—O-Obrigada – disse atrapalhada, procurando pelo ar nos pulmoes.

Ele nao respondeu, ficou a olhar para o rio e depois olhou para o ceu.

—Vives aqui perto, nao é?

—Hum?-ela ficou confusa, nunca tinha estado ali antes. Começou a avaliar o espaço ah volta, reconheceu algumas casas e ficou supresa, como é que ele sabia? –s-sim acho que sim..

—È melhor irmos andando, parece que vai chuver.- disse levantando-se num tom de voz chateado, mas baixo. Ela tambem se levantou logo e foi a andar atrás dele, mil e um pensamentos estavam a correr pela cabeça dela sem parar, por um lado estava contente , ele salvou-a e tambem por voltar a vê-lo, mas por outro ela nao sabia quem ele era, e ele sabia onde ela morava isso tambem era preocupante.

—Acho que agora estamos quites..-disse rindo ficando ao lado dele..

—È..

A presença dele era forte, ela sentia-se pequena ao seu lado, com medo na verdade, ele estava bem diferente comparando a outra vez que se encontraram, ela olhava fixamente para ele sem se importar e ele estava se a sentir incomudado com isso:

—Queres uma foto?-respondeu sarcástico

Ela rio, notava-se que ele nao estava com paciencia mas o riso dela acalmou-o um pouco.

Uma gota caiu na testa dela, fazendo ela parar e olhar para o ceu: de repente uma chuva imensa começa a cair, mas eles tiveram sorte já estavam ah porta da sua casa.

 Ela nao o convidou a entrar. Tambem nao era ele que iria fazer-se de convidado. Sem querer se importar com o facto de ela o ter ingnorado ia para andar quando a ouve falar :

—Podes te despachar?

Ela estava parada no lado de fora ainda ah chuva com a porta aberta ah espera que ele passasse. Supreendido ainda hesitou mas viu que ela ia ficar ali ah espera entao entrou.

—Isto foi inesperado, começou a chuver tanto do nada! - ela começou a falar coisas que ele nao prestava atençao, apenas olhava para ela, cada minuto que ele passava com ela eram estranhos, repentinos, nao dava para antecipar, ela deixou-o entrar na sua casa como se nao fosse nada e ele entrava de igual forma, como se fosse o mais natural a fazer, era estranho.   

Deixaram os casacos e os sapatos na entrada, ela subiu as escadas e desceu com algumas roupas pouco tempo depois:

—Tenho algumas roupas que eram do meu pai, podes te trocar na casa de banho, vou fazer alguma coisa para comer-mos.

Ele aceitou as roupas e foi se trocar. Na casa de banho olhou-se ao espelho: O que raio estava ele a fazer?! Ele nao vai a casa de outras raparigas, pelo menos nao daquela forma.

 É a voz dela que fez com que ele tivesse ficado, era a inocência e o brilho dos olhos dela que o fizeram querer ficar ali. Ele só ainda nao tinha percebido isso.

 Aquele corredor era familiar, ver a porta principal ao fundo,  e a cozinha era já ali.

 Abriu devagar a porta, voltou a ve-la na mesma forma que antes, distraida a cozinhar algo, mas desta vez a mesa ainda nao tinha comida. Reparou que ela tambem tinha ido trocar para umas roupas mais de casa, sim porque ela ficou na chuva ah espera que ele entrasse.

—Humm, bem pensei que te fossem ficar largas, mas podia ser pior, podes te sentar ali na sala eu liguei a televisao, ao que parece está se aproximar uma tempestade como nunca antes houve, que assustador.

 Ele sentou-se e de seguida ela pôs uma taça com biscoitos na mesinha de centro e sentou-se na outra ponta do sofa. Ele reparou que ela mostrava se preocupada, estava atentas ás noticias.

—Eles exageram sempre. – disse, tentando deixá-la menos preocupada. Olhou para ele, agradecida pelas palavras mas logo se levantou e foi para a cozinha, tinha comida a fazer, nao se podia distrair. – Sabes que sao quase tres da manhã..?

