O Boneco de Plastico escrita por J S Dumont


Capítulo 17
O outro lado VI


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, voltei com mais um capitulo para vocês, desculpem a demora, era para o capitulo ter saido no fds, mas deu problema no carregador do meu notebook ai só consegui postar hoje, espero que gostem do capitulo e não deixe de comentar, favoritar e recomendar, ainda mais agora que estamos chegando a uma nova fase ;)



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O outro lado VI

— A culpa é toda sua! – eu reclamei com Jacob, enquanto caminhávamos pela estrada, meus pés já estavam doendo, e com razão, afinal, já andávamos um bom tempo a pé, mas eu sabia que ainda assim estávamos muito longe. Toda hora olhávamos o nosso celular para ver se está dando área, mas que nada. Não havia nenhuma área. Que droga! Como ninguém percebeu que não estávamos no ônibus? Como eles não voltaram para nos buscar?

— Já vai começar com isso de novo? – Jacob reclamou. Sim estávamos quase repetindo novamente o ciclo, eu ia culpa-lo, ele ia me culpar, íamos gritar um com o outro e se as coisas ficassem um pouco mais feias iriamos sair na porrada. É normal, quando trata-se de Jacob e eu.

— Você que venho para cima de mim me bater! – eu reclamei.

— Pois foi você que provocou... – ele disse. – E depois queria fugir do assunto!

— Eu não queria fugir do assunto, eu só acho que eu não tinha mais nada para falar com você... – eu falei, e então parei de andar, virei para olhá-lo.

— Tinha sim! – ele falou, parando na minha frente. – Você me julgou todo esse tempo errado Edward, éramos amigos e acho que no mínimo que você podia ter feito, era me dar um voto de confiança...

Ficamos parados algum tempo um olhando para o outro, minha cabeça girou e eu fiquei me lembrando de nossa infância e de como fomos amigos, foi ele que me ensinou a subir em arvores, foi ele que me ensinou a nadar, eu que o ensinei a fazer cestas, e também não posso esquecer de que um dia fomos quase como irmãos, éramos inseparáveis. E deixamos uma garota destruir isso tudo, mas eu sabia que não foi apenas por ela, não doeu apenas eu ter perdido a Alicia, ter perdido o meu primeiro amor e também a sua amizade, na verdade o que mais doeu, foi eu ter me sentido traído por ele.

— Por que você está voltando nesse assunto? Já tínhamos dado fim nisso... – eu falei, desviando o olhar e voltando a andar, Jacob começou a me seguir.

— Nessie sempre me fala que... – ele começou.

— Ah sim a Nessie! – eu interrompi, revirando os olhos. – você tá querendo agradá-la como sempre!

— Não é só para agradá-la! – ele continuou. – Eu acho que acabamos deixando a raiva ficar nos consumindo esse tempo todo, éramos para ter dado força um para o outro e em vez disso, a gente preferiu ficar se odiando feito duas crianças! Qual é? Já fazem mais de dois anos que tudo aconteceu... – ele disse. Eu suspirei, ao me dar conta de que realmente já faz bastante tempo, parei de andar e voltei a encará-lo, ele também parou para fazer o mesmo.

— Mas o tempo não apaga a sua traição! – eu falei.

— Mas que droga, eu não te trai! – ele falou quase aos gritos.

— Eu vi... Eu vi você beijando ela! – eu gritei, com raiva. – Você estava ficando com ela nas minhas costas, mesmo sabendo que ela era a minha namorada...

— Viu como você está aumentando? Não foi bem assim, eu já te expliquei o que aconteceu, eu não beijei ela, ela me beijou e isso porque estava com raiva de você, e com razão... – Jacob deu um suspiro, antes de continuar. – Porque você não aceita logo Edward que a culpa não foi minha? – ele deu um passo em minha direção, enquanto ainda me encarava. – Eu sei que você me culpa para se sentir melhor, mas você não precisa ficar a vida inteira me culpando ou se culpando por causa disso, eu sei que as coisas começaram naquela noite e acabou ganhando proporções enormes até... – Jacob se calou, e olhou para o chão. – Até acabar do jeito que acabou, mas, como eu disse já passaram-se dois anos, não precisamos se odiar a vida inteira por causa disso, ainda mais agora que você disse que superou a perda da Alicia, se você disse que está bem com a Bella e gosta dela de verdade, então para que ficarmos  brigando por causa disso?

