Pottertale - O Encontro de Dois Mundos escrita por FireboltVioleta


Capítulo 14
O Halloween




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Durante duas semanas, Frisk teve os dias mais interessantes de sua vida.

Apesar de todo o alvoroço inicial, causado por sua presença em Hogwarts, a menina começou a se acostumar com o assédio e os cochichos dos colegas.

Havia aprendido uma porção de novidades em tão pouco tempo. As aulas, descontraídas em sua maioria, a ajudavam a assimilar tudo que lhe era ensinado. Havia gostado de quase todos os professores com os quais havia tido aula, e se maravilhava com cada coisa nova que absorvia.

Nem mesmo as aparições contínuas e aborrecedoras de Sans e seus colegas havia lhe tirado o ânimo de aprender. Decidira que se esforçaria sempre ao máximo para que os professores e orgulhassem dela, e não deixaria que um pequeno monstro interferisse nisso.

Também estava muito feliz por ter feito novas amizades. Asriel e Chara, naturalmente, pareciam ser seus melhores amigos. Mas também havia se achegado muito ao jovem Kideon, o aluno da Grifinória, cujo humor contagiante a fazia rir.

No entanto, com a grade apertada de horários, não haviam se encontrado tantas vezes após a Seleção. Os alunos de todas as Casas só tinham uma convivência mais longa juntos em alguns feriados de Underground,

Um dia, a criança acordou sobre o sacolejar animado de Doggo.

— Hum… - resmungou – já é hora da aula?

— Que nada – o cachorrinho riu – é Halloween, Frisk!

A menina ergueu-se, subitamente animada.

— Não vamos ter aula hoje?

— Pois é – Doggo a puxou para fora das cobertas – anda! Você tem que ver como ficou o Salão Principal!

Doggo não havia exagerado. Quando Frisk adentrou no grande Salão Principal, deu de cara com uma extensa e impressionante decoração mágica. Haviam serpentinas com as cores das Casas, lanternas brilhantes - cujo fogo alaranjado lançava sombras elegantes sobre o local, estrelas brilhantes, claramente conjuradas por algum feitiço, e até uma decoração bem suspeita sobre as mesas, com cores rosadas e animadas, que a menina tinha certeza de ter dedo da professora Alphys.

Enquanto alguns estudantes admiravam o arranjo, Frisk viu Asriel lhe acenar da mas da Grifinória, apontando para um lugar ao seu lado.

Assim que se sentou com o amigo, deu de cara com um jornal sobre a mesa.

— Assaltaram a Caixa de Snowdin – comentou, mordiscando uma coxa de frango – e os caras não sabem quem abriu, e muito menos o que roubaram.

— A Caixa de Snowdin?

— Sim. É onde ficam as coisas mais valiosas. Como um cofre. Apenas os donos dos objetos podem retirá-los de lá. Mas alguém… alguém conseguiu abrir uma divisória. Diz a Guarda Monstra que não roubaram nada. Mas mesmo assim… ah, olha a professora Muffet!

Apontou para uma monstra aracnídea ao fim do corredor, cujos seis braços encontravam-se ocupados em decorar as paredes com delicadas e brilhantes teias.

— A gente não teve aula com ela ainda, não é? - indagou a menina.

— Não. Só vamos ter semana que vem – Asriel balançou a cabeça – ela leciona Provisões e Culinária. Sabe, é tipo uma matéria que complementa a do professor Riverman. As poções de HP são sempre introduzidas em doces ou comestíveis. E aí ela ensina os quitutes – o monstrinho riu baixinho – Papyrus, aquele esqueleto alto, dá aula de Técnicas Básicas de Combate. E a Alphys é professora de Ciência Monstra.

Frisk assentiu, sorrindo, olhando aos eu redor. Apesar de todos os professores estarem ali, e vários alunos transitarem entre as mesas, não havia visto nenhum sinal de Chara até então.

Por fim, a encontrou num grupo pequeno de alunos da Sonserina, que cercavam o professor esqueleto, ao canto do Salão.

A menina se levantou, indo rapidamente na direção do grupo.

— Ei! Espera, Frisk!

Antes que se aproximasse, porém, recebeu uma ombrada violenta, vinda na direção contrária. Desequilibrando-se, Frisk esbarrou em Asriel sem querer, fazendo o garoto a segurar para não cair.

