Sweet Desires escrita por Anna Miranda


Capítulo 17
De volta


Notas iniciais do capítulo

Voltei com mais um capitulo YEAH! Queria dizer duas coisas, a primeira é um muito obrigada pelos comentarios do capitulo passado, eu estava MUITO ansiosa pra saber qual seria a reação de vocês, eu estava muito nervosa hahaha. A segunda é eu espero que vocês estejam gostando do rumo que as coisas estão tomando pq estamos caminhando para o fim hahaha.

Enfim, espero que gostem do capitulo. Beijos!



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Os primeiros acordes acompanhados da nota única do piano invadiram de forma discreta o ambiente que aos poucos deixava a penumbra, uma vez que pela fresta da cortina esvoaçante a claridade do dia que nascia se fazia presente. Usualmente, era nesse momento, que a morena se mexia entre as cobertas e travesseiros e dava as costas para janelas a fim de conseguir dormir um pouco mais, mas nas ultimas semanas, ela quase não dormia, então a luminosidade passou a não fazer diferença.

A melodia continuou até que a frase já quase tatuada em sua mente, de tanto repeti-la para si mesma, foi proferida pela vocalista ‘and I found love where it wasn’t supposed to be, right in front of me’. Uma lagrima solitária escorreu pela bochecha dela, e ela não se preocupou se quer em seca-la, já havia desistido dessa batalha.

De volta ao quarto que havia dividido com Marian, ela começou rapidamente, a guardar na mala tudo o que a pertencia. Haviam poucas coisas espalhadas pelo quarto, era como se no fundo ela já soubesse qual seria o resultado da competição naquele dia, e já tivesse se preparado. Era como se a adrenalina estivesse sendo constantemente injetada em suas veias, a morena não parava para pensar, apenas se deslocava de um lugar para o outro interruptamente. As lagrimas a essa altura já haviam parado de cair livremente, apesar de insistentemente se acumularem nos olhos dela.

Em meio a essa confusão, ela lembrou-se de pegar o celular e enviar uma mensagem para Bex, queria que a amiga lhe pegasse no hotel em que a produção a levaria. Tinha direito a um mês de estadia no hotel, uma forma da produção ter controle sobre ela, visto que assim ela não sairia livremente pelas ruas e não ‘liberaria’ assim spoiler sobre o que aconteceria na competição. Mas ela não pretendia ficar no hotel, queria voltar para casa, e como a casa do pai era afastada, quase escondida da sociedade, ela tinha certeza que a produção não se oporia.

O dia começava a se esvair no horizonte quando ela finalmente caminhou até a produção dizendo que estava pronta para partir. Ruby e Daniel estavam esperando por ela perto do carro que a levaria embora, e as lagrimas pinicaram novamente em seus olhos, queria chorar mas não iria.

“Nós viemos de dizer até mais.” Ruby disse puxando-a para seus braços, e a morena escondeu o rosto entre os ombros e o pescoço da amiga, respirando fundo a fim de controlar suas emoções.

“Sim, até mais! Dois meses, e nós vamos nos ver novamente.” Daniel disse abraçando as duas mulheres.

“Eu vou sentir saudades de vocês.” Regina disse depois de um longo minuto em silencio, a voz rouca pelo choro que segurava.

Um dos ajudantes de produção pegou a mala da morena guardando no porta mala do carro e ela viu o motorista entrar no carro. Ela deu mais uma braço em ambos os amigos, e quando ergue a cabeça viu Robin caminhando em sua direção, não podia encara-lo naquele momento, por isso em uma atitude completamente covarde ela correu até o carro e pediu que o motorista fosse logo.

Quando chegou no hotel, Rebecca já a esperava. Após pegar sua mala ela se jogou nos braços da amiga e chorou tudo o que havia segurado nas ultimas horas.

“Shiu, vai ficar tudo bem baby.” Bex a consolou da melhor forma possível, enquanto a levava para seu apartamento. No dia seguinte a ruiva levaria a amiga até Sussex, até a casa do pai de Regina.

