Entre elfos e vampiros escrita por neko chan


Capítulo 13
Os mestres tem o poder




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Na manhã seguinte acordei mais cedo que o resto das garotas, tomei um banho e ajeitei meu cabelo, que estava ridiculamente bagunçado por eu ter dormido com ele molhado na noite anterior, vesti o uniforme e fiquei um tempo encarando Hana dormindo no cantinho do viveiro, ainda faltavam cerca de 2 horas para as aulas começarem, mas não tinha vontade de voltar a dormir, resolvi dar uma caminhada do lado de fora para passar o tempo. Não precisei levar a sombrinha comigo, estava meio escuro do lado de fora, deviam ser umas 5:30 da manhã, sentei-me no mesmo banco da noite anterior e fiquei um certo tempo com as mãos nos bolsos do casaco cinza que usava, até que minha linha de pensamento foi interrompida por alguém se sentando do meu lado.

— Bom dia, vampira. - diz Safira dando um gole em um copo de café

— Achei que estava dormindo

— Eu não preciso dormir muito e queria esticar as pernas, vi você vindo dar um volta e imaginei onde você ia sem a extensão do seu corpo

— Sem o que?

— A Meren, você nunca fica sem ela, isso é incomum, notei que ela não foi dormir com você ontem, aconteceu alguma coisa?

— Não aconteceu nada. - suspiro

— Ela estava chorando antes de dormir, tem certeza que não foi nada?

— Eh... - começo a sentir o peso na consciência enquanto tento decidir se deveria contar ou não, afinal de contar, isso envolvia os sentimentos da Meren, podia não ser certo contar algo assim - Eu não tenho certeza, chegamos exaustas e eu fui dormir bem cedo

— Ela contou, não foi?

— Contou o que?

— Que ela gosta de você

— C-como você sabia?

— Qualquer maluco conseguiria adivinhar na hora, ela gosta muito de você, Emma

— Mas ela me trata assim desde que somos pequenas, como eu supostamente poderia adivinhar que os sentimentos dela mudaram?

— Talvez nunca tenham mudado, ela pode ter sempre gostado de você do mesmo jeito, mas não sabia, talvez até mesmo você goste dela e não saiba também

— Eu não a amo, ela é minha melhor amiga

— Madeleine era minha melhor amiga, até que um dia ela me disse que em breve teria que se casar e eu passei varias noite sem dormir incomodada com aquilo, até que percebi que ela era a pessoa mais importante para mim e que eu a amava profundamente

— É diferente, você sabe que a ama

— Um dia você vai entender, Emma. - ela se levanta tomando maus um gole de café e me estendendo a mão - Vamos voltar para dentro, logo o sol vai aparecer e não quero ter que te proteger dele

Voltamos ao quarto, ela acorda as meninas para que se arrumem, Meren passa por mim de cabeça baixa e não me olha nem por um momento, nossa primeira aula hoje era na quadra, era um teste de força e o treinador, um vampiro chamado Jules, disse para formarmos duplas e que não ousássemos pegar leve nem por um segundo, até que nossa dupla desistisse, não pensei duas vezes antes de escolher Madeleine como minha dupla, Safira me encara com uma expressão de "se machuca-la, eu irei machucar você mesmo que sejamos amigas", Meren se juntou com Safira, pois era a única outra pessoa que ela conhecia. Madeleine sempre me pareceu regularmente frágil, eu sempre a vi como uma princesa que era e não uma lutadora, mas como eu estava enganada, a força dela era supreendente e a velocidade dela se igualava a minha, só que ao mesmo tempo eu acabava me distraindo e prestava atenção em Meren, eu tinha o mesmo "medo" de Safira, medo que ela se machucasse de alguma forma.

— Emma, você poderia se concentrar um pouquinho mais? - pede Madeleine

— Desculpe, eu só me distrai por um segundo

— Por causa da Meren?

— Como vocês duas sabem de tanta coisa?

— Eu e a Safira estávamos acordadas quando chegaram, ela disse que conversaria com você hoje

— Isso explica algumas coisas

— Ela me disse que você esta confusa sobre seus sentimentos

— Não estou confusa, só não sei como fazer para as coisas ficarem normais entre nós

— Já pensou em falar para ela como se sente? - ela quase consegue me derrubar com um chute, eu não conseguia me concentrar na conversa e na luta ao mesmo tempo, mas fazia o possível

— Acho que ela não está muito afim de falar comigo agora

— Ela não está afim ou você não está afim? Afinal, você não tentou falar com ela, como ela saberá o que você está pensando?

— Bem, eu....

— Tente falar com ela ao menos um pouco

— Não tenho nenhuma resposta para dar para ela

— Que tal descobrir a resposta então?

— Como?

— Pense em como ela faz você se sentir

— Ela faz eu me sentir normal, o que tem?

— Eu não posso ajudar com isso, querida, o coração é seu, só você entende ele, mas, quando eu descobri que estava apaixonada a primeira coisa que eu fiz foi responder a pergunta "como ela faz eu me sentir?"

— E qual foi sua resposta?

