Sweet Desires escrita por Anna Miranda


Capítulo 10
The Kitchen


Notas iniciais do capítulo

Gente, fala serio eu to mimando vocês demais né? Eu toda apertada na faculdade, e aqui att essa fic quase toda semana hahahaha.
Enfim, to muito curiosa pra saber o que vocês vão achar desse capitulo ...
Espero que vocês gostem!



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O espaço de tempo compreendido entre o período de um mês – pensando de trinta à trinta e um dias-, pode ser encarado de duas formas. Tempo suficiente, quando se precisa, por exemplo, pensar as estratégias a serem utilizadas para a resolução de um problema. Ou tempo insuficiente, quando se pensar, como aplicar todas essas estratégias e resolver o tal problema, com todas as outras demandas que a vida exige de nós.

Um mês é o que podemos chamar de tempo paradoxal. E era sobre esse termo, que a morena jogada sobre a cama naquele inicio de manhã discorria mentalmente, visto que o começo desse dia marcava exatamente o período de um mês desde que as gravações do programa haviam iniciado.

A vida dela parecia ter mudado tanto que ela se questionava se não havia mais tempo que estava ali e sua mente por algum tipo de descuido havia se enganado com a data. Mas não fazia, e ela sabia disso, porque Mary havia mandando uma mensagem mais cedo dizendo “Feliz um mês, e ai como estão às coisas?”.  Ela não havia respondido, porque se fosse sincera, não sabia como descrever como as coisas estavam.

Duas semanas haviam se passado desde o desafio em que o grupo de Regina havia perdido, e desde então as coisas estavam um pouco confusas, visto que ate então ela parecia esta quase se ajustando a uma rotina confortável com Robin e depois tudo havia mudado drasticamente. Ela finalmente havia aceitado que aquilo era um jogo e que ela precisava se manter concentrada caso quisesse ganhar, e ela queria, mais do que qualquer coisa, ela queria provar a Robin, mesmo que não confessa isso nem se quer a si mesma, que ela merecia esta dentro daquela competição e que era mais do que ‘ boa o suficiente’.

“Você esta viva?” O celular de Regina vibrou e ela sorriu ao ver a mensagem de Bex.

“Até a última vez que chequei sim.” Ela respondeu rindo.

“Eu já disse o quanto você é ridícula?”

“Não, hoje ainda não.”

“Você é ridícula. Enfim, Mary está preocupada com você, você não a respondeu.”

“Eu não sei como respondê-la.” E com essa simples sentença o sorriso deixou o semblante da morena.

“Nina? O que esta acontecendo?” Não era preciso ouvir ou até mesmo ver Bex para saber que ela estava preocupada com Regina, e a morena sabia disso, sabia ler as entrelinhas daquela única frase.

“Eu não sei Bex, essas últimas duas semanas tem sido difícil.”

“Robin?”

“Sim, Robin! Eu não sei explicar, nós estávamos nos dando bem, eu achei que estávamos caminhando para algum tipo de amizade ou algo assim, e de repente ele foi super grosso comigo, e tudo ficou estranho, e agora a gente se evita, a gente não conversa e apesar de tudo eu meio que sinto falta dele.”

“Ai Nina, eu não sei o que te dizer para te fazer se sentir melhor. Dizer que ele é um babaca, ajuda?”

“Um pouco.” A morena disse e soltou um risinho.

“Vai ficar tudo bem Nina, às vezes é só uma questão de tempo. Por mais clichê e talvez até filosofia de boteco isso possa parece, no fim é apenas a verdade.”

“Eu sei, obrigada por me ouvir.”

“Sempre que precisar, nada que uns macarrons não paguem.”

“Você precisa parar de me chantagear com comida. Você é uma confeiteira também, você se lembra disso né?”

“Eu sei, mas os seus são melhores. Agora ligue para Mary!”

“Eu vou ligar, até mais.”

“Te amo.”

