Oswin havia sonhado com sua mãe adotiva.

Após aquela assustadora declaração de Nathaniel sobre seu pai, Oswin teve muitos problemas para dormir. Sentia seus olhos pesarem com sono, mas o medo do que sentia do rei era tanto que toda vez que ameaçava a cair no sono, acordava em um sobressalto, com o coração acelerado de pavor. Sabia que estar ali naquele castelo era o mesmo que estar no meio de um ninho de cobras, e isso, a deixava ainda mais apavorada.

A única coisa que conseguiu a fazer relaxar foi mentalizar sua mãe adotiva, Brianna, sorrindo para ela. Brianna Montgomery, a mulher que a havia adotado quando bebê sempre havia sido doce e amável com ela. Oswin se lembrava de quando era pequena, gostava de passar os dedos pelos cabelos ruivos da mãe. Brianna apenas ria, os olhos verdes transbordado doçura.

Brianna era uma escocesa que se apaixonara por um britânico, William, seu pai adotivo. Por esse motivo, Oswin sempre adorava quando sua mãe a contava histórias de seu país de origem. Contos sobre fadas, folclore e tradições antigas da Escócia. Seu preferido era uma canção, “The Sky Boat Song”, um cântico antigo do país, retratando uma guerra entre a Inglaterra e a Escócia. Oz adorava ouvir a voz suave de sua mãe cantar. E foi mentalizando sua mãe cantando para ela, que conseguiu adormecer.

Foi no meio de um dos sonhos que Oswin se sentiu sendo empurrada na cama. A garota resmungou um pouco, insatisfeita por ser interrompida de seu sono.

— Senhorita Montgomery! Acorde! – reconheceu a voz baixa e doce de Violette. – Temos que lhe arrumar.

Oswin se sentou na cama em um sobressalto, olhando para as três criadas, confusa.

— O que quer dizer com me arrumar? – ela perguntou. – Aonde vamos?

Rosalya pigarreou, chamando a atenção para ela. Oswin a olhou de cima a baixo. Naquele dia ela não usava o uniforme preto de criada como as outras duas garotas ali no quarto. Rosalya usava um vestido roxo simples de mangas três quartos e rendas pretas nas extremidades, e ainda uma capa de veludo preta para viagem, por cima do vestido.

— Nós vamos até a cidade. – Rosalya respondeu, como se fosse óbvio. – O Rei ordenou que comprássemos alguns vestidos para você, já que o da princesa Ambre ficou largo. – Rosalya parou por um momento, contendo uma risada. Oswin pôde ver que as três garotas já sabiam que Oswin acidentalmente havia chamado a princesa de gorda. – E é claro, vamos encomendar o seu vestido para o baile que será daqui há três dias. Como você é a convidada de honra desse baile, não podemos deixa-la vestir as roupas velhas da princesa, não é mesmo?

Oswin assentiu, ainda um pouco abobalhada ao descobrir que o rei gastaria dinheiro com ela.

— E vamos apenas nós duas?

— Ah não! - Rosalya respondeu, balançando a mão para enfatizar suas palavras. - Iremos com Armin, o soldado. Ele disse que seu irmão Alexy tem a melhor alfaiataria da cidade.

Oswin pensou em recusar a oferta, porém quando olhou para o vestido de Ambre suspirou com insatisfação. E concluiu que se quisesse se misturar com as pessoas daquele lugar para poder fugir dali, tinha que se portar como elas. Então engoliu seu orgulho ferido e se levantou da cama para se aprontar.

***

Duas horas depois, Rosalya e Oswin já estavam se direcionando ao pátio principal do castelo, aonde iriam pegar a carruagem e ir até a cidade.

Após um café da manhã constrangedor, com o rei que ela desafiara e agora a estava sustentando, e sua filha nojenta e mimada a fuzelando com o olhar, Oswin se encontrou com Rosalya no corredor, feliz por ir apenas ela e não todas as três criadas.