— "Ela faz eu me sentir única"

Passei um bom tempo pensando no que Madeleine havia dito, mas eu realmente ainda não conseguia responder a essa pergunta, Meren quase não falou comigo pelo resto do dia, talvez por eu não ter falado com ela também, de tarde meu pais ligaram de novo me falando que em 1 semana teríamos que ir ao tribunal para resolver a situação, estava começando a me preocupar mais com os meus pais que estavam dormindo pouco e vivendo da correria para resolver esse problema do que com a guerra em si. Dessa forma a semana se arrastou, Meren passava muito tempo longe e perto de mim ao mesmo tempo, ela nunca dizia nada, mas eu via sempre que ela me olhava de relance. Na quarta-feira eu tinha que ir para o tribunal com meus pais, Safira e Madeleine estavam na cama de baixo do beliche delas jogando cartas, Meren estava da cama de cima lendo um livro e eu estava brincando com Hana, logo me levanto para me arrumar, já que teria que sair da cidade em pouco tempo para encontrar meus pais.

— Onde vai? - pergunta Meren enquanto eu estou escolhendo uma roupa

— Tenho que encontrar meu pais hoje, vamos resolver algumas coisas no tribunal. - digo sem me virar

— Ah,.... você não me contou que ia para casa sem mim

— Achei que não era necessário, eu não vou passar muito tempo fora mesmo

— Ainda assim seria bom ter contado

— Por que? Não preciso que venha comigo de qualquer forma. - digo sem perceber o quão rude aquilo foi, me calo logo após notar o quão babaca eu havia sido, estava prestes a me virar para pedir desculpas, quando ela desce do beliche e sai do quarto batendo a porta com força

— Você foi... - Madeleine começou a frase

— Uma babaca - Safira completa

— Eu sei, eu sei, eu não tive intenção de falar assim, é só que....

— Não precisa agir assim com ela, não queria que tudo voltasse ao normal entre vocês duas? Não parece estar se esforçando para isso acontecer

— Eu pedir desculpas para ela. - digo saindo do quarto e olhando em volta pelo corredor para descobrir por onde ela havia ido, decido arriscar primeiro no pátio

Ando por um tempo por entre os alunos e segurando a sombrinha com força para que ela não caísse caso eu esbarasse em alguém. Depois de um tempo andando eu a encontrei sentada no galho de uma árvore um pouco amis afastada da multidão que estava no pátio, subo e me sento ao lado dela.

— Hey. - digo depois de um tempo

— Oi

— Me desculpa

— Pelo quê?

— Por ter sido grossa com você ainda agora

— Não tem problema, estou bem

— Ah.... - ficamos quietas por um tempo - Não gostaria de vir para casa comigo? Você pode visitar seus pais

— Não, eu acho que não quero muito não

— Mas você sempre vem comigo

— Você não precisa mais de mim para isso. - silêncio

— Eu não quis dizer isso, Meren, me desculpe

— Não precisa se desculpar

— Por favor, não fique triste, venha para casa comigo

— Tudo bem. - ela suspira

Fico feliz por ela ter aceitado vir comigo, mas ao mesmo tempo ainda sentia ela triste. Madeleine e Safira ofereceram uma "carona" para nós duas, elas se transformam em lobos e nos permitem montarmos em suas costas, elas faziam a viagem ser amis rápida do que ir de pegasus, já que não davam a mínima para a segurança dos pedestres e só queriam correr por ai.

Meren ficou na casa dela com os pais esperando que eu voltasse do tribunal com meus pais, foram as piores 10 horas da minha vida, tudo ali foi incrivelmente chato, mas em compensação os juízes de Taminy sempre tinham a intenção de resolver qualquer problema de tribunal em um dia só, a mestre Ophis apareceu para nos ajudar e Azazel tentava ao máximo argumentar suas intenções de "proteger seu povo contra a rebelião", no fim foi decidido que era mais do que justo que continuássemos no país dos animagos. Ao final daquilo tudo fomo agradecer a mestre Ophis por toda a ajuda, até que mestre Azazel apareceu para falar conosco.

— Fez um bom trabalho diminuindo meu exercito, Ophis. - diz amargamente

— Fiz um bom trabalho protegendo meus amigos. - ela sorri

— Acha que isso é uma brincadeira? Meu país está passando por uma situação séria

— Então acho melhor você parar de perder tempo e começar a resolver seus próprios negócios

— Guarde minhas palavras, Ophis. - ele diz bufando - Assim que os rebeldes estiverem dominados, uma guerra será declarada entre nossos territórios

— Tenha dó, Azazel, não pode quere começar uma guerra por uma futilidade dessas, somos mestres, temos que ser superiores a isso tudo

— Alguém tem que te tirar desse seu pedestal, e se eu achar que uma guerra pode te deixar quieta então é o que farei. - ele sai em passos pesados

— Acha que ele fala sério? - pergunta meu pai

— Eu não duvidaria desse louco, Gunter. - ela suspira - Vamos apenas aguardar por melhores resultados, enquanto isso vão para casa e comemorem a vitória de hoje, muitos outros refugiados não obtiverão a mesma sorte e foram mandados de volta para o território dele, apenas 30% conseguiu continuar aqui

Obedecemos a mestre, voltamos para casa e logo tive que me despedir para que eu e Meren voltássemos para Verafenda, Madeleine e Safira aproveitaram a tarde para ficar na cidade e esperar até que tivéssemos que voltar. A situação entre Meren e eu não melhorou muito com o tempo que passou, ainda não voltamos a conversar bem mesmo depois de 1 mês ter se passado, depois 2, e então 3, e antes mesmo que eu notasse já estávamos em Outubro e minha melhor amiga continuava distante de mim, foram os piores meses da minha vida, mas estava perto de piorar, no dia 10 de Outubro a rebelião de vampiros havia sido contida pelas tropas de magos do tempo, e, já no dia seguinte, o mestre Azazel manda suas tropas para atacarem o litoral do território animago, declarando uma guerra contra o país.


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