Pov's Melanie

Espero 40 minutos depois de Sean fechar a porta, e levanto da cama acendendo o abajur, pego minha mochila que eu havia colocado ao lado da poltrona, junto com a roupas recém–lavadas que estavam em cima da mesma, coloco tudo em cima da cama, tiro a camisa e a calça que o Sean me emprestou, ficando apenas com a sua boxer que ficava um pouco larga para mim, então coloco a minha própria calça moletom e uma camisa fina de manga comprida, junto com a jaqueta que ele havia me emprestado no carro quando nos conhecemos.

Dobro a roupa dele que eu estava vestindo e a coloco em cima da cama, me sento na poltrona para colocar a meia e calçar o tênis, quando termino me levanto e faço um rabo no meu cabelo. Verifico se as minhas coisas ainda estão dentro da minha mochila e coloco umas das alças dela em meu ombro e apago o abajur antes de sair do quarto.

Pov's Sean

Acordo ouvindo o rangido de uma porta abrindo e logo em seguida se fechando, sento na cama passando as costas da mão no olho, ouço passos que eu considero ser de alguém descendo a escada. “Deve ser só a Melanie indo pegar algo na cozinha” Penso e me aconchego novamente na cama, logo ouvindo o som de água vindo da cozinha.

Passado alguns minutos ouço um som de chave vindo lá de baixo. “O que ela está fazendo mexendo com uma chave?” Resmungo na minha cabeça, enquanto viro para o lado oposto ao qual eu estava deitado. Mas levanto da cama em um pulo quando ouço o barulho do trinco da porta e logo em seguida a mesma se abrindo.

“Ela não está fazendo isso!”

Coloco o chinelo o mais rápido que consigo e abro minha porta, que anteriormente estava apenas encostada, descendo rapidamente a escada, mas quando chego á sala a porta já havia se fechado, vou até ela e vejo no chão a alguns centímetros da porta a chave. “Pelo menos ela não ia deixar a porta aberta” Penso, mas logo balanço a cabeça “Para de ser um idiota Becker”.

Pego a chave no chão e a uso para destrancar a porta, e corro para fora da casa largando a porta aberta. Olho para os lados e vejo a alguns metros um pequeno corpo andando com uma mochila pendurada no ombro, sorrio e vou até ela.

— Melanie Foster – Digo sério quando já estou perto dela e ela para de andar.

— Sean – Ela sussurra, dou meia volta parando em sua frente, ela está com a cabeça baixa.

— Por que você está indo embora? – Pergunto para ela.

— Por que você tem a sua vida, tem o seu trabalho, tem os seus amigos, e eu não posso ficar na sua vida para sempre – Ela responde baixo.

— E para onde você iria?

— Não sei.

— Você conhece a cidade?

— Não.

— E mesmo se você soubesse como você iria pagar por comida, roupa e outras coisas? – Ela não responde, apenas olha para longe.

— E por que você quer ir embora?

— Não sei – Ela responde e mexe desconfortavelmente na alça da mochila.

— Você não gostou de mim, é isso?

— Não, eu gosto de você – Ela fala alto e me olha.

— Você não gosta da minha casa?

— Eu gosto.

— Você não gosta da comida?

— Não é isso – Diz.

— Então por que você quer ir embora? – Ela não responde, apenas aperta fortemente a alça que ela segura.

— Eu não quero ser um incomodo para você – Ela solta e eu posso ver lagrimas ameaçarem a cair de seus olhos.

Puxo–a pelo braço na minha direção e quando ela se choca contra o meu peito eu a aperto entre meus braços, abraçando–a.

 – Não diga isso, você nunca seria um incomodo para mim – Digo ainda a abraçando – Eu gosto da sua companhia.

— Como você pode ter certeza que gosta da minha companhia se nós nos conhecemos há apenas alguns dias? – Ela pergunta e eu sorrio.

— Que isso não seja um problema – Digo a soltando do meu abraço, pego sua mão e começo a andar a puxando.

— O que você está fazendo? – Ela pergunta e apressa o passo até estar do meu lado.

— Voltando para casa – Digo.

— Por quê? – Melanie perguntou.

— Para provar que mesmo depois te conhecer por mais de alguns dias eu ainda irei gostar da sua companhia – Falo sorrindo para ela que me encara por um tempo.

— Tem certeza?

— Por que não teria? – Pergunto para ela que apenas balança os ombros – Vamos voltar para casa, deixei a porta escancarada ­– Digo coçando a cabeça, Melanie ri.

OoOoOoOoO

Melanie resmunga algo incoerente enquanto dorme e se remexe na cama.

Ela está no meu quarto, ou melhor, na minha cama, eu não a deixaria sozinha, logo após uma quase fuga e de com os argumentos dela, a minha cama é mais confortável. Então nós dois viemos para o meu quarto e ficamos conversando até ela acabar pegando no sono.

Dou um meio sorriso e continuo a acariciar seus cabelos, já que sua cabeça continuou em cima do meu peito.

“Você não faz ideia do quanto está errada sobre o que disse, é sim capaz de eu já gostar de sua companhia tendo passado apenas alguns dias que nos conhecemos”.

Dou um beijo em sua testa antes de me entregar ao sono, dormindo com um sorriso no rosto e sua cabeça sobre o meu coração.