Pottertale - O Encontro de Dois Mundos escrita por FireboltVioleta


Capítulo 20
O Vortice Temporal




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Asgore inspirou profundamente, rodopiando a concha dentro do caldeirão.

— Há muito tempo, houve um monstro que se recusou terminantemente a achar o amor. Ele dizia que o amor levava à sincronia de almas, e esta, por sua vez, á criação de novas almas – resfolegou de modo impaciente – entenda, Frisk. Os monstros envelhecem conforme seus filhos vão crescendo. Aqueles que não os possuem, após a idade adulta, ficam congelados nesta idade para sempre. E este monstro – acrescentou – encarava isso como uma ameaça á sua vida eterna. E acreditava que segredo para a imortalidade era jamais se afeiçoar á alguém – fez uma pausa – seu nome… era Terso.

— Terso? - Chara franziu o cenho – nunca vi nenhuma citação a ele nos livros da escola.

— E nem encontraria, Chara – o grande bode a encarou seriamente – Terso desapareceu há mais de cento e cinquenta anos. E nós evitamos comentar sobre o que ele fez. Nós, do mundo subterrâneo, não tentamos mudar o passado. Mas Terso era obstinado. Queria alterar o Tempo. Queria arranjar uma forma de mudar seu passado, a fim de ficar mais poderoso.

“Com isso, começou a pesquisar incansavelmente uma forma de alterar o espaço-tempo contínuo – a tênue linha entre passado, presente e futuro. Finalmente, depois de algumas décadas, Terso encontrou uma forma de alterar a realidade.

Ele descobriu o vórtice temporal

— O que é um vórtice temporal? - perguntou Asriel.

— É como um redemoinho – Chara respondeu – pense nele como um buraco de minhoca no espaço-tempo.

— Espera aí – Frisk se sentia perdida – espaço-tempo?

— Sabe… - Asriel gesticulou – algumas pessoas acreditam que esse universo onde vivemos não é o único. E também acham que é possível viajar pelo tempo deste nosso universo – o garoto pigarreou – mas enfim. Continue, papai.

— Está bem – Frisk viu Asgore assentir – o vórtice temporal, segundo a lenda, poderia fazer com que um indivíduo modificasse a linha temporal. Apagá-la, resetá-la… alterá-la como e quando quisesse. Caminhar entre universos. Um poder imensurável. Terso descobriu uma forma de controlá-lo, e manteve este segredo escondido com alguém de sua confiança, para o caso de necessitar ajuda em alguma de suas incursões temporais. O vórtice era instável… e, caso não se tomasse cuidado, extremamente hostil.

“Um dia, foi exatamente o que aconteceu. Terso adentrou no vórtice… e nunca mais foi visto. Há a teoria de que foi engolfado por outra passagem temporal, se perdendo no multiverso.”

— Mas Asgore… - a menina vincou a testa – se ele guardou o segredo com alguém, por que essa pessoa não foi atrás de Terso?

— Ora, Frisk – o monstro suspirou – Terso foi engolfado… talvez despedaçado… por uma das linhas temporais que ele havia descoberto. Estava mais do que na cara que as viagens no tempo jamais seriam seguras… ainda mais em mãos erradas. Tudo sobre ele e sua descoberta foi escondido da comunidade monstra… apenas poucos de nós sabem sobre o vórtice, e da existência do dispositivo que o controla – torceu o focinho – e que continue assim, está bem? Não é algo que os alunos deveriam saber.

— Não compreendo – Frisk guinchou – o que isso tem a ver com meus pais?

— Ah – Asgore fungou – não sabemos ao certo, Frisk. Tudo que sabemos até agora é que Gaster procurava algo com sua família. Algo relacionado diretamente ao controle do vórtice. Difícil é definir o que seria…

— Então – a menina choramingou – Gaster pode ter matado meus pais… só por causa do vórtice?

— EI – Chara segurou seu pulso – se acalme, Frisk. Talvez não tenha nada a ver com isso. Não é, senhor Asgore?

— De fato – ele baixou a cabeça, bebericando mais um pouco do chá em sua caneca – nossas famílias sempre tiveram u convívio amigável. E foi uma tragédia terrível. Todos ficaram abalados – Asgore pôs a enorme mão sobre o ombro de Frisk – e cuidar da filha de nossos amigos é o mínimo que podíamos fazer para honrar sua memória. Nunca estará sozinha aqui, Frisk – ele sorriu de modo triste – queria poder lhe contar mais. De verdade. Mas não posso. Gerson me proibiu.

Chara arregalou os olhos. Frisk podia jurar que uma lâmpada invisível havia se acendido sobre a cabeça da garota.

— Espera aí. Gerson é quase tão velho quando Terso – arquejou – é ele, não é? Terso o conhecia. Ele está com o dispositivo do vórtice!

— O quê? - embora parecesse indignado, Frisk percebeu um brilho de pânico nos olhos de Asgore – que bobagem, Chara! Por que acha isso? - grunhiu baixinho – mesmo que Gerson estivesse com ela… - tossiu de modo exagerado – escutem. Ele não está com o dispositivo. Ele está seguro. Ninguém nunca o roubaria.

— Roubar… - Asriel olhou para o pai – foi isso que tentaram tirar da Caixa de Snowdin, papai? É o que Gerson está escondendo? Está aqui na escola, não é?

— Chega - o monstro ergueu-se – eu já contei demais! – sua expressão se suavizou – já contei demais… - olhou para os garotos – acho que está na hora de voltarem… ou Undyne vai perceber que saíram do castelo.

Os três se entreolharam de modo tenso.

A história de Asgore não havia saciado as dúvidas de Frisk. Pelo contrário, parecia ter triplicado sua curiosidade sobre o que havia acontecido no passado.

— Achaque mesmo que esse tal dispositivo está aqui, Asriel? - Chara virou a cabeça para o jovem cabrito, enquanto subiam pelas escadarias móveis de Hogwarts.

— Não sei – ele deu de ombros – pode ser, não é? Não parece ser algo de tamanho grande – abriu uma das portas, dando passagem para que Frisk e Chara passassem.

Um vento enregelante atingiu o rosto de Frisk.

— Onde estamos? - a criança olhou ao redor – entramos no corredor errado? Aqui não é o andar do Salão Comunal…

— Eu estou disléxico e desmemoriado – Asriel ganiu – ou havia uma placa de acesso estrito lá atrás?

— E AGORA VOCÊ AVISA? - berrou Chara, agoniada.

Antes tivesse desejado não exclamar. Seguindo-se a voz de Chara, a porta trancou-se magicamente, trancando os meninos dentro do corredor desconhecido.

Logo depois, o ar tornou-se mais quente e úmido. Um cheiro estranho invadiu o olfato de Frisk, fazendo seus olhos lacrimejarem.

— Mas o que…

Sentiu algo se aproximar lentamente, bafejando na direção deles.

Atônita, sentindo seu corpo paralisar de choque, Frisk ergueu a cabeça, enxergando o gigantesco e fantasmagórico amalgamo canino – uma enorme sombra surgida na escuridão.

E que estava prestes a atacar.
























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