Sweet Desires escrita por Anna Miranda


Capítulo 16
Eliminação


Notas iniciais do capítulo

oláaaaaaaa, olha quem voltou com capitulo novo *0*
Então eu espero realmente que vocês não me odeiem depois desse capitulo hahaha, eu to muito ansiosa pra vê a reação de vocês, amanhã é meu aniversario então sejam bondosas haahha.

Por último só quero dizer que: pixie dust never lies



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Os dedos tamborilavam sob o teclado do notebook que estava displicentemente pousado no colo dele, a tela do e-mail aberta vez ou outra ameaçava apagar, mas ele passava a mão pelo touch pad impedindo que isso acontecesse. Mas a verdade é que a pelo menos meia hora ele havia permitido a mente mergulhar em lembranças e não conseguiu se concentrar em mais nada.

Frustrado, afinal um de seus restaurantes estava passando por um problema de cunho administrativo e ele precisava urgentemente concertar isso, uma vez que o restaurante levava seu nome, ele decidiu espairecer um pouco e depois tentar continuar. Fitando o relógio do celular que estava jogado ao seu lado ele percebeu que ainda eram quatro da manhã, o que justificava o dia escuro e nada convidativo lá fora.

Ele se levantou da cama fechando a tela do notebook e caminhou se espreguiçando até o banheiro. Ele fez sua higiene matinal e pegou uma camiseta folgada e colocou, iria aproveitar aquele inicio de dia para correr, fazia algum tempo que ele não se exercitava e o corpo começava a reclamar.

Durante quase dois meses de programa, e consequentemente de convivência quase diária com pessoas tão diferentes dele, Robin havia crescido e passado por experiências quem nem na mais remota conjectura ele imaginaria passar quando aceitou participar do programa. Ele havia aprendido a respeitar em um nível mais profundo o tempo das pessoas, e que nem sempre esse tempo seria igual o seu ou o esperado por ele, ele havia aprendido a apreciar com mais sensibilidade os talentos diferentes – não só o técnico como estava acostumado-, ele havia aprendido que laços de amizades – em sua grande maioria de cunho puro- se formavam muito rapidamente.

No entanto, o maior aprendizado sem duvida naqueles últimos tempos pelo qual ele havia passado era estar apaixonado. Se fechasse os olhos ainda poderia se lembrar da primeira vez que viu Regina e de como ela mexeu com ele com poucas palavras, alguns sorrisos e troca de olhares.

A principio ele pensou que fosse só uma tração física, afinal a morena de longos cabelos e olhar intenso, era dona de um corpo extremamente sensual, e um jeitinho meigo que fazia um contraste de veras instigante. Porém, com esse desejo ardendo silenciosamente em seu interior, ele passou a prestar mais atenção nela, e a cada nova descoberta ele se via cada vez mais encantado por ela.

Beijos, abraços, conversas, encontros noturnos, a junção de todos esses fatores e inúmeros outros levaram ele rapidamente a se apaixonar por ela. Regina agora era uma necessidade que ardia em seu peito, uma necessidade de estar junto, de tocar, de beijar ou de simplesmente perguntar como havia sido o dia dela.

Robin colocou os fones de ouvido e enquanto passava pelas playlist tentando decidir qual ouvir uma especial saltou-lhe os olhos, com um sorriso enorme no rosto, ele a selecionou e começou a caminhar lentamente de forma a aquecer o corpo.

Uma das primeiras coisas que Robin aprendeu sobre Regina é o quanto ela ama musica, a morena cantarolava sempre que estava cozinhando, ou quando eles estavam a sós. Na verdade sempre que possível ela cantarolava, e muitas vezes esquecia até mesmo que estava sendo filmada. Vez ou outra enquanto trocavam mensagem de texto ela enviava trechos de musica que gostava ou que segundo ela faziam ela se lembrar dele, ou deles. Robin havia montado uma playlist com todas essas musicas, que iam desde musica eletrônicas a musicas countrys, denunciando o claro instinto de menininha do interior que ela tinha.

 Perdido em meio as musicas e as lembranças, ele finalmente começou a correr quando o sol se ergueu no horizonte.

—x-

Ele caminhou pelo corredor que levava até o escritório distraidamente, após se concentrar novamente no serviço, ele acreditava ter encontrar uma solução plausível para o problema de seu restaurante, mas antes de decretar o veredito queria compartilhar a ideia com Paula e ouvir a opinião dela sobre o assunto.

