O choque de vê-la foi impressionante, como rever um antigo conhecido que viajou para longe e agora estava de volta, seu rosto era familiar dos sonhos, mas neles ela não sabia quem era, sentiu-se feliz pensando que ela nunca a havia abandonado.

Eden estava tonta de alegria, balbuciou algumas coisas inteligíveis, a voz a havia deixado nervosa, pegou as mãos de Xena por uns instantes esperando que acordasse.

Gabrielle se aproximou do salão gritando o nome  da menina e só então a menina lembrou que a ela não sabia nada da história.

— Venha Gabrielle! As sacerdotisas conversaram comigo!

— Quem? Não há ninguém aqui, eu vi fogo! Você está com febre, tendo alucinações?

— Eu estou bem, me escute...

— Não Eden, isso é sério! Eu estava preocupada demais com você, achei que podia ter morrido. Como pôde fazer isso? — Reclamou com um olhar triste e uma expressão séria.

— Venha comigo, eu tenho um presente que ganhei das sacerdotisas, mas que você também era gostar.

Mesmo a contragosto ela seguiu a menina para saber que maluquice era aquela antes de lhe dar um bom sermão.

— Veja! Veja!

A loira arregalou os olhos.

— Como você fez isso?

— Eu disse que queria ver Xena, conviver com ela, então ela disse que haveria tempo para resolver os assuntos inacabados.

A guerreira começou a se mexer e as duas observavam, até que ela abriu os olhos e sentou-se.

— Gabrielle?

A loira correu com lágrimas nos olhos para abraçar a guerreira.

Eden espiava sem saber o que fazer, ela a olhava timidamente, como uma criança conhecendo gente nova, já Gabrielle olhava para ela como um cego retomando a visão, tão feliz que seria impossível descrever.

Sentada com Gabrielle ao seu lado, Xena levantou a sobrancelha para Eden.

— E-essa moça é Eden — falou Gabrielle ao ver que as duas se encaravam.

— Não seja boba Gabrielle, Eden ainda é uma criança, onde está o meu bebê?

— É ela, repare em seus olhos, parece tanto com você.

A guerreira levantou e tocou os ombros de Eden, viu nela sua filha.

— Está tão crescida — E a abraçou forte.

Caminharam lado a lado até o acampamento que as duas tinham montado mais cedo, onde também deixaram o cavalo.

— Você tem sorte Eden, muita sorte, eu estava realmente muito brava, mas agora não poderia estar mais feliz.

Ao cair da noite elas dormiram, ou pelo menos fingiram dormir, Xena olhava as estrelas, seus olhos brilhavam por estar de volta, Gabrielle observava a amiga, tão feliz que ela estivesse nesse mundo com ela novamente e Eden pensava sobre o seu futuro agora que pôde trazer a irmã de volta, tinha certeza que Gabrielle e Cyrene ficariam muito mais felizes.

Cedo de manhã Xena e Gabrielle arrumavam os pertences para seguir viagem, Eden ainda dormia, a loira contava a amiga o que havia acontecido no Egito e sobre Cyrene pedir que a neta se tornasse sua aprendiz.

— Não sei como vou fazer para agradecê-la.

— Não precisa, eu sei que faria o mesmo.

— E a ela? Minha filha? Pediu-me aquele templo, podia pedir qualquer coisa no mundo.

— Comece dizendo obrigada – Disse a loira sorrindo.

— Finalmente tudo está nos eixos.

— Ah Xena, eu senti tanto a sua falta – Gabrielle a abraçou.

Eden finalmente acordara, ficou uns minutos olhando as amigas conversarem.

— Oi Eden – disse Xena olhando exatamente para a direção que a menina vinha.

— O-oi – disse a menina, ela ainda ficava bem tímida a falar com a recém-chegada.

— Venha Eden – falou Gabrielle – achei que gostaria de finalmente conversar com sua irmã.

Xena encarou Gabrielle por alguns segundos, irmã?

A loira soluçou um: — Longa história — e pôs-se a recolher gravetos.

Quando Eden não estava por perto Gabrielle pôde explicar melhor o que estava acontecendo.

— Cyrene achou que estaria mais segura se fosse sua irmã, afinal, com você morta todos esperariam que surgisse uma guerreira a altura e porque não sua filha?

— Minha mãe é esperta realmente, muito mais do que eu teria imaginado, acho que a menina devia saber a verdade, mas não quero forçar nada.

— Dê um tempo a ela, deixe que se apegue a você, talvez um dia ela acabe descobrindo.

— Vai ter o tempo que precisar, acho que estou aqui para resolver isso, é meu assunto inacabado.

— Cyrene já deve estar no outro mundo, mas não posso verificar ou Eden saberá e vai sofrer muito, não está pronta para isso.

— Eu não quero que ela sofra e se para isso for melhor nunca saber, de mim ela nunca saberá.

— O que estão cochichando? — Perguntou curiosa — Algo que eu não possa saber?

— Não seja intrometida — Brincou Gabrielle — É uma conversa de adulto.

Ela franziu as sobrancelhas e seus olhos faiscavam, detestava quando era tratada como criança.

— Você fica engraçada quando está brava — Disse Gabrielle enchendo-a de cócegas até que conseguisse fugir.