A Primeira Neve escrita por Sakure


Capítulo 2
Capitulo 2




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Tudo a minha volta está escuro, tento me mover, mas em vão, é como se algo muito pesado estivesse em cima de mim, apenas um silencio ecoa na minha mente, quando de repente ele é quebrado, começo à ouvir um pouco longe ainda o som de sirenes que vão cada vez mais ficando mais fortes, com muito esforço abro os meus olhos e com a visão ainda um pouco turva consigo ver que tem algo muito errado, tem muita fumaça por toda parte, é ai que começo a me recordar o que aconteceu, quando uma voz começa a me chamar, tento ver quem é mas não encontro, é quando percebo que estou apenas revivendo aquele pesadelo.

― Suho, Suho, vamos acorde, assim vamos nos atrasar.

― Já tô me levantando, não precisa fazer esse escândalo ― acho que preciso remarcar minhas seções de terapia, aquele pesadelo continua a me assombrar.

― Se você não sair em cinco minutos desse quarto eu vou entrar.

― Vai por mim não entre ― Park Jan é sempre muito exagerada, desde que passou a ser nossa manager tem se dedicado muito, mas as últimas semanas não tem sido fáceis para ela, não é fácil namorar a grande estrela do Kpop, chamado Top, e apesar deles conseguirem superar as dificuldades, ela ainda tem que se preparar emocionalmente para ficar longe dele durante dois anos, eu a entendo.

― Finalmente hein, ontem pedi para você levantar cedo, você sabe que temos que gravar cenas externas hoje né? Quando lhe conheci você era mais pontual.

― Acho que vou ligar para o Hyun e implorar para ele lhe levar para o exército quando for Jan, você está muito rabugenta ultimamente.

― Vamos parar de falar e vamos correr.

― Mas nem merendei ainda.

― Merenda na van, vamos, vamos.

É sempre assim, acordar cedo, merendar na van, correr para o estúdio ou fazer alguma gravação fora, não estou reclamando, amo o que faço e dediquei minha vida até hoje para isso, lembro-me de quando me tornei um trainee, tinha apenas 16 anos, aprendi muito cedo a ter responsabilidade e a cuidar de mim mesmo, sempre fui prestativo com as pessoas, e por esta minha característica fui logo posto como o guardião do grupo quando fui oficialmente apresentado ao EXO.

― Você está muito pensativo hein, você sabe que dou essas broncas, mas só para não perder o hábito com os outros, já que me dão muito mais trabalho.

― Eu sei Park Jan que sou seu favorito certo. ― Mexo nas bochechas dela, um hábito que tenho desde que a conheci, quando ainda era um trainee e ela era um estagiária na produtora.

― Não venha se gabar agora não hein.

― Você não me disse ainda aonde vamos gravar as cenas.

― Ah claro acabei esquecendo, mas vai ser na Universidade de Seoul mesmo.

― Na Universidade de Seoul? Tem certeza?

― Claro, foi o diretor quem me passou o local da filmagem.

― Não esperava que fosse lá.

― Algum problema?

― Não, claro que não.

― Estamos chegando já.

Claro que estamos de longe posso ver a entrada principal, já faz algum tempo que não ando por aqui, infelizmente só me traz más recordações.

― Pronto chegamos, vamos descer.

Já estou vendo a montanha de repórteres e fãs me esperando, apesar de estar com fome ainda, preciso acenar e sorrir, mas isso não é sacrifício para mim, gosto muito da minha vida discreta mas amo meus fãs, não estaria aqui sem eles, a medida que me aproximo as pessoas começam a tirar fotos e falar comigo, posso ver lá na frente a equipe de filmagem e o diretor que acena com a cabeça, retribuo o gesto e sorrio.