Prestes a bater na porta do escritório ele ouviu vozes, e percebeu que Paula não estava sozinha. Ele virou sob os calcanhares para ir embora, outra hora falaria com ela, mas ao dar dois passos a porta do escritório se abriu.

“Robin?” Paula o chamou.

“Hey P. Queria falar com você, mas você parecia ...” O loiro interrompeu a fala quando viu a companhia de Paula.

“Entra, eu e Regina já terminamos.”

Regina se despediu de Paula com um abraço e saiu do escritório com a cabeça baixa. Robin que a observava atento viu uma lagrima escorrer pelo rosto da morena e soube ali que algo estava errado. De repente seu corpo foi tomado por uma estranha ansiedade, queria correr até a morena saber o que havia acontecido, queria abraça-la e dizer que tudo ia ficar bem.

“Vamos?” Paula perguntou indicando o interior do ambiente.

“O que aconteceu?” Robin perguntou tentando disfarçar todas as emoções que o corroíam por dentro.

“Problemas femininos.” Paula disse com um sorriso tranquilizador.

“Ela esta bem?” Ele perguntou ainda desconfiado.

“Sim, tudo bem. Mas me diga, o que você queria?”

“Lembra sobre o problema do restaurante?” Ele perguntou, tentando se esquecer pelo menos por aquele momento de Regina, depois a procuraria.

“Sim, você conseguiu resolver? Você conversou com Charles?”

“Eu tive um breve dialogo com ele mais cedo. Eu realmente não acredito que atribuir a ele toda culpa seja a solução. Em fim, eu pensei em algo, gostaria de sua opinião.”

“Sim, claro. Me conte.”

Robin começou a descrever tudo o que tinha pensado, mostrou pra ela a lista de prós e contras que havia feito se realmente tomasse a decisão que estava pensando, também contou sobre a conversa que havia tido não só com Charles, mas com outros funcionários, alguns distribuidores e investidores também. Perdidos nos mundos dos negócios, ambos passaram quase toda a tarde presos dentro escritório. No entanto quando saiu de lá Robin se sentia completamente confiante no que dizia respeito sua decisão, e isso o fez sentir de certa forma mais leve.

“Babe, você esta acordada?” No inicio da noite Robin mandou uma mensagem naquela noite para Regina, queria conversar com ela, saber o que tinha acontecido, no entanto, não obteve resposta, e justificou a si mesmo, que ela não devia ter visto a mensagem.

Quando mais tarde ele tornou a enviar outra mensagem para morena e obteve o silencio novamente como resposta, ele acreditou que ela apenas estava dormindo para se preparar para o dia seguinte, porém, em seu interior ele sabia que havia algo errado.

—x-

Mais um dia de prova começava. Mais uma pessoa seria eliminada e logo eles estariam gravando a final. Robin mal podia esperar para o fim do programa, tinha amado a experiência, mas a expectativa de ter Regina em seus braços sem qualquer receio era tudo pelo o que ele estava vivendo nos últimos dias.

A primeira pessoa que ele notou ao entrar na tenda foi Regina. Como sempre ela estava linda, o cabelo estava preso em um rabo de cavalo, a pulseira com o pingente que ele havia dado a ela estava no pulso esquerdo, e ela vestia uma jardineira jeans que a deixava incrivelmente angelical, lembrando dos beijos que haviam trocado no pub, Robin precisou conter uma risada, pois naquela noite angelical era o adjetivo que mais passou longe de descreve-la. Regina era definitivamente paradoxal e ele amava isso nela. A perfeita combinação entre o doce e o acido.

Raph deu o sinal alguns minutos depois liberando o inicio da gravação e como num passe de mágica Robin entrou no seu papel de chefe e cumprimentou os participante.

“Boa Tarde competidores.” Disse ele

“Boa Tarde Chefe.” Os quatro responderam ao mesmo tempo.

“A noção de confeitaria que temos é algo bem recente, os primeiros registros em relação aos doces, no entanto, datam aproximadamente do século I a.C. Os doces em sua maioria surgiram sempre vinculados à comemorações, vitorias, e histórias de amor. Atualmente uma das ocasiões comemorativas em que o doce  e de forma geral a confeitaria ganha maior destaque é o casamento, uma vez que depois da noiva o bolo de casamento costuma ocupar o lugar mais importante na celebração.” Paula disse e os murmúrios invadiram o ambiente.

