Ele acordou primeiro que ela, assim que relembrou arrependeu-se logo de tudo o que tinha feito, ela de certeza que iria ficar presa a ele pelo que aconteceu, já sabia como estas coisas corriam, e nao queria que tivesse de acontecer com ela.

Foi até ah cozinha e viu o telemovel dela, era por volta da uma da tarde.

Foi até ah porta principal e saiu sem pensar duas vezes. O fechar da porta fez-la acordar.

Estava meio confusa e olhava em volta do quarto. Espreguiçou-se calmamente na cama e um flash do beijo passou-lhe na mente. Sentou-se na cama num impulso: um sonho sabia que nao tinha sido..tinha?

Desceu as escadas e nao o viu em lado nenhum. «Ele foi embora enquanto eu dormia» pensou, meio triste.

Passou na cozinha para beber um pouco de agua, bem fria. Viu o seu telemovel em cima da mesa:tinha uma mensagem nova, o numero era desconhecido.

 Abriu a mensagem e começou a ler: era de Sasuke dizendo que ela tinha adormecido depois das luzes terem apagado e que ele a deitou na cama dela e foi embora. No fim dizia um simples obrigado por tudo.

 Suspirou aliviada, afinal tinha mesmo sido um sonho, parece que toda aquela duvida e preocupação que ela estava a sentir se tinha desvanecido, e fazia sentido ela nunca iria deixar uma pessoa beijá-la daquela forma. Riu-se de si mesma enquanto ia para a casa de banho. Estava a precisar de um banhinho quente.

 O dia passou bastante rápido, ela fez uma limpeza rápida pela casa o que ocupou o resto da tarde, passou pela rua para ver se havia alguns estragos feitos pela tempestade mas nao havia nada fora do normal e depois deitou se no sofa a mexer no computador.. Estava cansada e no dia seguinte tinha de ir trabalhar entao foi se deitar cedo.

 Talvez parte dela quisesse que nao tivesse sido um sonho, uma parte nao, ela queria mesmo que tivesse sido de verdade, era tao real o sentimento, o formigueiro que sentia na barriga sempre que pensava e repensava. Nao se ia prender aquele sonho, ela tambem tinha de ser realista, ele tinha aspeto de ser um autentico rebelde – riu – um rapaz giro com cara de mau, forte com uma personalidade fechada, ele de certeza que deve ter uma namorada, quer dizer, deve ter amigas com quem se diverte de vez enquanto, daquelas que se vestem bem de cabelos compridos, maquilhagem e etc. Ela nao era nada disso, ela era mesmo uma parolita que acordava cedo para ir trabalhar e que chegava ao final da tarde, comia e ia se deitar. Sim era isso que ela era e nao havia nada de errado.

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 Depois de vestir o uniforme dirijiu-se ao balcao do cafe. Era cedo ainda nao havia ninguém ali.

 Um dos seus colegas foi ter ao lado dela, chamava-se Sasori, ele trabalhava lá ah mais tempo que ela e ajudou-a muito no inicio.

—Pareces cansada.

—Pareço? Eu nunca durmo bem quando ah tempestades e ontem tive a fazer limpeza..então se calhar nao estou nos meus melhores dias – respondeu sorrindo.

Com o tempo um pequeno fraquinho foi crescendo por ela e ele passou a ser mais carinhoso para ela e a mesma nao era de ferro, aqueles pequenos gestos de ajuda e os sorrisos nao passavam despercebidos na sua cabeçinha cor de rosa. Ela tinha uma boa imagem dele, pelo menos do que ele mostrava para ela.

 Com o tempo esse fraquinho foi crescendo e nao pelo caminho até realmente gostar dela, foi pelo lado da obsessão. Desde do ano passado ela começou a demonstrar que correspondia os olhares e sorrisos, mas nunca falou nada, ele passou a ficar impaciente: também é das pessoas que quando quer tem e sabe bem como o ter facilmente. Do tipo de pessoa que nao se quer dar ao trabalho de ir fazer porque sempre teve quem lho fizesse, ele nao precisava de ir, porque elas vinham até ele. Uma forma simples de conhecer raparigas? Trabalhando num café moderadamente popular ah entrada da cidade. Simples.

 A conversa dos dois foi interrompida quando um cliente entra. Sakura ia para atende-lo mas Sasori parou-a e sorrindo avançou na frente dela.

Eram aqueles pequenos gestos gentis que punham um sorriso de verdade na cara dela. Tao simples e no entanto sabia tao bem.

