A Vilã Revelada escrita por Eadryiel


Capítulo 14
O Destino.....Recomeço


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente me perdoem o atraso, é q aconteceu uns problemas e eu perdi a inspiração. Mas fiz esses capitulos com mt amor ♥

Eu fiz essa fic pra ter dois possiveis finais e esse é o primeiro deles. Esse é tipo o final feliz da historia.

Aproveitem a leitura



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Vejo todos os guerreiros da Grand Chase me encarando, olhos arregalados, ofegantes devido à batalha anterior. Não os culpo, afinal, se eu lutasse contra alguém e ele se tornasse uma criatura vinte vezes maior do que eu me sentiria da mesma forma.

A maga está mais ao fundo tremendo, com uma expressão de pavor, os elfos me encaram descrentes, claro, meu novo corpo deve ser um insulto à natureza, Jin está reunindo seu ki junto de Ronan que me encara com um olhar frio. Já Elesis parece determinada.

— Eu quero perguntar uma última coisa antes de terminarmos isso. – ela fala enquanto eu uso uma magia que aprendi no Submundo. - Mas... O que?!

— Não acredito nisso. – exclama a elfa espantada - O chão... Sumiu! Eu não vejo mais o chão!

— Isso é impossível! Cazeaje não pode ser assim tão forte! – nega a Maga.

— Incrível não? – falo em minha voz gutural - Vocês poderiam ter se curvado diante do meu poder! Agora serão destruídos!

— Força, pessoal, mais uma vez! Ela está avançando! – exclama Elesis.

Todos me cercam e começam a atacar. Em um instante posso sentir o aço frio de espadas e lâminas rasparem em minha grossa pele, pontas afiadas das flechas causam latência e posso sentir a magia da Maga e energia do Lutador indo ao meu encontro. Essas crianças são fortes, devo admitir.

Solto um rugido e giro meu corpo, o vento forte se desloca e posso ouvir os sons metálicos de armaduras e armas indo de encontro ao chão invisível. O som parece ecoar infinitamente, algo característico de frestas dimensionais. Mas logo os vejo levantar e voltar para perto de mim, tentando me atingir.

Após alguns segundos começo a bater as patas com todas as minhas forças. Isso causa fortes tremores e vejo os jovens se desequilibrando e caindo ao chão novamente. Eles se levantam e posso sentir as flechas da elfa em minha grossa pele. Ela já está me irritando.

Viro para a sua direção, ficando de costas para os outros guerreiros. Dou alguns passos e ela se afasta rapidamente ainda atirando em mim. Por fim dou um forte rugido em sua direção, ouço ele ecoar pelo local enquanto o corpo da garota é envolvido por uma energia escura. Ela é sugada por uma falha na fresta dimensional e volta parecendo zonza. Isso dará um jeito nestas flechas.

Ronan corre em direção à garota e eu volto a encarar os outros guerreiros, que estão novamente com os rostos abismados. Aproveito a chance e bato novamente meus pés ao chão com força, porém logo sou parada por uma energia muito forte e um clarão que ilumina o local frio.

— GÊNESIS! – Essa luz parece me sugar para seu centro, me forçando a encravar as patas no chão e tencionar meus músculos.

Olho em volta e vejo todos se afastando de mim. Sinto que algo muito ruim vai acontecer, mas não posso fazer nada com essa energia me puxando para trás. Me surpreendo ao ver a Maga andando temerosa em minha direção, empunhando trêmula seu cajado arroxeado. Ela me olha no fundo dos olhos e logo flutua, ficando da altura de meu rosto, e no instante seguinte desaparece.

— TEMPESTADE DE FOGO! – A voz parece vir de todos os lados e ecoa infinitamente naquele local.

Instantes depois sinto a energia do elfo parar de me puxar, mas nem tenho tempo de pensar em fazer nada pois ouço o barulho de fogo estralando por todos os lados. Minha visão é preenchida pelos tons vermelhos e laranjas. Minhas grossas escamas são invadidas pela sensação de rochas imensas se chocando e atravessando meu corpo, deixando um ardor de temperatura insuportável.