—Haha, sim sei,  mas nao tens fome?

—Eu devia de ir andando.

Ela voltou para a sala, mas desta vez ficou de pé.

—Já viste como está a chover!? Alias podes me ajudar a fechar as persianas? –respondeu indo em direçao ás janelas da sala.

 Ela gostava de o ter por perto, entao simplesmente mudou o assunto, sabia que ele iria mesmo embora se ela continuasse aquela conversa.

 Depois de terem fechado todas as persianas, ela mudou de canal para desenhos animados e comeram na sala. Ela ainda tentava fazer conversa mas ele dava respostas curtas, as vezes apenas fazia um barulho, mas nao chegou a haver um único momento em que ficaram constrangidos.

A comida dela tambem foi algo que ele nao ficou indiferente, era saborosa.

Ele ajudou-a a levar as coisas para a cozinha, ficou a ve-la a por tudo dentro do lava-loiça e quando ela se ia voltar ele encostou-se a ela, agarrando-a levemente na cintura.

—Sa-Sasuke?

—Nao devias deixar pessoas estranhas entrarem assim na tua casa, ainda por cima sozinha, é perigoso.

Ela riu sentindo-se embaraçada –aha Sasuke do que é que estas a falar?

 -Nao fales comigo como se fossemos amigos, nao sabes o que posso fazer contigo.-Ao ouvir aquelas palavras o seu sorriso caiu, ele encostou a sua cabeça no ombro dela e ela conseguiu ouvi-lo suspirar, cansado.- Desculpa- disse baixo soltando-se dela- eu..nao..

—Nao te preocupes em explicar, tens razão eu devia ter mais cuidado, mas das duas vezes que nos encontramos nao houve mais nada que eu pudesse fazer.

—Mesmo assim- respondeu de imediato, autoritário- eu só aqui vi duas vezes a contar com esta e sei onde moras e sei que moras sozinha, tu nao me conheces, podia ter corrido mal para o teu lado se fosse outra pessoa qualquer.

—Entao estas a dizer que és boa pessoa?

—Humpf, pensa o que quiseres mas nao faças isto com todos que vez na rua.

—Haha, ainda nao tinha ouvido a tua voz assim.- disse alegre, ele pelo contrario ficou confuso – afinal de contas ainda nao ouve nenhuma vez em que disses-te mais que tres palavras para mim.

—Como é que consegues estar tao calma?

—Como assim?

Ele voltou a aproximar-se e ficou de frente para ela, próximo, deixando num estado de alerta a qualquer movimento suspeito

—Nao tens medo de mim?- a voz rouca e grave fê-la arrepiar-se, mas ela nao ia mostrar a parte fraca, fez o seu melhor sorriso e respondeu que nao.

Avaliou cada centímetro daquela cara, ela era bonita, já notou que era uma pessoa amigável, querida para o outros, ele mesmo era um exemplo disso. Uma pessoa como ela nao podia ter ligaçoes com um rapaz como ele, e nao é por ele ser má pessoa, porque ele nao é, mas a vida que levava e as pessoas com quem se dava, tudo ah sua volta era o oposto do mundo dela, mas nao se ia fazer de vitima porque ele mesmo escolhe aquilo que quer e gosta da vida que tem.

Ela afastou-se meio atrapalhada e continuou  falar, pois reparou que ele fixava-a intensamente.

—Da outra vez que nos vimos disses-te que era melhor para mim estar longe de ti, isso era sobre o que? Nao me digas que és algum tipo de criminoso, ou assassino.

—Humm-fez cara de quem estava confuso – quem sabe.-deu com os ombros e foi de volta para o sofa.

—Nao tem piada, diz lá

Assim que ela se sentou ao seu lado, a casa ficou ás escuras, e ouviu-se uns trovoes ao longe.