Cidade da Escuridão escrita por Heloise Carvalho


Capítulo 7
VII


Notas iniciais do capítulo

Essa semana eu to batendo meu recorde de postagem!! Hoje vou postar dois, DOIS capitulos SEGUIDOS!!!! E ah, esse capitulo é tão esperado casamento Sizzy!!!



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—Vamos Izzy! Você está linda. Não precisa ficar tão preocupada com o batom. –disse Clary.

Depois de sua vitória contra Jocelyn, ela e Jace foram se arrumar para o casamento. E como eles eram os padrinhos, tinha que ficar prontos antes da noiva e de todo o resto.

O vestido usava era azul escuro quase preto. Como ela a única mulher, Izzy deixou que escolhesse o vestido. Era justo e com alças nos ombros. Sua intenção era de cobrir todas as Marcas vermelhas com o vestido e o cabelo, e deu certo.

Isabelle por sua vez estava nervosa com tudo que estava acontecendo. Vários Institutos estavam presentes e ela retocava o batom pela quinta vez.

   —Eu sei. Mas não quero que nada saia errado sabe? Quando você finalmente disser sim para o meu irmão irá entender melhor.
   —Como...?
   —Ele é meu irmão. Sendo de sangue ou não. Ele me contou antes de te pedir e devo dizer que fico decepcionada com você pela demora.
   —Olha, podemos falar sobre o meu futuro noivado outro dia? Hoje é o seu  dia.
   —Ah então vai aceitar? –Izzy agora estava completamente virada para Clary com um olhar satisfeito.
   —Você queria tirar isso de mim desde o inicio da conversa? –perguntou Clary incredula. Isabelle ia responder, mas alguém bate na porta de seu quarto.
   —Entre!

Alec aparece na porta com um terno escolhido por Magnus, logo ele era preto com um brilho discreto e uma gravata prata. Magnus e Alec eram o outro casal de padrinhos.

   —Você está lindo Alec!
   —Obrigado. –respondeu abrindo um sorriso. —Magnus que escolheu. Mas você deve saber disso. Mas e você?

Isabelle riu e girou na frente do irmão. Seu vestido seguia a tradição dos caçadores com um pouco da Isabelle Lightwood. Era dourado sem pedraria, só muito brilho. Justo até o joelho, onde abria em uma saia volumosa.

   —Estou nervosa. Clary quase pegou meu batom de tanto que passei.
   —Não sei como ela não acabou com ele...
   —Você tem que ficar calma. Está linda e tenho que te dizer, nunca achei que você se casaria.
   —Alec! –Isabelle deu um soco leve em seu ombro, ainda rindo. —Como esta lá fora? Tem muita gente?
   —Muita. Mas não se preocupe. Clary, Jace, eu e Magnus estaremos logo atrás de você. Agora vamos que está na hora.

Isabelle respirou fundo e andou ao lado do irmão. Quando chegou ao local, viu Clary ir em direção a Jace e Alec de mãos dadas a Magnus.

   —Preparada Iz? –perguntou Jace. Ela só assentiu em resposta.

As portas do salão foram abertas. A primeira coisa que ela viu foi a enorme quantidade de pessoas em pé olhando-a. Por um momento, se sentiu insegura com aqueles olhares. Porém ela se lembrou do seu lema: Não há nada que uma caçadora de sombras não faça com um par saltos.

Ela andou confiante sobre seus saltos pretos.  Todos a olhavam. Ela notou uns olhares de descrença. Provavelmente seu vestido estaria causando isso, não só pelo fato de marcar todas as suas curvas, mas como também possuía um decote V que ressaltava seus peitos.

Ela continuou andando até que encontrou com Simon.  A Ascensão caiu bem nele, assim como o seu relacionamento com Isabelle Lightwood.

Ela subiu no palanque segurando a mão de Simon e observou seu amigos irem aos seus devidos lugares. Tudo isso de madrinha e padrinho era novo para ela, uma vez que fosse um costume mundano.

   —Você está... Deus! Você está linda demais. –Isabelle riu.

Repitam comigo: O ritual é retirado da Canção de Salomão. 'Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço: porque o amor é forte como a morte.' –disse o irmão Enoch.
   — Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço: porque o amor é forte como a morte. –disseram juntos.

