Devoradora de Memória escrita por Elle Maria


Capítulo 3
Capitulo 3 - Deliciosas Lembranças




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Era estranho como Gabrielle se sentia bem e revigora depois de quase ter matado a jovem enfermeira.Essa que a considerava uma amiga por terem a mesma idade.
Gabrielle não poderia se perdoa em caso matasse sua amiga ou, talvez a sua única amiga no momento. Agora ela se sentia ainda mais só em um mundo que sempre se mostrou hostil a ela, porém ainda falta resolver os mistérios que a cercava. Quem era ela? Por que estava a li? E porque conseguia devorar as memória das pessoas ?
Sem o menor esforço a garota puxou o corpo da enfermeira desmaiada até o canto do seu quarto, onde ela a cobriu com o lençol branco.
— Olha. Como você estar forte, querida. - Disse uma sinistra enfermeira que acabara de entrar e visto o que Gabrielle havia terminado de fazer. - Deixe eu te examinar de perto. - Correndo velozmente em direção a garota, ela a arremessou contra a parede como um brinquedo velho.
A garota se via amedrontada ao ser pressionada contra a parede e encarada com os olhos grandes e negros da enfermeira, que sorria com seus dentes pontiagudos.
— Você me parece tão suculenta. - Disse a estranha enfermeira, lambendo os lábios finos e vermelhos. Se aproximado do pescoço da garota a lambeu. Sentindo o gosto abriu a boca pronta para devorá - la.
Porém a menina conseguiu a empurra em seguida a acertando com um abajur. O sangue da enfermeira escorria verde e espesso por todo o seu rosto.
— Criatura repugnante. Disse a garota em tom de nojo, que não parava de se tremer. Se aproximando da enfermeira que gemia no chão ela colocou as duas mãos no rosto da criatura e repetiu a mesma frase,porém dessa vez não saiu uma fumaça azul e sim uma fumaça negra.
Cenas de pecados horríveis se misturava com imagens sem sentido,quanto mais a garota devorava suas memórias menos faziam sentidos. O rosto da enfermeira estava ficando fino com as veias pulando para fora de seu rosto. Ela se debatia constantemente até que de repente cessou. Não sobrando mais nada Gabrielle soltou sua cabeça deixando cair esqueleto e pele no chão.Estava morta.

“Por que você é uma vagabunda imunda que assassinou um pobre velho bibliotecário a sangue frio!” Essas palavras voltaram a atormentar seus ouvidos que zumbiam sem parar.

Sem pensar duas vezes ela abriu a porta. Entretanto, antes de sair ela deu uma última olhada para a jovem enfermeira que ainda estava adormecida.
Pelos corredores compridos e brancos ela caminhava devagar olhando sempre ao seu redor, pois ainda temia ser atacada novamente.
Por uma pequena janela no fundo do corredor pode notar que o céu estava escuro, o que a fez pensar, quantas horas havia dormido. Ruídos de paços miúdos se ouviram por detrás dela, ao olhar para trás lá estava a criatura que tinha visto mais cedo. Como sua pele grossa e suas várias pernas de aranha. Ele a olhava e caminhava devagar em sua direção. De sua boca apenas sai ruídos que Gabrielle não conseguia compreender. A sua esquerda havia outro correndo onde a garota teve a sensação de ter ouvido um som de maçaneta vindo de uma das portas, porém nada aconteceu.
     - O que você quer? - Interrogou a menina ainda atônita.
  - Criatura má, merece ser queimada na fogueira. Criatura horrenda.- Gritava a criatura para a menina confusa. O som da porta se abrindo acabou quebrando o silêncio. Um médico acabara de sair de sua sala entretido com sua prancheta na mão andando de cabeça baixa pelo corredor.

— O que você está fazendo aqui sozinha? - Perguntou o médico educadamente, ao perceber a garota de camisola branca, visão tão rotineira no seu trabalho.
A garota o olhava confusa até que percebeu que estava só. Gabrielle já não sabia o que era real ou irreal, e isso a deixava ainda mais confusa.
   - Estou procurando a saída. - Responde Gabrielle se sentido desconcertada.
    - A saída? Bem, você estar bem longe dela agora. - Disse o médico em tom divertido.
  - Você está realmente bem, para sair? - Perguntou analisando melhor a garota.
  - Sim estou. E que... E que eu acabei me perdendo já que a enfermeira que ia me levar desapareceu, acabei ficando assustada.
    - Se é verdade, eu te levo então. - Disse com um largo sorriso.
Os dois caminhavam juntos lado a lado e a menina não conseguia esconder que estava desconfortável ao lado do médico que sempre tinha um belo sorriso para mostrar.
   - Acabei me esquecendo de perguntar qual é o nome do médico que te liberou.
Gabriele não demorou muito para falar o nome do médico.
   - Doutor Gonzales. Respondeu rápido e firme como uma verdade.
   - Sério? Ele é um dos melhores médicos que temos.
“Devorar a memória daquela enfermeira não foi de todo o inútil.” Pensou Gabrielle.
    - Bem, aqui estamos. - Apontando para uma enorme porta ao lado da recepção onde tinha uma atendente ocupada com vários papéis. - Não veio ninguém te buscar. Perguntou preocupado ao ver a recepção vazia.
   - Meu avô vem me buscar logo. Ele sempre demora. Disse a garota se afastando do médico.
   - Espere. Disse o médico segurando o braço da garota que se assustou. - Você ainda não disse seu nome.- Olhando dentro dos olhos negros da menina.
   - Gabriele.- Respondeu puxando de volta seu braço, se afastando dele em direção para o lado de fora.
O vento estava frio e o céu tinha uma coloração anormal, um roxo de uma escuridão imensa cobria todo o céu. O seu vestido branco balançava levemente junto com os cachos do seu cabelo. Gabrielle seguia por um caminho escuro de chão de pedras soltas. Ela se abraçava na tentativa de se esquentar enquanto ventos frios sopravam em sua direção. Seus pés doíam por conta da dificuldade de andar com suas sapatilhas de hospital. Gemidos e lamentos de almas aprisionadas a seguia por todo caminho a perturbando. As vozes se misturavam com as lembranças das frases cheias de ódio. Por que as pessoas a odiavam tanto?

Essa pergunta se passava todo o tempo em sua cabeça.


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