Sweet Desires escrita por Anna Miranda


Capítulo 11
Suspiros


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaaa, voltei !!!!!!! Eu amo tanto escrever essa história que se pudesse atualiza todas as semanas hahhaa.
Enfim, espero que gostem, me digam nos comentários, ou no twitter o que estão achando dessa história.



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A xicara de café quente aquecia não só as mãos da morena, como todo o seu corpo. A cada vez que sorvia aquele liquido que por muito era considerado fonte da vida, uma onda de calor se espalhava pelo corpo dela, e em silencio ela agradecia por isso, uma vez que aquela manhã estava especialmente fria.

Sozinha no ambiente, ela deixava o olhar vez ou outra se direcionar para porta e ali, todas as lembranças da noite anterior invadiam sua memoria sem qualquer permissão da parte dela, e o sorriso que se espalhava pelo rosto dela, era impossível de ser contido. Inconscientemente, ela levou os dedos da mão esquerda sob os lábios e fechou os olhos, permitindo que as lembranças se tornassem ainda mais vividas.

“Sonhando acordada princesa?” A voz marcada pelo tom de deboche de Jones invadiu o ambiente e a morena rapidamente abaixou a mão e olhou para porta por onde alguns dos competidores entravam para tomar o desjejum.

“Talvez!” Ela disse brincando e rolou os olhos para ele.

Os participantes recém-chegados se sentaram ao redor da mesa, e em poucos segundo um burburinho se espalhou pelo ambiente, novamente perdida em suas memorias, a morena sorriu pensando no quão reconfortante era o som da conversa dos colegas, e de como sentira falta quando o programa chegasse ao final.

“Alguém viu Robin hoje?” Ariel perguntou enquanto deslizava a espátula cheia de geleia sobre a torrada.

“Não, porque?” Jones perguntou verdadeiramente curioso, e Regina ao ouvir o nome de Robin, voltou toda sua atenção para conversa.

“Queria saber como esta o humor dele hoje, na ultima prova estava péssimo. Coitada da Regina, foi a que mais sofreu na mão dele.”

“Não foi bem assim.” Assim que as palavras deixaram a boca da morena ela se arrependeu.

“Ah qual é Regina, ele foi extremamente grosso com você. Tudo bem ele chamar sua atenção, mas não precisava ser daquela forma, até a Paula ficou desconfortável.”

“Eu sei, eu também detestei a forma com ele falou comigo, eu tive vontade de dar um soco na cara dele, mas o Robin...”

“Eu o que?” O loiro perguntou assim que passou pela porta da cozinha e ouviu seu nome. E de repente o ambiente caiu em um completo silencio e Regina viu Ariel a sua frente ficar completamente tensa, visto que não sabia até que ponto da conversa ele havia escutado.

“Nada, só queríamos saber se você tem alguma noticia do Giuseppe.” Jones disse desconversando.

“Ah! Não, Paula esta melhor informada que eu, vocês devem perguntar a ela.” Ele disse com um sorriso no rosto e caminhou até a garrafa de café, após encher a xicara e após perceber o silencio no qual o ambiente estava imerso ele percebeu que sua presença deixava os participantes desconfortáveis e resolveu ir embora. “Espero que vocês todos façam uma boa prova hoje.” Ele disse e saiu em direção ao celeiro onde sabia que encontraria Paula.

“Aparentemente alguém esta de bom humor hoje.” Ruby disse segundo depois, e de repente todos no ambiente soltaram um suspiro profundo e voltaram a relaxar.

—x-

O relógio da tenda marca quinze para as duas quando os jurados chegaram. Os participantes já estavam posicionados em sua bancada, prontos para começarem a prova, e a euforia crescia pouco a pouco entre eles.

A prova, no entanto, não começou até meia hora mais tarde devido a problemas técnicos. Vez ou outra o olhar de Regina  e de Robin se encontravam e a morena sentia o coração palpitar no peito, e as vezes era extremamente difícil afastar o olhar e controlar o sorriso.

“Tudo pronto!” Um dos rapazes da produção gritou, e então todos os participantes e os jurados se colocaram na posição correta para começar a gravação.

