Together Again escrita por Cristabel Fraser, Bell Fraser


Capítulo 25
Conclusão


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá boa noite queridonas. Eis aqui o “último” capítulo de TA. Gente nem estou acreditando nisso, consegui terminar mais um enredo. Bem, ainda teremos o epílogo, então aguardem... deixarei pra fazer meus últimos agradecimentos no epílogo, ok? Mas não posso de deixar de agradecer a cada um que tira um tempinho precioso seu para acompanhar este e outros projetos. Meninas que gostam de TA e estão tristes por acabar, por favor, não fiquem aborrecidas, outros projetos virão e em cada um gosto de colocar uma pitada de mistério, suspense e muito romance. Então leiam, por gentileza, as notas finais, ok? Boa leitura e espero de coração que gostem.

Ps: A frase que inicia o Cap de hoje faz parte da música Together Again, da cantora Evanescence, que me inspirou a escrever a fic.



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Tantos medos estavam nadando em círculos na minha mente. Quem poderia ter sonhado os segredos que nós encontraríamos?”

***

 

Minha mente girava apenas em meu pai. Comecei a sentir a pontada da culpa por ter deixado escapar que Michael era o responsável pelo que tinha acontecido a mim e ao Peeta.

— Não vou sossegar até encontrar o responsável que fez isso com vocês.

Foi o que ele disse naquela ocasião.

— O responsável está aliado à sua empresa.

— Como disse?

— Michael Ritchson. Ele que contratou alguém para fazer isso e matar o único amor da minha vida...

— É uma acusação muito séria, Katniss. Por que diz isso com tanta convicção?

Não contei a ele o que eu sabia sobre o verdadeiro Michael e o que tinha feito com o pai de Peeta.

— Ele não está aliado a WBE. E, vê se pare de dizer besteiras. Ele é um homem respeitado e de muita influência.

Influência. A palavra girava em minha mente e mal notei como Peeta e eu chegamos no pequeno apartamento, o mesmo desde que ele me trouxe depois de me salvar das garras do Gloss.

— Johanna está vindo pra cá – informou ele com a voz séria. No percurso de nossa viagem Peeta havia se calado. Sua mente parecia distante e absorta a coisas que nem imaginava o que pudesse ser, ou talvez eu realmente não quisesse descobrir.

A fina nevasca caía do lado de fora. Eu sentia meu corpo tremer, mas não era tanto pelo frio cortante, já que o aquecedor se encontrava ligado, talvez fosse a tensão que vinha crescendo dentro de mim.

— Vou comprar nosso jantar. Quer algo especial? – Ele se aproximou de mim com a voz um pouco mais dócil, mas eu não tinha certeza se queria comer algo.

— Pode ser qualquer coisa.

— Acredito que qualquer coisa não exista, mas vou providenciar algo quente – disse com certo humor.

 - Peeta... – Ele que colocava o capuz na cabeça e um óculos sem grau algum sobre o rosto apenas para disfarçar, se virou para mim em expectativa. – Tome cuidado e não demore.

Sem dizer nada, apenas meneou a cabeça e saiu.

Pouco tempo depois voltou com alguns pacotes que vinha escrito O PARAÍSO DAS SOPA.

— Paraíso, é sério? – apontei para as sacolas.

— Pensei que poderia querer algo pra se aquecer.

— Nisso você tem razão, adoro sopa. – Ele me lançou mais um de seus sorrisos enviesado e logo nos sentamos na pequena mesa para comermos.

Pouco tempo depois escutamos batidas na porta. Peeta espiou o olho mágico da porta e logo a abriu.

— Bem-vindo de volta Mellark, mesmo que não seja em uma situação agradável. – Johanna atravessou a porta com uma sacola grande em mãos e a colocou sobre a cama dirigindo o olhar para mim. – Sinto muito pelo seu pai Katniss, mas vamos levar a justiça quem fez isso. – Ela tinha um olhar de compaixão, algo raro vindo dela, mas como Peeta havia dito quando a conheci ”Johanna é uma mulher que não tem filtro, mas é uma pessoa que se preciso for, dá a vida pra salvar a sua”.

— Obrigada Johanna... – Olhei para a sacola e perguntei: - O que é isso?