— Olha por onde anda, pirralha – Sans riu desagradavelmente, continuando seu caminho.

Asriel fez menção de se virar e ir atrás doe esqueleto, mas Frisk o impediu.

— Relaxa, Asriel – falou, massageando o braço – não vale a pena.

Ignorando a raiva que pulsava dentro de si, Frisk finalmente se aproximou dos estudantes ao redor de Papyrus.

Chara os reconheceu, sorrindo largamente.

— O professor está ajudando na decoração.
Frisk olhou para cima, acompanhando Papyrus conjurar vários ossos, que aderia às paredes em posições variadas.

— Nyeh – murmurou o professor, passando a mão pela ponta da mandíbula – nada mal, imagino. Mas se eu conseguisse chegar um pouco mais alto…

— Já sei – Asriel concentrou-se, conjurando uma de suas espadas com a varinha.

Porém, a arma feita de magia esmoreceu, desaparecendo antes mesmo de Asriel conseguir fincá-la abaixo do professor.

—  Você está fazendo errado, Asriel – disse Chara, revirando os olhos – tem que gesticular menos. Girar a varinha, e dar uma sacudida leve.

— Ah, espertinha – o cabrito fechou a cara – se é tão inteligente, faz você então!

Sem se alterar, dando de ombros, Chara gesticulou a própria varinha.

Num segundo, cinco adagas brilhantes e vermelhas enterraram-se entre a divisória dos tijolos de pedra, formando uma sequência de degraus.

— Wowie! - exclamou o revenant, admirado – excelente ideia, Chara! - subiu os degraus que a menina havia conjurado, terminando de decorar a parte de cima da parede, dando um mortal exuberante para voltar ao chão – cinco pontos para a Sonserina pela ajudinha, eu diria! Heh, heh!

Dali, Frisk teve que seguir um Asriel furioso até o pátio, vendo-o pisar duro, com as mãos fechadas em punho.

— “Tem que gesticular menos” - fez voz de falsete, fazendo o recém-chegado Kideon rir – fala sério. Essa garota é uma capeta. Por isso que ela não tem amigos.

A menina ouviu alguém arquejar alto atrás de si. Repentinamente, um vulto apressado e cabisbaixo esbarrou contra Asriel, correndo adiante e desaparecendo na ala leste do castelo.

Assustada e preocupada, Frisk percebeu uma pequena adaga ficar para trás, fincada na terra. O feitiço brilhou por alguns segundos, até desaparecer por completo.

— Acho que ela te ouviu – Kideon falou, inclinando a cabeça.

— Grande coisa – Asriel fungou, mas parecia envergonhado.

Houve um estrondo alto vindo de dentro do castelo. Sobressaltados, o trio retornou para dentro do Salão Principal, sem entender de onde viera o barulho.

— O que houve? O que houve?

Gerson havia se erguido da mesa dos professores, olhando tacitamente para os estudantes. Undyne havia tomado a dianteira, gesticulando sua varinha em posição de defesa.

A frente deles, em pânico, estava o professor Burguerpants.

— O que aconteceu? - indagou a idosa tartaruga, num tom de voz urgente.

O gato estava trêmulo, o corpo vacilando enquanto falava.

— Um t-traço p-parasita… na Ala Leste…

Alguns estudantes gritaram quando o professor desabou, desmaiado.

O burburinho desesperado que se iniciou manteve-se por pouco tempo, já que o diretor ergueu sua varinha, pedindo por silêncio.

— Sem pânico! - bradou – neutralizaremos o traço assim que o encontrarmos. Monitores, escoltem os alunos de volta ao dormitório!

Em grupos ansiosos, os estudantes começaram a ser arrebanhados para fora do Salão Principal. Entre eles, Asriel e Frisk caminhavam lado a lado, completamente tensos.

— O que é um traço? - perguntou Frisk.

— Nada bonito – Asriel respondeu – é como uma alma monstra ou invulgar corrompida. Sem corpo. Muito perigosa. Ainda bem que não estamos a Ala Leste.

Frisk parou de caminhar.

— Na Ala Leste.

— Sim. Foi o que eu disse.

Asriel ergueu uma sobrancelha – até que a ficha caiu.

— Essa não – arquejaram em uníssono – CHARA!





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