Entre o Céu e o Inferno escrita por Lu Rosa


Capítulo 25
Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Nesse capitulo...

— Porque? Me dê um motivo para ficar Elijah. Um motivo que seja seu.
Elijah ficou em silencio diante do pedido dela. Uma parte dele queria descer aquelas escadas e arrancar o coração daquele intruso que queria levar Genesis para longe. Mas, ele ouviu a parte que lhe dizia que longe dele a chance dela de ter uma vida normal era bem maior do que ficando ao seu lado.



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Adrian esperou com paciência até que Genny estivesse recomposta para que eles pudessem conversar.

— Então foi aqui que você se escondeu?

— Eles foram muito gentis. A Freya fez de tudo para salvar a Clary, mas ela já estava muito machucada. O Magnus não contou nada a vocês?

— Não. Acho até estranho ele ter agido dessa forma. Ele passava um tempo fora e quando voltava, dizia que tinha isso para Idris.

— Vai ver ele estava procurando pistas de Sebastian para a Clave. Mas ele também não me disse nada sobre você estar vivo. – ela o abraçou. – Não sei mais o que dizer. Pensei tanto que você estava morto.

— Mas eu estou vivo e bem. E agora preciso levar você de volta para casa.

— Voltar? Mas, e Sebastian? E a Clave?

— Sebastian foi destruído. Por isso a Clave não tem mais por que perseguir você.

— Eu não sei, Adrian.

— E também por que todos estão esperando pelo casamento, Genny. – ele se aproximou e fez uma caricia no rosto dela.

Por alguma razão, aquilo a incomodou e ela saiu de perto dele.

— Que casamento?

— O nosso, oras? Tia Clary nunca falou sobre isso com você?

— Nosso casamento? Eu e você?

— Isso. – ele pegou nas mãos dela. – Quando éramos crianças tio Alec e minha mãe acertaram com Clary e Jace que nós iriamos unir as famílias Lightwood e Wayland.

— Oh...

— Isso seria anunciado em Idris, na cerimônia dos Cinco. Mas aí, aconteceu os ataques de Sebastian, a sua fuga...

— Eu nunca soube de nada... – Genny se sentou no banco totalmente aturdida.

— Bem, mas agora você sabe. Não há mais nenhum motivo para que você fique aqui. – Adrian a olhou atentamente. – Ou há?

Genny olhou para os andares de cima. Elijah estaria ouvindo a conversa dela com Adrian? Claro que não. Ele nunca seria odioso a esse ponto.

—  Er... Sim. Há. Eu gosto daqui, Adrian.

— Gosta daqui... ou de alguém daqui?

— As duas coisas. Adrian, eu me senti sozinha. Você estava morto, meus pais mortos, longe de casa. Então o Elijah...

— Aquele submundano? Um vampiro?

O vampiro, Adrian. De uma linhagem de mil anos. E eu aprendi que nosso modo de ver vampiros, bruxos e lobisomens é totalmente errada.

— É mesmo? – Adrian cruzou os braços.

— Sim. Eles não são diferentes de nós. Eles amam, sofrem e fazem de tudo pela família.

— E eles matam inocentes. Nosso trabalho, Genny, é mantê-los na linha. Segundo os acordos.

— Os Mikaelson nunca precisaram seguir os acordos e a humanidade não foi destruída por causa disso. É o que eu estou tentando dizer, Adrian. Os acordos foram só uma forma da Clave de manter o seu poder como enviados do anjo. Nada mais. O que vampiros, bruxas e licantropes querem é apenas viverem a vida deles.

— Por que parece que eu vejo a Clary falando...

— Você não a conheceu jovem, por que diz isso?

— Pelas histórias que contam... Olha Genny, eu não quero brigar com você. Eu só achei que você ficaria feliz em me ver e saber que estou bem.

— E eu estou Adrian. Muito. – ela o abraçou novamente.

— Então venha comigo.

