O Diabo Mora ao Lado escrita por Erzy, Gin


Capítulo 10
Decisão


Notas iniciais do capítulo

Oh meu Deus, um capítulo novo?! Sim, fresquinho para vocês! Desculpem a ausência, meu computador queimou e tive que comprar um novo, além de problemas na faculdade e trabalho, essas coisas sempre aparecem, não é? Espero que gostem!



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Allena não havia conseguido dormir direito naquela noite, estava com a cabeça tão pesada, que quando ela queria pregar os olhos, sua mente acaba imaginando coisas ruins, ela se lembrou de Matthew, e da sua mãe, mas se lembrou também do Orfanato, e de todas as crianças que gostavam dela, isso a fez dar um sorriso bobo. Quando a garota havia se dado conta, já era de manhã, porém ela não descobriu isso pelo sol que entrava nas aberturas da porta, e sim pelo relógio do seu estômago.

— Ah! Hora do café da manhã, o que será que o Will preparou para mim hoje? – Ela sorriu, dando um salto e trocando de roupa, comer sempre mudava o seu humor, independente de como estava se sentindo.

Allena bateu na porta de Will, porém não obteve resposta, o que a irritou fazendo ela abri-la com um chute.

— Você está surdo? Não sabe que está na hora da minha alimentação?! Preciso lembrar você todo di... – Porém, ela logo percebeu que Willian não estava ali, o jovem que sempre a recebia com uma cara de raiva todo dia de manhã.

Allena olhou para mesa, havia comida preparada, e um bilhete que parecia ter sido escrito às pressas, ela leu: “Sai mais cedo hoje, preciso resolver uma coisa, fiz doze ovos, seis torradas, oito hambúrgueres, quatorze fatias de presunto e mais quatorze de queijo. Espero que isso seja o suficiente para alimenta-la.”

A jovem parecia furiosa, olhava para o bilhete como se fosse queima-lo.

— Como diabos ele deixa esses restos para mim? Se for para me matar de fome, nem faça nada, deixando essas quantidades ridículas de comida... como vou conseguir passar a manhã só com isso?! – Porém, ela leu novamente a primeira parte.

Preciso resolver uma coisa”, ele havia dito, o que será que era mais importante que o bem-estar da sua vizinha?

— Ah, vou parar de pensar nessas coisas, se não vai me dar mais fome ainda, e só conseguirei sobreviver 35 minutos com essa comida. – Então, Allena passou a comer tudo que havia ali, e em pouquíssimo tempo, só se observava a mesa vazia, e a louça cheia.

Will sentiu um frio na espinha, como se alguém estivesse pensando em matar ele, ou eventualmente traria algo para ele fazer, logo associou isso à Allena, mas tinha que esquecer por um momento disso.

Ele se encostou próximo à entrada da faculdade, com seus fones de ouvido, esperando alguém passar, ainda era cedo, mas precisava que fosse.

Aos poucos, pessoas iam passando e entrando, até que ele observou, uma limusine preta, de onde saiu Lana, um pouco surpresa ao encontrar o jovem na frente da porta. Ela estava usando um vestido azul, que destacava muito seus longos cabelos dourados, além dos brilhantes olhos azuis.

— Senhor Will! – Disse o motorista do veículo, um homem de idade, abaixando o vidro, feliz ao ver o jovem.

— É um prazer revê-lo, Serbys, como tem passado? Sua esposa está se sentindo melhor? – Willian deu um sorriso sincero, Serbys era o chofer da família de Lana, os dois se davam muito bem.

— Está sim, felizmente. – O senhor sorriu.

Lana, observava os dois, calada, até que agradeceu Serbys e pediu para que o motorista seguisse, viagem, o homem se despediu de Will e foi embora.

— É uma surpresa, estava me esperando? – Disse ela sorrindo para Will. – Já faz um tempo que da última vez que fez isso, não é? Vai se declarar para mim? – Ela deu uma risadinha, mas parecia um pouco desconfortável.

Will, por sua vez, respirou fundo e suspirou, dando de ombros.

— Você tem um minuto? Tem algumas coisas que quero conversar com você.

Os dois se sentaram nas cadeiras do refeitório, Willian parecia completamente sem jeito, o que não era comum, Lana por sua vez, mantinha sua pose, mas parecia um pouco confusa.

— O que você quer conversar? – Disse Lana.

— Bom, de forma resumida, eu não vou mais fazer as coisas para você. – Ele falou, olhando diretamente nos olhos de Lana, decidido.

Lana deu um sorriso confuso, sem entender.

— Do que você está falando, Will? Eu não te peço quase nada, além de alguns trabalhos, e compras, e só te peço porque estou sempre muito ocupada. – Disse ela, dando ênfase em “ocupada”.

— Você sabe que isso não é verdade, Lana, você tem serviçais para fazer praticamente tudo por você, então tem toda a capacidade de fazer isso sozinha.

Lana pareceu um pouco irritada.

— Por que está me dizendo isso agora? Você sempre veio fazendo isso para mim, de uma hora para outra, decidiu não fazer?

Will, desviou o olhar, não conseguindo a olhar nos olhos, por um momento, sentiu vontade de sair dali, e deixar mesmo tudo como estava, mas precisava seguir em frente, assim como Allena estava fazendo. “Como Allena estava fazendo”, desde quando ele usava ela como fonte de inspiração?

— Pelo fato de que eu preciso me concentrar em outras coisas, e para isso, eu preciso me resolver com você primeiro. – Ele falou, novamente, olhando diretamente nos olhos de Lana.

— O que temos para resolver? Nós sempre nos dêmos bem, não é? – Ela desviou o olhar.