“Boa Tarde participantes!”  A voz forte de Robin invadiu o ambiente e veio acompanhada de um sorriso, se algum dos participantes notou que naquele dia ele estava particularmente risonho, ninguém comentou.

“Boa Tarde Chefe!” Os participantes responderam.

“Hoje o tema na nossa prova vai exigir conhecimentos além dos culinários. Vocês são eram bons de história na escola?” Paula perguntou rindo e os comentários se misturaram quase em uma cacofonia.  “Quando as ordens religiosas foram dissolvidas em Portugal, os religiosos nomearam alguns de seus doces com palavras amorosas, e dois desses doces serão os desafio de hoje. Alguém imagina quais são eles?” A confeiteira fez um pausa, esperando que algum dos participantes respondesse.

“Se não me engano um deles é o suspiro.” Daniel disse.

“Sim você esta certo, algum chute a mais?” Depois de esperar mais algum tempo e ninguém responder Paula continuou. “Bom já que ninguém quer arriscar, o nome do segundo doce será revelado então na hora da segunda parte da prova.” Ela disse rindo.

“A primeira prova será com tema de suspiro. Nós esperamos que vocês nos façam uma sobremesa deliciosa, visualmente bonita e principalmente que seja criativa. As regras do jogo mudaram um pouco essa semana, então ao invés de uma rodada individual e uma em grupo, as duas rodadas vão ser individuais, e haverá eliminação nas duas. Então, se preparem e deem o seu melhor, pois dois de vocês vão para a casa essa semana.”

Após a revelação de Robin o nervosismos se espalhou entre os participantes, e eles não prestaram a devida atenção no tempo de prova, e quando o inicio da prova foi decretado, muitos deles acabaram se enrolando.

Como as duas provas seriam individuais, e logo dependeriam somente dela, Regina optou por não se arriscar demais na primeira rodada. Por isso decidiu que faria uma Pavlova com frutas vermelhas. 

Enquanto batia as claras em neve na intenção de fazer um merengue perfeito, a morena se lembrou de como a mãe de Mary havia a ensinado desde o dia em que ela decidiu aprender a cozinhar, como um dos maiores erros das pessoas era acrescentar uma pitadinha de sal nas claras, visto que isso apenas tirava a estabilidade delas, e alterava a estrutura do merengue. No lugar da pitada de sal a morena usava suco de limão, já que o acido do suco deixava a proteína mais branca e flexível.

Quando o merengue ficou pronto, ela o modelou em um formato de dois disco de quinze centímetros, deixando no meio uma leve depressão, para que posteriormente ela pudesse adicionar o recheio. Com os discos no forno ela se dedicou a fazer o creme, que era a base de cream cheese, e que para ficar ainda mais saboroso ela optou por usar a fava de baunilha ao invés da essência.

Faltavam apenas dez minutos para o fim da primeira prova quando a morena tirou os discos de suspiro do forno. Correndo contra o relógio, elas os recheou com o creme, e salpicou pedaços de morando, amoras e blueberry sob a camada superior.

“Confeiteiros, tempo terminou, afastem-se das bancadas!” Paula disse, e os participantes seguiram a instrução delas.

Robin e Paula se aproximaram da bancada de Regina e a morena podia sentir nos ouvidos a pulsação acelerada do coração.

“Regina!” Paula a cumprimentou.

“Chefe!”

“O que você fez para nós?”

“Eu fiz uma Pavlova recheada com creme a base de cream cheese e frutas vermelhas.”

“A consistência do suspiro esta perfeita, eu consegui sentir o gosto de todas as coisas separadamente,e quando juntas elas tem um equilíbrio muito bom. Eu só senti falta de uma nota mais acida.” Paula disse após experimentar a sobremesa e foi nesse momento que Regina olhou pro lado e percebeu que havia esquecido de regar o topo do doce com o suco de maracujá, que daria exatamente a nota acida que Paula havia sentido falta.

“O suco de maracujá faria isso, mas só agora que você comentou eu percebi que esqueci de coloca-lo.” Regina comentou um pouco sem jeito, mas o sorriso confortador de Paula, transmitia a mensagem que estava tudo bem, o esse esquecimento na a prejudicaria.