“Eu sei.”

“Retiro que eu disse.”

“Não retira não.”

“Liga pra Mary. AGORA!”

“Tudo bem, tudo bem. Beijos.”

Regina ficou olhando a tela do celular por alguns segundos até que ela se apagasse, em seguida ela respirou fundo algumas vezes, e reunindo toda a coragem que não tinha naquele momento ela ligou para a melhor amiga.

—x-

Mesmo que fosse o dia off, e consequentemente Robin tivesse o dia livre para poder descansar, ele sabia que não podia se dar a esse luxo, por isso sentado no mine officer que a produção havia providenciado para ele em um dos cômodos da casa, ele tentava  fortemente se concentrar nos e-mails que precisava responder.

Duas semanas.

Fodidamente duas semanas, isso era tudo que passava pela sua cabeça, e frustrado ele acabou desligando o notebook e desistindo de fazer o que vinha tentando a mais ou menos uma hora. Ele correu as mãos de maneira frustrada pelo rosto e controlou o impulso de sair daquele cômodo e ir atrás dela.

Desde a prova em que o grupo de Regina havia perdido, ele não conseguia se concentrar em mais nada além do fato de que ela o estava evitando. Na noite da prova, quando eles se cruzaram na cozinha ele quis se desculpar, não se arrependia do que havia dito, mas se arrependia da forma como havia dito, ele queria o melhor para ela, e ele precisava fazer com que ela percebesse a competição como um jogo.

Mas o que ele havia enxergado nos olhos dela, antes que ela deixasse a sala de eliminação, fez ele se sentir estranho, e a necessidade de tentar concertar a situação se consolidou dentro dele. No entanto, ela havia se recusado a ouvi-lo naquela noite, ele pensou que podia ser pelo fato das emoções ainda estarem à flor da pele visto que era tudo recente, mas ela não o ouviu na noite seguinte, e nem na outra. Duas semanas, esse era o tempo que ela se recusava a ouvi-lo, e isso o estava mantando, mesmo que ele não estivesse disposto a admitir.

“Você quer fazer um buraco ou algo assim no chão?” A voz suave e melodiosa de Paula invadiu o ambiente arrancando-o de seus devaneios.

“Apenas pensando” Ele disse com um sorriso de desculpa no rosto.

“Deve ser algo muito importante, afinal você nem me ouviu entrar.”

“Algo assim.” Ele disse não sabendo se queria ou não discutir aquele assunto com ela.

“Você precisa de uma opinião de alguém que possa ver a situação de fora?”

“Você quer saber se eu quero conversar sobre isso?”

“Você vai responder minha pergunta com outra pergunta?” Ela perguntou suspendendo as sobrancelhas, mas ele podia ver a insinuação de um sorriso pintada no rosto dela.

“Você não esta fazendo a mesma coisa?” Ele devolveu e nesse ponto nenhum dos dois conseguiu segurar a risada.

Paula carregava em seu sangue uma felicidade e um paixão pelas coisas que fazia, pelas pessoas e principalmente pela vida, que Robin acreditava veementemente ser característica  herdada de sua mãe brasileira. Ele também atribuía aos genes da mãe uma característica muito particular de Paula, que era a de fazer todo mundo se sentir bem e confortável ao seu redor, por isso quando soube que ela seria sua parceira nesse louco desafio, ele não pensou duas vezes em aceitar. Ele adorava trabalhar com ela.

“Eu não vou insistir nisso Rob, quando você e SE você quiser alguém para conversar sobre isso saiba que eu estou aqui.”

“Eu sei pequena” Robin disse abraçando-a.

Depois de se desfazerem do abraço, Robin jogou um dos braços sob os ombros de Paula, numa espécie de abraço lateral, e os dois caminharam até a cozinha. E durante o caminho, ela disse por que havia ido o procurar em seu cantinho. Finalmente, após duas semanas afastado, Giuseppe iria retornar para a fazendo, mas ao contrario do que estava sendo antes, ele não passaria todos os dias ali, como ela e Robin, ele viria apenas para os dias de prova, e então voltaria para Nova York para ficar com a esposa.  

