Genny desceu as escadas e ouviu Klaus e Freya conversando.

— Onde ela poderia estar, irmã?

— Eu não tenho ideia, Niklaus. Fui até o quarto e ela não estava lá.

— Bom dia. - Genny cumprimentou.

— Genesis, onde estava? - perguntou Klaus. Você não pode ficar saindo assim.

Klaus... essas perguntas você fará para a Hope, não para mim. Mas eu não saí. Vocês só não procuraram em todos os quartos. - ela respondeu colocando um pouco de café numa xícara.

Freya olhou para Klaus e ele para a irmã. Os dois olharam para a porta por onde Elijah passava naquele momento.

Eles observaram ele se inclinar e beijar Genny levemente antes de pegar uma xícara e se servir de café.

— Devo pensar que Hope terá outro acompanhante na próxima lua cheia. - Klaus ironizou.

— Espero que não esteja se oferecendo irmão. Seria uma surpresa muito desagradável para Hayley. - respondeu Elijah no mesmo tom.

— Espero que saiba o que está fazendo, Cinderela. Meu irmão não tem muita sorte nesse departamento. A última se auto incinerou.

Elijah apertou tanto a xícara entre os dedos que Genny receou que ela se espatifasse.

— Bem, espero mudar isso. - ela fez um biquinho de beijo para Elijah. - Por que eu não quero ter que incinerar nada por aqui. - ela fitou Klaus com um ar inocente.

— Isso é comigo? – Klaus levantou-se da mesa. – Ah, Cinderela... você está ficando...

— Mikaelson! – um grito interrompeu Klaus.

— Mas o que é agora? Será que um homem não pode tomar um café sossegado? – ele reclamou.

Todos saíram da sala de jantar e correram para o pátio. Lá encontraram um trio de pessoas. Uma mulher parecia liderar o grupo.

— Patsy? – estranhou Genny. – O que está fazendo? – ela viu que a amiga ainda vestia as roupas da noite anterior e parecia bêbada ou drogada.

— Você! – Patsy apontou para Genny. – Você virá comigo! Meu mestre a aguarda.

— Oi? – disse Genny. – Olha se isso é uma brincadeira, é melhor você ir para casa curar essa bebedeira.

Patsy gargalhou. E aquela risada não soou agradável aos ouvidos de Genny.

— Não é nenhuma brincadeira, Genesis. Meu mestre Asmodeus a quer e ele a terá.

— Eu acho que não, bruxa. Nenhum ser deste ou de outro mundo a levará daqui. – disse Elijah.

— Original... eu disse que você seria o primeiro... a se arrepender. Ninguém se colocará em meu caminho.

— Você é muito idiota vindo aqui sozinha, bruxa dos infernos. – disse Klaus com um sorriso sarcástico.

— E quem disse que eu estou sozinha? – respondeu Patsy erguendo as mãos

Quando eles olharam para cima, todo o telhado do sobrado estava forrado de gente. Os olhos vermelhos brilhavam como brasa na escuridão da noite.

— Este é o exército do meu Mestre. Hoje ele terá o que veio buscar. – disse Patsy abaixando as mãos como se fosse um sinal

— Klaus, tire a Hope daqui. - pediu Genny

Klaus subiu as escadas, pegou a bebê e saiu pela janela. Iria encontrar Cami e voltar para ajudar o irmão.

— Saia você também, Freya. - falou Elijah.

— Nem pensar. Família sempre, lembra-se? – ela se posicionou ao lado do irmão.

— E para sempre. - afirmou Elijah.

Ele olhou para Genny e ela olhou para Elijah. Seus olhos relampejaram vermelho. Era a cor da batalha.

Os emissários de Patsy avançaram para eles. Genny estendeu a mão para frente e queimou dois. Avançando, Elijah arrancou o coração de um e a cabeça de outro. Freya os repelia com magia fazendo eles se contorcerem de dor.

E ao caírem os primeiros, outros mais vinham ao encontro de Genny, Elijah e Freya.

O exército de vampiros demoníacos não foi suficiente para Genny e os Mikaelson, principalmente depois de Klaus ter voltado.

— Os Mikaelson são fortes... Mestre, venha em meu auxilio. - ela jogou uma cinza preta no chão e elas se transformaram em demônios.

Genny, Elijah e Klaus estavam cobertos de sangue e cinzas, mas ainda estavam de pé quando viram os demônios vindo.

— Mais essa agora? – Klaus disse. – eles são conhecidos seus, Cinderela? Alguma ideia?