Quando a tortura acaba sinto minha pele pegando fogo e os guerreiros avançam se preparando para voltar a atacar. As laminas e a energia mágica batem contra minha pele ferida e causam uma dor insuportável. Giro meu corpo para afastá-los. Todos andam alguns passos para longe.

— LÂMINA ILUSÓRIA! – Sinto Ronan atrás de mim com suas lâminas rasgando minha pele. O sangue quente escorre por minhas escamas causando mais ardor.

— IMPACTO ESPIRAL! – Os ventos fortes me rodeiam, parecendo lâminas, a sensação de pele rasgada e a dor me atingem profundamente. Também vejo Jin ao fundo lançando grandes esferas de energia que explodem contra meu corpo.

— PORTAL DO DISPARO! – Minha visão fica negra devido as flechas disparadas contra meu rosto.

Sinto os fortes golpes que os guerreiros dão em minha pele que já está entorpecida, devido os ferimentos profundos. Eu giro meu corpo varias vezes e bato as patas ao chão, mas minhas forças estão se esvaindo.

— ESTACAS DE GELO! – Sinto pontas firmes atravessando meu corpo numa temperatura extremamente fria, de certa forma é até bom, considerando que tenho a constante sensação de ardor, como se minha pele pegasse fogo.

Sou paralisada em uma parte do local e vejo os guerreiros ofegantes, cansados e suados, com partes das armaduras faltando. Eles se aproximam cautelosamente. Minha respiração é pesada e faz meu corpo doer, sei que meu fim está próximo.

— Quero perguntar uma coisa. – Elesis grita de uma distancia segura - Onde está meu... Digo, onde está Elscud? – esse nome me é familiar.

— Elscud? – falo me lembrando da batalha contra os Cavaleiros Vermelhos. Sim, o líder deles, este era o nome - Aquele cavaleiro arrogante... Então, era Elscud o seu nome?

— Nos diga agora! – ela berra irritada. Esse jeito, o uniforme, os cabelos ruivos, que interessante!

— É isso, não sei como não vi antes – respondo após analisa-la - Você é a filha dele. Engraçado. Muito engraçado. – acabo gargalhando da situação, quem diria, derrotar o pai e depois encontrar a filha esquentadinha - Elscud não está mais entre nós. Digo, não neste mundo. Ele passou por um portal dimensional. – falo enquanto me lembro da batalha - O arrogante veio até mim, querendo deter todo o mal. Ele agora está provavelmente perdido entre as dimensões.

— Como nós podemos chegar a essa fresta entre as dimensões?

— Você nunca vai chegar lá. – falo confiante apesar de usar minhas ultimas forças - Meu corpo se vai, mas minha essência retornará algum dia.

Fecho os olhos e as sensações de todos os tipos deixam meu corpo. Sinto a energia fluir para longe e minha mente está limpa, sem pensamentos. Nenhuma emoção me toma no momento a não ser o alivio de deixar minha vida, no mínimo complicada, para trás. Sei que perdi a batalha, mas não sinto o gosto amargo disso, na verdade sinto orgulho de ter sido derrotada por jovens tão poderosos quanto estes.

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Abro meus olhos. Vejo um céu negro, uma enorme Lua solitária e densas nuvens. Sinto meu corpo leve, como se estivesse flutuando. Não consigo me mover, porém não me desespero. Há somente um lugar onde eu poderia estar neste momento e sei exatamente onde é.

— Bem vinda de volta. – a voz rouca e fria quebrou o silencio.

— Lupus. – disse de forma calma, mostrando que o reconheci – Agora eu realmente pertenço ao Hades.

— Vim aqui para lhe julgar.

— Entendo. Antes eu preciso lhe dizer uma coisa. – aguardei um momento e ele me permitiu falar, abri um pequeno sorriso de satisfação – Quando eu estava no corpo de Lass, vi as memórias dele, senti as dores de todo o sofrimento que ele passou injustamente. Posso lhe garantir que o motivo de ele ter permanecido no Circo por tanto tempo foi pela sua promessa. O objetivo dele agora é se tornar digno de levar o nome de sua família.

— Eu nunca quebro minhas promessas.

