Pottertale - O Encontro de Dois Mundos escrita por FireboltVioleta


Capítulo 11
Aula de Estudo das Almas




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CAPÍTULO 11 – AULA DE ESTUDO DAS ALMAS





— Rápido, Frisk! Vamos nos atrasar!

Asriel puxava a garota pelo pulso, correndo o quanto podia pelos corredores que levavam em direção à classe de Estudo das Almas, onde Lufa-Lufa e Grifinória teriam aula naquele momento.

Frisk acompanhava o amigo, sentindo um bolo se formando na boca do estômago. Com mais de sete matérias em sua grade de estudos, havia conseguido se atrasar justamente para a aula de Undyne.

Admirava demais a monstra, desde a primeira vez que a vira. E também sabia que ela não era o tipo de pessoa que engolia facilmente um deslize daquela magnitude. Pensar em como Undyne reagiria ao seu atraso, logo no primeiro dia de aula, fazia a garota se sentir quase doente de arrependimento.

Adentraram rapidamente dentro da sala de aula, sobressaltando os alunos que já se encontravam em suas carteiras. Asriel lançou um olhar ansioso ao redor – não havia nem sinal da professora.

— Ufa. Conseguimos – suspirou o cabrito, aliviado – imagina a cara da Undyne se percebesse que nos atrasamos.

Houve um som suave e ondulado ao lado da mesa da professora. O que Frisk havia jurados ser apenas uma estátua pareceu se destacar da paisagem, como um adesivo que era retirado de sua superfície. Perdendo lentamente a camuflagem corporal, que havia ocultado-a até então, Undyne surgiu diante dos garotos, erguendo uma sobrancelha inquisitória na direção de Asriel.

O garoto engrolou, congelado numa mistura de admiração e constrangimento.

— Isso foi… incrível.

— Muito gentil da sua parte elogiar uma habilidade minha, Asriel – Undyne olhou dele para Frisk, a expressão endurecendo levemente – é uma pena que não posso fazer o mesmo por vocês, já que não parecem ter a mínima destreza para chegar no horário – virou-se de volta para sua mesa – tomem seus lugares.

Levemente desapontada consigo mesma – mas aliviada por Undyne não ter punido nenhum dos dois – Frisk obedeceu, sentando-se ao lado de Asriel nas carteiras que ainda se encentravam vazias.

— E aí? - Asriel se virou na direção de um dos alunos. Frisk reconheceu o garoto bípede que havia conhecido na Seleção.

— E aí? – o monstrinho reptiliano os cumprimentou com um aceno da cabeça – tudo bem, Frisk? Sou Kideon. Mas pode me chamar de Monster Kid.

Undyne lhes lançou um olhar de censura, ameaçador o bastante para que os três se calassem.

— Retornando às observações – a monstra contrapôs – o estudo das almas é uma vertente complexa sobre a magia monstra. Sabemos, desde muito tempo, que as almas humanas e monstras divergem completamente entre si. Também temos consciência de que, em suas próprias espécies, igualmente existem variações de traços dominantes. Cada monstro, humano e invulgar tem uma característica principal, cujo poder representa sua força interior. Sendo assim, a magia de vocês é única, assim como qualquer coisa que se derive dela.

“E é aí que entra a utilização de varinhas. Qualquer um poder conjurar magia sem canalizá-la por esse instrumento mágico. Porém, o processo quase sempre é desgastante, e não perdura por tanto tempo, além de ser potencialmente perigoso para outras pessoas. Como perceberam, a camuflagem que criei com minha magia não perdurou por mais de três minutos. Até mesmo monstros e invulgares adultos têm dificuldade de criar magia sem varinhas.

A professora olhou na direção de Frisk. Por alguma razão, a criança jurou que Undyne reprimia um sorriso calculista.

— Frisk… Asriel… poderiam vir até aqui fazer uma demonstração?

Ambos se entreolharam receosamente. Mesmo hesitando levemente, retiraram-se de suas carteiras, ficando diante da professora.

— Muito bem.. - Undyne assentiu – naturalmente, monstros tem mais facilidade de dominar o poder de suas almas através da varinha, já que demonstram seus talentos desde muito cedo – observou, baixando o olho descoberto para Asriel -  Asriel… erga sua varinha. Tente conjurar sua magia contra mim.

