Together Again escrita por Cristabel Fraser, Bell Fraser


Capítulo 12
Insulto


Notas iniciais do capítulo

Boa noite a todos, como passaram a semana? Bem, eis aqui mais um capítulo, continuo agradecendo o carinho de todas e quero avisar que daqui pra frente irei acelerar os fatos para chegar a tão esperada cena. Hoje entenderão um pouco mais desse misterioso Peeta. Espero que gostem do capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/726951/chapter/12

“Quem se afoga sempre tenta puxar alguém junto. Se fosse para me afogar com alguém, escolheria Peeta.”

 

***

Sua aparência não era das melhores desde sexta à noite. Parecia que carregava o mundo nas costas. Disse que não queria dividir o fardo comigo, mas estava disposta a fazer isso por ele.

— Seu pai marcou uma reunião para amanhã com os acionistas e com um antigo conhecido do meu pai.

Eu me encontrava aconchegada nos braços de Peeta, era uma manhã de domingo, ainda estávamos na casa de seu irmão e pedi que me contasse o que se passava com ele.

— Mas qual é a ligação, entre esse antigo amigo do seu pai, com a empresa? – Me debrucei sobre seu peito para encará-lo, não tínhamos roupa alguma nos cobrindo a não ser o lençol, mas não me importava.

— Quando meu pai criou a fórmula para o combustível sustentável, esse amigo quis patrocinar o projeto, mas nada saiu como o planejado – sua voz soava melancólica.

— Como assim?

— Meu pai não sentiu segurança em fechar negócio com ele e o mesmo se irritou. Agora seu pai, quer que eu o convença, a produzir o combustível... – Peeta suspirou, não parecia satisfeito com aquilo.

— E, você não quer fazer isso.

— É algo do meu pai, Katniss. Como eu posso passar à frente, algo que ele mesmo não confiou? E, outro fato que meu pai disse, é que se caísse em mãos erradas problemas poderiam surgir.

— Eu te entendo perfeitamente amor e, estou com você. Só não quero que se torture mais com isso. Daremos um jeito – saí da cama e vesti meu robe de seda que estava sobre a poltrona. - Vou ligar para o Gale e...

— Não! Não quero que envolva seu irmão e nem você nisso. Deixe que eu vou encontrar uma solução.  

Falou exasperado se levando e vestindo alguma roupa.

Passamos um domingo tranquilo e meu namorado não deixou de demonstrar seu amor por mim durante o dia na companhia de seu irmão e da esposa. Quase no fim da tarde levamos Prim até a casa da mãe.

— Papai, eu não quero ficar aqui... quero ir embora com vocês – Prim estava chorosa e parecia desconfortável.

— Filha, o papai vai conversar com a sua mãe e vamos ver, o que faremos a respeito disso, está bem? – ele a acalmou e saiu do carro para acompanhá-la.

— Niss, nos vemos na semana que vem? – ela deu a volta no carro só para se despedir de mim.

— Claro, princesa. Nos veremos na semana que vem. Tenha uma ótima semana. – Saí do carro só para lhe abraçar. Ela me apertou e senti que estava triste. – Hei, não fique triste. Seu pai e eu vamos planejar um final de semana especial.

— Obrigada, Niss – ela beijou minha bochecha e esfregou a ponta do seu nariz no meu, dizendo ser um beijinho de esquimó.

— Já volto – Peeta atravessou um pequeno jardim, por um caminho de pedras. Observei quando subiu alguns degraus da varanda e tocou a campainha. Uma mulher com os cabelos louros ondulados, abriu a porta. Ela o abraçou, mas ele não retribuiu. Logo em seguida, pareceu convidá-lo para entrar, mas ele negou e se ajoelhou no chão para se despedir da filha. Depois da pequena entrar, Peeta trocou mais algumas palavras com a loira que pareceu não ter se agradado, pois começou a se alterar e assim que ele lhe deu às costas ela veio atrás gritando. – Delly, não me interessa o que acha de tudo isso. Prim, não está feliz!