— Garoto de palavra. – disse de forma brincalhona

— Cazeaje – falou de forma séria – Minha ocupação não é julgar as pessoas, porém, o que lhe aconteceu aqui nunca ocorreu em Hades.

— Creio que já ouvi essas palavras antes – falei ao me lembrar de minha primeira vez neste local – parece que sempre serei algo único aqui no Submundo.

— Eu estou aqui pois Gadosen tem uma dívida contigo que ele não conseguiu sanar.

— E então, senhor Wild, qual o veredicto?

— Quando você está assim, sua alma fica totalmente visível para mim. Vejo suas memórias, tudo o que você fez, disse, sentiu ou pensou algum dia. – falava com sua indiferença natural - E você carrega um fardo grande, pois vejo também Ronan Erudon e Lass Isolet em sua alma.

Ele fez uma longa pausa. Comecei a olhar a enorme lua a fim de me acalmar. Apesar de não estar preocupada, ouvir o julgamento final é algo que causa nervosismo. É a primeira vez em anos que me sinto como uma humana comum, sem poderes. Isso na verdade é meio assustador.

 - Você o amava, não é? – perguntou

— Quando se passa tanto tempo no corpo de alguém, sentindo todas as emoções e dores que a pessoa teve, a gente acaba se apegando.

— Como forma de pagar a dívida de Gadosen, você tem um último pedido a fazer. – sua voz saiu fria como de costume.

— Você consegue ver através de minha alma, não é? – ele assentiu – Então já sabe o que desejo.

Neste momento voltei a fechar os olhos. Apesar de não ver, tenho certeza de que Lupus sorriu. Pensei em um “adeus” e sei que ele conseguiu vê-lo. Lupus pode ter essa indiferença e amargura, porém não é uma pessoa ruim. Ele evitou minha morte meses atrás, mas no fim, acabei voltando. Mesmo assim ele está aqui me ajudando até depois da morte.

Senti meu corpo sendo abraçado pelo meu destino, uma calmaria me envolveu. Dei um longo e tranquilo suspiro. Estava em paz. Uma paz que não sentia há muito tempo. Uma paz tão grande que duvido que já a tenha sentido alguma vez na vida.

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Eu acordo, mas não abro os olhos. Estou deitada na grama. Posso senti-la fresca e levemente molhada embaixo de meu corpo. Não há nenhum ruído à minha volta. Após alguns minutos abro lentamente meus olhos. Ainda está escuro. Os primeiros raios de sol se atrevem a cortar a escuridão da noite. Algumas estrelas são visíveis, tímidas no céu. 

Levanto-me. Sinto que estou mais baixa do que o normal. “Tem algo errado”. Vou até um pequeno lago e olho meu reflexo na água. Não acredito no que vejo. Eu pareço uma espécie de cão! Quando analiso melhor, percebo que esta forma se parece muito com a Jun Cazeaje que eu me transformei.

“Lupus, até mesmo fazendo o bem você tem um toque de maldade” penso.

Sinto uma presença por perto. Fico atenta. Ao longe consigo ver um garoto de cabelos brancos. Ele está subindo em uma grande árvore. Meu coração se enche de alegria. Eu o sigo. Ele senta em um galho alto e grosso na arvore e começa a olhar o horizonte.

Mesmo enfrentando alguma dificuldade, consigo chegar ao galho que ele se encontra sem fazer barulho. Aproximo-me lentamente. Após alguns instantes, ele nota minha presença. Num reflexo ele se vira em minha direção e me aponta uma adaga.

— Quem está ai? – diz assustado.

Apenas o encaro. Quando ele vê que não desejo machuca-lo, seu corpo relaxa. Ele guarda a arma e estende o braço para que me aproxime dele.

— Você conseguiu se aproximar sem eu perceber. Deve ser muito forte. – disse com um pequeno sorriso nos lábios.

Eu me encosto à lateral de seu corpo. Ele me abraça. Consigo ouvir as batidas lentas de seu coração, sua respiração calma e tranquila, o calor de seu corpo. Como senti saudades desse corpo.