“Excelente prova Regina!” Robin comentou, e como da outra vez, deixou que Paula seguisse em frente com as câmeras, e rapidamente tocando a mão de Regina disse. “Quero te ver, hoje a noite. Na cozinha.!” Um pouco envergonhada a morena concordou balançando discretamente a cabeça.

Após experimentarem todas as sobremesas, Robin e Paula se retiraram da tenda para deliberar quem sairia naquela rodada, dizer que os participantes estavam nervosos seria um eufemismo. Algumas das meninas até mesmo choravam enquanto eram consolados por outros participantes. A cabeça de Regina apenas focava no encontro que havia acabado de marcar, ela e Robin ainda tinha quem conversar muitas coisas, o beijo da noite passada precisava ser entendido.

“As sobremesas foram boas, percebemos que muitos optaram por não se arriscarem muito, e nós os entendemos, visto que hoje vão ser duas eliminações. Por isso foi uma decisão difícil, mas os três nomes que chamarmos venham a frente, por favor, pois foram os que tiveram o desempenho menos favorável.” Robin disse.

“Sidney, Daniel e Eric, por favor, venham até a frente.”.

Quando Daniel passou pela bancada de Regina a morena pegou rapidamente na mão dele e deu um leve aperto, tentando passar a mensagem que tudo ficaria bem. Robin que acompanhou tudo de longe, tentou não transparecer em suas feições o quanto a relação de Regina e Daniel, que ele ainda não entendia o que era, o incomodava.

“Rapazes, a sobremesa de vocês como dito antes, foram as que tiveram um desempenho menos favorável, no entanto, um de vocês teve mais dificuldade em relação às técnicas que essa prova exigia, e esse foi o fator decisivo para a eliminação. Sidney, você volta para casa hoje.” Paula disse.

Sidney se despediu de maneira rápida dos colegas que ficaram e deixou a tenda. Antes que os outros participantes pudessem se recuperar, Paula chamou a atenção deles para poder dar as instruções da prova seguinte.

“O dia ainda não chegou ao fim confeiteiros. O segundo desafio, ainda dentro do tema de doces de protestos é o bem casado. Uma dica, nessa rodada permitam-se serem ousados.”

Como ser ousada em um prova em que a receita é totalmente tradicional? Esse era o questionamento que borbulhava na mente da morena enquanto ela tentava decidir o que fazer. Bolo de bem casado, isso era o máximo que ela conseguia pensar no quesito ousadia, e foi essa sua decisão final.

A morena preparou em duas formas de quinze centímetros de diâmetro uma massa de baunilha feita com a fava, e colocou para assar o mais rapidamente possível. Para o recheio ela optou por creme de doce de leite, e resolveu arriscar colocando em apenas uma das três fatias do bolo o recheio de mascarpone. Para umedecer o bolo ela usou uma mistura de leite e açúcar.

“Confeiteiros, vocês tem cinco segundos restantes.”

Fazendo a contagem regressiva Paula encerrou a prova. Após experimentarem todas as sobremesas assim como fizeram na primeira rodada, os jurados deliberaram e Eric, que novamente ficou entre os três piores, foi o eliminado.

—x-

Todos os competidores se encontravam exaustos tanto físico quanto emocionalmente, por isso depois de jantarem eles não estenderam a noite por muito mais tempo. Depois do banho, Regina se deitou na cama para esperar a hora de retornar a cozinha, por mais que o corpo quisesse ceder ao cansaço a antecipação não permitia o corpo relaxar completamente. Fitando o ponteiro do relógio completar a rotação dos segundos, formando assim os minutos ela finalmente o viu atingir a hora que havia marcado com Robin.

Regina mal havia entrado na cozinha quando sentiu fortes braços a puxarem em direção a parede. O frio da parede fez um calafrio percorrer o corpo da morena quando o corpo de foi colado a ela. Os lábios de Robin logo tocaram o dela e qualquer pensamento relacionado ao frio se perdeu na cabeça da morena. Regina se entregou as sensações, e aproveitou o beijo ao máximo, com os braços ao redor do pescoço de Robin, ela o puxava mais em sua direção e o permitia aprofundar o beijo. Minutos depois, quando os dois começaram a sentir a falta de ar se fazer presente, ela interrompeu o beijo.

