In That Boat escrita por Dri Viana


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Esse era pra ser o último, mas... Como ficou grande, eu dividi o capítulo. Desse modo, este é o penúltimo.



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O assunto "Heather" deu-se por encerrado e nada mais precisava ser dito. Pra Sara aquela história já estava mais do que sacramentada depois de tudo o que ouviu de Grissom a respeito daquela mulher.

O resto do dia pareceu um sonho de tão bom. Eles trocaram beijos, namoraram, se permitiram conversar sobre outros assuntos. Almoçaram num clima alegre e feliz como sempre costumava ser.

Grissom preparou o prato preferido da ex-mulher na hora do almoço e ela se deliciou com a comida feita por ele.  Chegando à confessar que sentiu muito falta da comida feita por ele.

Juntos ali, parecia até que tinham voltado no tempo o qual eles viviam como antes, nos velhos e bons tempos do relacionamento, como aquele casal apaixonado que sempre costumavam ser na época do namoro escondido deles e posteriormente, na época de casados.

Depois do almoço, Sara ligou pra Greg e explicou ao seu amigo sobre sua decisão de deixar o emprego e também a cidade de Las Vegas. Pode sentir pelo tom de voz do amigo querido, que ele havia ficado bem triste com aquela sua decisão, mas ainda assim, lhe desejou votos de felicidade nessa escolha que fez e ainda disse pra ela falar para Grissom que se ele ousasse magoá-la mais essa vez, seu ex-chefe iria se ver terminantemente com ele.

...

Grissom tinha desligado o motor do barco e agora eles se encontravam parados no meio daquele oceano, deitados no "chão" da embarcação bem na parte de trás da mesma, com as cabeças apoiadas ao pequeno declive que havia ali enquanto observavam o céu estrelado daquela noite linda que fazia.

—Nós dois aqui e assim, sabe o que tá parecendo?

Sara olhou de forma divertida para Grissom que desviou o olhar do céu para encarar a mulher acomodada ao seu lado.

—O quê?

—A vez em que observávamos as estrelas depois de termos feito amor num barquinho no meio do nada, na noite da nossa lua de mel.

Eles sorriram da lembrança mencionada por Sara. Tinha sido divertida e romântica àquela noite. Se bem que logo no começo, Sara não achou nada isso daquela noite.

"Gil, eu te amo, você sabe disso. Mas não acredito que em plena nossa noite de núpcias, estamos num barco no meio dessa mata pra caçarmos insetos?"

A insatisfação dela chegou a ser cômica e a divertir o marido enquanto o mesmo os guiava naquele pequeno barco à motor por um rio que ela não fazia idéia qual era.

Sara não sabia, mas o intuito ali não era de caçar insetos. Talvez depois até quem sabe, fizessem isso. Mas no momento, a razão principal de estarem ali era outra completamente diferente da qual Grissom tinha inventado à Sara. Seu marido tinha planejado algo especial pra eles. Grissom queria surpreender sua agora esposa.

"Vai ser divertido, querida! Eu prometo!"

"Claro!"

Ela que achava que iam passar àquela romântica noite num hotel na bela Paris, tendo a vista da Torre Eiffel da sacada da janela do quarto deles, mas não! Com seu marido as coisas não seguiam essa "normalidade".

"Falta muito pra chegarmos nesse lugar onde pretende caçar esses insetos?"

"Não!"

Ela só teve que esperar por mais uns poucos segundos e então chegaram à uma parte daquele rio, que era cercada de mata mais fechada onde inúmeros vaga-lumes revoavam e iluminavam aquele lugar criando um espetáculo fabuloso.

"Nossa, que lindo, Gil!"

Ela parecia hipnotizada com aquilo que via. Ver seu sorriso alegre e feliz deixava Grissom tão contente. Durante anos a fez infeliz que agora fazia de tudo pra recompensar a tristeza toda que lhe causou nos anos em que a rejeitava.

"Gostou?"

"Adorei!"

O sorriso agora mais largo ainda que ela lhe exibia, fez Grissom lembrar-se daquela garota curiosa que ele conheceu em São Francisco. Seu jeito o encantou de imediato naquela época.

"É aqui que vamos passar nossa noite de lua de mel!" - Ele contou à Sara.

"Aqui?"

Sara o encarou aparvalhada com aquela resposta dele.

"Sim. Aqui!"

E foi exatamente ali, sob um céu estrelado e cercados de dezenas de vaga-lumes que revoavam e iluminavam aquele lugar, que eles fizeram amor dentro do pequeno barco alugado pelo ex-supervisor."

—Faltam os vaga-lumes pra estar parecido com aquela noite e... Falta também o fato de termos feito amor aqui nesse barco antes de estarmos observando as estrelas como estamos fazendo agora e fizemos naquela noite.