Oswin gostava de Iris e Violette, não tinha nada contra as duas. Porém era com Rosa que podia se comunicar mais informalmente e conversar casualmente. A garota platinada era divertida, boa de conversa e sem medo de falar o que pensava. E era exatamente por isso que tinha muito mais liberdade com ela do que com Íris e Violette.

— Meus pés estão me matando. - Oswin reclamou, cambaleando e sendo ajudada por Rosalya que se esforçava ao máximo para não rir de sua cara. - Não estou acostumada a usar esse sapatos, de onde eu venho ninguém usa isso.

Rosalya a olhou com uma expressão indecifrável.

— Você não é quem diz ser. - ela disse, em um tom de voz baixa e reflexiva, fazendo com que Oswin arregalasse os olhos e se afastasse dela aos tropeços. - Eu conheço todas as cidades e vilarejo, de norte a sul, perto do castelo, e todos eles usam vestidos com espartilhos e botas de cadarços. - ela disse, como se quisesse explicar como havia chegado à conclusão de que Oswin era uma alienígena naquele mundo.

A garota platinada pareceu acordar de um devaneio, e olhou para Oswin. A de cabelos castanhos estava à alguns metros de Rosa, com os olhos arregalados, medo estampando o rosto delicado de Oswin, e o peito subindo e descendo em uma respiração acelerada.

— Eu não vou contar nada para ninguém. - Rosalya assegurou. Porém sua face se contorceu em preocupação. - Apenas pelo amor que tem em sua vida, não arrume confusão com o Rei Francis.

Oswin, ainda se recuperando do choque de ter sido descoberta em sua mentira, apenas confirmou com a cabeça. E as duas desceram para o pátio do palácio.

A carruagem já estava parada no pátio de entrada quando chegaram. Um cocheiro sentado no banco ao teto da carruagem, e um rapaz extremamente atraente de cabelos negros e olhos azuis, que devia ser Armin, estavam a esperando.

— Rosa. - ele disse, cumprimentando a loira com um rápido abraço. E então se virou para Oswin, um sorriso radiante e um pouco brincalhão estampava seu rosto. - E essa deve ser a comentada Senhorita Montgomery. - ele disse e se curvou elegantemente para Oswin. - Meu irmão está ansioso para conhece-la.

Oswin apenas exibiu um sorriso educado e se curvou para ele também. Apenas uma formalidade, não estava bem o suficiente para falar ainda que quisesse.

Quando entraram na carruagem - Armin preferiu ir com o cocheiro, assim dando mais espaço e privacidade para as duas garotas -, Oswin olhou para Rosalya no banco à sua frente, e suspirou nervosa.

— Rosa. - Oswin a chamou, e a mulher a olhou imediatamente. - Você tem razão. - ela disse. - Eu vim de um lugar chamado Nova Iorque, e não faço ideia de como voltar.

Ao invés de Rosalya a encher de perguntas, ela apenas sorriu em compreensão, e estendeu uma mão enluvada para pegar as de Oswin.

— Bem. - ela disse. - Apenas saiba, que enquanto você estiver aqui, eu serei sua amiga, para o que der e vier.

***

A cidade parecia um cenário de filmes de época. Oswin se surpreendeu com a arquitetura detalhada e bonita das casas e prédios comerciais. Rosalya que servia de guia turístico, lhe mostrava, pela janelinha da carruagem, todos os pontos mais importantes e mais bem frequentados pela alta sociedade. E Oswin apenas escutava tudo aquilo com grande interesse.

A loja do irmão de Armin era um prédio charmoso em pedra clara, que se localizava em uma das ruas mais movimentadas. Rosalya desceu dá carruagem com grande empolgação. Sendo seguida por Oswin, que ria da garota.

Armin também desceu dá carruagem e entrou na loja em primeiro lugar, sem cerimônias ou atos de cavalheirismo para com as duas mulheres ali.

— ALEXY. - ele gritou a plenos pulmões, quando entraram na loja. - TROUXE CLIENTES PARA VOCÊ!