—x-

Regina arrastou a poltrona florida até perto da janela, se enrolando na manta, apesar do tempo não estar frio, ela sentou-se a passou a admirar a natureza que com o inicio do dia parecia ter ganhado vida extra. Os galhos das arvores balançavam lentamente, o galo cantava, não por ser o início do dia e sim porque era algo comum a eles fazerem, uma coisa que aparentemente ninguém da cidade grande sabia uma vez que em todos os filmes os galos cantavam apenas para marcar o inicio de mais um dia, os cavalos corriam livremente pela área da fazenda destinada a eles, Eric, ajudante de seu pai devia tê-los liberado e ela sorriu. Adorava ver os cavalos.

Perdida em pensamentos, ela se quer se deu conta de que não estava mais sozinha no ambiente, e se assustou quando uma voz conhecida por ela a saudou.

“Bom dia querida” Mary disse aparecendo no campo de visão da morena. “Trouxe café” ela estendeu então a xicara que carregava com as duas mãos em direção a Regina.

“Obrigada.” Regina disse simplesmente, e então voltou toda sua atenção para o que observava antes, como se a amiga não estivesse no quarto e Mary esperou pacientemente e em silencio ela tomar o café.

“Tudo bem. Agora que você terminou o seu café, você tem quinze minutos para tomar banho e se arrumar, nós saímos em meia hora.” Mary disse.

“Eu não vou a lugar nenhum.” Regina disse com um tom que se aproximava muito do tom de uma criança fazendo birra, e Mary quase riu.

“Sim, você vai! Você se arrastou por essa casa pelas ultimas três semanas, eu sei que você esta chateada por ter deixado o programa, e eu sei que você esta machuca por ter deixado Robin, por isso eu dei um passo para trás e deixei você ter seu momento de lamber as próprias feridas. Mas já é hora de você vestir suas calcinhas de menina grande e encarar a vida que está ai fora te esperando.”

“Mary...”

“Não Regina, me ouça. Eu tenho o dia de folga hoje, então nós vamos até o CIA e você vai descobrir qual é a sua situação, então você vai se matricular para o próximo semestre que é o seu ultimo e vai se formar como sempre sonhou. Então se você quiser voltar para cá no fim e se esconder no seu quarto ou quiser voltar e abrir sua pequena confeitaria, você pode e você terá todo meu apoio.”

“Eu me sinto exausta.” A morena soltou em um quase sussurro ainda fitando o horizonte a sua frente e uma lagrima sorrateira lhe escapou.

“Eu sei que esta sendo difícil Nina, mas em três semanas tudo vai chegar ao fim. O programa vai acabar e você vai poder ver o Robin novamente, e  vocês vão poder conversar e se resolver, mas agora não é o momento de você para, você precisa continuar caminhando Nina, você precisa voltar o foca da sua vida para você, para seus sonhos e desejos e não para sua dor.”

“Eu sei. Obrigada Mary!” A morena disse abraçando a amiga o mais forte que conseguiu, e com um suspiro cansado ela caminhou em direção ao banheiro. Era hora de tomar as rédeas de sua vida de volta.

—x-

“O bom filho a casa retornar” Bex disse com um grande sorriso no rosto quando abriu os braços esperando um abraço da amiga. Regina revirou os olhos para ela e sorriu abraçando-a.

Mary havia ligado no início do dia avisando que levaria Regina de volta ao campus, e desde então Rebecca havia se tornado uma bola de energia ansiosa pelo retorno da amiga. Não havia um dia desde que a morena havia deixado o campus para poder se dedicar ao programa em que a Ruiva não sentisse falta da melhor amiga. A convivência diária o relacionamento quase fraternal podia ser responsabilizado por essa saudade excessiva.

“Retorna para ficar.” Regina disse se afastando da amiga com o pequeno sorriso no rosto.

“Serio?” Mary e Bex perguntaram ao mesmo tempo, fazendo Regina realmente rir, e ela percebeu que fazia tempos que não ria tão livremente assim. Era boa a sensação de rir.

“Por que vocês parecem tão surpresa? Eu preciso me formar. Ou vocês acharam que eu ia deixar essa ruiva atrevida receber toda atenção na celebração de formatura sozinha?”

“Estou feliz por ter você de volta.” Rebecca disse abraçando-a mais uma vez.

“Você esta feliz de ter meu cérebro de volta, isso sim.”

“Bom, você não vai me ver negando isso.” Rebecca disse gargalhando.

“Tudo bem! Você vá passear com Mary e ajude ela a levar minhas coisas para nosso quarto, eu preciso resolver algumas coisas. Encontro vocês daqui uma hora no refeitório.”

