A Primeira Neve escrita por Sakure


Capítulo 3
Capitulo 3




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 Finalmente um lugar para me abrigar da chuva, hoje estava um sol tão lindo, um dia claro e iluminado, não esperava essa chuva repentina, mas isso é bom, ao menos aquele monte de gente vão embora e posso ter minha universidade só para mim novamente, mas estou toda molhada, ainda bem que não tem ninguém aqui para me ver nessa situação, uma blusa branca toda molhada que agora gruda no meu corpo e deixa praticamente exposto aos olhos humanos, minha preocupação de roupa molhada é interrompida com o som de uma voz, resolvo me virar e ver o que é, e vejo um rapaz que xinga a chuva e assim como eu está todo molhado, não consigo resistir e acabo falando que não é bom reclamar da chuva ou do sol, nem sei por que disse isso, a chuva deve ter afetado meu cérebro, olho pra ele e percebo que ele é incrivelmente bonito, mesmo molhado parece um personagem que saiu de um livro de romance, mas tenho a impressão que já o vi antes só não me recordo de onde, ele começa a caminhar na minha direção tira seu cassaco e coloca em mim, realmente devo está em algum tipo de delírio ou sonho, tento devolver para ele mas ele insiste que eu fique com ele e menciona que minhas roupas estão transparentes, ai que vergonha, estranhamente ele me chama de agasshi, que maneira mais formal e brega, será que ele é bem mais velho que eu e por isso me chama assim, decido o chamar de ajusshi, assim não estarei o desrespeitando, ele não gosta muito da ideia e começa a questionar se é muito mais velho que eu e tal, mas percebo que na realidade está com muito mais frio que eu e começa a espirrar várias vezes seguidas, então me vem algo na minha mente, vamos dizer que não gosto de ficar devendo favores a ninguém então o máximo que posso fazer é lhe oferecer uma xicara de chá, para ele não pegar um resfriado, mas para isso precisamos romper essa chuva toda até chegar no meu dormitório, bem vou fazer esse ato heroico, pego na mão dele e começamos a correr na chuva.

Estranhamente ele não diz nada e apenas me segue na chuva, sua mão é muito macia e firme ao mesmo tempo, está ali na chuva correndo com um estranho é uma situação um pouco inusitada para mim, mas estranhamente me sinto confortável com aquela situação, já começo a avistar o prédio do dormitório, e com a chuva ficando cada vez mais forte, decido correr mais rápido, até chegar na entrada.

― Fique aqui um momento, não se mova ― falo para ele, na realidade preciso ver se não tem nenhum fiscal nos corredores, por ser um dormitório feminino, é extremamente proibido que homens venham aqui, mas parece que não tem ninguém.

― Vamos, aparentemente não tem ninguém ― ele me olha um pouco surpreso e me sinto obrigada a explicar para ele.

― Não tenha pensamento errados, estou dizendo isso por que aqui é um dormitório feminino e homens não podem vim aqui.

― Eu não pensei nada ― ele diz isso e sorrir e nesse momento sinto eu meu coração deve estar a mil batimentos por segundo, o que está acontecendo, controle-se.

― Você está bem? ― Ele me pergunta.

―- Claro, estou bem.

― Seu rosto parece um pouco vermelho, está com febre?

― Não, não eu estou bem, é por que aqui está um pouco quente né ― ainda bem que estou vendo a cantina já, preciso focar em outras coisas nesse momento, antes que meu rosto fique da cor de uma pimenta.

― Fique sentado aqui, que vou preparar um chá bem quentinho para você. ― Falo para ele, na realidade sou péssima na cozinha, mas espero saber fazer ao menos um chá, começo a revirar para ver se acho algo e finalmente acho uns sachês de chá, olho para ele e me arrependo de imediato por ter feito isto, ele está atentamente me observando, e me sinto extremamente envergonhada.

― Você não me disse ainda seu nome ― falo para ele a fim de quebrar o silêncio e deixar a situação menos constrangedora.

― Nem você o meu ― ele me diz.

― Eu fiz a pergunta primeiro, não se responde uma pergunta com outra. ― Percebo que ele fica um pouco pensativo.

― Me chamo Kim Joon Myeon.

― Posso chama-lo de Kim Joon?

                       ― Pode sim, agora me diga o seu.

― Me chamo Eliza, mas pode me chamar de Liz.

 ― Já tinha reparado nisso antes, mas seu nome só comprova que você não é coreana, você é de que país.

― Sou do Brasil. ― Falo para ele, percebo que o chá já está pronto, coloco nas xicaras e vou até ele para entregar o chá, me sento em outra cadeira e ele continua a fazer perguntas.

― Nossa que legal, deduzo que você veio a estudo para cá.

―Sim, consegui uma bolsa de mestrado e vim. ― Se o gosto estava bom ou ruim eu não sei, mas ele estava tomando e em momento nenhum vi fazendo careta, o celular começa a tocar e vi que não era o meu, mas o dele, ele atende e parece dar explicações para a pessoas do outro lado da linha, então desliga.