Rapidamente, um rapaz surgiu dos fundos da loja. Se vestia de um jeito estravagante e colorido. Seus cabelos eram em um tom de azul claro e bonito, batiam na altura do ombro e estavam livres, ricocheteando alegremente no rosto do rapaz.

— Armin, você trouxe Kentin com você?... ROSA! - ele disse, e quando percebeu Rosalya ali, praticamente pulou o balcão e envolveu a garota em um abraço de urso. - Senti saudades! Como vai a vida naquele palácio? Com todos aqueles soldados?

Rosa gargalhou e o abraçou ainda mais.

— Estou bem! - ela disse, alegremente. - Mas você sabe que eu só tenho olhos para um soldado.

Alexy suspirou, jogando algumas mechas azuis para trás de sua orelha.

— Leigh, não sei como você é aquele garoto ainda não estão casados?! Um absurdo! Se eu fosse você eu pressionava ele agora para se casar! - ele disse, e então seus olhos se viraram e perceberam Oswin ali. - E você? Meu bem! Que vestido é esse?! - ele disse, pegando um pedaço de renda da saia do vestido de Oswin. - Com todo respeito, mas está parecendo uma prostituta!

Oswin soltou uma risada, e o acalmou com um gesto de mão.

— Ah não! Esse vestido não é meu! - ela disse o tranquilizando.

Armin explodiu em gargalhadas.

— É da princesa Ambre. - Armin esclareceu, vermelho de tanto rir.

Alexy assentiu compreendendo e fez uma cara de nojo.

— Está explicado o decote. - ele resmungou. - Então, o que fizeram fazer aqui?

— Nós viemos aqui comprar alguns vestidos para ela. - Rosalya disse, apontando para Oswin. - E também encomendar vestidos para o baile.

— Meu nome é Oswin - ela se apresentou mesmo sem ninguém pedir. - Gostei do seu cabelo.

Alexy se voltou para ela novamente, seus olhos violetas brilharam e ele abriu um sorriso radiante.

— Ah, obrigada, eles dizem que eu sou metade elfo por causa deles. - Alexy respondeu.

Oswin arregalou os olhos, surpresa e interessada na história.

— Sério?! - ela disse animada. - Que legal!

Alexy gargalhou, e de repente envolveu Oswin em um abraço sufocante.

— Ah meu Deus! Você é tão fofa! - ele exclamou alegremente, e então se virou para o irmão. - Armin, pelo amor que tem em sua vida, me diga que você está noivo dessa garota.

Rosalya gargalhou, e Armin ficou vermelho. Oswin que ainda estava sob o abraço do gêmeo de cabelos azuis, também corou, mas felizmente ninguém viu.

— N-não. - Armin gaguejou.

Alexy soltou Oswin relutantemente, mas ainda se manteve de mão dadas com ela. Ele estreitou os olhos para seu irmão.

— Trouxa. - ele disse sombriamente, e pegou Rosalya pela mão também, puxando as duas para o interior da loja. - Vamos meninas, temos muito o que fazer.

***

Já era fim de tarde quando saíram da loja de Alexy, cheia de caixas de vestidos, botas, luvas, chapéis. Tudo necessidade para sua "sobrevivência" naquele tipo de ambiente diferente.

Alexy e Rosalya a haviam feito provar quase todos os modelos de vestidos da loja. Mas por fim ela escolheu cinco, por insistência de Rosa. Um amarelo com flores bordadas por ele todo roxas, outro azul turquesa simples. Verde escuro com detalhes em dourado, um rosa bebê, sem mangas com flores de tecido enfeitando o decote e os ombros. E o último era a encomenda para o baile, um vestido relativamente simples, tomara que caia, com o espartilho bem apertado em vinho escuro e as saias armadas em um vermelho vivo.

As duas foram ajudadas pelo cocheiro e por Armin a colocarem as compras dentro da carruagem. Oswin que já usava o vestido azul turquesa, com o espartilho propriamente ajustado à cintura, se sentia bem mais confortável assim do que com o vestido velho da princesa.