— Não estávamos brigando, simplesmente fingimos que não nos conhecemos... – eu retruquei. – Pelo menos até ontem!

— Mas a gente se conhece e você sabe disso, eu sei disso, eu namoro sua prima, se ela e eu dermos certo você vai ter que ver minha cara para o resto da sua vida! – ele falou, fazendo-me bufar.

— Você fez isso de proposito! – eu disse com dedo em riste, voltando a andar, ouvi Jacob rir logo atrás de mim, o que me deixou mais irritado.

— É claro que não, são as incríveis coincidências da vida... – ele disse, pela sua voz percebi que ele voltava a me seguir.

— Tá depois de dois anos você vem com esse papo agora para cima de mim de que temos que esquecer tudo e voltarmos a ser melhores amigos? – eu perguntei, revirando os olhos.

— Não é a primeira vez que tentamos ter essa conversa... – ele disse. – Mas você sempre foge dela, e você faz isso porque você sabe que eu estou certo Edward, e continuarei falando isso para o resto de nossas vidas...

Só me faltava essa, imaginar que eu teria que aturar Jacob black para o restp da minha vida, maldita hora que minha prima colocou seus olhos nele.

Eu já ia continuar com o assunto, quando algo me fez calar, vi um carro com um farol muito alto se aproximando de nós, até pensei em pedir carona para quem quer que fosse o motorista, mas desisti ao ver o carro parar e descobrir quem estava dentro dele.

— Olha só quem temos por aqui... – comentou o motorista, descendo do carro, era um dos integrantes do time da escola que jogamos hoje contra. – As estrelas de Saint Mortain!

Jacob e eu nos entreolhamos. Ainda bem que eles sabiam disso, quer dizer eu sou a estrela, Jacob que tenta me imitar e ser bom como eu, mas claro que não conseguem.

— O que vocês querem? – perguntei, irritado.

— Vocês não querem carona? – perguntou o outro jogador, também saindo do carro, notei que ambos estavam com garrafas de bebida na mão, comemorando não sei o que, já que eles haviam perdido o jogo.

— Claro que não! – falou Jacob, quase aos gritos.

Os outros deram risada, enquanto um terceiro garoto descia do carro.

— O que é? Está demorando! – disse ele num tom lento.

— Calma ai cara... – disse o outro, aproximando-se de mim e de Jacob, era o motorista, ele era branco, de cabelos loiros, olhos azuis, alto e forte.  – A gente quer conhecer mais os talentos de Saint Mortain... Vamos lá caras, a gente dá uma carona para vocês!

— Não! – eu disse, afinal, não tinha como eles obrigarem a gente a entrar no carro.

Mas foi ai que a gente se enganou...

— Dá para vocês entrarem logo nessa droga de carro? – disse o outro, que estava antes no banco da frente, um negro, alto, esbelto. Ele mexeu no bolso de sua calça e tirou uma arma, Jacob e eu assim que a vinos nos olhamos assustados.

— Calma ai caras... Vocês não precisa chegar a esse extremo! – foi Jacob que falou.

— Que bom que vocês acham isso, então vamos logo! – falou o motorista, seu sorriso era maldoso, naquele momento eu nem imaginava o que eles queriam fazer com a gente.

***

Assim que fomos obrigados a entrar no carro eu tentei já descobrir qual era a deles, o que ele estava querendo fazer com a gente? Estava obvio que eles têm raiva de nós, afinal, eles eram do time perdedor, na verdade eu acho que eles têm é inveja por não serem tão bons jogadores como nós, mas claro que na situação desfavorável que estávamos, eu não seria idiota o suficiente de dizer isso a eles.

— Por que você não deixa a gente ir embora? Qual é meu? Tá pensando em fazer o que com a gente? – perguntei, já bem nervoso com essa situação.

 - Ainda estamos pensando... – disse o cara negro do banco da frente, eu nem sabia ainda o nome dos três garotos, eu só sabia que eram atletas do time da escola que jogamos hoje contra e que perdeu. – Vocês são os folgados que brigaram com nosso colega de time...

— O que? Não ele que procurou briga! – Jacob falou. – Ele me empurrou de proposito...

— E eu não tenho nada haver com isso, eu entrei para parar a briga... – eu me defendi.