“Você conseguiu ver Bem da ultima vez que foi a Nova York?” Robin perguntou.

“Sim, ele é o bebê mais lindo que eu já conheci, ele é tão pequenininho, e tem as bochechas rosinhas, e ...” Paula se interrompeu quando eles entraram na cozinha e deram de cara com Regina. “Regina! Como está?”

“Olá Paula, bem e você ?”

“Bem.” Paula respondeu com um sorriso no rosto parecendo não notar como as duas pessoas a sua volta pareciam estar completamente tensas.

“Bom, eu vou deixar vocês sozinhos.”

“Oh! Não se incomode eu só estava dizendo a Robin com Bem, o filho de Giuseppe é o bebê mais lindo que eu já conheci.”

“Você o conheceu? Que maravilho! Bom o pai é lindo, e a mãe pelas fotos que eu já vi não fica atrás também, não tinha como esse bebê ter nascido menos do que lindo.” Ela disse rindo, e Paula a acompanhou. Robin, no entanto, observava tudo o mais silenciosamente possível.

“Você esta certa, os pais são maravilhoso!”

“Giuseppe ainda ficará por lar muito tempo?”

“Não, na verdade isso era outra coisa que estava dizendo a Robin, ele volta na próxima semana, mas ele não vai ficar tanto aqui como costumava ficar.”

“Vai ser bom ter ele de volta. Bom, agora eu realmente vou, Aurora me permitiu montar em Twilight hoje.” A morena disse com um sorriso no rosto e se despediu dos dois jurados.

“E você, quando vai conhecer o Ben? Quando ele estiver andando?” Paula perguntou quando os dois ficaram sozinhos no ambiente, mas a atenção do loiro havia deixando o ambiente junto com a morena. “Robin?” ela perguntou cutucando-o no ombro.

“Hmm?”

“Em que planeta você esta?”

“Eu só estava pensando.”

“Hmmm” Foi a vez de Paula responder.

“O que?”

“Nada, eu só estou pensando sobre o que você esta pensando.” Ela disse sorrindo.

Os dois continuaram conversando por mais algum tempo até que ela disse que precisava fazer uma ligação e ele disse que ia dar um volta, ia tentar espairecer. Mesmo antes de sair da casa ele já tinha em sua mente o destino que queria seguir, por isso não pensou duas vezes quando começou a caminhar em direção ao aras, lá longe das câmeras e de outras pessoas ele estava decidido a faze-la ouvi-lo.

No entanto todas as resoluções que ele havia reunido na caminhada da casa até o aras ruíram, quando ao se aproximar ele a ouviu sorrir, sorrir de algo que Daniel disse. Ambos estavam cavalgando juntos e pareciam muito felizes e confortáveis um na presença do outro. Profundamente incomodado, ele agradeceu por não terem percebido a presença dele ali e voltou silenciosamente para casa, onde se trancou no quarto pelo resto do dia.

—x-

Após as conversas com as melhores amigas, Mary  e Bex, Regina sentia como se um peso tivesse sido tirado de suas costas, podia ser exagero mas ela quase podia sentir a musculatura dos ombros e costas mais relaxada.

O momento durou pouco, no entanto, pois quando encontrou com Robin e Paula na cozinha antes de sair para cavalgar, ela sentiu o corpo se tomado pela tensão novamente. Não sabia como reagir a ele e muito menos sabia como ele ia reagir. No momento em deixou a cozinha os nervos já estava a flor da pele, e ela estava pronta para gritar com ele ‘FALA ALGUMA COISA, FAÇA ALGUMA COISA.’.