— Ah, isso? – confirmei com a cabeça. – Bem, amanhã será o funeral do seu pai, imaginando que Peeta não apareceria por lá, vasculhei seu closet e peguei algumas roupas para no caso de você querer se vestir de acordo...

— Mais uma vez obrigada pela atenção, Johanna. – Dei alguns passos e a abracei, ela encolheu-se no primeiro instante, mas como não a soltei acabou me abraçando também.

— Katniss se quiser ir tomando seu banho... tenho que conversar alguns assuntos com a Johanna, depois eu vou tomar o meu.

— Quero esperar por você.

— Conversamos amanhã, Peeta. De qualquer modo tenho que ir, Haymitch está me esperando sabe... tá uma loucura no departamento.

Percebi uma certa tensão. Peeta queria conversar algo particular com ela, talvez um assunto que eu não pudesse saber.

Assim que fechou e trancou a porta o segurei pela mão e puxei até o banheiro. Após o banho deitamos na escuridão do quarto, mas definitivamente eu não conseguiria dormir.

— Não consegue dormir Katniss?

O óbvio devia estar estampado, pois eu rolava de um lado para o outro como se houvesse insetos sobre a cama.

— O que queria conversar com a Johanna que não podia falar comigo presente? – perguntei acendendo o pequeno abajur que tinha do meu lado.

— Nada demais...

— Não minta pra mim Peeta Mellark! – Enfurecida de tanto segredos e mistérios rolei para cima dele o fitando diretamente em seus olhos.

— Eu... eu queria que ela me passasse alguma informação. Se caso ela tenha, não iria falar com você perto, e eu te contaria depois.

— Mentira. – Me sentei sobre sua virilha e espalmei minhas mãos em seu peito coberto por uma camiseta branca. – Não sei por que toda vez que esconde algo de mim, você fica com esse olhar de piedade me encarando. Parece um cãozinho pidão. Odeio quando faz isso Peeta Mellark. – Minha voz não era trovejada como eu queria, as barreiras se quebravam quando ele me olhava de uma maneira a qual não obtinha antidoto.

— Só quero me casar com você e construir nossa família. Mas pra vivermos em paz, temos que resolver esses dilemas de uma vez por todas – disse ele docilmente acariciando minhas coxas.

— Eu amo você... – arquejei enquanto rebolava sobre ele.

— Também te amo. – Ele soltou o ar exasperadamente e não resistindo a tortura de senti-lo rígido debaixo de mim tirei as poucas peças de nossas roupas e nos amamos loucamente.

***

Pela manhã tomei banho e vesti um dos vestidos que Johanna me trouxera. Ele era preto. Coloquei meia calça e minhas botas de couro. Olhei meu reflexo no espelho e o que vi foi aquela boneca pálida desde o acidente no iate.

— Sinto muito não poder estar lá com você – lamentou Peeta com meu sobretudo aberto nas mãos para vesti-lo em mim.

— De qualquer modo não seria bom você estar lá.

— Por que não?

— Minha mãe, certamente teria alguma farpa pra lançar sobre você.

— Sei... e você se importa tanto assim com o que ela diz sobre mim?

Avancei dois passos e coloquei seu rosto entre minhas mãos.

— Nunca me importei com o que ela dizia antes de você surgir em minha vida, e continuo não dando importância se for alguma futilidade ao seu respeito.

Peeta passou as mãos pela minha cintura e me empurrou até o espelho o qual eu me olhava há pouco. Pressionou-me e beijou meus lábios com urgência. Sua barba rala acabou pinicando a pele do meu rosto, e quando me recuperei e tornei a olhar meu reflexo no espelho meu batom estava manchado.

— Acho que Johanna chegou pra te levar. – Mason me esperou parada na soleira da porta e assim que dei um selinho em Peeta ele me abraçou e parecia não querer me soltar. – Eu sinto muito pelo seu pai. Volta pra mim, amor.

— Voltarei – funguei quando ele afrouxou o abraço e assim saí seguindo Johanna. Chegar até o cemitério não fora uma tarefa fácil e encarar os familiares tampouco. – Gale... – Quase não consegui pronunciar seu nome. Ele que estava abraçado a esposa - próximo a sepultura ainda aberta - a afastou e veio em minha direção com grossas lágrimas em seus olhos cinzentos. Ao me abraçar e erguer meu corpo do chão tudo o que fiz foi chorar.

