Autour du petit Black escrita por shadowhunter


Capítulo 3
O Beco Diagonal


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, volte!



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POV Autora

Os dias se passavam tranquilamente na vida de Harry Potter e Charlote Black. Harry permaneceu dentro dos limites do jardim d’A Toca, passando a maior parte dos dias jogando quadribol no pomar dos Weasley. Charlote passava seus dias com suas amigas passeando pelas ruas trouxas, claro que tomando toda a medidas de proteção necessárias, e as vezes Fleur as visitava, pois, a ruiva se recusava a passar mais tempo do que necessário no mesmo ambiente que Harry e seus amigos.

As férias poderiam ter sido muito mais felizes se não fossem os desaparecimentos, acidentes estranhos e até mortes que eram noticiadas todos os dias no Profeta Diário. O dia 11 de Julho, que chegava a ser um dos dias mais alegres na residência dos Tonks, foi um dia sombrio e silencioso. A festa que havia todos os anos tinha se resumido a um pequeno jantar com a família e as amigas. Charlote nunca se sentiu tão mal em seu aniversário, ela geralmente tentava ignorar o fato de que sua mãe tenha morrido nesse exato dia e aproveitar o seu dia, mas dessa vez era impossível ignorar esse fato. Foi em circunstâncias como essa que sua mãe faleceu, meses depois o seu pai se foi. Dessa vez, quando acordou pela manhã, ela se permitiu chorar e sofrer por aqueles que a deixaram.  Então o dia 31 de Julho chegou, Harry finalmente passaria o seu aniversário cercado pelas pessoas que ama, pelo menos por parte delas. Lily e James Potter não estavam ali para celebrar mais um ano de vida, Sirius Black também não estava ali para rir com seu afilhado e Charlote não queria vê-lo por nada nesse mundo. Para piorar o dia, a sua festa foi perturbada pelos espantosos relatos de Lupin, que parecia magro e deprimido, os cabelos castanhos fartamente embranquecidos, suas roupas mais rotas e remendadas que nunca.

— Tinha havido mais dois ataques de dementadores – anunciou ele, quando a sra. Weasley lhe ofereceu uma grossa fatia de bolo de aniversário. – E encontraram o corpo de Igor Karkaroff em um barraco no norte do país. Sobre o local pairava a Marca Negra, aliás, para ser franco, fico surpreso que ele tenha sobrevivido quase um ano depois de desertar os Comensais da Morte; lembro que o irmão de Sirius, Régulo, durou poucos dias.

Harry não sabia o porquê, mas ouvir sobre o pai de Charlote o causava calafrios. Ele não sabia muito sobre o irmão de Sirius, apenas que ele era um comensal e foi morto quando tentou sair. Mas a verdade é que qualquer coisa relacionado a ruiva o deixava meio abalado, ele a queria de volta, mas tinha medo de tentar.

No dia seguinte a essa sombria festa de aniversário, chegaram cartas de Hogwarts e as listas de material escolar. As de Harry incluíam uma surpresa: fora nomeado capitão de quadribol. No sábado, todos estavam animados para ir ao Beco Diagonal, visitar a famosa loja dos gêmeos.

Na residência dos Tonks, as meninas acordaram agitadas. Enquanto uma arrumava a outra, como costumavam fazer, Lotte apenas observava o armário cheio de roupas azuis e fofas, nenhuma delas agradava a garota. Ela procurou e procurou até achar algo que a agradava. Uma camisa vermelha escura, uma saia xadrez vermelha e preta, um par de coturnos marrons, um par de luvas pretas e uma capa da mesma cor para combinar. Sem esperar as amigar, que queriam ajudar a arruma-la, fez um feitiço para secar o cabelo e estava pronta.

— Não acredito que se arrumou sem a gente – fala Julie chateada.

A loira usava uma camisa de manga rosa, jeans claro, um salto plataforma branco e um casaco rosa. Belle tinha feito umas tranças no cabelo da amiga, o que ressaltava sua aparência doce e romântica. Mas embora a aparência seja de alguém doce, Julie sabe ser uma verdadeira rebelde que quer.

