brigamos eu pude ver que ela estava triste e sofrendo com tudo aquilo. A Mari e especial, ela se importa com as pessoas, e não queria que tudo aquilo tivesse acontecido. Ela gosta muito dos seus amigos. Eu precisava ir vê-la, mesmo que como Chat. Eu precisava saber se ela estava bem. 

— Amor é uma coisa tão complicada. Não gosto disso.

— Para com isso senhor rabugento. Você mesmo disse que era apaixonado pela Kwami de My Lady.

— E eu era. Mas ainda bem que isso acabou. Agora só amo o meu precioso queijo. - Ele disse enquanto comia o ultimo pedaço de seu queijo.

— Sei. Aposto que você ainda gosta dela. É Tikki, né?

— Não gosto não, garoto. Agora pare de falar bobagens e vai logo tomar o seu banho. Você ta todo amassado de ter ficado chorando a tarde toda.

— Eu não chorei! 

— Chorou sim! Eu vi. Não sou cego. E ainda me deixou sem camembert. Depois reclama que não te ajudo e nem dou conselhos. Como posso fazer isso se você é ingrato e nem me da comida?

— Acabei de te alimentar!

— Agora, depois que viu a namorada. 

— Ah, Plagg, vai dormir. - Eu disse e entrei para o banheiro. Ouvi que ele estava falando alguma coisa, mas não consegui entender. Então apenas ignorei e fui tomar o meu banho. 

Depois do banho fui me deitar e fiquei pensando na Mari. Ainda bem que ela já  estava se sentido melhor. Não quero que ela fique triste por minha causa. Não quero vê-la sofrer, só quero faze -lá sorrir, para que ela possa sempre estar com aquele lindo sorriso no rosto. Eu suspirei e me virei para olhar o Plagg. Ele estava todo esparramado em uma almofada, ele dormia enquanto resmungava “camembert”, eu ri e depois fechei os meus olhos, logo eu já estava dormindo.