Grissom comentou e viu Sara sorrir. Em seguida, ela se ajeitou de lado ali e ele a imitou. Agora estavam ambos de lado e de frente um para o outro, com seus rostos bem próximos.

—A gente pode fazer amor agora!

—Aqui e agora?

Ele tinha uma das sobrancelhas arqueadas e um discreto sorriso escapando do canto de seus lábios.

—Acho melhor fazermos lá dentro,  porque está fazendo um frio horrível aqui fora, Gil!

Ao fim de suas palavras, Sara se encolheu sorrindo e viu Grissom rir dela. Fazer amor ali estava fora de cogitação, pois o frio que fazia naquela noite era grande. Tão grande que o casal estava agasalhado em casacos. Quem sabe numa outra noite menos fria, eles não fizessem ali.

—Realmente está uma noite fria mesmo! Vamos lá pra dentro então?

Sara assentiu.

...

Assim que entrou no pequeno e modesto quarto de Grissom, os olhos de Sara bateram direto nos dois porta-retratos localizados sobre dois móveis que estavam um em cada lado da cama. Um porta-retrato trazia uma foto só de Sara, que o próprio Grissom havia tirado dela anos atrás durante uma cena de crime quando eles brincaram de duelo com duas câmeras de fotografar. Já o outro porta-retrato tinha a foto de Grissom e ela em um barco durante um passeio turístico que fizeram ao entardecer pelo rio Sena, em Paris. Aquela tarde foi uma tarde linda, agradável e divertida. Eles namoraram durante o passeio todo, além de verem vários pontos turísticos da "cidade luz" como, por exemplo: a Torre Eiffel, o Louvre, Notre Dame e as pontes que cortam o rio por onde o barco seguia.

Mas como aqueles retratos foram parar com Grissom se ambos ficavam na casa dela - que foi dele também - bem na estante da sala?

Sara olhou para o ex localizado atrás dela e há poucas distância da morena. Entendendo a pergunta muda que via estampada em sua expressão, Grissom explicou:

—Peguei escondido quando fui a nossa casa apanhar meus pertences depois da assinatura do divórcio.

Sara voltou sua atenção aos porta-retratos. Tinha dado falta deles em sua casa, mas nunca imaginou que estivessem com seu ex.

Se aproximando de um dos móveis onde estava uma das fotografias, Sara pegou o porta-retrato em que eles dois estavam juntos. Podia ver em suas expressões que eram felizes ali. Mas em algum momento do percurso da história deles dois, as coisas parecem ter perdido um pouco o rumo e eles acabaram se distanciando um do outro.

—Todas as noites antes de dormir e ao despertar, eu sempre olhava pra você nessas fotos, Sara. - Grissom contou se aproximando da ex sem que ela percebesse e posicionando-se bem atrás dela. _Você sempre estava comigo, Sara. Mesmo fazendo quase dois anos de separados, eu te trazia sempre comigo na mente e no coração. Nunca deixei de te amar, essa é a verdade.

—É isso que não consigo entender, Grissom. Por mais que eu tente, por mais que você na época tenha justificado o que fez, ainda assim, não consigo entender como se você me amava tanto, por que me deixou? Por que terminou nosso casamento? - Ela depositou o porta-retrato de volta ao móvel em que ele se encontrava e depois virou-se para seu ex-marido.

No que ela fez isso, seus rostos ficaram a milímetros de distância um do outro. Sara não fazia idéia de que seu ex estava bem atrás dela.

—Se eu fiz o que fiz, foi achando que fosse o melhor pra VOCÊ!

—Você já me disse isso na época.

—Sara...

A morena levou seus dedos aos lábios do ex e não deixou que ele prosseguisse falando.

—Grissom, eu não quero mais explicações quanto a isso. O que a gente precisava falar sobre o que houve, acredito que já foi tudo dito por nós. Não quero ficar remoendo esse assunto. Isso já é página virada pra mim. Se eu estou aqui é pra gente retomar a nossa história e não ficar debatendo sobre o passado.

—Você já conseguiu me perdoar de verdade por ter terminado nosso casamento?

—Se eu não tivesse perdoado, não estaria aqui!

Ele sorriu de maneira contida e segurando seu rosto com ambas as mãos, ficou fitando Sara em silêncio por um breve instante nos olhos como se quisesse lhe dizer algo.

E ele queria!

Ela sabia exatamente o que seu ex queria lhe dizer. Conseguia ver em seus olhos. Só que dessa vez, ela não queria apenas ler em seus lindos olhos aquelas palavras, ela queria ouvir da sua boca as palavras que via estampadas em seus orbes azuis.

—Diz, Gil! - Ela pediu deslizando o dedo indicador por sobre os lábios dele.


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Notas finais do capítulo

Ficamos aqui.

Um beijo e até o próximo e último capítulo dessa mini-fic.



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