Chegaram a um lugar ideal para passar a noite, então desceram e Gabrielle fez uma fogueira.

— Amanhã acordaremos cedo, então é melhor cuidarmos logo disso.

— Para onde iremos?

— Você verá.

— Eu não sei o que está acontecendo com minha mãe, pensei que ela me queria por perto, ela não sentiu minha falta quando eles me levaram — Comentou abraçando os joelhos.

— Não pense assim de Cyrene, sei que ela quer o seu bem, que não se repita tudo o que aconteceu.

— E o que aconteceu?

— Acho que não é a melhor hora para falar disso, pegue — Disse jogando um cobertor para a garota, sorrindo em seguida — Pode dormir aí.

— Do que está rindo?

— Da ironia desta vez, você faz perguntas demais.

Eden colocou o cobertor sobre a cabeça e fingia dormir, mas a loira podia ouvir seus soluços e isso lhe partia o coração; Então deitou-se ao seu lado e fez carinho em sua cabeça até que dormisse.

Naquela noite a maior estrela visível brilhava com intensidade e parecia olhar por quem estava na terra, o que aconteceria agora?

Eden se remexia em um sono inquieto — ME LARGUEM! SOCORRO!

— Acorda — Dizia a loira balançando — Acorde, é um pesadelo.

A menina a abraçou morrendo de medo

— Calma, ninguém te fará mal, eu estou aqui, deite de novo.

— Eu não quero dormir, não quero ver tudo aquilo de novo.

— Sei o que te fará ter bons sonhos.

— O quê? — Perguntou curiosa.

— Uma história.

Tempos e tempos atrás, quando não havia quase nada nesse mundo, nem eu nem você, ou seus avós, bisavós, tataravós, havia apenas o céu e este tinha seus próprios moradores, a lua, as estrelas, os cometas e outras coisas que jamais saberemos que há.

Naquela época o universo era jovem e os astros não se ajudavam, o sol era o mais tolo, iluminava tudo e tinha muito orgulho por brilhar mais que os outros, lançando seus raios por tudo que conseguia.

— Meus olhos! — As estrelas reclamavam! — Não podem me ver com tanta luz.

— Apague isso — Resmungava a lua— Esse brilho todo me faz mal.

Os seres mais antigos do universo resmungavam pela petulância do jovem sol e a terra que ainda era uma criança reclamava que precisava dormir, mas era sempre dia.

Os astros montavam ideias mirabolantes para livra-se do sol, jogar poeira preta, escurecê-lo ou apagar o seu brilho incessante, mas uma estrela mais velha decidiu orientar o sol.

Pequeno sol, podes brilhar aqui um tempo e depois brilhar do outro lado da terra, assim todos podem aproveitar o teu brilho, e nós podemos dormir, todos ficarão contentes.

O jovem sol estava feliz e colocou o plano em prática, graças a isso começou a haver dia e noite e puderam surgir os homens na terra, então, quando aqui está noite, o sol está em sua outra casa, do outro lado da terra ou com seus amigos astros.

Os olhos de Eden estavam fechando de sono, antes de se entregar ao mundo dos sonhos ela sussurrou: — Esse conto deve ser bem antigo, porque o sol já é um idoso.