Depois daquela afirmação ela meio que se sentio estúpida. Estúpida por pensar que ele iria tentar alguma coisa com ela. Deixou se levar pelas emoções que estava a sentir depois do que aconteceu e fez  figura de parva. Ele teve dois momentos para avançar nela e nao o fez, acho que isso era suficiente para ela preceber que ele nao queria nada com ela.

Subiram até ao andar dele em silencio.

 Ela tinha vergonha estampada na cara e nao conseguia esconder, e aquele silencio nao ajudava nada.

Sairam do elevador, ela seguia atrás dele mas olhava em volta: Via-se que era um predio novo e moderno mas simples, nao mostrava nada de luxo ou extravagante.

Ele abrio a porta para ela passar, ela pedio licença e passou. Ele realmente era uma pessoa “da rua”: o apartamento era enorme mas nao tinha decoração nenhuma. A sala era ampla, tinha um grande sofa branco com almofadas a condizer e uma televisao igualmente grande na parede. Tinha alguns moveis com jogos por baixo e uma simples lareira paralela ao sofá

A cozinha já era mais bem equipada mas nao mostrava sinais de uso, de todo.

—Eu devo ter comida por ai, podes ver o que consegues fazer.

Ela sentio um martelo a cair na cabeça dela, como assim? Ele estava literalmente, com cara de taxo, a dizer lhe para ela ir cozinhar.

—Como assim?!

—O quê?

—Eu sou convidada, tu é que devias de cozinhar!

—Eu nao sei fazer nada e alias pensei que gostasses de fazer comida.

—Bem..sim gosto mas..nao sou tua escrava! – cruzou os braços, bufando

—Humm, nao estás com fome?

Ela ainda nao comia desde que tinha saido do trabalho, e sim estava com fome. Ela nao se importava de ir cozinhar, mas foi a forma de ele espetar com ela na cozinha que a incomodou, mas quando pensava nisso outro pensamento surgio, ele gostava dos cozinhados dela. Isso foi suficiente:

—Tss está bem, tens sorte eu estou mesmo com fome!

—Estas ah vontade, diverte-te.-deu com os ombros respondendo-lhe.

Ele foi ate ao quarto e ela nao perdeu tempo, ele tinha bastantes coisas ali, quase parecia que tinha alguem que comprava tudo por ele, secalhar até tinha porque tudo ali parecia ter sido acabado de comprar e a cozinha estava um brinco, tudo brilhava.

Enquanto ela se perdia nas maravilhas daquele sitio. Ele trocou de roupa a deitou se no sofa, vendo televisao. De vez enquanto ouvia-a a cantarolar.

A pouco e pouco a sua pequena mesa de centro foi se enchendo. Havia um prato com frango frito, duas taças ambas com noodles, uma para cada um deles, sumo de laranja, e uma outra taça com salada e mais uma pequena que trazia um molho.

—Nao sabia que tinha assim tanta coisa.

—Eu nao me sentia assim algum tempo, sinto-me uma criança numa loja de doces. Podes começar sem mim, eu estou a fazer umas cookies e tenho de ir acabar de mexer a massa.. Gostas de chocolate?

—Sim..

—Otimo! – bateu com as maos em frente ao peito, alegre e voltou ah cozinha.

Ele pegou na sua taça, meteu lá alguns pedaços de frango e foi-se sentar na bancada em frente ah cozinha. Para a poder ver no seu estado de total maluquice.

Ela tinha um sorriso na cara, um novo. Os olhos dela mexiam-se para ver tudo o que havia ali, a bancada estava cheia de coisas e ela mexia nelas todas quase ao mesmo tempo. Ele nem percebia se ela estava mesmo a fazer comida ou poções mágicas.

Ela assustou-se ao ve-lo ali quando se virou. Ele dava pequenas dentadas num pedaço de frango, dava para ver que estava a saborear bem aquilo.

—Está bom?- Perguntou aproximando-se dele.

—Sim..

Ela tinha curiosidade em saber dele, em saber alguma coisa sobre ele, sem ser o nome, mas sentia que era melhor nao, pelo menos ainda nao.

—Agora que estou a pensar – agarrou a atençao dele – sempre que acho que nao te vou voltar a ver, acabo sempre surpreendida.

—È...

—Aff, podias ao menos fingir que te importas e falar mais um bocado..

Ele meteu mais um pedaço de comida e olhou para ela, apontando para a sua boca com o dedo indicador do tipo:”Nao se fala de boca cheia”

Ela ia para continuar mas foi interrompida por um Bip que vinha do forno, as bolachas estavam prontas. Tirou-as para fora e o cheiro que elas libertaram prenderam o olhar do moreno. Ela com cuidado meteu-as num prato e deixou o tabuleiro no lava loiça, que já estava cheio. Deitou a massa de bolo para dentro da forma e meteu no forno, a ultima coisa que ia cozinhar.

Ele levantou-se e entrou na cozinha, ia para tirar uma bolacha que estavam irresistíveis mas Sakura agarrou logo na mao dele, impedindo-o.

—Ainda nao podes tirar.

—Porquê?

—Porque ainda estao muito quentes, vais te queimar.

—Fá-las arrefecer mais depressa.

—Como é  que queres que faça isso? – perguntou sarcástica, tirando o prato de ao pé dele – Vais ter de esperar mais um bocado. E nao faças birra.

Aquelas palavras do nada espetaram um sorriso na cara dele, um de verdade. O que era aquela rapariga? Ela nao mostrava nenhuma atraçao por ele, na verdade já estava ah vontade suficiente para gozar com ele, isso nunca tinha acontecido antes.

 Voltou a se sentar no sofá, trazia com ele uma expressão leve, ainda trazia com ele o pequeno sorriso que ela tinha lhe posto.

  Ele nunca tinha tido namorada, sempre preferio casos sem qualquer tipo de afeição, ele gostava assim, era bom simples e evitava confusões. Ele tinha sempre a gentilidade de dizer que nao iria haver mais que aquela noite e nunca fazia duas vezes com a mesma pessoa. Talvez o que ele precisava era de conhecer alguém fora daquela realidade, talvez pudesse se dar ao esforço de experimentar com ela, experimentar ter uma relação amorosa.

 Parte dele queria, a outra nao. Como é obvio tem sempre de haver o oposto, e é chato quando esse oposto tem mais argumentos ´contra´ comparado aos que ah a ´favor´.

 E depois ainda ha um terceiro naquilo, um neutro: ele nao estava com ninguém algum tempo, mais concretamente desde que a conheceu. Talvez isso lhe tivesse a afetar a cabeça. Sim devia de ser isso.

**

  O tempo passou, comeram, viram televisao e conversaram( ela falava e ele ouvia)

Quando se fez hora de deitar ele deixou a dormir no quarto dele enquanto ele foi dormir no sofá, e nao quis por mais pensamentos naquilo.