― Algum problema? ― Pergunto a ele.

― Não, nenhum problema, pode continuar o que estava falando.

―Não tem muito mais o que eu possa lhe dizer, eu vim para cá e estudo Finanças Coorporativas, moro aqui no dormitório da faculdade, e em resumo levo uma vida bem pacata. ― Percebo que estou falando muito sobre mim, mas que ele não tinha falado nada sobre ele, e a única coisa que eu sabia era o seu nome, o que aliás pensar sobre o seu nome me fez associar a outra pessoa. Mas não é anormal na Coreia termos pessoas com o mesmo sobrenome, normalmente alguns sobrenomes são muito populares e pessoas que não tem nenhum laço de sangue possuem o mesmo sobrenome.

― Preciso saber onde fica o banheiro, você pode me informar? ― Ele me pergunta, então o direciono até onde fica o banheiro – realmente agora olhando ele mais seco, percebo que é bem mais bonito do que eu pensava, tem uma expressão bem calma, e quando anda é como se tivesse desfilando, diria que seria algum príncipe se tivesse na Dinastia Goryeo.

―Olá moça, poderia me ajudar? ― Me viro para ver quem fala comigo e vejo uma jovem coreana, muito branca, de olhos grandes, com os cabelos negros e aparentemente havia corrido uma maratona, por que aparentava muito cansada.

― Em que posso ajuda-la? ― Pergunto a ela.

―Por acaso você viu aqui algum rapaz jovem, bonito e alto, mais ou menos dessa altura. – Ela começa a tentar me mostrar a altura dele, então percebo que ela procura o mesmo rapaz que está nesse momento no banheiro.

― Você fala do Kim Joon Myeon? ― Eu pergunto, e ela parece um pouco confusa por um momento.

― Kim? Ah claro, ele mesmo, você o viu?

― Sim, ele foi ao banheiro a pouco tempo. ― Quando digo isso ela se senta na cadeira ao lado, um pouco aliviada, como se algo tivesse sido tirado das suas costas.

 ― Você quer um copo de água ― pergunto a ela, e ela acena que sim, me viro para ir pegar a água na geladeira.

― Suho, você enlouqueceu? Por que sumiu assim, você não sabe o quanto te procurei por todo lado ― a jovem moça coreana começa a falar isso, e acho que estou paralisada, como assim? Suho, aquele cantor do EXO, deve estar havendo algum engano.

― Me desculpe Park Jan, simplesmente começou a chover e eu fui procurar um abrigo para mim, nunca foi minha intensão preocupa-la, por favor me perdoe. ― Kim Joon fala isso, quer dizer Suho, aí não sei mais o que pensar, preciso me virar para ver o que está acontecendo, mas minhas pernas não obedecem meu cérebro.

― Aqui a água que a senhorita pediu ― tomo coragem e finalmente vou dar a água para a jovem que está a discutir com o rapaz que não sei como chamar agora.

― Muito obrigada, por favor, você não tirou fotos dele né, eu entendo que ele é famoso e está aqui na sua frente agora, mas por favor não divulgue imagens. ― Ela diz isso para mim e eu fico de fato um pouco desnorteada, devo ter batido a cabeça enquanto ia pegar a água, ou realmente estava olhando para um cantor famoso nesse exato momento.

― Park Jan não precisa exagerar, estávamos apenas conversando, não aconteceu nada demais, não perturbe a moça.

― Tudo bem, eu entendi senhora Park Jan, não se preocupe eu não tirei fotos dele. ― Digo isso a ela, e só consigo pensar que gostaria de me enfiar em um buraco e sair lá no meu quarto, como posso ser tão idiota, capaz de não reconhecer nem uma pessoa famosa.

― Agradeço pelo copo de água, mas precisamos ir agora, né Suho.

― Você pode me dar um tempo Jan, por favor, prometo que vou logo atrás de você. ―Diz ele.

― Cinco minutos tá. ― Diz ela e sai.

― Você está bem? Parece um pouco pálida ― diz ele olhando para mim, não sei o que falar realmente, várias coisas se passam na minha mente, não estou conseguindo pensar muito bem.

― Tudo bem, acho que só estou um pouco cansada mesmo. ― Na realidade estou bem chocada com tudo isso.

― Gostei muito de ter conhecido você, não precisa ficar assustada por não saber quem eu era, na realidade é a primeira vez que isso acontece comigo, e fiquei feliz por falar livremente com alguém que eu não conhecia. ― Ele está se aproximando de mim, o que devo fazer? O que ele pretende fazer? Ele se aproxima e afasta uns fios de cabelo que estavam no meu rosto e os coloca atrás da minha orelha, não sei dizer ao certo qual a emoção que estou sentindo e se deveria sentir, em seguida ele sorri, dar adeus e sai pela porta.


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Notas finais do capítulo

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Muito obrigada por acompanhar essa história!!!



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