Oswin olhou para Rosalya parada no meio fio do passeio, olhando para frente e estreitando os olhos. Achou que algo devia estar errado e a cutucou levemente no ombro.

— O que foi? - Oswin perguntou, suavemente.

Rosa a olhou com certo estranhamento, como se só agora percebesse a presença de Oswin ali. Mas por fim apontou para onde estava olhando antes. Uma mulher, do outro lado da rua, com os cabelos castanhos soltos cheios de tranças e um vestido decotado acima do nível, azul e rosa.

— Debrah - Rosalya explicou, diante da confusão no rosto de Oswin. - A maior vadia dá corte.

Oswin franziu a testa.

— Mas o que ela fez? - perguntou, curiosa.

— Dormiu com metade dos homens em todo o reino. - explicou Rosalya, eficientemente.

As sobrancelhas de Oswin se arquearam.

— Oh...

— Ouvi dizer que ela é a mais nova amante de Lorde Collins. - Armin disse, se aproximando das duas garotas.

Rosalya revirou os olhos.

— Pensei que Lorde Collins fosse um homem de bom gosto. - ela disse, com reprovação. - E não alguém que se contenta com lixo.

— Quem é esse Lorde Collins? - Oswin perguntou, curiosa.

Rosalya e Armin a olharam perplexos, como se Oswin tivesse a obrigação de saber quem era o tão bem falado, Lorde Collins.

— Ah, não se preocupe! - Rosa disse, dispensando a pergunta de Oswin com um aceno de mãos. - Você o conhecerá no baile. - ela disse. - Agora vamos, minha querida, fofocas não fazem bem para a saúde. - Rosalya disse, e entrou na carruagem, com Oswin logo atrás dela.

***

Os três dias haviam passado em um piscar de olhos. E o dia do baile havia chegado tão rápido quanto um jato.

O castelo fervilhava com os preparativos para a festa, e Oswin por sua vez, não pôde deixar de se sentir culpada por ser responsável por esse baile. Mas quando se sentia culpada, se lembrava que o rei fazia o que quisesse e na hora que quisesse e a culpa passava instantaneamente.

Oswin olhava sonhadoramente para a obra de arte que Alexy havia produzido: o seu vestido de baile. Era realmente magnífico, é mesmo não querendo realmente ir para essa festa, ela mal podia esconder sua ansiedade para experimentar a peça de roupa.

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Seus desejos foram atendidos quando Rosa, Violette e Iris chegaram ao seu quarto, carregando baldes de água quente e derramaram na banheira para que ela pudesse tomar um banho. Oswin infinitamente agradecida por um banho descente aceitou de bom grado.

— É verdade que Lyssandre estará aqui esta noite Rosalya? - perguntou Iris, enquanto ajudava Oswin a lavar os cabelos.

Rosa confirmou, ela estava ocupada separando quais sapatos Oswin usaria, e Violette as maquiagens.

— Ah sim. - ela disse. - Lyssandre é o braço direito de Lorde Collins, - ela explicou. - Leigh me disse que os dois são amigos de longa data.

Oswin se virou para Rosalya apoiando o queixo na beirada da banheira.

— Então Lyssandre é seu cunhado? - ela perguntou, e Rosa ficou vermelha, enquanto as outras duas soltavam risadinhas. - E esse tal Lorde Collins? Pelo jeito que vocês todas falam dele, ele deve ser quase um Brad Pitt.

Iris a olhou confusa.

— Brad Pitt?

— Impossivelmente bonito. - Oswin se corrigiu a tempo. - Ele deve ser lindo.

— Ah sim, Senhorita Oz. - disse Violette timidamente. - Ele é tão bonito que todas as jovens da corte disputam quem vai conquistar seu coração primeiro. - ela disse ficando vermelha. - Mas ninguém nunca conseguiu.

