Entre elfos e vampiros escrita por neko chan


Capítulo 17
Os dois lados da escuridão




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— Ah, não.... não, não, não, não, não, Meren. - tento tapar o ferimento com minhas mãos para faze-lo parar de sangrar sem muito sucesso - M-Meren, e-eu..... o que eu faço? - começo a me desesperar

— Você sabe o que fazer. - dá um sorriso fraco

— O que? - pergunto confusa

— Eu sei que você consegue lutar contra aquele monstro, confio em você, suas garras são tão fortes quanto diamantes. - ri levemente - Apenas precisa do incentivo certo. - afasta o cabelo para um lado e deixa seu pescoço amostra

— Você não está me pedindo para....

— Você tem que fazer isso

— NÃO! VOCÊ VIU O QUANTO DE SANGUE JÁ PERDEU? ISSO PODERIA TE MATAR

— Se não fizer podemos morrer aqui. - ela acaricia minha bochecha e enxuga uma lágrima que fugia pelo meu rosto - Vai ficar tudo bem, eu prometo, agora.... - puxa minha cabeça para perto dela até que meus lábios encostassem seu pescoço - Apenas faça

Com lágrimas correndo pelo meu rosto sem parar, fiz o que ela pediu, logo senti o doce sabor de seu sangue, não conseguia explicar, ele me trazia uma sensação de calor dentro do meu corpo, era aconchegante, de um jeito que nunca tinha sentido. Bebi uma quantidade pequena, mas agora ela parecia mais pálida, seu cabelo não estava em cor vivida, nem seu olhos, sua marca de flor na brilhava, mas ela estava sorrindo, me puxou pelo colarinho e me beijou, seus lábios eram macios e suaves, aquela sensação misturada com o gosto de seu sangue que continuava em minha boca deixava meu corpo formigando violentamente. Ela me solta e nos afastamos, uma marca de sangue e deixada visível no canto de sua boca

— Vá pegá-lo. - diz com voz fraca sem tirar o sorriso do rosto

— Espere por mim

Me levanto e fico de costas para Meren, me sentia muito mais forte agora, como se eu pudesse fazer qualquer coisa, respiro fundo, aquele monstro ainda não havia notado minha presença ali, mas não podia fugir com Meren, ele poderia perceber qualquer momento brusco meu e me alcançaria mais rápido do que eu poderia correr, agora não era hora de voltar atrás. Corro em direção as patas traseiras dele e subo em suas costas pela sua cauda, o dragão se debate tentando me derrubar, mas consigo me segurar em suas escamas, armas não funcionariam, então sabia que teria que apelar para os velhos e primitivos mecanismos de ataque naturais dos vampiros, mas para isso eu sabia o que tinha que fazer.

Com toda a força que consegui, arranquei uma de suas escamas, não era grande, mas afiada, com ela fiz cortes do meu braços e pernas, eu urrava de dor, mas não parei até minha visão ficar turva, essa era a hora. Perdi tanto sangue com os cortes que quase não conseguia me manter consciente, senti meus dentes dobrando de tamanho assim como minha mandíbula, minhas unhas se tornaram grandes garras e minha visão completamente vermelha, asas negras saiam das minhas costas como se rasgassem minha pele. Voei para frente dele enquanto ele tentava me acertar com suas chamas escuras, usei as garras para quebrar as escamas de seu peito e num movimento rápido minha mão atravessou sua carne e perfurou seu coração. O dragão urra de dor e consegue me acertar com uma forte patada, bato a cabeça em um pedaço de concreto, me sinto completamente tonta com o golpe enquanto ele continuava atordoado.

Achei que seria o fim, eu o vi se preparar para lançar suas chamas em minha direção, até que ouvi um outro rugido se aproximando, outro dragão negro apareceu, esse tinha detalhes em roxo nas asas e no peito, esse novo dragão agarrou aquele monstro pelo pescoço e o derrubou, quase não pude me manter acordada, a ultima coisa que me lembro era de ver o dragão de roxo cravar uma forte mordida no pescoço do outro, então tudo ficou escuro

 

Quando finalmente acordei, notei que estava numa cama de hospital, não me lembrava de quase nada, mas logo ouvi alguém conversando no corredor.

— Já fazem 2 dias, acha que ela vai acordar logo? - pergunta uma voz feminina

— Não podemos apressar a recuperação dela, a pobrezinha passou por tanta coisa. - responde outra voz feminina abrindo a porta

Safira e Madeleine abriram a porta, Safira segurava um buquê de flores, mas logo o deixou cair e correu para me abraçar, mas acabou encostando em um dos meus cortes me fazendo soltar um gemido de dor.