“Nós precisamos conversar” Ela disse com a mão sob o peito dele, colocando o mínimo de espaço possível entre eles. Ela lutava para tentar normalizar a respiração ofegante.

“Regina...”

“Não Robin, seja lá o que for que esteja acontecendo entre a gente, se você tem a intenção de continuar a gente precisa conversar.”

“Tudo bem, você esta certa. Você quer um copo de leite com mel?” Ele perguntou com um doce sorriso nos lábios.

“Sim, por favor.” Ela disse se colocando na ponta dos pés para beija-lo na bochecha e caminhou em direção à mesa.

“Tudo bem linda, vamos conversar.” Robin disse colocando o copo na frente da morena e se sentando ao lado dela.

“Ok, agora você me deixou nervosa.” Ela disse com uma risada e podia sentir o rubor se espalhando por sua pele.

“Você fica linda corada.” Robin disse acariciando levemente as bochechas dela.

“Foco Robin.”

“Vou me comportar, prometo.”

“Vamos começar com, onde você vê isso que esta acontecendo entre nós chegar?”

“Sinceramente Regina? Eu não faço ideia. Eu me senti atraído por você desde a primeira vez que eu a vi, quando nós nos trombamos na cozinha e começamos a conversar eu conheci outro lado seu que me encantou ainda mais. Eu gosto de você Nina, gosto de conversar com você, eu gosto de descobrir coisas novas a seu respeito, eu gosto de provar suas receitas, e eu amo beijar você” Finalizando a ultima frase, ele deixou os lábios tocarem levemente o de Regina, e se a morena não tivesse muito determinada entender a situação entre eles, ela teria dado permissão para que ele aprofundasse o beijo.

“Isso é um bom ponto de partida.” Ela disse em um sussurro.

“E você Nina, como você se sente?”

“Eu me sinto da mesma forma, eu adoro conversar com você, adoro o seu charme, o seu sotaque, e sua personalidade. E digamos que você é um bom beijador também.” Ela disse com um riso curto.

“Informação anotada.”

“Tudo bem, essa foi a parte fácil, agora vamos para a difícil.”

“E eu pensando que a gente tinha acabado e eu iria finalmente poder beija-la como desejei durante todo o dia.”

“Controle-se homem.” Ela disse dando um tapa leve e de brincadeira nos ombros dele. “Robin agora nós precisamos falar de algo muito serio. Eu quero mais do que tudo ganhar esse jogo, o premio em dinheiro e o reconhecimento, são essências para uma pessoa  que esta em uma situação semelhante a minha, ou seja prestes a se formar em confeitaria, e louca para abrir o próprio negocio. Nós estamos nos arriscando muito ao fazer isso – ela disse gesticulando com a mão no espaço que existia entre o corpo de ambos – nunca foi nos dito que era proibido, pois acredito que nunca passou pela cabeça dos produtores que algo assim fosse acontecer, mas tenho certeza que é errado...”

“Regina, não! Não diga que esse sentimento maravilhoso que temos é errado” Robin disse a interrompendo.

“Eu não quis dizer dessa forma, você me entendeu. Eu só te peço uma coisa Robin, se vamos investir nisso,  se vamos nos arriscar assim, que sejamos sempre o mais honestos possível um com o outro. Sempre que alguma decisão tiver que ser tomada, será tomada pelos dois.”

“Regina.”

“Me prometa Robin.”

“Eu prometo.”

“Obrigada!”

“Mais algum ponto a ser discutido nessa reunião de emergência?” Ele perguntou sorrindo.

“Sim, durante a competição você nunca, não importa qual seja a situação vai me tratar de forma diferente em relação aos outros participantes. E isso vale para situações boas ou ruins, portanto, se você for grosseiro comigo como foi na situação da eliminação da Lizzie, eu não vou pensar duas vezes em te dar um soco. Entendido?”

“Informação entendida perfeitamente, e eu vou lembrar de sempre manter isso em mente.” Ele disse rindo.

“Ótimo, porque eu fiz aula de defesa pessoal durante muitos anos da minha vida. Agora você pode me beijar.”

A morena não teve que pedir outra vez, em questão de segundo os lábios de Robin estavam sobre os seus, e os dois se perderam um no outro enquanto a noite avançava.

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