— Aham e ai começaram a brigar um com o outro, para chamar a atenção, porque é sempre assim não é? Querem sempre ser o centro das atenções... – disse o loiro que estava dirigindo.

Eu queria dizer a ele que eu sou o capitão, é normal eu chamar a atenção, e alias, ele não tem nada haver com isso.

— E isso por acaso incomoda vocês? Alias foi a graças a nossa briga que fomos expulsos do jogo, dando chance de vocês vencerem, mas nem assim vocês tiveram capacidade para vencer e...

— Edward cala a boca! – Jacob me interrompeu, apontando com a cabeça em direção a arma que o garoto negro segurava, eu bufei e então, fui obrigado a me calar, mesmo contra minha própria vontade.

— É melhor você calar essa boca mesmo, se não quiser levar chumbo! – disse o cara negro que estava no banco da frente, apontando a arma em nossa direção.

Foi então que eles pararam o carro, ainda no meio da estrada de terra que fica no meio do nada, eles foram saindo do carro, e o cara que estava no banco de trás, abriu a porta e também desceu, fazendo nós sermos obrigados a descer do carro também. O que eu não entendia é o que eles iam fazer com a gente ali, na estrada, no meio do nada.

O motorista pegou uma garrafa de bebida que havia no carro e começou a beber.

— Certo, já que vocês gostam tanto de brigar vamos dar essa oportunidade a vocês, vocês agora vão brigar entre vocês para nos divertir e vamos até ser bem bonzinho com um de vocês viu, o vencedor vamos até ajudar o levando para casa, e o que perdeu, bom perdeu! – falou o motorista, fazendo os outros darem risada, um estava parado ao lado do outro, enquanto olhava-me para mim e Jacob que estávamos parados a sua frente.

Jacob e eu nos entreolhamos.

— Se você acha que vamos brigar entre a gente só para divertir vocês, vocês estão muito... – eu comecei, mas me calei ao sentir Jacob me dando um soco, sim UM SOCO, coloquei a mão no rosto enquanto escutava as risadas dos outros, e olhei para Jacob com um olhar incrédulo, mas que filha da mãe.

— Bom se é assim... – eu disse, passando a mão no meu queixo e então parti para cima de Jacob, lhe acertando um soco também, os outros riram parecendo se divertir, Jacob me empurrou, jogando-me no capô do carro, olhei para ele com um olhar incrédulo.

— O que você acha que está fazendo? – perguntei.

Jacob sorriu de um jeito estranho para mim, e rapidamente me soltou, para ir até a janela do carro e pegar a chave. Não é que o garoto sabe ser esperto quando quer?

— Aháá! – ele disse sorrindo e mostrando a chave do carro para os garotos.

— Devolve essa chave! – disse o garoto negro, apontando a arma na direção deles.

— Me dê á arma, se não eu jogo a chave no meio do mato e garanto que vocês vão ter um trabalhão para pegar ela de volta! – disse Jacob, ainda sorrindo.

— Antes de você jogar eu te encho de balas! – ele disse.

— Antes de você atirar em mim, eu jogo a chave! – ele falou. – Quer ver? – ele ameaçou de jogar a chave no meio do mato.

— Não, não joga! – pediu o garoto loiro.

— Então dê a arma para nós agora! – eu falei quase aos gritos.

O garoto negro e o garoto loiro se entreolharam, o negro suspirou e entregou a arma para mim, somente quando peguei na mão eu me dei conta de que ela era de brinquedo, mas que desgraçado. Eu e Jacob nos entreolhamos boquiabertos.

— Seus desgraçados! – escutei Jacob reclamar, e em seguida ele jogou a chave do carro deles no meio do mato. - Vamos, corre! – disse ele me puxando, e então começamos a correr pela estrada, no meio do caminho ainda escutamos um deles dizer:

— Vai procura a chave, depois os pegamos!

***

Não fomos muito longe, logo Jacob puxou-me no meio da estrada e me fez esconder-se com ele atrás de uma arvore, ficamos ali observando os garotos entrarem no meio do mato, para procurar a chave do carro.

— O que estamos fazendo aqui? – perguntei para Jacob.

Jacob me olhou, sorriu e me mostrou a chave do carro que estava escondida em sua mão, só então me dei conta de que ele fingiu que jogou a chave do carro no meio do mato, era tudo um plano.

— Vamos pegar o carro deles... – ele falou, sorrindo para mim.