— Safira, tenha modos, Emma acabou de passar por muita coisa, não pode simplesmente ir pulando encima de alguém que lutou contra um dragão

— Eu sei, eu sei, é só que..... - ela encolhe os ombros enquanto me encara

— Também senti sua falta. - a abraço e ela parece ficar satisfeita

— Você nos assustou, sua imprudente. - Madeleine diz me abraçando com força, ela parecia se segurar para não chorar - Dissemos para vocês fugirem conosco enquanto tínhamos tempo, ora

— Eu fiquei tão preocupada com vocês duas. - respondo

— Imagine como ficamos nós então. - retruca Safira

— Espera, Meren, onde ela está? Ela está bem? - pergunto me sentando na cama

As duas se entreolham por um instante e parecem decidir o que fazer, ambas pareciam muito tristes

— Emma, meu bem.... - começa a falar Madeleine - Não acha melhor descansar mais um pouco? Você acabou de acordar, logo seu pais voltarão para te ver, eles vem sempre que podem para te ver

— Madeleine

Ela se silencia

— Por favor. - suplico

— Ela foi resgatada com os outros, ainda está viva, mas disseram que a situação dela é grave, ela perdeu muito sangue e está desacordada e com sinais vitais fracos

Me levanto com dificuldade da cama e arranco os tubos presos a mim, vou em direção a porta o mais rápido que consigo enquanto as meninas vem atrás de mim dizendo que eu deveria ficar na cama até algum enfermeiro ou medico me ver, ignoro e continuo andando, não sabia em que quarto ela estava, mas sentia que ia para o caminho certo, até que me deparei com um quarto que fez meu coração dar um salto, era aquele, tinha que ser

Abro a porta, Meren estava em uma das camas, era respirava por uma máquina e também tinha tubos conectados ao seu corpo, os pequenos e espaçados "bips" de outra máquina me informavam que o coração dela estava lento. Puxo uma cadeira que estava vazia ali perto e sento perto dela em silencio por um tempo.

— Eu te disse para não fazer isso.....

Silêncio

— Você disse que ia ficar tudo bem....

Silêncio

— Por quanto tempo ainda vai ficar dormindo? Sua preguiçosa....

Silêncio

Safira e Madeleine saíram no quarto para nos deixarem sozinhas, seguro a mão dela por um tempo

— Eu quero que você acorde logo, eu preciso de você aqui, sabia? Mesmo que seja apenas para me irritar e fazer piadas idiotas todo dia, eu preciso de você aqui, Meren, você foi a melhor amiga que eu já tive na vida, eu não posso viver sem você.... - seguro sua mão com mais força e abaixo a cabeça deixando as lágrimas caírem no lençol branco da cama

— E....... e-eu....

Levanto a cabeça depressa e vejo os lábios dela se moverem um pouco

— Eu também....... - ela dá uma respirada profunda - ...... não posso viver sem você.....

— Meren! - deixo as lágrimas saírem ainda mais - Sua grande idiota, eu te falei para na fazer isso! Imagina o que poderia ter acontecido com você!

— Eu.... disse.... que você conseguiria.....

— Eu estava tão preocupada com você, nunca mais faça algo assim

— Emma.... - ela tira a máscara de respirar do rosto e tenta adequar sua respiração sem ela por uns segundos

— O que?

— Eu amo você...... muito mesmo

Fico em silêncio por um tempo e dou uma pequena risada por fim

— O que está dizendo agora, sua idiota? - continuo rindo - Trazendo um assunto desses à tona em um momento como esses. - me aproximo de seu rosto e a beijo, mesmo de olhos fechados eu consigo dizer que ela esta fazendo uma cara de surpresa, a máquina começa a fazer sons de "bip" acelerados - É claro que eu amo você também

— Então por que demorou tanto? - pergunta tentando disfarçar o constrangimento

— Não apresse minha decisão de escolha, eu nunca tive que ouvir uma confissão, muito menos de uma garota

— Isso significa que se eu pedisse você aceitaria ser minha namora?

— É claro que sim

Eu a beijei novamente, nunca tinha a visto sorrir daquele jeito, isso fazia eu ter mais certeza de que eu a amava, aquele sorriso era tudo para mim

— Estamos atrapalhando alguma coisa? - pergunta Safira nos encarando sorrindo da porta

— De forma alguma. - diz Meren - Venham cá, minhas duas pulguentas preferidas

Ambas a abraçaram forte com muita alegria.

— Se você não tivesse quase morrido nós teríamos um grande problema com essa termo pejorativo, orelhuda. - Safira ri

— Não coloque sua vida em risco assim, querida, você poderia não ter voltado para nós. - diz Madeleine

— Desculpem, desculpem, podem me dar sermão outra hora?

— Fiquem sozinhas mais um pouco, logo seus pais vão chegar, mal posso esperar para ver a cara deles ao ouvirem essa feliz novidade, as filhinhas deles finalmente juntas. - Safira diz calmamente enquanto as duas saem do quarto

— Como acha que eles reagiriam? - Meren pergunta

— Minha mãe vibraria de alegria e meu pai desmaiaria de felicidade, e os seus?

— Acho que não iriam parar de sorrir por 1 semana

Ela afastou um pouco para me deixar deitar ao lado dela, ela nem ao menos conseguia segurar a felicidade, ria como uma criança e brincava com as pontas curtas do meu cabelo.

— Não vai nunca parar de sorrir também?

— Enquanto você gostar de mim eu não tenho porquê parar


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