Entre elfos e vampiros escrita por neko chan


Capítulo 44
Floresta escondida


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo terá uma narração um pouco mais..... sombria que o normal, espero que gostem de qualquer forma



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— Trabalhar? "Aquele" tipo de trabalho? - pergunto

— "Aquele tipo". - Ophis pergunta

— Mortes, roubos....

— Eu vou contar uma coisa a vocês duas. - ela suspira e dá um sorriso - Ninguém no mundo faz coisas boas de uma forma 100% correta, é como tirar nos ricos para dar aos pobres, uma boa ação que continua sendo vista como roubo, entende o que quero dizer?

— Acho que sim

— Antes que responda qualquer coisa. - Leo intervêm - Queremos levar vocês em um lugar

— Não me diga que.. - Ophis o encara por um tempo e ele balança a cabeça afirmativamente - Certo, apenas tomem cuidado

Ophis se levanta e caminha até uma das salas, deixando o resto de nós sozinhos, Leo pede para o seguirmos, todos pareciam estranhamente quietos, tanto indo em direção ao carro quanto no longo caminho por fora de qualquer trilha ou estrada próxima. Demoramos algum tempo até descermos a montanha do templo, o clima no carro estava estranho, não havia musica, conversas ou bagunça como costumava ser, Lena e Jackie faziam Lucy dormir lançando um olhar preocupado para a criança.

Depois de algumas longas horas, entramos em uma floresta escura, coberta de neblina que começava a parecer mais e mais morta conforme íamos entrando, Leo para o carro em certo ponto e continuamos o caminho a pé, andamos juntos, com Leo, Rauthar, Inari, Daisy, Jackie e Serafina fazendo uma espécie de roda de proteção em volta de mim, Meren, Francine e Lena segurando o bebê, a garota estava com as orelhas em pé prestando atenção em tudo a sua volta e segurando forte a criança dormindo em seus braços.

— Não façam barulho. - Leo sussurra quando paramos em frente a o que parecia uma caverna muito grande tapada por uma parede de pedra com um pequeno furo na altura dos olhos, Leo retira do pescoço um cordão com um pingente de dragão, ele colocar o pingente no buraco e a parede começa a se mover, abrindo passagem para um corredor frio e escuro com paredes de pedra

Entramos e passamos mais algum temo andando no escuro, não tínhamos muito por onde ir e o caminho começava a ficar estreito em algumas parte, havia uma saída mais a frente, que levava de volta a floresta.

— Chegamos na parte escondida da floresta, ninguém pode entrar aqui sem permissão, fiquem atentos. - Leo retira uma arma de choque do coldre em sua cintura

O ar daquele local tinha um cheiro nauseante de putrefação e sangue, não escutava barulho de pássaros, mas parecia que o som de gritos, rosnados, gemidos de dor e o inconfundível som de ossos quebrando e dentes rasgando carne estavam por todo canto. Alguns minutos andando por ali foram o suficiente para sermos descobertos por uma criatura bizarra, tinha o tamanho de uma criança, parecia um humano, andava com as costas curvadas e os joelhos dobrados, o deixando perto do chão, seu rosto era deformado, muito redondo, os olhos pareciam ser alguns centímetros para dentro e tinha um terrível sorriso largo, deixando seus dentes pontudos e ensanguentados a amostra.

Todos estavam quietos observando a criatura enquanto ele se aproximava lentamente como se estivesse curioso, mas, antes que eu pudesse perceber, ele pula e tenta atacar Daisy, sendo neutralizado pela arma de choque de Leo na mesma velocidade em que o ataque começou.

— Não confiem neles. - Leo diz continuando em frente - Não hesitarão em arrancar suas cabeças por diversão

A poucos passos de distância de onde achamos a primeira criatura, a segunda aparecera, era uma mulher, estava completamente suja e, assim como a primeira criatura, não usava roupas, esta parecia completamente seca e em suas costas nasciam o que pareciam ser galhos feitos de pele que davam frutos com cor e cheiro de sangue, ela apenas continuou seu caminho sem nos olhar como se não tivesse nos visto.

A terceira criatura que observamos era um estranho homem com duas cabeças, mas uma das cabeças não se movia, tinha expressão vazia e pendia para o lado livre, com o pescoço se segurando no tronco por alguns poucos pedaços de pele e nervos, a outra cabeça ignorava a parte morta do corpo e nos olhava com os olhos arregalados soltando alguns grunhidos indefinidos como se estivesse tentando se comunicar.