— Meu Deus você voltou! Estava tão preocupado Catnip... – Ele me apertou contra seu peito e senti seu rosto afundar em meus cabelos e logo seus lábios quentes beijarem meu pescoço fazendo meu corpo retesar em uma descarga elétrica.

— Eu te amo Gale.

— Também amo você irmãzinha.

Ao nos afastarmos Madge veio até mim e me apertou em seus braços dando-me as condolências. Me aproximei da cova e um padre dizia um sermão o qual não consegui prestar muito a atenção. Com meus olhos embaçados desviei do caixão lustroso para o outro lado para encarar minha mãe abraçada a minha tia Adele que não via há anos.

Uma fraca nevasca iniciou um pouco antes de descerem o caixão. Madge me entregou um botão de rosa branca e a joguei dando meu último adeus e internamente jurando justiça a quem causou aquilo.

Caminhamos lentamente até a capela e minha mãe veio ao meu encontro.

— Por Deus menina, aonde você estava? – Ela se agarrou a mim e não tive como afasta-la, ou ignorar seu sofrimento.

— E-eu...

— Não importa. O que importa é que está aqui e vai ficar, certo?

— Sim, acho que sim.

— Seu pai ficou louco de preocupação quando Gale disse que tinha partido. Quer dizer, seu irmão disse que você tinha ido viajar, mas seu pai não acreditou. Mas isso agora não vem ao caso. Ele te amava muito, filha.

— Eu sei. – Ela continuou a falar sobre os últimos meses e a deixei desabafar, por fim, ao se afastar secou o rosto de maneira elegante e respirou fundo.

— Assim que o advogado ler o testamento estarei indo para a América Central com sua tia. Não sei por quanto tempo irei ficar, mas lá está verão, e um pouco de sol me fará bem, certo?

— Sim, mãe um pouco de sol lhe trará conforto.

— Oh, querida me perdoe por tudo... – lamentou-se ao me abraçar novamente. – Agora sei o que você sentiu quando perdeu seu noivo. É dolorido demais. Parece um buraco que se abre e de forma alguma quer fechar.

— O que passou, passou, mãe. Vai ficar tudo bem.

Não tinha certeza de minhas palavras, mas era isso que eu tinha a dizer.

— Vai pra casa conosco?

As palavras de Peeta ecoavam em minha cabeça para eu voltar para ele, mas será que eu seria tão desalmada em deixar a mulher que me gerara ir para casa com sentimento de perda carregada em seu peito? Sei que ela não deu muita importância quando perdi Peeta, mas seria prudente de minha parte revidar com a mesma moeda? A resposta era simples, não. Eu não deveria revidar com a mesma moeda.

— Eu irei depois de passar em um lugar com a Johanna.

— Tudo bem. Sua tia e primos estão indo pra casa. Gale e Madge também ficará em casa alguns dias.

Antes de ir com a Mason assegurei meu irmão que iria pra casa. Ele não perguntou muito, mas desconfiou de algo.

***

Cheguei ao apartamento e encontrei Peeta sentado sobre a única poltrona com uma garrafa de whisky numa das mãos bebendo.

— Sabe... por um instante pensei que você não voltaria – indagou ele com a voz embriagada.

— Por que pensou isso? – Me aproximei e fiquei sobre meus joelhos próxima a ele. Peeta que tinha o olhar compenetrado num canto vazio virou a cabeça devagar para me encarar e notei seus olhos vermelhos, desconfiava que havia chorado. – Eu não seria louca de te deixar. Juntos novamente, lembra? Estamos juntos e vamos ficar... pra sempre.

— Tem certeza de que quer ficar comigo?

— Em que sentido está perguntando?

— Sou culpado por tanta desgraça... – Então ele começou a enumerar. – O acidente no iate, a perda do bebê e agora... – Peeta fungou – seu pai.

— Pare já com isso Peeta! – gritei me levantando. Como poderia se culpar por tudo, se o único culpado está livre, leve e solto? – Não vou admitir que fique se martirizando por isso. Tá me entendo? – Ele não respondeu e me aproximei segurando em seu queixo fazendo-o me encarar.

— Você pode me perdoar? – pediu com a voz enrouquecida e baixa.

— Te perdoar de quê? De ter me deixado no escuro durante dois miseráveis anos? Quer meu perdão por isso?