Quando Daniel a encontrou no meio do caminho para o aras, ela o chamou para cavalgar com ela, e na companhia dele, ela lutou bravamente para não deixar seus pensamentos voltarem para Robin, o que não foi muito difícil, visto que Daniel era uma pessoa incrível e muito engraça. Regina se sentia muito confortável na presença dele, e adorava a relação de amizade que eles estavam construindo aos poucos.

A noite chegou com um clima mais frio, e ela sorriu quando pode usar o moletom que era duas vezes o seu tamanho e as meias com antiderrapante que tinham maças verdes e vermelhas estampadas por toda parte. Rebecca havia dado a ela essas meias, afirmando que assim toda vez que Regina usasse as meias se lembraria dela, afinal maças vermelhas eram a marca de Regina e as verdes de Bex.

Sorrindo ao se olhar no espelho e perceber que parecia quase uma adolescente pela forma com que se vestia, ela saiu do quarto em seguida para ir a cozinha tomar seu copo de leite, que sim havia virando uma constante em sua vida.

Ela não esperava vê-lo aquela hora ali, nas ultimas duas semanas, eles não havia se encontrado nenhuma vez, ela acreditava que ele nem mesmo fazia mais visitas noturnas a cozinha. Mas lá estava ele, sentado a mesa com um semblante indecifrável como se esperasse por ela.

“Oi” Ela disse timidamente, e se o ambiente não estivesse totalmente mergulhado em silencio, ele poderia nem tê-la ouvido.

“Boa noite.” Ele respondeu.

Em seguida um silencio desconfortável se instalou entre eles, Regina preparou o seu leite e decidiu toma-lo em pé, queria sair dali o mais rápido possível. Os olhos dela presos ao chão, pareciam admirar uma das mais renomadas obras de arte do mundo, mas a verdade é que ela só estava fugindo, pois sentia o olhar dele sob ela, e seu corpo traiçoeiro reagia a esse olhar se arrepiando.

“Boa noite” Ela disse quando estava pronta para deixar a cozinha.

“Regina, espera!” A voz de Robin a deteve e quando ela olhou por sob os ombros ela o viu caminhando em sua direção.

“Robin...” Ela ia começar a dizer que precisava ir quando ele a interrompeu.

“Está acontecendo algo entre você e o Daniel?” Ele perguntou parado a alguns centímetros de distancia dela.

“Sério? Depois de quase duas semanas sem conversar isso é tudo o que você tem a me dizer?” O tom de voz da morena beirava a algo muito próximo a raiva.

“Eu...”

“Não que eu lhe deva alguma explicação, mas não, não esta acontecendo nada entre nós. Ele é um bom amigo e isso é tudo.” Ela disse virando-se em direção à porta para deixar o ambiente.

“Bom” Ele disse simplesmente segurando o braço dela e a puxando em sua direção.

Antes que a morena conseguisse processar o que estava acontecendo, ela sentiu os lábios de Robin sob o seu. O beijo começou desordenado e afoito, era um roçar de lábios quase tingido pela apreensão da parte de Robin de ser rejeitado pela morena, era como se fosse o primeiro beijo de um casal de adolescentes que nunca haviam beijado antes na vida, era uma bagunça . No momento que Regina passou os braços sob os ombros de Robin e retribui o beijo, tudo mudou.  O beijo se aprofundou, e eles foram capazes de perceber como os lábios deles pareciam se encaixaram perfeitamente, sem qualquer outra necessidade a não ser a de aproveitar o momento, pulsando entre eles, não demorou até que eles encontrassem seu próprio ritmo, o beijo se tornou doce e repleto de todo o carinho que eles queriam demonstrar um pelo outro. E não demorou muito para que as respirações se tornassem mais pesadas e o sentimento de desejo se alastrasse pelo corpo deles.

Perdido em meio a tantas emoções e sensações, ambos pensaram duas coisas. A primeira era que aquele era um caminho sem volta, a segunda era que eles não queriam parar de se beijar tão cedo.

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