Isabelle pegou sua estela e marcou o peito de Simon com a Runa do Amor, e o seu braço com a Runa do Compromisso. Como Simon ainda não possuía uma estela, ela entregou-o a dela. E assim com ela, Simon a marcou.

Quando caçadores de sombras encontram alguém é para a vida toda. Sejam felizes e vivam para vivenciar essa união.—disse somente para os dois.

Era para soar como um parabéns? Diferente de Simon, que sorria bobo para ela, Isabelle achou muito parecido com um aviso, o que não gostou nem um pouco e só a deixou preocupada.

Logo, essa preocupação se foi quando Simon a puxou para um beijo, selando assim a união. O som alto de palmas foi ouvido e ela precisou descer abraçada ao seu marido para cumprimentar todos.

   —Isabelle?

Eles se viraram e viram Robert Lightwood sorrindo para ela.

   —Pai? O que esta fazendo aqui?
   —É o seu casamento. Precisava vir te ver, mesmo que me odeie.
   —Eu não te odeio. Só cansei de todo aquele drama entre você e minha mãe. Ah pai, esse é Simon. Meu marido.
   —É um prazer Sr. Lightwood, mesmo que já tenha me conhecido antes. Claro não como marido de sua filha, mas... é... dá na mesma.

Isabelle riu a confusão do marido e o arrastou para longe de Robert.

   —Não vamos passar todo o nosso casamento conversando com os convidados. Certo?
   —Não. Claro que não. Quero aproveitar esse tempo que nos resta antes de sua mãe arrastar todo mundo para o jantar de comemoração. Quero dançar com você...

Eles foram para o meio de salão, onde Jocelyn e Luke dançavam. Assim que começaram a dançar, vários outros se juntaram. 

Por mais que parecesse o contrário, Isabelle não sabia dançar. Seus movimentos na batalha são precisos e graciosos, mas quando se tratava de uma dança lenta, era tão dura quanto uma arvore. Tentou, entretanto, ficar mais um pouco, Simon parecia está adorando a dança lenta.

Isabelle agradeceu ao Anjo quando sua mãe apareceu chamando todos para o jantar.

Clary olha para Simon e Isabelle com orgulho e felicidade. Não imaginava, mas torcia por eles.

Jace e ela dançaram o tempo todo, colados um no outro. Jace mantinha suas mãos apertando forte em sua cintura, hora ou outra as subindo para beija-la. Ela amava essa proximidade entre eles.

Estavam se beijando quando Maryse subiu ao palanque e convidou todos para o jantar. Tanto ela, quanto Isabelle estavam nervosas, já que foram as responsáveis pela organização da mesa e do cardápio. Muita gente importante estava presente. O novo Inquisidor e o Consul, membros e lideres do Conclave e vários outros Institutos pelo mundo.

Jace a levava pela mão quando ouviu alguém a chamando.

   —Ouviu? –perguntou Clary? 
   —Ouvi o que?
   —Nada... Jace acho que esqueci minha bolsa no pufe do salão. Guarda um lugar para mim.

Não esperou a respostas dele e seguiu a voz.

No começo achou que estivesse ficando louca e imaginando a voz. Mas ela ouviu outra vez, mais forte agora. Correu para onde a voz a levava.

Sem um pingo de surpresa, ela chegou à estufa. Tudo estava silencioso. Sem vozes, nem o vento fazia barulho. Clary se virava para voltar para o jantar quando ouviu novamente.

Ele tentou... mas não vai conseguir para sempre...

   —O que? Quem? –Sua cabeça latejou e ela reprimiu um grito. Você é uma Caçadora. Pensou.  Aja como uma!

Jovem Caçadora, eu terei o que quero. Ele não irá te proteger para sempre.

   —Quem? Diga-me logo ou...

Clary foi interrompida pela explosão de sons na sua cabeça. Ela caiu e enterrou sua cabeça entre os joelhos.

Você é fraca. Sempre foi. Não merece o sangue que corre em suas veias. Renuncie! Você não é uma Caçadora, não importa qual sangue corra, nunca será uma. —disse o anjo

Clary sentia a enorme vontade de aceita a proposta, mas pensou em tudo que passou. Todas as provações que ela e seus amigos passaram.