— Você não vai tirá-la de mim, está entendendo? – Ao se aproximarem, ela olhou para dentro do carro e me notou pela primeira vez. – Então é verdade... – a loira se inclinou e me fitou. – É a nova vadia do Mellark?

— Quem você pensa que é para falar assim comigo? – tornei a descer do carro me sentindo a pior pessoa. – Você nem me conhece...

— Mas se está indo pra cama do Mellark, não tem juízo algum...

— Delly, pare já de insultá-la! – Peeta a segurou pelo pulso e pela careta que fez, sentiu a pressão de sua mão. – Aceite de uma vez por todas que não estamos mais juntos e que você está envolvida com uma pessoa, por tanto, não precisa se desfazer da minha escolha. Você não tem esse direito.

Nunca tinha visto Peeta nervoso, sempre pareceu uma pessoa pacífica e contido, mas naquele instante quase que a sanidade parecia lhe ter abandonado.

— Você está me machucando...

— Não mais do que você me machucou – respondeu com certa acidez na voz. – Cuide da sua vida, pois eu estou cuidando da minha. Conversarei com meu advogado sobre a guarda da Prim, se ela não estiver bem e satisfeita, darei um jeito pra ficar comigo.

A mulher lançou um sorriso debochado a ele, que não esperou por mais nenhuma lamentação ou palavra, entrou no carro e arrancou de maneira brusca. O cinto de segurança já se encontrava preso ao meu corpo, mas não no seu.

— Peeta, me passe o cinto, que eu o prendo aqui – ordenei e ele soltou uma risada despreocupada.

— Estou aqui pensando na raiva que sinto da Delly ter insultado você, enquanto se preocupa com a minha segurança?

— Pois não deveria se preocupar com isso. Delly não sabe nada sobre mim e uma vadia eu sei que não sou, muito menos a sua – passei minha mão sobre sua nuca e acariciei. – Sou sua namorada e quero estar ao teu lado sempre que precisar.

Seu suspiro foi profundo e quando passou a fivela do cinto, para que eu travasse, segurou em minha mão e a levou até seus lábios plantando um suave beijo.

— Cada dia que rompe a aurora, amo você ainda mais.

— Ah, Peeta... – Senti meu coração palpitar, a velha e conhecida ansiedade de quando se apaixona por alguém, invadiu-me. – Também amo você a cada dia que passa... ah como amo você Peeta.

Foi a minha vez de segurar sua mão e levar até meus lábios e depositar um beijo demorado.

***

Os dias se escorreram lentamente e Gale tinha se mudado para seu apartamento. Madge separou um quarto para mim, nós duas sempre nos demos muito bem, como duas irmãs.

— Você parece triste Katniss, está tudo bem? – perguntou minha cunhada enquanto eu a auxiliava com o jantar.

— Está tudo bem sim, só não sei se conseguirei entregar o que preciso para minha chefe – menti.

Realmente eu tinha um prazo com Cressida, mas isso não vinha ao caso. Peeta era minha maior prioridade. Em algumas noites, depois da discussão com Delly, ele vinha tendo um sono agitado. Às vezes eu acordava sentindo sua falta e quando andava pelo seu apartamento, o encontrava na penumbra da sala ,com um copo de whisky na mão. Não foi uma das cenas mais agradáveis que vi, mas ao questioná-lo, novamente se esquivou. Preferi dar espaço a ele e fazia cinco dias que não dormíamos juntos e, desde nossa primeira noite juntos, esse pequeno intervalo foi um recorde.

— Boa noite, mulheres da minha vida! – Meu irmão tinha essa mania de dizer que tanto Madge, quanto eu, éramos as “mulheres de sua vida”.

— Boa noite, amor. Como foi seu dia? – ele se aproximou de sua esposa e a enlaçou pela cintura, em seguida capturando seus lábios em um ardente beijo.