— Não, talvez no começo, mas as coisas mudaram bastante entre nós, e por isso, eu vim dizer que estou cortando meus laços com você. – Disse ele.

Lana ficou irritada de vez, se levantando.

— Pare de falar besteiras, Willian Michels! Cortar laços comigo? Quem você pensa que é para dizer isso?! Se esqueceu de tudo aquilo que fiz por você?! De tudo que aconteceu entre a gente?

Willian se levantou também, mantinha um olhar pesado e frio, mas isso não havia mudado a sua determinação.

— Eu nunca vou esquecer do que sua família fez por mim, eu sou eternamente grato, sabia que hoje eu moro em um local barato, justamente para não ter que pagar muito, e o que eu ganho de salário, pode dar ao seu pai? – Ele disse com um sorriso baixo. – Sabia que tenho poucos gastos, além do necessário, quase não tenho móveis, simplesmente porque quero compensar pelo tempo que passei em sua casa?

Lana sentiu vontade de socar Willian, porém se conteve.

— Isso é por sua culpa, Willian! Quem quis sair de lá? Quem quis viver na miséria? Foi você! Então não queira que eu sinta pena de você, por estar me dizendo isso!

— Ah não, não quero que sinta pena de mim, apenas que veja que eu sou totalmente grato a você, e sua família, e vou continuar sendo para o resto da minha vida. – Ele se apressou e se corrigiu. – Eu quis sair de lá, justamente para não atrapalhar mais as coisas, principalmente depois do que aconteceu.

Lana socou a cara de Willian, deixando uma marca vermelha em sua bochecha esquerda.

— É tudo sua culpa! Eu só estou aqui por sua culpa! Você nunca deveria ter aparecido na minha vida! Você não me amava?! E agora vem dizer isso para mim?!

Willian tocou o seu rosto, sentindo a dor, porém, apenas manteve o olhar distante.

— Eu nunca amei você, Lana, eu era grato, e apenas isso, assim como você nunca me amou também. – Ele parou. – Por bastante tempo, eu achava que amava você, mas... – Ele pensou em alguém. – Agora eu tenho certeza de que não amei.

Lana respirou, se afastando um pouco de Will.

— Você destruiu a minha vida, Willian, espero que saiba disso, viva do jeito que quiser. – Ela falou, dando meia volta e indo embora.

Will se sentou, mantendo a cabeça baixa, olhando para o chão o tempo todo.

“Eu fiz certo, não é? ”, ele se perguntou várias vezes na cabeça, e a culpa invadiu ele de uma vez, ele sentiu vontade de chorar, mas antes que fizesse isso, sentiu uma mão em seu ombro. Ao se virar, viu Allena, irritada com ele.

— Ei! Você fugiu e me deixou sem nada para comer! Chama aquilo de café da manhã?! O que estava querendo alimentar, um hamster?! Sabe que eu como muito mais que aquilo. – Ela cruzou os braços, olhando para Will, vendo seu rosto, quase lacrimejando. – Will... o que...?

Antes que ela pudesse fazer algo, Willian se levantou, e a abraçou, sem pensar em absolutamente nada, por puro impulso.

— Will... – Seus olhos lacrimejaram um pouco. – Deixa de ser idiota, se você fizer isso do nada, vai me fazer chorar! Você sabe que eu sou chorona... – Ela devolveu o abraço do rapaz, sentindo suas mãos quentes em suas costas, ao mesmo tempo estava sentindo muita vergonha.

— Está tudo bem, eu estou aqui, desculpe ter reclamado da comida, é que... você fez muito pouco! – Disse ela, acariciando as costas dele.

Will soltou um sorriso, enquanto a abraçava, soltando-a em seguida.

— O que diabos você é, um pac man versão feminina? – Ele disse, e Allena percebeu seus olhos um pouco avermelhados, mas não via nenhuma lágrima, ele sorria também, um sorriso sincero.

— Sou a pac woman! Mas no jogo, o monstrinho só come a mesma coisa, e eu quero comer de tudo! – Disse ela, levantando as mãos para o alto, o que fez Will rir bobamente mais um pouco.

— Ah, Lion, você não existe.

— Eu existo sim, não pense isso, se não vai acabar não cozinhando mais para mim. – Ela disse.

Will desviou o olhar, finalmente pensando que havia abraçado a jovem sem motivo, deixando ele um pouco corado.

— Bom, você... tem alguma aula importante hoje? – Ele perguntou.

Allena fez uma pausa para pensar, procurando uma resposta.

— Na verdade não, por que?

Willian passou a mão em seus cabelos, procurando como falar aquilo.

— Bom... se você quiser só hoje, matar a primeira aula, podemos ir em uma lanchonete aqui próxima.

— Com toda certeza, capitão!

— Pense um pouco antes de responder, devoradora!

— Quando se é comida, nunca é preciso pensar!

Willian deu mais uma risada, se sentindo melhor.

— Então, vamos. – Ele caminhou, e Allena o seguiu, olhando para o rosto dele.

— Algo de errado no meu rosto? – Ele perguntou.

— Não, só parece ainda mais bonito. – Ela falou, fazendo ele virar rapidamente o olhar.

— Do que diabos está falando? – Ele perguntou.

— Nada, só... parece mais decidido. – Ela sorriu.

Will deu de ombros, aceitando a situação.

— A propósito, você parecia um traste alguns minutos atrás, o que aconteceu?

— Ahm... Nada, outro dia eu te conto.

— Ah, pare de embromar, realeza! Me conta! – Allena, apertou o braço de Willian.

— Bom, digamos que por enquanto... – Ele olhou para Allena. – Eu sou bastante grato a você. – Deu um sorriso.


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Notas finais do capítulo

Obrigado!



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