Eu sorri de volta para ele, até que o plano não era nada mal.

— Tá eu dirijo! – eu disse.

— Não, eu dirijo! – ele falou.

Olhamos de volta para o carro, que agora estava vazio, era nossa oportunidade. Levantamos e fomos correndo em direção do carro, entramos rapidamente fechando a porta em seguida, Jacob logo enfiou a chave, girou e ligou o carro, ele acelerou, mas a droga do carro não saiu do lugar, Jacob colocou a cabeça para o lado de fora, parecia estar olhando a roda do carro.

— droga, a merda atolou! – Jacob reclamou. Olhei pela janela, vi que os garotos já estava vindo. – Vamos, corre! – ele falou, abrindo a porta do carro. Eu também abri, e descemos e começamos a correr, ouvi barulho de passos, olhei para trás e vi que os garotos estavam correndo atrás da gente. Tentamos correr mais rápido, mas logo senti um corpo pulando em cima de mim, o mesmo aconteceu com Jacob, caímos no chão.

Eu me virei, tentei empurrar o garoto negro para tirá-lo de cima de mim, mas antes ele me acertou um soco, enquanto o terceiro vinha em nossa direção.

— Já encheu o pano? – ouvi o negro, falar para o terceiro garoto, o loiro estava em cima de Jacob. Eu não consegui entender o que ele quis dizer com aquilo.

O terceiro garoto jogou um pano vermelho para o negro, e outro pano para o garoto loiro.

— Mas que droga é essa? – perguntei.

Ele não me respondeu, apenas sorriu maldosamente e colocou aquele pano vermelho entre meu nariz e minha boca, eu me debati, eu tentei me soltar, mas por pouco tempo, não demorou muito para que eu apagasse.

***

Assim que voltei em mim eu acordei sentindo fortes pontadas em minha cabeça, havia algo escorrendo pelo meu nariz, eu queria colocar a mão, mas não consegui, percebi que a minha mão estava presa num pedaço de madeira, assim como minhas pernas, essa madeira estava amarrada em uma arvore, fazendo com que eu ficasse a metros de distancia do chão, olhei assustado para o lado, vi Jacob desmaiado, ele estava preso na arvore ao lado, e ao olhá-lo eu percebi que aquele pedaço de madeira da qual estávamos amarrados era num formato de cruz e também, notei mais um detalhe que me deixou ainda mais incrédulo... Jacob estava só de cueca, eu olhei rapidamente para baixo, para tentar avistar meu corpo, e então percebi que eu também estava sem roupas.

— Desgraçados! – eu disse, ficando levemente tonto. Eu estava com muito sono, minha visão estava um pouco embaçada, tentei me mexer, mas a tentativa fazia só com que os meus braços e minha perna ardessem mais, olhei a minha volta, notei que estava num meio do mato, em volta só havia arvores, matos e nada mais do que isso. – Jacob? Jacob? – eu chamei, a minha voz estava fraca demais, olhei para ele vi que ele continuava desmaiado, olhei para frente, já sentindo meus braços doerem de ficar tanto tempo abertos, gemi de dor, enquanto meus olhos permaneciam fixos a minha frente.

Foi quando eu os vi de longe pela primeira vez, eram algumas pessoas se aproximando bem lentamente, pisquei algumas vezes, tentei me mexer, mas só fez com que tudo doesse ainda mais.

— Por favor, nos ajude! – eu pedi numa voz fraca, ainda tentando me mexer, mas sem resultados. A tontura estava apenas aumentando mais.

Continuei olhando os três se aproximar, três adolescentes, dois garotos e uma garota, os garotos eu não conhecia, não era do time perdedor, não era os idiotas que nos colocaram ali, eu sequer sabia quem eles eram, mas a garota...

Ela parou próximo da arvore, cruzou os braços e ficou me observando, enquanto os outros dois paravam ao lado dela... Era alguma miragem? Eu estava vendo algo que eu não existia? Eu estaria sonhando?

Entreabri os lábios, pisquei mais algumas vezes, continuei encarando-a, incrédulo.

— Alicia... – eu sussurrei, os três continuaram parados, olhando-me fixamente.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: esse é o penultimo capitulo do ano ;) não percam o próximo acabaremos esse ano de um jeito bem especial "o boneco de plastico" hehe, comentem, recomendem, favoritem!!!