— Mas é claro que ela se arrumou sozinha – fala Allison – Ela sabe que iriamos fazê-la usar algo claro.

A morena usava uma blusa tomara que caia azul, jeans branco, tênis da mesma cor da blusa e uma jaqueta branca. Seus cabelos estavam soltos, tinham sido secos com magia. A francesa estava um amor.

— Parem com isso as duas – fala Belle terminando de se arrumar – Lotte pode se vestir como quiser e da cor que quiser, agora adiantem que temos que ir.

A menina usava uma blusa florida, acompanhada de uma saia preta, um par de tênis da mesma cor e seu amado blazer preto. Cabelo solto com algumas trancinhas completavam o visual. Das quatro, Belle era a mais madura, isso sempre foi visível pelo seu jeito de se vestir.

— Meninas – fala Tonks— Gui me entrou uma bolsinha com o seu outro, Lotte – falou entrego uma bolsinha de couro preta para a irmã – Temos que ir, os Weasley já devem estar lá e você e Belle precisam comprar os materiais para Hogwarts.

As meninas desceram e foram em direção a lareira, indo parar no caldeirão furado. O Caldeirão Furado estava completamente vazio. Do pessoal antigo, só restava Tom, o estalajadeiro, enrugado e sem dentes. As meninas, em silencio, atravessaram o bar e foram para a passagem para o Beco. Charlote pegou a varinha e tocou em certos tijolos no muro, que se abriu em arco, revelando uma tortuosa rua de pedras.

Elas atravessaram e pararam, olhando para o Beco Diagonal.

Uma coisa era certa, ele mudara. Os arranjos coloridos e brilhantes nas vitrinas exibindo livros de feitiços, ingredientes e caldeirões para poções estavam ocultos por grandes cartazes do Ministério da Magia. A maioria, sombria e roxa, era uma versão ampliada dos panfletos sobre segurança que tinham sido distribuídos pelo Ministério durante o verão, mas outros continham fotos animadas em preto e branco dos Comensais da Morte que se sabiam estar foragidos. Belatriz Lestrange sorria desdenhosamente na fachada do boticário mais próximo. Algumas vitrines estavam fechadas com tábuas, inclusive a da Sorveteria Florean Fortescue. Em contraposição, tinham surgido várias barracas de aspecto miserável ao longo da rua. Aquele lugar, que era repleto de vida, estava morrendo aos poucos.

— Ouvi tanto sobre esse lugar – comentou Julie – Cheio de vida e cores, o que aconteceu aqui?

— A guerra aconteceu – falou Belle – Ela está cada vez mais próxima e Londres é a primeira a sofrer com isso.

— Temos que ficar juntas – avisou Charlote andando pelo Beco – Lembrem-se disso, corremos perigo sozinhas, juntas temos alguma chance. Não vamos comprar muita coisa, Molly Weasley disse que faria isso para mim, só viemos ver a loja dos gêmeos e o uniforme, assim que terminar voltamos para casa.

Então as garotas seguiram para a Madame Malkin. As pessoas a sua volta não conversavam, pareciam querer sair dali o mais rápido possível, e com razão. Quando chegaram na lojinha, encontraram Hagrid na porta.

— Charlote – exclama o meio gigante – Estava me perguntando quando viria, tenho ordens para protegê-la também.

— Olá Hagrid – fala a ruiva sorrindo – Acabamos de chegar, imaginei que estaria com Harry, não há necessidade de me proteger – fala entrando na loja acompanhada de suas amigas.

As garotas entraram no momento que em Harry discutia com Narcisa Malfoy.

— Tudo bem, Draco – disse Narcisa segurando o ombro do filho com os dedos finos e pálidos. – Prevejo que Potter irá se reunir ao querido Sirius antes de eu me reunir ao Lúcio.

 Charlote acabou ouvindo e não conseguiu ficar calada:

— Ou talvez você queria se reunir ao meu pai – fala severamente, se fazendo presente – Não foi você que assistiu sua querida irmã tortura-lo e não fez nada? Não era ele o primo que você tanto adorava? Talvez queira se juntar a ele, pedir perdão pelos seus erros.

— Olha como fala comigo fedelha – fala Narcisa começando a se alterar.