De repente as lágrimas escorreram pelo meu rosto sem cerimônia e a raiva de pensar que ele esteve morto me voltara à mente.

— Já disse que não tive escolha... – Ele bebeu mais um gole da garrafa que se encontrava praticamente vazia e se levantou cambaleando. – Foi uma das piores experiências... ficar longe de você. Eu te amei desde sempre, sabe disso. Amei até quando não podia.

— Você pensou em me ligar, assim como ligava para sua filha? – Era ridículo minha histeria quanto ao assunto, mas eu me sentia engasgada.

— Ela é só uma menina K-katniss... como dizer a uma criança que o pai morreu da forma como foi? – Peeta tremia, e aos poucos eu podia sentir cada músculo de seu corpo se desvanecer. – Não queria que ela passasse pela mesma dor que eu passei.

— Eu sei... por favor, me desculpe. Acho que quando penso no amor que sinto por você, o egoísmo quer falar mais alto.

— Eu te quero tanto amor que chega me doer por dentro – desabafou ele levando sua mão fechada até seu peito. – Faz amor comigo.

Aquele não era um pedido, ele me desejava assim como eu. Sua boca tinha o gosto forte da bebida, mas não me importei. Nossos corpos se afundavam um no outro de maneira avassaladora. Meu celular e o dele tocava sem sessar. Desconfiei ser Johanna já que um tempo depois escutamos batidas na porta, mas eu ainda não havia terminado com Peeta.

— Ahhh... Pe-peeta... – Joguei a cabeça para trás quando ele apertou meus quadris e não demorou para ter minha libertação sendo seguida por ele alguns segundos depois.

— Por que Johanna ainda está aqui? – perguntou com a voz ofegante.

— Minha mãe pediu pra eu dormir em casa hoje.

— Ah, sim você deve ir.

— Mas amanhã eu volto e quero te ver aqui me esperando.

— Estarei aqui.

***

E no dia seguinte tive a infeliz surpresa de não encontrar Peeta.

— Desgraçado – murmurou Johanna entredentes.

— Talvez ele saiu pra comprar algo – argumentei e ela negou freneticamente.

— Vamos descobrir pelo rastreador que coloquei no carro que ele alugou. – Ela mexeu em seu celular e vociferou vários palavrões. – Segundo o rastreador ele está nas docas perto do laboratório da empresa do Michael e espero que não faça nenhuma idiotice. – A morena levantou sua camisa e retirou sua arma do coldre. – Vou ligar para o meu pai e ir atrás do idiota do Mellark.

— Quero ir com você...

— Nem em um milhão de anos levaria você a uma missão suicida.

— Eu fico no carro, prometo.

Depois de um tempo implorando ela lançou alguns insultos, mas permitiu que eu fosse.

No caminho ela ligou para Haymitch e pela discussão árdua as coisas não estavam nada bem. Johanna estacionou o carro próximo ao porto. De longe pude ver o carro que Peeta havia alugado.

— Everdeen, estou lhe dando uma chance, fique aqui no carro. Se desobedecer vai ver o que faço com você - ameaçadoramente ela me fitou.

Observei ela sair do carro ajeitando a arma que tinha a sua cintura, mas havia mais de uma. Assim que sumiu de vista meus nervos não paravam de tremer. Iniciou um terrível tique em minha perna direita. Para tentar me distrair liguei o rádio do carro em uma estação de música FM, mas as canções melancólicas daquele fim de tarde só estavam me abatendo, então mudei para as notícias. A cada meia hora uma notícia, e depois a previsão do tempo para logo mais as informações do trânsito nas avenidas mais movimentadas.

De repente, escutei um tiro e não pude ficar mais ali imóvel. Desci do carro e corri na direção em que Johanna havia ido.

— Quem diria que a vadia da sua ex-mulher estaria tramando contra você, Sr. Mellark? O que ela não esperava era sua repentina morte no processo. – Escutei uma voz grossa vociferar. – Mas, pelo visto você ressuscitou dos mortos.

Eu queria me aproximar mais, então localizei alguns tambores e me escondi atrás. Ao reconhecer a silhueta de Peeta soltei um grito abafado. Ele tinha a mão ensanguentada sobre abdômen. O tiro que escutei há pouco fora direcionado a ele, mas e Johanna, onde ela estava?