— O que é esse lugar? - pergunto por fim já enjoada daquele ambiente

— Vocês descobrirão logo. - Leo fala firmemente, os outros apenas estavam quietos prestando atenção ao que havia em volta

A quarta criatura eu não conseguia dizer se era um homem ou uma mulher, era um corpo estranho, seu tronco era normal, mas seus braços eram muito mais finos, fazendo suas mãos parecerem inchadas, as pernas e os pés seguiam esse mesmo padrão, tinha também um pescoço fino que segurava a cabeça arredondada com dificuldade, seu rosto parecia fazer uma expressão de completo terror, como se um grito estivesse congelado em sua face. Encontramos também um grupo igual ao da primeira criatura se reunindo no chão consumindo a carcaça de alguma outra criatura, um deles nos sorri coberto de sangue e segurando uma perna decepada nas mãos.

— Vocês devem estar curiosas para saber porquê um lugar desses existe, não é? - Leo pergunta - Já estamos quase no final da floresta, apenas aguentem mais um pouco

Foram apenas alguns minutos, mas na minha mente aterrorizada pareceram horas, vimos pessoas com rostos derretidos, uma mulher muito alta e fina com um rosto sem olhos, apenas buracos escuros no lugar deles, humanos molengas e gosmentos saindo de cascos de caracóis e outros que pareciam cadáveres vivos, mas depois de passar por tudo isso, chegamos numa parte da floresta onde vimos o carro estacionado.

— Nós.... demos a volta? - pergunto

— Aquele lugar é um labirinto, não faço ideia de quanto tempo ficamos lá dentro e nem tinha ideia de onde íamos sair, pelo menos pegamos um lugar bom, não acham? - Leo sorri e os outros parecem mais aliviados - Daisy, que dia é hoje?

— Terça-feira. - ele diz olhando no celular

— Ficamos ali dentro por 6 dias. - Leo fala suspirando - Bem, da primeira vez ficamos 2 meses, então acho que 6 dias não é muita coisa. - caminham tranquilamente até o carro e entram - Será que a mestre ficou preocupada?

— Espera, espera. - Meren fala quase tendo um ataque de pânico - O que diabos aconteceu ali?

— Ah, certo, esqueci de explicar. - Leo vira para trás do banco do motorista - Isso é a consequência de visitarmos tanto o mundo dos humanos

— O que quer dizer?

— Veja bem, os taminyanos visitam a Terra a milênios, mas depois que começamos a interagir o suficiente com humanos a ponto de trazermos alguns para esse mundo ou trazer criaturas magicas de lá para cá, nós acabamos perturbando o equilíbrio daqui. - faz um pausa - Muitos nascidos desses terráqueos que vieram para cá nasceram deformados ou com problemas psicológicos, os com problemas psicológicos foram todos para a prisão isolada que Taminy inteira conhece, mas aquelas criaturas... - aponta para a floresta - Eles eram todos mortos ou abandonados para morrer, mas não conseguimos nos livrar deles facilmente, seus números começaram a aumentar cada vez mais, a ponto dos mestres terem que esconde-los, mas o problema principal não são apenas essas coisas

— Então.... o que é o problema principal? - pergunto

— Eles são como uma maldição.... no começo acharam que eram apenas monstros e que se os impedissem de chegarem perto dos outros ficaria tudo bem, mas a presença deles aqui envenena o planeta

— O que significa?

— Taminy já foi uma terra muito pacifica, a própria mestre falou da "infância" dela aqui, a quantidade de guerras existentes eram quase nulas, se existiam sempre chegavam a um acordo amistoso no fim beneficiando ambos os lados, pessoas não matavam por prazer, máfias não existiam, dragões e criaturas selvagens viviam em harmonia com todos os outros seres.... esses monstros envenenaram silenciosamente esse mundo, não entendemos bem o que aconteceu para isso, mas depois que eles começaram a surgir, todas essas coisas começaram a aparecer, guerras sem sentido, assassinos, e agora o numero deles está ficando cada vez maior, Ophis e os outros mestre estão começando a traçar o plano de mandar alguns jovens de Taminy para a Terra para assegurar que teríamos um refugio seguro se o pior acontecer

— Quer dizer que....

— Isso mesmo. - ele suspira e faz uma expressão séria - Esse mundo está acabando lentamente


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Notas finais do capítulo

Para quem não entendeu (e que já tenha lido a primeira fic que eu escrevi sobre Taminy, Viagem ao planeta Terra), a personagem principal da primeira fic de Taminy foi para a Terra por esse motivo, apesar dela não saber a razão real de ter sido mandada para lá
Pensei em fazer uma espécie de "trilogia" sobre esse mundo, com a terceira historia sendo sobre Taminy depois de destruído (apesar de que eu ainda teria que planejar a historia, é apenas uma ideia por enquanto)



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