― Estou muito feliz que tenha aceitado o meu convite para esse dorama. ― Diz o diretor. Sam é um diretor estrangeiro que há muitos anos vive na Coréia, conseguiu com muito esforço se firmar no ramo de doramas e tem conseguido alcançar bons índices de audiência, quando ele me ligou pedindo para participar do novo drama que estava fazendo, eu aceitei, claro que foi uma guerra com minha empresa para poderem deixar, mas no fim cederam.

― Eu é que estou feliz de trabalhar com o senhor.

― Vamos começar. ― diz ele, ordenando que a equipe ajustasse os últimos detalhes, aproveito para dar uma última lida no texto, mas realmente não consigo me concentrar muito com o barulho que está ao meu redor, vou me sentar naquela cadeira e esperar está tudo pronto e me divertir vendo Park Jan correndo de um lado para o outro, no meio de toda essa agitação começo a sentir uns pingos de água caindo em mim, quando olho para cima, vejo que na realidade é chuva que está começando a pairar sobre aquele lugar, decido me levantar para procurar um abrigo antes que me molhe, mas não dá tempo, e começa a chover muito forte, começo a correr sem muito rumo, na realidade só quero um lugar para me abrigar, assim como todos, enfim olho pra frente e vejo um pátio e vou correndo até ali.

― Aish, tô todo molhado, mas de onde surgiu essa chuva repentina, quando sai de casa fazia um sol, e do nada chove.

― Não devemos reclamar da chuva ou sol, não é bom reclamar daquilo que Deus nos dá de graça. – mas que voz essa que fala comigo agora, será que estou começando a ouvir vozes também, ao olhar para trás vejo uma Agasshi toda molhada, tentando enxugar os cabelos longos que estão a escorrer água de tão molhados, sua roupa devido a estar molhada gruda no corpo, olhando para seu rosto posso perceber pelo formato e pelos olhos grandes e verdes, que não é coreana, mas sim uma estrangeira, vejo que devido ao frio começa a se tremer um pouco, e meu extinto de cavalheiro e gentil é de imediato tirar meu cassaco e oferecer a ela.

― Olá Agasshi ― estendo meu cassaco e coloco nela.

― Não precisa, eu estou bem ― ela fala muito bem coreano, e tenta tirar o cassaco que coloquei nela.

― É muito feio recusar ajuda, você não sabia disso, fique com isto, além do frio que está fazendo sua roupa, está um pouco transparente e grudada no seu corpo. ― Acho que não deveria ter falado isso, mas ela insistia em não querer o cassaco.

― Você é algum pervertido por acaso? ― Ela finalmente resolveu ficar com o cassaco, e agora me olhava atentamente, como se tivesse decidindo se eu era um pervertido ou não.

― Estava só querendo ajudar, afinal de contas estamos aqui pelo mesmo motivo, tentando nos livrar da chuva.

― Me desculpe pelo meu comportamento Ajusshi.

― Ajusshi? eu pareço ser velho assim? Tenho certeza que não sou muito mais velho que você, ainda nem fui para o exército. ― Nessa hora me vem uma vontade incontrolável de espirrar e não consigo controlar, desde criança tenho um certo problema com chuvas, sempre fico com um tremendo resfriado quando pego qualquer gota de chuva.

― Você parece não está muito bem, acho que precisa desse cassaco mais do que eu ― ela tenta tirar o cassaco para poder me devolver, mas impeço que ela faça isso, então ela fica pensativa por um tempo até que fala.

― Vamos venha comigo, você precisar tomar um chá bem quente ― segura na minha mão e vai me guindo na chuva, não sei por que a acompanho, mas parece ser a coisa certa a se fazer agora, começamos a correr devido à chuva ainda continuar forte, e pela primeira vez sinto alegria em correr na chuva, é como se tivesse livre para fazer o que quisesse, guiado por uma estranha que nem sabia o nome, mas não estava me importando com aquilo, pela primeira vez, não preciso me esconder dos repórteres, nem me preocupar se alguém me reconheceu, estou correndo livre de todas essas preocupações e sinto que poderia ficar ali para sempre.


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