   —Não! –gritou. —Meu sangue pode não me definir, mas minhas escolhas sim. Meus atos sim! Meus amigos e eu não passamos por tudo aquilo para eu renunciar quem sou. Eu não vou deixar você fazer isso. –Uma nova onda de dor.  —Chega! Pare com isso. Agora!

Não acabou Clarissa Fairchild. Sua força de vontade é grande, mas não é o suficiente.

Silencio se fez novamente. Clary soltou o ar e seu permitiu chorar um pouco. A voz do anjo se foi, mas a dor não. Ainda estava forte e constante pelo seu corpo. Mas ela precisava aguentar. Precisava sorrir e fingir que tudo estava bem. Pela Isabelle e por Simon.

Jace estava impaciente. Tinha absoluta certeza que Clary não estava com bolsa, mas se ela precisava ficar um pouco sozinha, ele respeitava. O único problema era que já se passaram vinte minutos e nada.

Estava se levantando quando viu Clary entrar no cômodo. Ela parecia nervosa quando se sentou na sua frente na larga mesa. Tentou de todas as formas convencer Izzy deixar Clary no seu lado, mas cada um tinha o seu lugar marcado.

Alec, Clary, Luke... Todos estavam sentados na enorme mesa retangular junto com os Lightwoods e os novos Consul e Inquisidor. Dois homens que para Jace eram corruptos e só estavam interessados em se engrandecer.

Claro que os outros Institutos e a Conclave também fariam presença. Afinal, não era todo dia que um mundano transformado em vampiro com o dom raro de andar no sol e que depois de visitar o Edom e voltar a ser mundano, passa pela Ascenção e se casa com uma Lightwood, principalmente sendo Isabelle.

Jace olhou para Izzy. Sua irmã ria lindamente. Estava feliz, o que o deixou feliz também. Então ele olhou para Clary. Ela estava lida com seu cabelo ruivo volumoso e cheio de cachos. O vestido que ela escolheu só ressaltou mais a cor de cabelo e principalmente suas curvas delicadas.

Porém ela estava estranha. Notou a marca de unha em seu braço e na força com que fechava o punho sobre a mesa. Quando se preparou para levantar e averiguar, um estrondo foi ouvido.

Todos sacaram suas laminas e arcos e foram para a origem do som. As portas de entrada estavam abertas e um vento frio passava por elas.

Um garoto tentou fecha-las, mas foi lançado pro chão quando a mesma abriu com tudo.

   —Vou me arrepender muito disso depois. –Isabelle pegou sua serafim e passou no vestido, deixando-o um palmo acima de joelho. —Pessoal? Meu colar... Nunca o vi assim.

Jace se virou e olhou o cordão de rubi que pulsava freneticamente. Droga!

   —Droga, Jace. Olhe –disse Alec apontando para algo atrás dele. Rainha Seelie.
   —Como você entrou aqui? –disse o consul.
   —Vocês Nephilim sabem melhor do que ninguém que é só ter o contato certo que qualquer um entra em qualquer lugar.

Jace suspirou de proposito.

   —Certo milady. O que traz aqui?

Estava inquieto. Isso com certeza era uma violação dos Acordos.

   —Quero falar com Clarissa Morgenstern. Em particular.
   —Sem chances. –A voz de Alec soou alta e autoritária. Ele abriu a boca para continuar, mas ouviu um baque no seu lado. Clary estava de joelhos com as mãos espalmadas na cabeça com uma expressão de dor. —Jace!

Jace se virou rapidamente e viu Clary. Sua raiva aqueceu seu rosto.

   —O que fez com ela?
   —Não fiz nada. Tão pouco tenho culpa...
   —Não. Você sabe sim. –disse Magnus, seus olhos se estreitaram. —Trouxe um demônio, não trouxe?
   —Sim. Queria confirmar o que já sabia. Venha comigo Clarissa.

O povo das fadas é conhecido também pelo seu incrível poder de persuasão e Clary, com todas aquelas habilidades dadas pelo sangue de anjo não era imune. Ela se levantou do chão e andou em meio aos tropeços.