Após o banho, Oswin deixou seus cabelos se secarem naturalmente, já que não tinha outra opção. Enquanto Rosa fazia sua maquiagem. Nos olhos, uma sombra cintilante, com um equivalente ao delineador preto de gatinho. É uma espécie de batom, vermelho vivo. Nos cabelos, Violette fez um maravilhoso coque que misturava tranças com as mechas onduladas em uma bagunça exuberantemente linda.

Foram necessárias as três garotas para puxar os cadarços do corpete do vestido de baile. Mas por fim, apesar de sem ar, Oswin havia ficado uma cintura tão fina que parecia uma boneca de louça.

Ouviu-se batidas na porta, e as quatro garotas que estavam jogadas na cama do quarto de galáxias, se levantaram de uma vez.

Era Nathaniel, que quando olhou para Oswin, arregalou os olhos e depois corou violentamente. Oswin achando graça na situação, apenas deu um tchau rápido para Rosa, Violette e Iris, e saiu de braços dados com o príncipe.

Os dois desceram as escadas de mármore branco para o salão de bailes que já estava lotados de súditos vestindo suas melhores roupas.

O ambiente era amistoso e aconchegante. Com os enormes lustres à luz de velas, e os castiçais nas mesas repletas de diversos tipos de comidas, as velas deixavam o local com um tom romântico.

Um conjunto de musicistas tocavam num canto do enorme salão de bailes. E alguns casais dançavam elegantemente na pista de dança. Os cavaleiros guiando e as damas graciosas com suas saias flutuantes.

Nathaniel a apresentou para diversos homens dá alta sociedade, que lhe falavam que sentiam muito pelo que acontecera a ela na estrada e diziam que estavam muito felizes por tê-la ali na corte.

Porém o príncipe teve que deixa-la a sós em algum momento durante o baile, para dançar com a mimada irmã que insistia toda hora. E Oswin sabia muito bem que Ambre apenas queria que Nathaniel ficasse longe dela.

Oswin olhou em volta do salão. Se sentia deslocada ali. Se perguntava à que horas Rosalya chegaria para que não ficasse sozinha no meio de estranhos. Ela fora convidada, devido ao seu relacionamento com o irmão do amigo mais importante do misterioso Lorde Collins.

Oswin estava seriamente cogitando em voltar escondida para seu quarto, quando vislumbrou algo que já havia visto antes naquele mar de gente desconhecida. Mas sem dúvidas ela já havia visto aquela cabeleira ruiva antes.

O homem de capuz que havia encontrado na estrada de lama logo após atravessar o espelho. O lindo homem ruivo com as feições masculinas e ao mesmo tempo delicadas e perfeitas que havia a derrubado do cavalo e a deixado para morrer.

Na ocasião, quando o encontrou pela primeira vez, no meio da floresta, fugindo dos soldados do rei, Oswin havia pensado que ele era um dos rebeldes que eram contra o reinado do Rei Francis. Mas ali, agora, bem vestido, arrumado e barbeado, ele parecia a vontade demais com a alta sociedade para ser apenas um simples rebelde. Não, ele era muito mais do que isso.

Vendo o homem de costas do outro lado do salão, Oswin não se conteve. Sua curiosidade falou mais alto e ela começou a atravessar o salão a passos largos, desviando de casais que dançavam, e indo em direção ao homem. Seu coração batia mais rápido a cada passo, cheio de espectativa para descobrir a verdade.

Oswin chegou logo atrás do homem. Suas costas eram largas e musculosas, mesmo sob o tecido grosso de seu casaco. Ela levantou a mão direita e tocou o ombro do homem, o cutucando insistentemente.

Ele se virou, procurando ver quem o tocara e deu de cara com Oswin. Os olhos azuis do homem se arregalaram por um segundo, a reconhecendo.

— Você... - ele resmungou, em uma mistura de preocupação e sarcasmo.

Oswin apontou o dedo para ele, não ligando se era falta de etiqueta.

— Quem diabos é você? - ela perguntou atrevidamente.