O garoto ofegou baixo de tensão, erguendo a varinha na direção de Undyne.

Para surpresa de Frisk, um jorro de luz brilhante, assemelhado a um tipo brilhante de espada, surgiu da varinha de Asriel. Antes que sequer se aproximasse do rosto de Undyne, porém, a monstra desviou o com um gesto suave da própria varinha.

— Excelente, Asriel. Pode guardar sua varinha – ela lhe lançou um meio sorriso de aprovação. Asriel pareceu muito satisfeito consigo mesmo – naturalmente, vocês aprenderão a melhorar estas habilidades com o tempo. Aprimorar cada vez mais seus reflexos e ataques. Principalmente se, caso um dia seja necessário… tenha que tomar atitudes repentinas.

Num gesto inesperado, Undyne gesticulou velozmente na direção de Asriel. Espantados, todos encararam a chuva de brilhantes lanças mágicas que disparou na direção do garoto.

Houve um clarão impressionante, que cegou a todos por um momento.

Asriel, retraído em posição de defesa, conjurara em suas mãos um par de impressionantes espadas feitas de energia. No entanto, não tivera sequer chance de usá-las – encontrava-se encurvado, com as armas viradas para o chão.

Undyne se boquiabriu, encarando, perplexa, o escudo avermelhado e pulsante que havia protegido Asriel de seu ataque.

Frisk fitou o escudo mágico que resguardava as costas do amigo. A menina ofegava, sem acreditar na magia que havia criado do nada.

Ela havia feito aquilo? E sozinha?

Mal chegara a colocar s mãos sobre sua varinha… como havia sido tão rápida? Mal tivera tempo de pensar naquele reflexo.

— Impressionante! – a expressão comumente feroz de Undyne se vincou de admiração – impressionante, crianças – abriu um largo sorriso – dez pontos para as duas Casas. Fizeram por merecer.

Os alunos arfaram animadamente, satisfeitos com os primeiros pontos atribuídos para a Grifinória e Lufa-Lufa.

Asriel ainda estava embasbacado, sacudindo a cabeça em choque para Frisk. As espadas em suas mãos desapareceram, assim como o escudo brilhante que a garota havia conjurado.

O sinal soou, anunciando o fim da aula. Undyne liberou os alunos, fitando Asriel e Frisk com uma reprimida empolgação.

— Para a próxima aula, quero que tragam uma redação sobre os principais traços conhecidos de almas humanas. Estão dispensados.

Todos apanharam seus materiais, começando a deixar a sala de aula.

— Até a próxima aula, Frisk! - Asriel se despediu, correndo atrás de Monster Kid e dos demais alunos da Grifinória.

Antes que a garota saísse, porém, Undyne se interpôs em seu caminho, fazendo com que ficasse um momento atrás dos demais alunos.

— O que você fez foi extraordinário, Frisk – sussurrou a professora, meneando a cabeça – nunca vi uma invulgar tão nova demonstrar magia de modo tão rápido e decidido… nem ter a magia despertada instintivamente para proteger alguém dessa forma – Frisk sentiu-a apertar levemente seu ombro – e ainda vão me acusar de favoritismo, mesmo que eu tenha devidamente lhes bronqueado pelo atraso… - sorriu suavemente – mas acho que, no fim das contas, podemos realmente esperar grandes coisas de você, garota.

Pega de surpresa pelo elogio. Frisk baixou a cabeça.

— Obrigada…

— Eu só disse a verdade – pontuou Undyne – agora vá – gracejou – impressione os meus colegas, mocinha.

Frisk assentiu, sorridente, apanhando seu próprio material, Olhou uma última vez na direção de sua guardiã, antes de desaparecer porta afora.

Alcançou os alunos da Grifinória no fim do corredor, vendo vários deles se virarem em sua direção, extasiados.

— Um escudo de invulgar bloqueando as lanças de Undyne! - falou um terceiranista, espantado – vão falar sobre isso por anos!

— Foi incrível, cara! Incrível! - Monster Kid ofegou.

— Ela salvou meu cangote. E´o que eu posso dizer – brincou Asriel, dando uma cotovelada de leve na garota.

— Definitivamente bárbaro – assombrou-se Doggo, dando pulinhos de animação.

Frisk não soube o que dizer. Simplesmente sorriu.

Parecia que, no fim das contas, o seu pedido de aniversário estava começando a se realizar.























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