Entre o Céu e o Inferno escrita por Lu Rosa


Capítulo 23
A Entrega


Notas iniciais do capítulo

É agora meu povo!
Ah! E a música que Genny usa para provocar o Elijah é Don't talk just kiss do Right Said Fred, um grupo dos anos 90.



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Genny continuava andando como se estivesse nas nuvens. Elijah seguia atrás dela, a irritação crescendo a cada passo trôpego que ela dava.

De repente, ela correu para o meio da rua deserta e começou a rodopiar.

— Genesis! Pare com isso! - ele ordenou.

— Não. Eu quero dançar! Está uma noite tão bonita. - ela foi até ele. - Venha Elijah. Dance comigo. Tenho certeza que você sabe dançar vários ritmos.

— Eu sei, mas não agora e não aqui.

— Você é um estraga prazer! Aposto que você nunca saiu da linha, não é nobre Elijah?

Genny começou a mexer na gravata dele.

Elijah respirou fundo para se conter.

— Você não sabe o que está fazendo. – ele murmurou com voz tensa.

— Não fale, apenas beije. Não fale, apenas beije... – Genny o olhou com os olhos semicerrados

O rosto de Elijah mudou de serio para surpreso.

— O que você disse?!

Genny deu risinho bobo.

— A música... - ela começou a se balançar na frente dele.

— Não fale, apenas beije... Estamos além das palavras e do som. Não fale, apenas beije. Deixe sua língua vadiar. Vamos vadiar...

Ela começou a dançar ao redor dele totalmente solta. O sorriso permeava os lábios rosados e os olhos azuis brilhavam. O corpo se movendo em um ritmo que só ela conhecia enquanto ela cantava a música desconhecida para ele.

Genny se aproximava e se esquivava como se fugisse, num jogo eterno de caça e caçador. Elijah não queria se deixar levar por aquela tentação, mas até um original tem os seus limites.

— Chega, Genesis! Vamos para casa. - a segurou pelo braço fazendo-a rodopiar direto para ele.

Os corpos se chocaram e ele a segurou pela cintura. A respiração dela escapava de leve pelos lábios entreabertos, como o aroma do mais doce vinho que ele já provara.

— Elijah, eu...

— Não fale, apenas beije. – ele repetiu as mesmas palavras que ela cantara.

Ele desceu a cabeça capturando os lábios dela. De início levemente como se tocasse as asas de uma borboleta. Mas o sabor era por demais perturbador para que ele mantivesse o controle. Tantos anos de autocontrole perdidos por causa daqueles lábios.

Genny mergulhou os dedos nos cabelos sempre tão comportados e os puxou. Alguma coisa dentro dela acendera-se e a mantinha cativa. Um calor que subia pela sua espinha e queria se libertar.

Os suspiros e a respiração entrecortada agiam como combustível naquele momento incendiando os dois.

Elijah a suspendeu nos braços e Genny agarrou-se a ele como hera. Ele a encostou contra uma parede, mas ela nem sentiu a superfície fria contra suas costas. O corpo dele contra a seu a aquecia.

Os lábios dele percorriam a pele dela arrastando-a para um furacão de sensações.

Era assim o amor entre um homem e uma mulher? Ela se perguntou. O amor que arrastava a humanidade desde a criação. O amor que desafiava homens e deuses em busca da perfeita e completa entrega? 

— Sua... para sempre e sempre... - ela murmurou incoerente.

Elijah afastou-se dela e Genny o fitou com os olhos azuis de sempre. Límpidos e inocentes. Ele não queria resistir a ela. Não queria mais. Mas era seu dever.

— Genesis acho que nos exaltamos um pouco.

Ela sentiu que seus pés tocavam o chão depois de ter tentado tocar o céu com as pontas dos dedos. Se afastou dele sem dizer nada. O torpor do álcool abandonou seu cérebro diante do frio que acometeu seu coração

— Só me diga uma coisa, Elijah. Se fosse a Hayley aqui...

— Genesis...

— Me diga! – ela ordenou - Se fosse ela, você teria parado?

— Não. Eu não teria parado. Mas ela não é você. Você é...

— Uma menina... que você não poderá sentir desejo de ter. Eu não sou nenhuma criança, Elijah. Nunca fui, desde o primeiro olhar seu em mim. - ela se afastou dando uns passos para trás e sumiu diante dos olhos dele.

— Genesis... - ele olhou para a rua deserta sentindo que ela refletia a solidão da sua alma.

Genesis entrou correndo em casa sem tomar conhecimento de Freya e Klaus.

— Genesis? - chamou Freya. - Genesis?

Ela fez questão de segui-la, mas foi impedida por Elijah que também chegava naquele momento.

—Deixe-a. Ela precisa de um tempo para entender certas coisas. - ele a observou subir as escadas e correr para seu próprio quarto, batendo a porta quando entrou.

— O que aconteceu? - Freya perguntou ao irmão.

Mas foi Klaus quem respondeu.

