Descobrindo quem eu sou escrita por Ravenclaw s pride


Capítulo 10
Não há lugar como o lar?




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Enquanto isso em Amphípolis, Cyrene tinha o coração apertado, as meninas de sua vila haviam voltado, menos Eden, as amigas contaram que ela foi vendida e que Gabrielle foi atrás, algo ainda mais difícil de fazer, resgatar uma menina escrava entre inúmeros guerreiros, defensores e outros escravos que podiam lutar a favor de seu senhor. Cada pensamento desses a deixava mais abatida e menos esperançosa, e se a jovem loira não conseguisse? E se a garota já estivesse morta? Quem iria lhe dar essa notícia? Esperaria até a morte sem jamais ver a menina?

Tudo estava sendo reconstruído, o povo se refazia como uma fênix, depois de cada desgraça pareciam mais fortes a continuar, ah! Se também fosse assim com ela, se toda dor passada se tornasse força para algo mais.

Cyrene sabia que não poderia proteger a menina por muito mais tempo, talvez, depois que voltassem ela pediria a Gabrielle que a levasse e protegesse para poder ensinar-lhe defender a própria vida.

A velha senhora costumava caminhar pelas ruínas no início da cidade, esperando ser a primeira a ver a volta da neta, um velho amigo de Eden, Colossus, havia estado na cidade algumas vezes procurando por ela, era triste dizer que a garota não estava, parecia ainda mais verdadeiro.

Certo dia tomava sol em frente a cidade quando ouviu o aproximar um cavalo, encostou-se atrás da velha coluna para ver sem ser vista. Seu coração quase saiu pela boca de tanta felicidade, Gabrielle vinha no cavalo e mãozinhas magras agarravam sua cintura.

— Eden! Querida!

— Mãe! – gritou a menina finalmente descendo do cavalo e agarrando Cyrene.

A loira trouxe o cavalo pelas rédeas e juntas seguiram para a casa que os aldeões haviam reconstruído.

O lar estava ao seu redor, a casa de Cyrene estava quase igual, pois a comunidade unida havia reconstruído, puderam rever Cherryl e as outras meninas, ao longo da primeira semana Gabrielle esteve com ela e Lorcan não voltou a perturbar, porém algo parecia incomodar a idosa no dia em que a loira disse que partiria.

A guerreira preparava o cavalo e os mantimentos, viajaria logo e queria escapar da próxima chuva, mas Cyrene pediu para falar com ela antes, achou que devia.

— Gabrielle?

— Estou aqui, senti que queria falar comigo.

— Eu realmente quero, sei que já explorei muito sua paciência, mas tenho um último pedido.

— Pode falar.

— Quero que leve Eden com você.

— Como? A garota jamais aceitaria, ela gosta bem da vida que tem e a ama demais para que possa partir.

— Menina, eu estou velha e não durarei muito, descobri a algum tempo que tenho poucos dias de vida, não quero que ela saiba, Eden é jovem e eu não posso defendê-la de nada, você tem que ensiná-la antes que ela acabe sozinha, ou que se torne refém de um desses homens cruéis, quando eu me for ela não terá ninguém.

— Eu entendo, mas se está morrendo, porque não deixa a menina para acompanha-la em seus últimos dias?

— Não terei paz sabendo que ela me verá morrer, ela não merece isso e eu temo que se revolte como Xena com a morte de seu irmão, eu consultei o oráculo e é o melhor a se fazer.

— Escute Cyrene, eu tentarei, chamarei ela para vir comigo, mas contra a sua vontade não sei como irei levá-la, eu não poderia — Suspirou a loira.

Eden se aproximou pela grama gasta e terra poeirenta, ninguém sabia o quanto ela havia escutado.

A mulher a abraçou, o clima estava tenso como pedia uma despedida.

— O que está acontecendo?

— Você irá com Gabrielle filha – era uma afirmativa, não uma pergunta.

— Não posso deixá-la.

— Pode, ficarei bem e você também ficará, leve isto – e estendeu uma espécie de bolsa tecida por ela.

— Mãe, não pode ficar sozinha.

— Ficarei na casa de Lily, com ela e a mãe, estarei bem, faça o que estou dizendo, deve me obedecer e eu digo que vá com ela, aprenda com Gabrielle.

Os olhos azuis estavam marejados, a idosa ainda usava a pulseira de Eden.

— Não mamãe, por favor, venha conosco ou Gabrielle pode ficar, não me faça ir.

— Você entenderá um dia, mas por agora quero que vá e cresça, é tudo que eu posso fazer.

As lágrimas escorriam pelo rosto da garota e agora a idosa também chorava.

— Tem que me prometer que vai aprender com Gabrielle e não se desvie do seu caminho, aqui já não é seguro, ela é responsável por você agora, eu não ficarei aqui muito tempo — Ela a abraçou e beijou suas bochechas com toda a força que tinha.

Horas depois a menina partiu rumo ao desconhecido mundo lá fora e a anciã recolheu-se aos seus aposentos sabendo que desta vez fez a coisa certa, não cometeu os erros anteriores, deixou que a menina aprendesse com alguém que ela confiava e tinha certeza que onde quer que Xena estivesse, concordaria plenamente que não havia local mais seguro.


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Notas finais do capítulo

:) Bem feliz que as visualizações estão aumentando, mas adoraria saber o que estão achando meus fantasminhas ♥



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