“Bom, a prova de hoje é sobre casamentos.” Giuseppe continuou. “ Na primeira prova vocês precisaram formar duplas, precisaram decidir um conceito para uma suposta festa de casamento e então fazer duas sobremesas que apresentem para nós esse conceito.”

“Regina como você venceu a prova passada, você pode escolher sua dupla.” Robin disse.

“Eu escolho a Marian.” A morena disse rapidamente sem se quer pensar. Apesar de achar estranha a escolha, afinal ele sabia que as duas não se davam muito bem eles apenas concordaram.

“Ok, Marian e Regina são uma dupla, Daniel e Ruby a outra.” Robin concordou, e logo os participantes movimentaram-se para que assim as duplas fossem formadas.

“O tempo de prova de vocês é de duas horas. E a prova começa AGORA!” Paula disse.

A principio Robin e os outros jurados ficaram so observando enquanto as duplas se organizavam e decidiam o que fazer. Minutos depois, quando os competidores já começavam a preparar as sobremesas, os jurados caminharam até as bancas para descobrir o que as duplas fariam.

“Regina, Marian” Paula cumprimentou

“Chefe” As duas responderam

“Contem-nos o que vocês irão fazer.” Disse Paula.

“Bom nos optamos por um conceito mais natural, pensamos em um casamento no fim do dia, em um rancho, com bastante flores e elementos da própria natureza.” Regina começou. “Por isso uma das nossas receitas é uma Charlotte de frutas vermelhas...” Regina foi interrompida por Marian.

“Eu vou fazer um cupcake de laranja adocicado com água e açúcar, aromatizado com flor de laranjeira e recheado com cardamomo. Decorado com pasta americana”  

“Você?” Giuseppe questionou. “A prova é em dupla Marian, é preciso que todas as duas se envolvam no processo de preparo de ambas as receitas.”

“Eu não concordo com a receita da Charlotte, não acho que seja uma receita boa para o curto tempo de prova que nós temos.”

“Se existe um desacordo, vocês precisam resolver isso agora.” Paula disse. “Caso o contrario as duas serão responsáveis, a prova é em dupla. Lembrem-se disso”

Robin e os outros jurados se afastaram da bancada delas rumo a bancada da outra dupla. O loiro estava inquieto, sabia que aquela parceria não daria certo, e tinha certeza que Regina também sabia, por isso não conseguia entender o porque da morena ter escolhido Marian como sua dupla.

—x-

“Confeiteiros, fim de prova!” Giuseppe anunciou  e os confeiteiros se afastaram das bancadas.

“Ruby, Daniel contem-nos o que vocês prepararam.”

“Bom nossa primeira sobremesa é um cupcake de massa branca, aromatizado com lavanda e toques de limão, a decoração é pasta americana pintada com tinta comestível dourada.”  Os três provaram as sobremesas e era perceptível pelas feições que haviam gostado do resultado final.

“Nossa segunda sobremesa” Continuou Daniel “São mini tortas de chocolate e canela com toques de gengibre.”

“Vocês fizeram um excelente trabalho.” Paula elogiou. “As combinações de sabores são harmoniosas, as sobremesas não estão doces demais e ambas tem uma apresentação que orna com o conceito que vocês se proporão a apresentar”.

“Obrigada chefe.” A dupla respondeu.

“Regina, Marina, a sobremesa de vocês” Paula disse assim que eles chegaram a bancada das duas. Dessa vez Marian tomou a frente e explicou detalhadamente o que elas haviam feito.

“A primeira coisa que preciso dizer é, vocês não entregaram a prova, afinal temos aqui uma sobremesa e meia. Não sei nem se essa Charlotte não pode ser considerada meia sobremesa.” Giuseppe disse observando o doce que havia se desfeito quase em sua totalidade sobre a bancada.

“Além de esteticamente não estarem bonitas nenhuma das duas – disse Robin – elas também não estão saborosas, o cardamomo no cupcake roubou completamente o sabor dos outros ingredientes, e a Charlotte foi um desastre total, esta muito doce, eu não aguento comer se quer a metade de uma fatia.”

“Nós esperávamos mais de vocês meninas.” Paula finalizou, e os jurados se afastaram.

O ultimo desafio daquele dia seria uma prova individual, onde os participantes teriam duas horas para fazer um bolo de casamento com pelo menos três andares e dois recheios diferentes. Como um desafio extra, os jurados disseram que os competidores deveria usar algum alimento que usualmente fosse utilizado em comidas salgadas.