Genny olhou para a mao que ele lhe estendia. Ela queria muito ficar, mas lembrou-se do que Cami lhe dissera. A historia entre Elijah e Hayley era complexa. Mesmo que ela estivesse com Jackson agora, o que garantia que eles ficariam juntos? E se para ele, ela fosse apenas como a jovem Gia? Uma forma de esquecer. Ela poderia aguentar esse fardo de ter que dividi-lo com Hayley? Sabia bem que nao.

Adrian estava ali, esperando por ela como ela esperara por ele tanto tempo. E então ela segurou a mao estendida.

No andar de cima, Klaus andava de um lado para o outro, enquanto Elijah lia tranquilamente um livro.

— Estou lhe dizendo, irmão. Ela vai voltar com ele. E você vai deixar isso acontecer.

— A escolha é dela, Niklaus. Se o tal Adrian veio buscá-la e porque nao ha mais risco para Genesis.

— Pense bem, Elijah. Ela poderia ser uma ótima companheira para você.

— Você esta pensando na minha vida amorosa agora Niklaus? Fico lisonjeado. - o sarcasmo era palpável.

— De nada. Mas a questão é que ela também seria uma ótima aliada.

— É claro... Sendo pratico, nao é irmão? Esqueça. Nao vou envolve-la em nossas guerras. Nao repetirei os mesmos erros.

Klaus sabia que ele se referia a Gia. Aquilo ainda era um pomo de discórdia entre os irmãos. Ele pegou uma adaga em uma gaveta.

— Elijah, sei que você ainda nao me perdoou pela violonista...

— O nome dela era Gia.

— Gia, claro. Mas, eu queria fazer isso agora. - Klaus ajoelhou-se perante o irmao e posicionou a adaga no coração. -  você está reconhecendo?

Elijah olhou atentamente para a adaga e acenou com a cabeca assentindo.

— Então, eu lhe peço de peito aberto que me perdoe pelas decisões que eu tomei. E juro agora que tudo farei para consertar o que for possível consertar.

Elijah olhou bem para o irmão e agarrou a mão dele, forçando a adaga para dentro de seu corpo.

Klaus arregalou os olhos de surpresa, mas Elijah parou de forçar.

— A dor que você me causou é equivalente a várias dessas Niklaus. E acredite eu farei você as sentir se faltar com seu juramento comigo.

Dito isso, Elijah o soltou e saiu da sala. Caminhando pelo corredor, viu Genesis em seu próprio quarto olhando as coisas em seu redor. E pelo olhar dela, ele advinhou que ela iria embora.

— Vejo que uma decisão já foi tomada. - ele disse de forma impessoal.

Genny voltou-se e abraçou o próprio corpo. Elijah já havia percebido que esse era o gesto habitual dela quando tinha duvidas em relação a uma decisão.

— Sim. Eu irei voltar com Adrian. Agora que Sebastian já não é mais um perigo.

Seu celular tocou, mas ele o ignorou.

— Mas porque acreditar nele?

— Por que é o Adrian. Eu o conheço desde criança.

— Isso não quer dizer nada. Por que Magnus não nos disse nada? Se Lightwood não vai mais lhe mandar para a Clave, ele deveria saber.

— Pode ser que não. As decisões da Clave não são abertas aos submundanos. Talvez Adrian tenha tomado conhecimento disso através da mãe, Isabelle.

— Genesis, você não precisa tomar essa decisão agora. Aqui se tornou a sua casa. E nós já a consideramos da família.

— Será? Será que Klaus também pensa assim? Ou ele apenas pensa em mim como uma arma?

— É claro que não! Você está sendo ridícula.

— Me desculpa se o fato de Klaus ter concordado com a minha permanência depois que soube do ocorrido com os homens de Marcel me deixa desconfiada das intenções dele.

— Eu dou a minha palavra de que ele não pensa assim.

— Não importa, Elijah. Minha decisão já está tomada. Eu prefiro enfrentar minhas batalhas onde eu terei mais ajuda.