“Menos de vinte minutos aqui e você já esta distribuindo ordens.” Rebecca bufou.

“Eu disse que eu estava de volta.” Regina disse rindo e começou a caminhar até o prédio administrativo.

“Eu pensei que ela se esconderia na casa do pai até o dia da final.” Rebecca disse em um tom comedido após ter certeza que Regina estava longe o suficiente para ouvi-la.

“Ela queria, mas eu não podia deixar. Ela não pode parar a vida dela por causa de tudo isso, e não por causa dele. Nós não o conhecemos Bex, nós não sabemos se ele queria apenas uma distração enquanto estava no programa, ou se ele realmente gostava dela. E nós não sabemos se ele vai querer algo quando sair.”

“Ele vai quebrar o coração dela, não vai?” A ruiva perguntou sentindo o medo de ter que recolher os cacos do que restaria da amiga se isso acontecesse correndo por suas veias.

“É bom ele não fazer, ou ele vai ter uma mão cheia de problemas para lidar.” Mary disse em um tom serio. “Vem, vamos levar as coisas dela para o quarto.”  Mary disse seguindo na frente levando a ruiva até onde havia estacionado seu carro.

—x-

Devido ao seu histórico escolar e suas boas notas, Regina acabou descobrindo que a administração resolveu concluir o semestre passado dela com aprovação, mesmo ela tendo perdido as duas ultimas semanas devido ao inicio da gravação do programa. Portanto, no dia 26 de Março, quando o próximo semestre começasse para o bacharelado, ela poderia iniciar o ultimo período da sua graduação normalmente. Saber disso tirou um peso das costas da morena.

Mesmo faltando duas semanas para o dia 26, a morena resolveu ficar no campus, como havia dito mais cedo para duas amigas. Dedicaria esse tempo a procurar um professor da área administrativa, o desejo de ter sua própria confeitaria havia se solidificado, portanto, ela precisava conhecer um pouco mais do processo administrativo, uma vez que experiência na cozinha ela já tinha, pelo menos o suficiente para começar próprio negocio.

No dia 25, um dia antes do inicio do semestre aconteceria o Faculty Seminar Day, dia em que diversos seminários aconteceriam e ela ficou feliz ao pegar a programação e perceber que a quantidade de seminários voltados para área administrativa naquele mês eram consideravelmente grandes.  Determinada a absorver o máximo que pudesse, ela levaria sua inseparável agenda de anotações para todos os seminários que participasse.

Pensar na agenda fez o coração da morena bater um pouco mais rápido. Desde quando havia decidido abrir o próprio negocio Regina carregava sempre essa agenda consigo, anotando tudo o que ela acreditava ser importante para realização do sonho, no entanto, após comentar com Robin em uma das inúmeras conversas que haviam tido na cozinha, sobre essa agenda, ela tinha ganhado um significado a mais.

Robin sabia administrar restaurantes, uma vez que tinha pelo menos meia dúzia deles espalhados pelo mundo. E ele sabia também como começar um negocio, por isso havia ensinado algumas coisas a ela.

“A primeira coisa que você precisa ter em mente Nina, é o tipo de estabelecimento que você quer ter, você quer um delicatesse, uma confeitaria ou um café? Apesar de algumas semelhanças, eles tem estruturas de funcionamento completamente diferentes, por isso vão demandar administrações diferentes. Portanto, para uma boa administração você precisa conhecer o bem o essência do seu negocio.” Ele disse olhando a morena que estava sentada a sua frente com as pernas cruzadas em perna de índio com os olhos tão atentos que ele não resistiu a vontade de dar um selinho nela.

Regina sorriu e o beijou de volta, tão rápido quanto ele havia feito. Em seguida ela apoiou a agenda em uma das cochas, e escreveu em forma de tópico o conselho que Robin havia dado, em seguida voltou sua atenção a ele com os olhos marcados pela expectativa, e então foi a vez dele rir dela.

“Próxima dica” ela disse.

Com tudo organizado, a morena caminhou até o refeitório onde havia marcado de encontrar as duas amigas. Sua vida estava de volta aos trilhos, e ela estava contente. Em três semanas ela corria o risco de sua vida descarrilhar novamente, mas não iria pensar nisso naquele momento.

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