Pottertale - O Encontro de Dois Mundos escrita por FireboltVioleta


Capítulo 21
O Amalgamo




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Frsk podia sentir o cheiro vindo do monstro corrompido. Um odor enjoativo, ocre, desprendido do líquido viscoso que escorria pelo orifício no rosto do cão, Em suas várias patas, o que apreciam ser silhuetas de gatos faiscavam órbitas brilhantes na direção dos garotos.

— Ninguém… se mexe… - Chara alertou, imobilizando o corpo.

O amalgamo farejou o ar, ladrando desconfiadamente, batendo as pesadas e pálidas patas contra o chão.

Por fim, identificou o rastro de Frisk, uivando medonhamente para o teto.

— O quer eu faço? - indagou a menina, em pânico.

— Eu já ouvi falar deles – sussurrou Chara – amalgamos são monstros corrompidos... tem que ser agradados... para que não ataquem ninguém.

A informação adicional não acalmou a garota.

— Vamos recuar – sugeriu Asriel, amedrontado – bem… devagar…

Assentindo em concordância, Chara e Frisk andaram lentamente para trás, procurando recostarem-se de volta à porta do corredor. O Amalgamo os acompanhou, resfolegando, em passadas lentas e calculadas.

— Bom garoto… cachorrinho… - guinchou, levanto a mão para trás, tateando até a fechadura da porta.

Forçou a tranca para abri-la, sem sucesso.

— Não consigo abrir – ofegou, vendo o amalgamo se aproximar cada vez mais.

— Ah, pelo amor de Deus – vociferou Chara em voz baixa, apontando sua varinha, colada às costas, na direção da porta – alohomora!

Os meninos ouviram a tranca se abrir. Apressadamente, Frisk adiantou-se, puxando a fresta da porta para a frente, aproveitando-se da distração do gigantesco monstro.

— Quando eu disser três – Frisk disse – vocês passam correndo pela porta… e a gente tranca do lado de fora… - respirou fundo, abaixando-se – um… dois…

O amalgamo latiu ameaçadoramente.

— TRÊS!

Todos correram porta afora, puxando-a em conjunto.

O cão rugiu, jogando-se contra eles, sendo impedido bem a tempo pela tranca.

Os meninos, arquejantes, haviam caído contra o chão da sacada daquele andar. Se entreolharam, os olhos saltados de medo, contraindo as mãos.

— O que… diabos… foi aquilo? - Asriel foi o primeiro a se erguer, massageando o próprio peito – o que é que uma coisa dessas... faz dentro do castelo?

Chara engatinhou pelo chão até se erguer, batendo na calça para tirar o pó dos joelhos.

— Estranho – fungou - eu sei que estavam chorando demais para notar – comentou, sacudindo a cabeça – mas aquele amalgamo estava em cima de algum tipo de porta no chão.

— Ah, obrigado – o cabrito fechou a cara – desculpe se não reparei que aquele bicho pulguento estava com o traseiro de fantasma em cima de um alçapão. Estava ocupado tentando sobreviver à uma corrupção – fungou quando Frisk o acotovelou – que foi?

— Ela salvou nossas vidas – a criança o encarou com censura – sorte nossa que a Chara presta atenção nas aulas.

— Tudo bem – Frisk a viu cruzar os braços – mas por que ninguém nos contou sobre esse amalgamo? Uma coisa desse tamanho, andando por um andar da escola…

Apesar de também estar curiosa, Frisk não estava em capacidade de refletir sobre o que havia acabado de acontecer. Tudo o que queria agora era que aquele dia terminasse logo.

— Andem, os dois – Chara suspirou – antes que mais alguma coisa tente nos matar no caminho.




Havia sido um dia exaustivo. Frisk ainda tentava absorver todo o rol de informações novas que havia absorvido naquele período de tempo.

Seus pais… seu passado… o vórtice. Tudo era surpreendente demais… surreal demais… para que conseguisse compreender.

— Acha que aquele amalgamo está guardando algo? - perguntou, agarrando a pequena bolinha de papel que insistia em tentar levitar com a varinha.

— Sei lá – percebeu que Asriel estava decidido a mudar de assunto – cara… eu realmente não estou preparado para a aula da Undyne. Ela quer que eu conjure uma espada flamejante, mas eu mal consigo fazer a lâmina surgir com minha magia!

— Ela tem ataques fortes também, não é? - o chão guinchou quando Chara saltou do seu banquinho – dizem que o próprio Gerson a treinou. Com quinze anos, já havia conseguido terminar todos os estudos aqui em Hogwarts.

— Ela disse que também estava lá… na noite em que meus pais morreram – lembrou-se a garota.

Chara e Asriel viraram-se para Frisk, surpresos.

— Sério? - o pequeno monstro arfou.

— Sim – Frisk confirmou com a cabeça – acompanhou Gerson e Asgore… quando me deixaram com Taryan.

— Estranho – Asriel franziu o cenho – por que tantas pessoas se envolveram nisso? Gerson é um monstro poderoso. Poderia ter dado conta desse trabalho sozinho, não é?

Frisk deu de ombros. Esta era apenas uma das várias perguntas para as quais ainda não tinha resposta.

Respostas essas que se esforçaria em tentar obter a partir dali.

— Bem, uma coisa conseguimos tirar dessa experiência toda de hoje – brincou Chara – agora ninguém tem mais dúvida nenhuma. Seu pai realmente faz o melhor chá de flor dourada do Underground, Asriel.

O garoto empertigou-se, sorrindo orgulhosamente.

— Claro que é. Meu pai é o melhor. Esse chá é´uma receita milenar de família.

Monster Kid, de ponta-cabeça no sofá, soltou um muxoxo de desdém, sacudindo veementemente a cabeça na direção do amigo.

— Duvido que a UnderNet exista hà tanto tempo, Asriel.

Todos riram, fazendo Asriel revirar os olhos.

— Engraçado, Kideon. Muito engraçado mesmo.

Sorrindo, Frisk tacou sua bolinha de papel em Asriel, fazendo-o revidar com um rolo de pergaminho rabiscado.

Em questão de segundos, o pequeno grupo começou a se divertir numa guerra de objetos, ocupando-se pelo restante da tarde em passatempos.

Isso ajudou Frisk a esquecer de todos os seus questionamentos e preocupações, mantendo sua mente limpa de qualquer incômodo. Com isso, quando a noite caiu, a garota já se sentia bem melhor, convicta de que conseguiria esquecer tudo aquilo que a incomodava por dentro.

Já em seu respectivo dormitório, e menina observou as colegas de Casa se arrumarem para dormir. Observando uma das estudantes da Lufa-Lufa que ajeitava sua mala, Frisk aninhou-se em seu colchão, afofando o travesseiro.

Otimista, a jovem humana adormeceu, esperançosa de que todos aqueles estranhos agouros nada fossem além de coincidências sem importância.

Infelizmente, Frisk estava absolutamente enganada.








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