— Eu gosto de ver o sol nascer – disse Lass ainda olhando para o horizonte – Essa mistura de cores alaranjadas, o sol aparecendo e iluminando lentamente céu, tudo isso me traz uma sensação de paz.

Concordo. Sempre amei o nascer do sol. Lembro-me de olharmos o amanhecer juntos. “Velhos hábitos nunca morrem”. Permanecemos deste jeito, imóveis, ate o Sol aparecer totalmente no horizonte. Por fim ele desceu da arvore e eu o segui. Lass me pegou no colo.

— Vou te mostrar aos meus amigos – havia carinho e sua voz.

Não posso negar que ser pega no colo é uma sensação estranha. Nunca me senti tão estranha. Pensando bem, eu também nunca morri. Mas mesmo assim uma enorme paz invade meu corpo. Não sinto a sede de vingança que antes sentia.

Andamos tranquilamente pela floresta. Após alguns minutos chegamos a um acampamento. Varias barracas se estendiam pelo solo. Vi alguns jovens ao longe, reunidos em uma fogueira. “Eu disse que você encontraria amigos, Lass”. Aproximamo-nos de todos.

— Ah! Que garotinho fofo – disse Arme se referindo a mim.

Rosnei de raiva. “Como ela podia achar que eu era um garoto?”. A maga se assustou um pouco e evitou se aproximar. Até que Lass me acalmou.

— Acho que é uma menina. – “Isso mesmo!”

— Onde você a encontrou? – falou a lenda, Sieghart.

— Na floresta. Na verdade, ela veio até mim. – Lass falava de forma calma, porém feliz.

— É igualzinha a Jun Cazeaje. – falou a ruiva com certo espanto.

Neste momento todos ficaram apreensivos. Começaram a me olhar de forma estranha. Até mesmo alguns que eu não conhecia começaram a me encarar curiosos. O jovem Erudon se levantou e ficou ao lado de Lass.

— E se for Cazeaje? Será que é sábio deixa-la tão próxima de nós? – a preocupação era visível em sua voz.

Lass me pagou nos braços, segurou em frente ao seu rosto e me encarou profundamente nos olhos. Seus orbes azuis possuíam um brilho especial. Elas me analisavam, sinto que ele conseguiu ler claramente minha alma, assim como seu irmão Lupus. Após alguns segundos fazendo isso ele respondeu confiante:

— Não vejo maldade nela. Ela vai ser minha mascote. – nesse momento pude ver um pequeno sorriso surgir em seus lábios e rapidamente sumir.

A felicidade me preencheu por completo. Estou tão animada que comecei a abanar meu rabo....Rabo? Ainda preciso me acostumar com meu novo corpo. Lass entrou em uma barraca. Era pequena, possuía apenas uma mochila, um colchão com um cobertor. Ele me colocou no chão, ao lado de sua bolsa. Vasculhou-a e por fim retirou um medalhão dourado e uma fita. Com sua adaga ele riscou o medalhão.

— Olha – disse me mostrando o objeto – vou te chamar de Cazeaje Jr.

Ele passou a fita num furo do medalhão e o colocou em meu pescoço, como uma espécie de colar. Fiquei tão feliz. Poderia passar minha nova vida junto de Lass.

— Venha, vamos treinar! – disse saindo da barraca.

Saio também e vejo que o ninja já está longe, porém percebo alguém se aproximando. Olho para o lado e ele está lá, parado, me olhando. Nem acredito no que meus olhos veem. O que ele estaria fazendo aqui? Será que é pela promessa? Ando alguns passos em sua direção.

— Demorou hein! – Lupus diz e dá um pequeno sorriso, que some tão rápido quanto apareceu.

Fico feliz em vê-lo. O encaro por alguns instantes. Por fim ele faz um gesto, me mandando acompanhar o ninja. Obedeço, afinal, quero ficar ao lado de Lass. Acompanhá-lo em todas as suas aventuras. Protegê-lo. Pois, agora sou sua mascote e não é todo dia que temos a chance de um Recomeço.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado e nao deixe de comentar.
Leia tambem o segundo final, pq apesar de ele ser parecido, é completamente diferente.
E pf comente.



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