Quando passou pela bancada de Regina, Robin descobriu que a morena faria um Red Velvet com recheio de chocolate branco e nozes, na massa ela usaria beterraba a fim de chegar na tonalidade que o bolo exigia, assim cumprindo por tabela o desafio do alimento salgado. Robin respirou fundo e se acalmou, ao lembrar que a morena já havia feito essa receita uma vez para um café da tarde especial para comemorar o aniversario de Ariel. Ela se sairia bem na segunda prova, ele tinha certeza disso, e isso a salvaria da eliminação.

Duas horas mais tarde quando ele experimentou o bolo da morena ele sentiu a apreensão correr por seu corpo, o bolo que ela apresentará na prova era completamente diferente do que ela havia feito naquela tarde.

“Regina, eu não sei nem o que dizer. Esse bolo esta horrível! A massa esta solada, e esta com um gosto estranho que acredito ser pelo excesso de bicarbonato.” Disse Paula.

“O recheio novamente esta doce demais e as nozes não estão torradas.” Finalizou Robin, e com o olhar marcado pelo desespero ele tentava perguntar silenciosamente o que estava acontecendo.

Alguns minutos depois, Robin Giuseppe e Paula deixaram a tenda a fim de deliberar e decidir qual candidato seria eliminado.

“Acho que esta muito claro quem teve o melhor desempenho na prova de hoje.” Começou Paula. “Na prova em dupla o Daniel conseguiu muito desenvolver a prova e até mesmo assumiu uma postura de liderança. E na prova individual ele arrasou, sabores deliciosos e muito bem equilibrados, e uma apresentação incrível.”

“Sim, Daniel fez excelentes provas hoje, e ele com certeza é o vencedor da semana.” Giuseppe concordou e Robin acenou com a cabeça concordando também.

“Bom, e quem vamos mandar para casa hoje?” Robin perguntou.

“Regina!” Paula disse sem pensar duas vezes. “Ela teve um desempenho péssimo hoje.”

“Sim, mas era perceptível que ela não estava bem, ela cometeu erros muito básicos, erros que se ela tivesse em um dia comum não teria cometido.” Robin disse tentando controlar as emoções a fim de que elas não transparecessem no seu tom de voz.

“Concordo com Robin.” Disse Giuseppe. “Mas nessa altura do campeonato, um erro como de hoje é fatal, nos estamos escolhendo os finalistas, não da pra salvar ela, não hoje.”

“Sim você esta certo.” Robin disse após um tempo de silencio.

“Então já temos nossa resposta?”

“Sim” Os dois homens concordaram com Paula.

De volta a tenda Robin sentia o coração bater descompassado, queria correr até Regina e abraça-la enquanto o veredito era dito. Mas tinha que permanecer no lugar onde estava, fingindo não se importar com nada.

“O confeiteiro que nos deixará hoje é ... Regina” Paula disse após um curto minuto de suspense.

Com um movimento de cabeça como se concordasse Regina sorriu uma lagrima lhe escapou. No segundo após a decisão ser dita Daniel e Ruby correram até a amiga e a abraçaram e nos braços deles a morena se desfez.

Robin podia ver os ombros da morena balançarem enquanto ela chorava copiosamente nos braços dos amigos. Vê-la chorando daquela forma estava matando-o e ele não sabia mais por quanto tempo conseguiria se segurar. Determinado a apertar o botão de fodasse e ir conforta-la, ele começou a caminhar na direção dela, mas foi impedido quando a mão de Paula tocou-lhe o braço o parando.

Alguns minutos ela finalmente se desvencilhou dos braços dos amigos e caminhou até os jurados. Ela enxugou o rosto, mas ele ainda estava vermelho e teimosas lagrimas voltaram a se acumular nos olhos dela e ameaçavam cair a qualquer momento. Ela abraçou os jurados agradecendo pela oportunidade, mas deixou Robin por ultimo.

O abraço deles durou um pouco mais do que o que poderia ser considerado normal. Ele sentiu ela inspirar profundamente no pescoço dele, como se quisesse decorar qual era o cheiro dele, e em seguida ela se colocou na ponta do pé e deu um rápido beijinho na bochecha dele.

“Obrigada! Por tudo.” Ela disse por fim.

“Regina...” Ele começou mas ela logo o interrompeu.

“Adeus!” Ela disse e deixou a tenda sem dar tempo dele dizer mais nada e sem olhar para trás.

—xx-


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