— A lamina serafim. Elijah, você tem que pegá-la. Eu não posso toca-la. Não com a minha essência demoníaca fluindo.

— Não vou deixa-la. – ele respondeu.

— Eu vou. – disse Klaus

— Não. Somente Elijah pode segurá-la por causa da ligação com a Clary. – ela fez um sinal com a cabeça para Elijah -  Vá! Eu os segurarei.

Elijah saiu como uma sombra. Genny estendeu a mão para Freya e elas formaram uma parede de energia repelindo os demônios. Mas Patsy, usando a magia demoníaca atacou a Mikaelson. Freya começou a sangrar pelo nariz.

Freya desacordou com o golpe dado por Patsy e soltou a mão de Genny. A parede mágica se desfez e os demônios se soltaram, avançando para Genny.

Nesse exato momento, Klaus vendo o que a bruxa fazia, avançou para ela e lhe arrancou o coração de um golpe só.

Foi quando, portando a lâmina Serafim, Elijah voltou e atacou um deles. Mas o outro atacou Genny derrubando-a com um golpe.

Caída no chão, ela mais sentiu do que viu o demônio fincando as garras em sua perna e a lançando sobre Klaus que avançava para ajudá-la.

— Genesis! – gritou Elijah brandindo a lâmina. Mas esse demônio era rápido em se esquivar dos golpes. Desferiu um golpe no peito do Original o jogando contra a parede. Elijah ficou tonto e o demônio, grunhindo, avançou para terminar o serviço.

Ferida, Genny levantou-se e estendeu as mãos para os lados e as jogou para a frente. Houve um raio de energia tão forte, que Elijah e Klaus viraram o rosto para proteger os olhos.

— AHHHHHH! – ela gritou, enquanto o raio se desprendia dela e atravessava os demônios como uma lâmina.

Os monstros se desfizeram numa explosão de icor preto e viscoso e Genny caiu de joelhos. Imediatamente, Elijah foi para o lado dela e a segurou nos braços.

A jovem tinha os olhos fechados e estava fria como gelo. Klaus abaixou-se ao lado do irmão.

— Irmão, ela não está respirando! – Elijah disse assustado.

Klaus olhou para ele.

— Lhe dê ar, Elijah! Rápido.

Ele a abaixou no chão e prendendo-lhe o nariz aproximou seus lábios dos dela, soprando-lhe o ar para dentro da boca. Klaus abaixou a cabeça sobre o peito de Genny e tentou lhe escutar o coração. Levantou a cabeça com os olhos caídos.

— Não! Ela não! – Elijah abaixou-se de novo e soprou novamente o ar pelos lábios dela. – Vamos Genesis. Respire. Respire, droga! – e lhe soprou de novo e de novo.

— Irmão... – Klaus tocou o ombro de Elijah.

Subitamente, Genny deu uma guinada com o corpo, puxando o ar como se estivesse se afogando. Os dois Mikaelson afastaram-se dela com o movimento e Genny sentou-se, olhando em volta.

— Nós vencemos? – ela perguntou.

Klaus deu uma gargalhada e abraçou a moça. Enquanto Elijah, com seu rosto sério de sempre, agradecia mentalmente a um Deus que ele não conhecia pela moça estar viva.

— Sim, minha querida. Nós vencemos. – ele a abraçou.

— Eu consegui, Elijah! Eu consegui manter minha essência demoníaca sob controle.

— Sim. Eu vi e estou orgulhoso de você, meu... – ele ia dizer amor quando uma voz o interrompeu.

— Em nome do anjo! O que aconteceu aqui? – um jovem alto de cabelos escuros e portando um arco e flecha olhava em volta estupefato vendo o chão coberto de corpos, sangue e icor demoníaco.

Quando Genny se virou na direção da voz, gritou:

— Adrian?!

O jovem olhou para ela e sorriu.

— Olá Genny.

Ela se levantou e correu para abraçar o recém-chegado.

— Meu Deus! Você está vivo! Como?

— Um pouco de sorte e os cuidados de Magnus Bane. E você? O que aconteceu aqui?

— Uma bruxa demoníaca. Acho que ela é uma das emissárias de Asmodeus.

— E eles quem são?

— Freya! Ah meu Deus. Você está bem? - Genny correu para ajudar Freya a se levantar.

— Estou. Klaus, Elijah?

Estamos aqui, irmã. - respondeu Elijah.

— Você precisa descansar, Freya. – pediu Klaus

Ela levantou os olhos e viu Adrian parado.

— E esse quem é?

— Esse é Adrian Lightwood... meu amigo. Quem eu pensei que estivesse morto. – esclareceu Genny