— Não existe mais fórmula então a busca acaba aqui... – disse Peeta dando algumas tossidas.

— Será que está me contando a verdade, Sr. Mellark? Vou pedir para um de meus homens arrancarem de você a força.

Semicerrei meus olhos - por conta da luz do dia que desaparecia aos poucos - e vi um homem careca se aproximar de Peeta e golpeá-lo no estômago.

Cadê a Johanna? Minha mente gritava.

Sem saber o que estava fazendo saí de trás dos tambores e me revelei, mas para meu arrependimento recebi um olhar reprovador por parte do meu noivo.

— Ora, ora vejam só rapazes quem chegou para a festa? – A voz era de Michael, mas ele não movia um músculo e quem veio em minha direção fora um outro homem que estava de sentinela ao seu lado.

— Você é um covarde! – cuspi no chão sentindo a raiva se apoderar do meu corpo e anuviar minha visão. – Você quase matou a mim e ao Peeta. Matou meu pai... seu assassino! – Comecei a me debater quando o homem segurou meu corpo por trás, no processo levei uma pancada na fronte e minha visão turvou, entretanto não perdi os sentidos.

Katniss...— Eu sentia muito frio, mas não estava morta. A voz de Peeta soava como um eco. – Confesse que matou meu pai... ande! Me deixe morrer sabendo disso.

— Seu pai foi um visionário e muito meu amigo, mesmo assim, não quis compartilhar o conhecimento que havia encontrado...

— E isso foi motivo pra mata-lo? – Minha cabeça encontrava-se sobre o chão fétido e frio, e minhas mãos amordaçadas para trás. Olhei com dificuldade para Peeta. Ele ainda respirava, com certa dificuldade, ainda assim respirava.

— Quer ver sua noiva morta, Sr. Mellark?

— Ela não tem nada a ver com isso... tire-a daqui!

— Hã... e acha que tem alguma autoridade sobre mim?

Naquele momento o mesmo homem que me abordara se aproximou e me ergueu puxando meus cabelos e acabei gemendo de dor.

— Tá bom... eu digo... – A voz de meu noivo era desesperada e entrecortada.

— Então me dê.

— Há um drive... mas não está aqui comigo...

Polícia, todos parados!— Alguém gritou as nossas costas.

Houve uma troca de tiros. Só o que consegui foi visualizar o corpo de Peeta se dobrando para frente caindo com o rosto diretamente ao chão.

— O que eu te disse sua maluca! – Johanna gritou em meu ouvido, mas minha visão variava entre Peeta e Michael caído no chão.

— Me de-desculpe... – Não tive tempo de protestar, logo senti meu corpo ser envolvido por um cobertor. A ambulância havia chego rápido e vi os paramédicos colocarem meu noivo sobre uma maca e iniciarem algum tipo de procedimento de reanimação.

Reanimação?

Eu estava perdendo ele novamente? Não, meu Peeta não.

Logo senti minha garganta se rasgar em protestos e lamento. Sabia que tinha desobedecido uma ordem, mas não aceitaria ser separada de Peeta.

— Podem levá-la. Deve estar em estado de choque – disse alguém e quando me debati mais um pouco senti uma fisgada em meu braço e logo as sirenes, as luzes ofuscaram minha mente.

***

Meus olhos demoraram a se acostumar com as luzes fortes, por fim reconheci o cheiro estéril, eu estava em um hospital.

— Srta. Everdeen, está se sentindo melhor? – Uma enfermeira perguntou e não tinha certeza o que responder, mas para não ficar nem mais um tempo ali tive que ser forte.

— Estou bem... cadê meu noivo? – Tudo o que mais desejava era ver Peeta, saber dele, mesmo que talvez não gostasse da resposta.

— Vou chamar o doutor Louis.

Me sentei e tentei desconectar a mangueira ligada à minha veia.

— Não faça isso Srta. Everdeen, a enfermeira desconectará com cuidado. – Ele se aproximou e começou a verificar  meus olhos, pulso e batimentos cardíacos. – A senhorita vai ficar bem, mas precisa descansar. Estou assinando sua alta agora, seu irmão está aguardando no corredor... – E foi aí que Gale entrou como um raio no quarto e seu semblante mostrava total desespero.