— Algo me diz que nosso irmão arrancou as asas dela.

Genny se jogou na cama e as lágrimas logo correram pelo seu rosto, molhando o travesseiro.

Rejeitada! Ela tinha sido rejeitada. Seu corpo ardia e nada tinha a ver com a ardência que precedia a expansão dos seus poderes. Não. Era um sentimento puramente humano. Carnal. O desejo desperto do seu corpo jovem. Mas como a expansão de sua essência, ele teria que ser controlado.

Devagar, ela levantou da cama retirou o vestido que usava. Se olhou no espelho. Não. Nada deixava a desejar pela Hayley, a rainha da alcateia. Era tão bonita quanto ela. Sua rejeição era fruto de um princípio fiel. Na mente de Elijah Mikaelson ela era sua protegida e assim proibida para ele.

Ah, mas isso iria mudar...

Elijah olhou o liquido âmbar e suspirou. Aonde ele estava com a cabeça ao beijar Genesis daquela maneira? E não só beijá-la. Ele queria possuí-la. Descobrir a pele macia e tê-la em seus braços. Acariciá-la e beijá-la até que o mundo se acabasse. Genesis o marcara. A ferro e fogo. Não conseguiria mais ter paz.

Ele se levantou e jogou o copo contra a parede. Maldição! Seu gosto ainda estava na sua boca, seu cheiro impregnado em suas roupas, seu calor em sua alma.

Elijah arrancou a gravata e rasgou a camisa em duas como se quisesse rasgar sua alma.

E, quando a fúria passou, ele mais sentiu do que ouviu o movimento na porta do seu quarto.

Era Genesis vestindo a camisola que usava no dia em que se conheceram.

Ele se virou e esperou. Sem pressa, ela caminhou até ele. Seus pés descalços afundavam na maciez do tapete.

E quando Genny chegou a centímetros dele, ela levou as mãos até ao decote da camisola e em um único movimento a rasgou de cima a baixo. E a deixou cair no chão.

Sua pele branca parecia refletir a luz da lua que entrava pela janela pelo brilho prateado que emanava.

— Genesis...

Ela colocou um dedo sobre os lábios dele. Aquele toque fez que o corpo dele se arrepiasse e ele capturou a mão dela entre as suas e sugou o dedo que ela colocava em seus lábios.

Genny suspirou quando os lábios percorreram a palma de sua mão subindo pelo braço. A outra mão descansava no peito dele. As batidas do seu coração reverberavam sob os dedos dela.

Elijah levou o braço dela até seu ombro aproximando os corpos e tocou seu pescoço com os lábios. A espera lhe era angustiante e igualmente prazerosa.

Ele a levantou nos braços e a deitou em sua cama. Seus cabelos loiros espalhavam sobre os lençóis negros como fios de ouro.

Elijah beijou os lábios dela de uma forma quase reverencial. Afinal, era um anjo que tinha em seus braços.

Mas quando Genny arqueou seu corpo nu contra o dele, a reverencia deu lugar a algo mais selvagem e ele a puxou ficando os dois de joelhos na cama.

Com mãos tremulas, Genny tirou o cinto dele e ajudando a tirar o resto das roupas. E assim livres, eles deram início a eterna dança que existia entre um homem e uma mulher desde o início das eras.

Quando a lua já perdia seu brilho e o amanhecer se aproximava, Elijah observava Genny adormecida sentindo seu coração bater por ela. Como seria dali em diante? Bastaria para ela viver sua vida baseada em um juramento feito a mil anos? E, se ela lhe pedisse para viver a vida com ele? Deixaria Niklaus a própria sorte?

Como se seus pensamentos a chamassem, Genny abriu os olhos e sorriu.

— Como pude dormir com você ao meu lado?

Elijah sorriu para ela.

— Algumas atividades precisam pouco mais de Treinamento para serem menos fatigantes.

— Podemos dar início então a uma outra sessão de treinamento.

Ele a beijou levemente nos lábios, mas foi o suficiente para lhe acelerar o sangue nas veias.

— Estarei eu cometendo um sacrilégio amando um anjo?

— E o homem me deu o fruto do conhecimento e eu comi. - ela disse erguendo-se sobre ele.

— Você está distorcendo os fatos, não acha? - Elijah a acomodou sobre ele e sentou-se para aproximá-los ainda mais.

Bem, talvez eu não seja assim tão angelical. - ela inclinou o corpo para a frente beijando-o.

Ele espalmou as mãos sobre as costas dela dando início a mais uma aula.


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Notas finais do capítulo

E no próximo capitulo...
— Você é muito idiota vindo aqui sozinha, bruxa dos infernos. – disse Klaus com um sorriso sarcástico.
— E quem disse que eu estou sozinha? – respondeu Patsy erguendo as mãos
Quando eles olharam para cima, todo o telhado do sobrado estava forrado de gente. Os olhos vermelhos brilhavam como brasa na escuridão da noite.