Respirando fundo, a loira galopava em direção ao lugar onde morava o homem que comprou a garota, esperava do fundo de seu coração que Eden estivesse bem, estava disposta a fazer o que pudesse para resgatá-la.

Logo avistou uma espécie de fazenda, um homem chicoteava alguém que tinha as pernas trêmulas e sangue no rosto, mas se recusava a cair, com um porte digno de um nobre, o rosto erguido, não cairia até que não aguentasse mais; então  essa pessoa virou para o horizonte, seus olhos focaram em Gabrielle e brilhavam como uma chama viva, infinita, até se fecharem e tombou para trás.

— Yow! – a loira apertava as rédeas do cavalo para que fosse mais depressa, saltou como uma fera sobre o chicoteador, lançando uma chicotada bem no rosto dele, muitos escravos ao verem o dono caído, correram livres pela estrada, já o homem tonto tentou lutar, mas mesmo tomada pela raiva, Gabrielle não o queria agora, queria ajudar a menina antes que fosse tarde demais, Eden desmaiara amarrada ao tronco e as cordas lhe penduravam como uma marionete macabra, a loira cortou as cordas e ela caiu no chão.

Gydeon aproveitou o momento de distração e agarrou uma tora de madeira, acertando-a por trás.

O gosto de areia invadiu sua língua, estava no chão, mesmo ferida ela pôs-se de pé e conseguiu desarmar o adversário; logo o rico dono de escravos tombou, tonto demais depois dos chutes e socos da guerreira, alguns escravos terminaram o serviço, aplicando golpes e mais golpes no homem e em seus soldados.

Gabrielle pegou a menina nos braços e a levou a cavalo até um local seguro, um riacho que cortava a floresta com sua água cristalina.

Deitou a jovem no chão, pois seus braços estavam cansados, o coração dela batia, mesmo com a respiração fraca; a loira apanhou ervas medicinais ao redor e colocou sobre os cortes da menina, a maioria era simples, mas havia uma grande quantidade de sangue saindo do braço e da boca, ela estava cada vez mais gelada. Então decidiu amarrar forte um tecido no braço de Eden e usou outro pedaço de pano para limpar o sangue de seu rosto com a água do rio.

Talvez fosse bom ela estar desmaiada – Pensou – Seria impossível tratá-la enquanto gritasse de dor.

Passando algumas horas, começou a se preocupar que a menina não estivesse acordando, já era quase noite e ela acendeu uma fogueira, ficando de olho nela.

Tirou seus cabelos do rosto, ela ainda parecia com aquela criança, apenas mais crescida, sentiu seu coração vibrar, realmente a amara muito, mas sabia que Xena ficaria feliz ao saber que ela estava crescendo com Cyrene.

Enquanto recolhia os galhos pensava no choque que seus olhos lhe causavam, agora que estava dormindo era completamente inofensiva, os olhos fechados, não precisaria falar nada.