— Meu Deus, Catnip quando irá parar de me dar sustos assim? – Meu corpo foi envolvido por seus braços e me apertou mais do que devia, pois acabei soltando um gemido. – Oh, sinto muito. Johanna me contou o que aconteceu. Você ficou louca é?

— Ele está vivo?

— O que?

— Peeta... cadê o Peeta? – Involuntariamente comecei a chorar histericamente.

— Acalme-se Catnip, ele passou por uma cirurgia e está se recuperando.

— Preciso vê-lo.

— Sei que precisa... e quem diria, hein? – O encarei enigmaticamente. – Você estava com ele esse tempo todo.

— Gale...

— Entendo que precisava. Depois de tudo o que você passou, ele não ter morrido no iate foi um milagre.

— Mas e agora, Gale? E se ele...

— Calma falei com um dos médicos. Disse que os dois tiros que ele levou não foram em lugares fatais, mesmo assim Peeta precisou passar por uma cirurgia delicada e agora está se recuperando.

— O que aconteceu, Gale?

— Michael morreu, pois tentou enfrentar Haymitch, mas antes disso ele confessou muita coisa.

— Como assim?

— Peeta tinha uma câmera escondida com ele, e toda a confissão de Michael foi registrada em vídeo e áudio. - Gale me contou que tudo estava arquitetado entre eles desde o início. Mais uma vez Johanna, Haymitch e Peeta tinham um plano e eu estava no escuro.

— O que acontece agora?

— Gloss foi preso e está sendo investigado. Parece que tem algumas acusações contra ele e não para por aí, Delly também está detida, por conta do nome dela ter sido citado na gravação. O delegado emitiu um mandado na mesma hora.

— Mas e a Prim?

— Ela está vindo pra cá com o Finnick, e devo dizer que o Mellark mais novo ficou extasiado com a notícia que Peeta voltou da terra dos pés juntos.

***

Os dias se escorreram e a recuperação de Peeta foi se elevando cada vez mais. Ele ficou um tempo se desculpando comigo e disse para eu tentar ver o lado bom de tudo. Os acusados finalmente seriam punidos, a guarda da Prim foi automaticamente passada para ele e afirmou que finalmente estaríamos juntos como uma família.

Minha mãe queria adiar a viagem para ficar conosco, mas Gale interviu assegurando-a que tudo se resolveria e que ela precisava dessa mudança de ares. Com um tom de tristeza sincera concordou. E, assim que o advogado leu o testamento do meu pai passando a direção da WBE diretamente para meu irmão mamãe pôde finalmente alçar voo para a América do Sul.

Peeta teria que passar por alguns processos judiciais, nada muito preocupante, mas teria que esclarecer o motivo da forjada morte e também para receber a guarda da Prim. Devo dizer que a loirinha ficou transbordando de alegria em saber que não precisaria ficar longe de seu pai.

— Não aguento nem mais um dia em um hospital.

— Eu fiquei um tempo estrondoso – disse ajudando ele a se vestir.

— Hospital não é lugar para um homem como eu – discursou Peeta assim que terminei de vesti-lo com sua camisa.

— Ah, não? – desdenhei.

— Sou um homem cheio de compromissos, sabe... tenho que resolver essa papelada de processo. Depois planejar um casamento e lua-de-mel com minha futura Sra. Mellark e vivermos finalmente o nosso “pra sempre”.

— Pra sempre?

— Sim, Niss.

Nossos lábios se tocaram vagarosamente para só então se juntarem como se fosse um só. Podíamos ter perdido pessoas importantes no percurso do caminho, ainda assim nós dois conseguimos sobreviver nosso martírio, isso tudo porque estávamos finalmente juntos.


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Notas finais do capítulo

Pessoal espero não ter decepcionado vocês com o gran finale e calma que ainda tem epílogo rss. Bem, eu tinha dado algumas opções de enredo pra vocês escolherem e confesso que fiquei perdidinha kkkkkk, vocês são lindas e incríveis pois realmente gostariam que votassem em uma especifica. Eu estou com inspiração pra todas, e quero muito agradar a cada uma. Vamos fazer o seguinte, tem uma outra fic minha EI que está no fim também. Vou concluí-la e antes disso já terei postado uma fic nova e se eu conseguir e der certo, posto mais outra, pode ser? Estejam à vontade para dar opinião, amo vocês e aguardo cada uma nos comentários. Tenham todas uma ótima semana.



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