— Por quê? A verdade dói? Saber que a maior parte da sua família, da nossa família, imunda está morta e que você e sua irmã causaram a morte de dois deles? Ou será que é porque a irmã que você tanto amava tem vergonha de você e o primo que sempre te apoiou está morto?

— Charlote – fala Belle de modo severo – Chega! – puxa a ruiva, que estava cara a cara com Narcisa, para controlá-la.

Madame Malkin agitou-se um momento sem sair do lugar, então resolveu agir como se nada estivesse acontecendo, na esperança de que de fato não acontecesse. Curvou-se para Malfoy, que encarava Harry com ferocidade.

— Acho que essa manga esquerda devia ser um pouquinho mais curta, querido, me deixe...

— Ai! – berrou Malfoy, dando-lhe um tapa na mão. – Olhe onde enfia os alfinetes, mulher! Mãe... acho que não quero mais essas vestes...

E, puxando as vestes pela cabeça, atirou-as no chão aos pés de Madame Malkin.

— Você tem razão, Draco – disse Narcisa, lançando um olhar de desprezo a Charlote e Hermione –, agora sei o tipo de ralé que compra aqui... será melhor comprarmos na Talhejusto e Janota.

Dito isto, os dois saíram da loja, Malfoy fazendo questão de esbarrar com toda a força em Rony, a caminho da porta.

Francamente! — exclamou Madame Malkin, apanhando as roupas e passando a ponta da varinha por cima para remover o pó, como se fosse um aspirador.

— Sinto muito pelo transtorno causado – fala Belle, que ainda segurava Charlote pelo braço.

A bruxa se mostrou aturdida durante toda a prova das vestes de Rony e Harry, e tentou vender modelos masculinos para as meninas em lugar de femininos, e, quando finalmente acompanhou-os à porta da loja, exibia o ar de quem estava contente de vê-los pelas costas.

— Compraram tudo? – perguntou Hagrid animado quando os garotos reapareceram ao seu lado.

— Quase tudo – respondeu Harry. – Você viu os Malfoy?

— Vi – confirmou Hagrid indiferente. – Mas eles não iam se atrever a provocar confusões no meio do Beco Diagonal, Harry, não se preocupe.

Harry, Rony e Hermione se entreolharam, mas, antes que pudessem desiludir Hagrid de ideia tão reconfortante, o casal Weasley e Gina chegaram, carregando pesados pacotes de livros.

— Charlote – fala Molly ao ver a menina – Comprei os seus livros e o da sua amiga, conseguiram ver os uniformes?

— Sim – fala a menina tentando sorrir – Muito obrigada Molly, evitou com que eu ficasse mais tempo do que necessário nesse lugar – fala pegando os livros e pondo na bolsa, que tinha um feitiço de expansão.

Em seguida, todos juntos, passaram no boticário, para comprar todos os materiais de poções necessários, e no Empório das Corujas para logo em seguida irem para a Gemialidades Weasley, a loja dos gêmeos.

Encaixada entre fachadas sem graça, cobertas de cartazes, as vitrines de Fred e Jorge chamavam a atenção como uma queima de fogos. Transeuntes distraídos olhavam por cima do ombro para as vitrines, e alguns muito espantados chegavam a parar, petrificados. A vitrine da esquerda ofuscava a vista tal a variedade de artigos que giravam, espocava, piscavam, quicavam e gritavam. A vitrine da direita estava tomada por um gigantesco cartaz, roxo como os do Ministério, mas enfeitado com letras amarelas pulsantes.

Para que se preocupar com Você-Sabe-Quem?

DEVIA mais era se preocupar com

O-APERTO-VOCÊ-SABE-ONDE

a prisão de ventre que acometeu a nação!

As meninas caíram na gargalhada. Ouviu-se um gemido fraquinho ao lado e, ao se virarem, deparam-se com a sra. Weasley olhando estarrecida para o cartaz. Seus lábios se moviam, silenciosamente, enunciando as palavras “O-Aperto-Você-Sabe-Onde”.