— Oi, ainda estou aqui... – murmurei raspando a garganta para que me notassem.

— Hei, Catnip – se aproximou de mim, plantando um beijo em minha testa. – Está castigando o Mellark, é?

— Por que?

— Ele anda tão pra baixo, sei lá, achei que fosse por você ter vindo morar conosco.

Suspirei cansada antes de responder:

— O problema é que, Peeta quer carregar o mundo nas costas e acha que não pode compartilhar comigo, os assuntos que o afligem... – um pequeno tremor iniciou em minhas mãos e fui até a pia para lavar as mãos e tentar disfarçar.

— Mas já com problemas no paraíso, mana?

— Não é isso, Gale..., mas que droga! – sem nem pensar, meus olhos já vertiam lágrimas.

— Katniss querida, se acalme, respire – Madge se aproximou de mim segurando meus ombros. – Todo casal passa por crises...

— Eu sei, mas o problema é que, quero que ele se abra comigo...

— E ele vai no momento em que se achar seguro, aliás, não quero dizer que não confie em você...

— Ele só não quer te preocupar e te ocupar com os problemas – disse meu irmão completando a fala de minha cunhada.

— Gale, sei de dois motivos para ele estar assim, acho que você sabe sobre um deles – ele arqueou as sobrancelhas e tive de ser mais especifica. – Quem é o cara, que papai pediu para Peeta passar a fórmula, de um combustível sustentável?  

— Como sabe sobre isso?

— Peeta me contou parte da verdade e agora, você vai me dizer, quem é o homem – cruzei os braços na altura do peito exigindo uma resposta.

— É aquele magnata, dono de uma plataforma petrolífera, que fica situada no Distrito 4. Eu já fiz um tour por lá, quando estava na faculdade.

— Mas o nome dele?

— Michael Ritchson, ele é um antigo conhecido do papai.

Aquele nome não me era estranho, porém preferia pensar naquilo, outra hora.

— Gale, só não comente com o Peeta que inqueri você.

***

Minha semana estava corrida na Asprey. Eu caminhava apressadamente de um setor a outro, fazendo pedido de peças, inspiradas em meus desenhos. Esperava que Cressida ao menos ficasse satisfeita.

— Cherry, por que meus sentidos dizem que você não anda muito bem?

— Estou bem sim, só não consigo fazer minha vida entrar nos eixos da forma que gostaria, mas fora isso... – balancei minhas mãos no ar sem ter o que dizer.

— Mas com o bonitão do namorado está tudo bem, né?

— Está, mas ele anda resolvendo alguns problemas familiares e isso não tem facilitado nossa interação.

Peeta havia entrado em contato com o advogado, para ver se conseguia a guarda da Prim e nossas noites ardentes não aconteciam desde que retornamos da casa do seu irmão há duas semanas. Eu estava enlouquecendo e quase subindo pelas paredes.

Como se lesse minha mente, pronunciou tranquilamente:

— Se quer uma opinião minha, acho que deveria liberar sua tigresa interior e botar pra quebrar. Chutar o pau da barraca.

— Está tão na cara assim?

— Você está mordendo a tampa da caneta com tanto desespero, deduzi que estivesse necessitada de escutar isso – disse ele apontando para o objeto em minha mão e nem percebi o que fazia.

— Tem razão, Cinna. Tenho que tomar o controle da situação.

— Sim, claro. Ele é um homem maduro e preocupado com outras questões que o rodeiam, isso não quer dizer que você é menos importante. Do jeito que me disse esse cara te ama loucamente.

— Verdade – levantei-me em um salto da cadeira indo abraçar meu amigo. – Cinna, obrigada. Você é meu amigo mais presente, sabia? Não sei se outra pessoa teria tanta paciência em ouvir meus dramas – acabamos por rir.

— Saiba que, eu sempre aposto minhas fichinhas em você, amigos são pra todos os momentos.