— Se suas batalhas, como você chama, viessem até aqui, nós as enfrentaríamos juntos. Como uma família.

— E é aí que está a questão, Elijah. Em Nova York, eu não tenho mais ninguém. Mas aqui... eu nunca poderia permitir que algo ou alguém chegasse aqui e... ferisse alguém que eu amasse. E além disso, tem um outro motivo.

— Qual?

— Adrian me disse que... havia um contrato de casamento entre nossas famílias. Eu e ele...

— Estavam prometidos. – ele ficou de costas para ela. – É, eu conheço bem essa história. Você o ama?

— Sim. Quer dizer... Adrian sempre esteve ali. Nós crescemos juntos... e é melhor do que insistir no inatingível para mim.

Genny caminhou até a cama e tirou a lâmina serafim debaixo do travesseiro.

— Mas se a minha presença aqui atrair algum demônio, eu quero que você fique com isso. E é o que a Clary gostaria também. É a única coisa que pode mandar um demônio de volta para o inferno. - ela entregou a lâmina para ele. - E, para que você saiba que eu estou em segurança, vou lhe deixar com isso.

Genny pegou a estrela e pegando a mão de Elijah, virou a palma para cima e desenhou uma runa de união. Fez a mesma coisa com a sua palma e juntou a dele. Um brilho dourado emanou das duas mãos juntas.

— Agora estamos ligados. Você saberá se acontecer algo comigo. E eu saberei se acontecer algo com você. – esclareceu Genny.

— Eu não preciso disso. Eu – Elijah segurou a mão dela. -  eu preciso que você fique aqui.

— Porque? Me dê um motivo para ficar Elijah. Um motivo que seja seu.

Elijah ficou em silencio diante do pedido dela. Uma parte dele queria descer aquelas escadas e arrancar o coração daquele intruso que queria levar Genesis para longe. Mas, ele ouviu a parte que lhe dizia que longe dele a chance dela de ter uma vida normal era bem maior do que ficando ao seu lado.

Apesar da intensidade do olhar trocado pelos dois, Elijah não disse nada a Genny. Com o coração pesado, a moça saiu do quarto e desceu as escadas. Adrian já a esperava com a mão estendida.

— Genny... Achei que você tivesse desistido.

— Não. Vamos acabar logo com isso. - ela deu a mão para ele e os dois foram até o portal. Klaus e Freya estavam a postos.

— Não posso deixar que você vá embora. Genesis.

— Eu tenho que ir, Freya. Para a segurança de todos. A Clave ou até mesmo um Demônio Maior poderiam vir atrás de mim. E eu nunca me perdoaria se isso tivesse consequências para vocês.

Freya a abraçou forte.

— Vou sentir saudades...

— Não se preocupe, eu logo voltarei.

Klaus olhou para Adrian.

— Cuide muito bem dela, viu? Porque se não, nós o acharemos.

Adrian o olhou de cima a baixo. Um rosnar subiu pela garganta de Klaus, mas ele o sufocou em respeito a Genesis.

— Pode deixar, Mikaelson. – Adrian assegurou. - Eu vou cuidar muito bem da nossa Genny... vamos, minha cara.

Genny deu um sorriso triste para ele e acenou com a cabeça concordando. Mas antes de entrar, ela olhou para cima e viu Elijah, numa postura rígida. Ele nunca lhe parecera tão inatingível quanto naquele momento. Não havia mais nada para ela ali também, pensou ao transpassar o portal.


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Notas finais do capítulo

E no próximo capítulo...

— Mas que casamento?! - perguntou Magnus.
— O que estava arranjado entre as famílias dela e do jovem.
— Eu sou Alexander, chefe da família Lightwood e posso garantir que nunca houve tratado de matrimonio entre os Lightwood e os Wayland.
— Então Adrian mentiu para ela. - Elijah não sabia se ficava triste ou feliz com a notícia.



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