As meninas trocaram olhares sorridentes e entraram na loja, que estava lotada, com o trio de ouro logo atrás. Ficaram examinando tudo, olhando as caixas empilhadas até o teto: ali estavam o kit Mata-Aula que os gêmeos tinham aperfeiçoado no ano em que abandonaram Hogwarts, sem concluir o curso; Lotte reparou que o Nugá Sangra-Nariz era o que saía mais, e restava apenas uma caixa arrebentada na prateleira. Havia latões cheios de varinhas de brinquedo. As mais baratas faziam aparecer galinhas de borracha ou calças compridas quando agitadas; as mais caras batiam no pescoço ou na cabeça do usuário desavisado; caixas de penas de escrever, nas opções Caneta-Tinteiro, Autorrevisora e Resposta-Esperta. Abriu-se um espaço na multidão e puderam chegar ao balcão, onde um bando de crianças de dez anos observavam felizes um homenzinho de madeira subir lentamente os degraus de um patíbulo com duas forcas de verdade em cima de um caixote, onde se lia: Forca Reciclável – Soletre certo ou se enforque!

“Feitiços Patenteados para Devanear...”

Hermione conseguira se apertar até um grande mostruário junto ao balcão, e estava lendo a informação no verso de uma caixa com a foto muito colorida de um belo rapaz e uma moça desmaiando no tombadilho de um navio pirata.

Um simples encantamento e você mergulhará em um devaneio de trinta minutos excepcionalmente realista. Fácil de usar em uma aula normal e virtualmente imperceptível (efeitos colaterais: olhar vago e ligeira baba). Venda proibida a menores de dezesseis anos.”

— Sabe – comentou Hermione, erguendo os olhos para o grupo –, está mágica é realmente extraordinária!

— Só por causa disso, Hermione – disse uma voz atrás deles –, você pode levar uma de graça.

Um Fred sorridente estava diante deles, usando um conjunto de vestes magenta que contrastavam magnificamente com seus cabelos muito ruivos.

As meninas se afastaram e foram olhar o resto da loja. Era incrível que, em tempos sombrios, os gêmeos conseguiram trazer um pouco de alegria as pessoas. Próximo à vitrine, havia um arranjo de produtos rosa berrante em torno do qual jovens excitadas davam risadinhas entusiásticas.

— Poções do amor? – questionou Allison quando chegaram perto do produto.

— Imagino quantas desesperadas irão comprar para conseguirem sair com o “Escolhido” – fala Julie em tom de brincadeira, fazendo as garotas a sua volta a olharem torto.

— Imagine quantos e garotos e garotas não tentarão dar bombons e outras comidas para nossa ruiva aqui – fala Alli abraçando a amiga de lado.

— Eu não sei quem será mais afetado com isso – fala Belle pegando um frasco da poção e colocando junto com os produtos que iria comprar – A pessoa que foi enfeitiçada ou aquela desesperada para reverter o feitiço – fala mandando um olhar para Harry que ouvia a conversa.

— Irá levar uma?  - fala Julie vendo Charlote pegar a poção.

— Preciso para o meu estoque – fala dando de ombros – Qual a graça de manter um estoque de poções se você não possui todas as poções e materiais precisos?

— E há uma graça? – pergunta Julie se dirigindo com as amigas ao caixa.

Depois de tudo pago, elas voltaram para o Caldeirão Furado e usaram a lareira para voltar. Amanhã as meninas iriam embora e só restaria Belle, que iria para Hogwarts com a ruiva. Após o jantar as meninas colocaram os pijamas e ficaram conversando até pegarem no sono.

Na Toca, Harry pensava no dia que passou ao lado da ruiva e suas amigas. Eles não se falaram ou trocaram olhares, ela parecia tentar evita-lo a todo custo. Mas as amigas dela sabiam algo, pelo jeito que uma delas o olhou quando estavam falando para a poção do amor... Para que a ruiva precisa daquela poção? Por que ele se importa? No fundo ele torcia que ela tenha comprado na intenção de usar nele, mesmo que seja errado. Mas a simples ideia dela ainda o amar o deixava ridiculamente esperançoso. Mas ele iria reconquista-la, faria o possível para tê-la em seus braços outra vez.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Não deixem de comentar!
Bjs!!!



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