Antes que desce mais um passo, Jocelyn e Isabelle a seguraram.

   —Pare com isso! –Clary se debatia nos braços das duas, tentando ir desesperadamente até a rainha. Então ela relaxou.
   —Jace. A marca...

Jace foi até a namorada e observou a runa que brilhava intensamente.

   —Doí? –Clary assentiu.
   —Uma Marca feita pelo próprio anjo. Singular, não plural. –riu a rainha.
   —Você quer dizer que Raziel pôs uma runa nela? –perguntou o Inquisidor, apontando descaradamente para Clary que estava nos braços de Magnus agora.

Porém a rainha sumiu sem responder e deixando para trás duzentas pessoas olhando curiosamente para Clary.

   —O que está fazendo? –questionou Jocelyn indo até a filha.
   —Amenizando sua dor. É temporário, mas irá ajuda-la. –respondeu Magnus.

Jace esperou Magnus terminar o feitiço e então pegou Clary nos braços.

   —Sr. Herondale?
   —Sim?
   —Deixe a Srta. Fairchild aqui. –disse o Cônsul com o Inquisidor ao seu lado.
   —Desculpe? Pode repetir. Acho que não entendi.
   —Clary Fairchild tem se comunicado diretamente com anjos. Até que descubramos se o dito anjo é ou não Raziel, ela irá conosco para Idris.

Clary saiu do colo de Jace e sacou sua própria lâmina e o surpreendeu com a rapidez que recuperou suas forças.

   —Sem chance. Não serei seu experimento.

O Consul acenou com a cabeça e vários Caçadores partiram para cima. Jace, Alec, Simon, Izzy... Todos lutaram contra. Jace deu uma olhada para Maryse que permanecia para observando tudo espantada. Depois de tudo, ainda era leal à Clave.

A luta estava indo bem, até o Inquisidor pega-los de surpresa e chamar um feiticeiro para abrir um portal.

   —Não...

Mas já era tarde. Jace viu dois homens pegarem Clary pelos braços. Clary tentou sair dando um chute nas partes intimas de um terceiro homem, mas uma mulher deu um soco no rosto dela, apagando-a. Jace correu junto com Alec para impedir de jogarem-na no Portal.

Quando faltava pouco, o Portal se fecha, levando Clary e vários Caçadores de volta à Idris.

   —Não! Merda! –disse Jace chutando a cadeira.
   —Luke... Levaram a Clary. Vão fazê-la de experimento, assim como Valentim... –Luke abraçou sua esposa.
   —Tudo isso foi planejado, ou é impressão minha? –disse Izzy.
   —Não é só sua Iz. Jace...
   —Vamos até Idris. Temos que pega-la...

Maryse, tomando a frente pela primeira vez na noite, foi até Jace e o puxou para um abraço.

   —Nós vamos. Eu juro pelo Anjo. –disse. Ela se virou para Jocelyn e Luke. —Iremos trazer ela sã e salva. Porém amanhã. Não... –Se apressou em dizer, pois Jace já olhava incrédulo. —Hoje precisamos descansar. Amanhã trabalharemos em um plano e vocês dois... –disse apontando para Simon e Isabelle. —Tem uma viagem para fazer.
   —Como espera que viajemos agora que levaram a Clary? –perguntou Izzy.
   —Da mesma forma que iam antes. Clary não gostará de saber que vocês adiaram a lua de mel por causa dela.

Maryse, Simon e Isabelle discutiam sobre a lua de mel, até que Maryse os convenceu, como sempre. Eles partiram no dia seguinte para a Europa. Escolha de Isabelle..

Jace passou por todos e se trancou no seu quarto. Tomou banho e deitou na cama. A insônia logo chegou quando ele ficou imaginando o que fariam com ela. Provavelmente a obrigariam a falar, trazendo um monte de consequências para ela. Ficaria acabada. Isso se não morresse. Jace pegou a adaga do criado mudo a tacou contra parede, deixando ela presa próximo ao teto.

Tentou a todo custo dormir. Precisava de força total para resgatá-la. Mas não podia deixar de se culpar.


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