Nunca fui muito boa em ter amigos, ainda mais depois de ser traída por uma que se dizia ser a minha melhor amiga. Na época em que fiz meu estágio na Asprey, eu era bem reclusa e Cinna disse que isso poderia dificultar meu desempenho. Comecei a frequentar as reuniões do grupo da empresa. Eles realizavam dinâmicas e pequenos eventos para nos enturmarmos. Aos poucos fui interagindo e hoje conhecia pouco mais da metade dos funcionários que trabalhavam para as irmãs Dormer. Mas como amigos mesmo, considerava Cinna, Flavius, Portia e Octavia.

Após o expediente chamei Cinna para tomarmos café. Tinha uma cafeteria que adorava ir. Com espaço amplo e na parte superior um local bem tranquilo para relaxarmos. A música ambiente era totalmente agradável.

— Muito obrigada pela companhia, Cinna.

— Ah, imagine cherry. Sempre que quiser é só me chamar, para colocarmos o papo em dia, ou simplesmente jogarmos conversa fora.

Trocamos três beijinhos como de costume e fui direto para o apartamento do meu namorado. Já tinha comunicado a minha cunhada e meu irmão.

***

Quando cheguei encontrei tudo silencioso, deduzi que estava na empresa e logo enviei uma mensagem avisando que o aguardava.

Fui para o seu quarto e tomei um relaxante banho na enorme hidro. Assim que me sequei vesti uma de suas camisetas junto de uma calcinha de renda rosa claro, o detalhe é que, ela era minúscula.

Andei tranquilamente pelo apartamento e ao me deparar com o pequeno bar, no canto da sala, preparei um drink só para relaxar. Estava estirada no sofá zapeando os canais sem o menor interesse de assistir nada, quando escutei a porta se abrindo e sua voz grave ecoar.

— Cheguei e trouxe o jantar – desliguei a TV e corri até ele, que colocava as sacolas sobre a bancada e em desespero me agarrei nele fazendo com que me erguesse. – Hum... isso tudo é saudade? – eu o beijava com desespero e sua barba rala pinicava a pele do meu rosto, mas ignorei, ele ficava ainda mais irresistível daquele jeito.

— Estava morrendo sim, de saudades de você. Não gosto de ficar dialogando por telefone e por mensagens – rapidamente desfiz de seu terno, camisa e gravata, suas mãos acariciavam minhas coxas enquanto me segurava. Senti se afastando da cozinha e quando percebi, eu me encontrava sobre o sofá, com ele por cima.

Nos entregamos com desespero e percebi que, assim como eu, também sentiu falta dos nossos momentos íntimos.

— Meu advogado conseguiu uma audiência para segunda-feira – comentou enquanto jantávamos.

— Que bom, Peeta.

— Pois é, mas Prim não poderá vir para cá amanhã...

— E, por que não?

— A sinusite dela atacou.

— Tadinha, mas por que nós dois não vamos para lá e fazemos uma surpresa levando-a para o parque, ou algo assim?

— Nossa, ótima ideia, Niss – seu sorriso era lindo, e para mim, isso bastava pelos dias que ficamos meio em off. Não tínhamos brigado, nem nada, mas ele parecia distante e preocupado. E, ver o sorriso em seu rosto já me sentia aliviada, ou quase isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, é isso pessoal... estou amando a interação de vocês e as teorias, acredito que estão seguindo na direção certa... o que acharam da Delly? Brava, não? Continuem comentando e quero fazer um pedido aos fantasminhas para aparecerem, ou não ganharão doce kkkkkkk.

Ps: Entre Irmãs vai sair. Estou com novos projetos, aliás, muitas ideias em mente, mas infelizmente não posso postar nada se não me organizar, certo?

Vejo vocês em breve, tenham todos uma ótima semana e por favor, me incentivem, estou precisando, ando bem tristinha :-/ ultimamente e ver recadinho de vocês aqui muito me alegra.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Together Again" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.