Ela nao era estupida, ela já tinha percebido os sinas dele, mas havia algo nele, no olhar dele que ela nao gostava, o olhar dele nao tinha brilho, era frio, mas tudo o resto nele era vivo, o sorriso era caloroso e deixava qualquer um bem disposto.

Mas havia algo nele que ela sentia que Nao, era melhor continuar a manter a distancia que tinham.

O dia passou calmamente e para sorte dela nao foi um dia com muita gente.

Sasori esperava-a fora do pequeno quarto onde as raparigas mudam de roupa e quando ela passou agarrou-lhe no braço, ficando de frente para ela:

—Sasori-kun? Passa-se alguma coisa?

—Sakura....queres ir dar uma volta ou assim? Ainda está de dia.

—Hum? Sim claro, tambem nao tenho nada para fazer por isso pode ser..

Sairam juntos do café, enquanto andavam ele mantinha-se perto dela, mas nao perto de mais. Guiou-a até um parque meio abandonado e sentaram-se num banco de pedra ,ao pé de uma grande árvore, o único que nao estava partido. Nao disseram nada durante o caminho mas ele começou a conversa ali:

—Eu costumava vir aqui brincar com uns amigos, e sempre me lembro deste parque parecer velho.

—Dá pena ver estas coisas assim, podiam tratar melhor dos parques das crianças.

—Sim – ele encostou-se ah tronco da árvore – eu lembro me de eu e o meus amigos, ah medida que fomos crescendo falava-mos em arranjarmos este parque..

—Isso é uma otima ideia!-Disse animada, juntando as mãos em frente ao peito.

Ele fez um pequeno sorriso para ela e continuou:

—Mas eles tiveram de mudar de cidade, fui o único a ficar aqui..demasiadas memorias.  

—Oh lamento..-ela baixou a cara meio que atrapalhada, nao estava ah espera de ouvir algo assim triste, nao depois de se ter mostrado tao contente.

Ele passou a mao no queixo dela, elevando-o gentilmente e ela por momentos apagou-se, pensando apenas nele, no Sasuke, no sonho que ele a abraçou, aquele toque nao era nem parecido com o dele, podia ser mais doce mas era frio e nao trazia sentimento com ele.

—Nao precisas de ficar triste – disse largando-a. – estas coisas acontecem, quem sabe um dia ainda nos voltamos a ver e as coisas acabam por correr bem e construímos de novo este parque, talvez melhor.

—Espero que sim..- respondeu animada, mas nao demonstrou a mesma animação que ah pouco, desta vez foi de uma forma mais a ordenar que aquilo tinha mesmo de acontecer. Ele riu . 

 A tarde foi escurecendo, aquela parte da cidade nao parecia ser movimentada de noite, então Sakura levantou-se dizendo que já estava a ficar tarde. Ele ofereceu-se para a levar a casa, ela nao recusou embora nao tivesse completamente ah vontade com aquilo.

 Assim que saíram do parque ela ficou meio assustada, os candeeiros das ruas eram muito afastados uns dos outros, deixando uma parte da estrada totalmente ás escuras, mas ela nao mostrou medo, continuou a andar ao lado dele, olhando em frente.

 A dada altura ela deixou de reconhecer as ruas, nada ali parecia ser da mesma cidade em que ela estava ah minutos atrás, estava mais velho, sujo, havia grupos pequenos de pessoas a falar baixo entre si, nada daquilo parecia certo, ela olhou para ele, andava com um leve sorriso na cara. Ela sentiu que ele sabia bem o que estava a fazer.

—Sasori, falta muito para chegarmos ah estrada principal?

—Hum? Agora que falas nisso nao sei muito bem onde estamos.-respondeu mostrando-se preocupado.

—Acho que é melhor voltarmos para trás..-os homens ali olhavam para ela como se fossem cães e ela sentia-se o alvo principal de ataque.

—Ah espera! eu conheço aquele cafe, eu consigo ver-lo da janela do meu quarto-disse contente-entao a minha casa deve ser por ali..-« a casa dele?»Quase que parecia um plano já feito ah muito tempo, ela ficou meio suspeita mas nao ia dar meia volta sozinha, primeiro queria sair daquele lugar..-Vamos, rápido..

—Sakura?

A voz de Sasuke suou pesada atrás dela. Sasori parou de andar e virou-se, bastante aborrecido.

—Tss..Sasuke.

—Sasori.