Redemption escrita por Marimachan, Ginko13, Fujisaki D Nina


Capítulo 4
IV - First Impression


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, minna-san! Aqui está o capítulo 4. Espero que gostem. :)
Lembrando que os links para ver as imagens dos personagens estão nos capítulos anteriores. A farda da Shinikayou está nesse capítulo. Imaginem com as mudanças descritas no texto.
Boa leitura! ;)
~Marima
*~*~*
Olá olá senhoras e senhores, capítulo quentinho de final de semana pra vcs!
Pra hj temos aquelas muitas novidades q pra alguns já não são tão novidade, mas vamo lá
Bebam uma aguinha, respirem fundo e lesgô
Muito boa leitura!
~Ginko
*~*~*
Mais uma semana, mais um capítulo pra vocês! Quem aí tá curioso pra bisbilhotar o que é esse lugar que Gintoki vai morar de agora em diante???? Muitas respostas e muitas surpresas aguardam vocês nesse cap! Divirtam-se e boa leitura ^-^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/725154/chapter/4

Já eram 12:05 quando ele preparava-se para descer e ouviu alguém batendo na porta. Permitiu com um simples “entre” e então a porta abriu-se, revelando uma senhora que por mais que ele não visse há muito tempo, não existia possibilidades de não reconhecer.

Mesmo que os fios grisalhos fossem muitos em meio aos poucos castanhos-chocolates e o rosto liso e comprido já expressasse as rugas adquiridas com a idade, aqueles olhos castanho-avermelhados como os dele eram inconfundíveis: não por sua cor única, mas por toda a gentileza que eles carregavam.

Levantou seu olhar rapidamente até o coque baixo e folgado, onde o adorno se encontrava fixo; ela nunca deixara de usá-lo. Desde aquela época a pequena camélia vermelha enfeitava seus cabelos. Sorriu de leve, ganhando também um sorriso de volta, embora o sorriso ganhado trouxesse uma mescla de tristeza e alegria. Realmente, ela não parecia ter mudado nada desde aquele tempo.

— Boa noite... vovó. — cumprimentou, fazendo-a abrir um pouco mais o sorriso e então fechar a porta, para encaminhar-se até ele, já sentado na cama.

— Gintoki... — iniciou, aproximando-se e também sentando-se. — Sinto muito, querido. Não queria te ver aqui novamente — lamentou de forma gentil.

— O que é isso? Me odeia tanto assim que não queria mais me ver? Estou decepcionado — afirmou categoricamente, o que fez a senhora rir de leve.

— Claro que não — negou, no mesmo tom do neto. — Apenas não queria ver você voltando a viver neste lugar, do qual você fugiu por tantos anos. E com motivos.

— Vovó — iniciou, em um tom um pouco mais sério, embora ainda ameno. Estar perto de Tomoko significava não conseguir ser diferente disso. — Eu teria muitos meios de não voltar para cá, inclusive lutar se fosse preciso. Fiz aliados e amigos o suficiente para isso naquele lugar. Ainda assim, preferi não fugir mais. Acho que passou da hora de eu enfrentar minha própria história e a consequência das escolhas que eu fiz ainda naquela época — concluiu, expondo o que mais firmemente fixava-se em sua cabeça nos últimos dias.

— Você fala como se o pecado fosse apenas seu, quando nem seu ele é — bronqueou de leve.

— Não é meu? Vovó, ele não é de ninguém além de meu — retrucou mesmo que de forma calma. — As escolhas foram minhas, fui eu que as fiz.

— Mas... — iria rebater; interrompeu-se, porém, ao ver a expressão no rosto do mais novo.

Ela via muitas coisas naqueles olhos idênticos aos seus. Podia ver toda a culpa que carregava pelo acontecimento mais de 20 anos atrás, bem como toda a tristeza que obviamente o perseguiu por todos os seus anos de vida seguintes. Via também, entretanto, a determinação em tomar aquele fardo para si e assumir as consequências de suas próprias escolhas.

Desarmada de argumentos, não pôde fazer nada além de levantar-se e em seguida abaixar-se até seus lábios alcançarem a parte mais superior da testa do neto, abandonando ali um beijo terno.

Ao afastar-se, sorriu novamente.

— Ela estaria orgulhosa de você agora. O garotinho dela se tornou um grande homem — externou seu próprio orgulho.

Por um minuto a sentença o deixou surpreso; logo fez uma careta, contudo.

— Não acho que esteja certa — opinou, lembrando-se dos seus últimos 20 anos de vida. Sem dúvidas ele fora um ser humano nada respeitável.

Tomoko riu.

— Não pode ter sido tão ruim assim.

— A senhora se surpreenderia se eu contasse tudo — revogou.

— Ok! Esqueçamos essa última parte! — exclamou já se encaminhando para fora do quarto. Ao chegar na porta, contudo, voltou-se sorrindo. — Venha, vamos almoçar — chamou estendendo seu braço, chamando-o a unir-se a ela, para então seguirem em direção ao andar térreo.

(...)

O sol já se encontrava alto no céu de Aokigahara quando seu despertador começou a tocar às 6:40 da manhã. Sua vontade era de tacá-lo na parede e provavelmente faria isso caso não tivesse subitamente se lembrado que aquela ali não era mais sua casa e seus dias preguiçosos aonde obrigaria Shinpachi ou Kagura trabalharem em seu lugar. Talvez aquela fosse a pior parte de sua nova rotina; ele realmente seria obrigado a acordar mais cedo a partir daquele dia e a trabalhar duro caso não quisesse ser morto em seus primeiros dias de posse.

— Tsc — reclamou virando-se de barriga pra cima e esfregando o rosto, tentando acordar de alguma forma mais eficaz.

Ao sentar-se, espreguiçou-se e só então levantou-se de vez, para finalmente ir até a janela e abrir as cortinas, se arrependendo imediatamente do ato assim que seus olhos gritaram ao receber toda aquela incidência de luz.

— Não podia ao menos estar nublado? — reclamou para ninguém em especial, talvez para o próprio céu irritantemente azul. — Você podia cooperar um pouco — concluiu resmungando e seguindo para o banheiro.

Após fazer sua higiene matinal, abriu o closet e logo localizou seu alvo, posto de forma ordenada e bem arrumada ao fundo do espaço amplo, junto de mais três cópias iguais.

A farda era branca e polida, adornada com fios dourados, e na parte anterior de seu antebraço, próximo ao pulso, se encontrava o símbolo da Tenshouin Shinikayou, costurado em azul Royal cintilante, embora sem brilho. No compartimento térreo, abaixo do no qual se encontrava as fardas penduradas em cabides, estavam as botas de cano longo, brancas com finas faixas no mesmo tom de azul que o símbolo da organização costuradas nas laterais; dobrada cuidadosamente, ao canto do compartimento dos trajes, encontrava-se a faixa dourada, usada apenas em ocasiões solenes — como seria a do próximo final de semana; na gaveta sob a madeira do compartimento, se encontravam as luvas brancas.

Revirou os olhos só de pensar no peso e no calor que toda aquela merda iria trazer para si no dia-a-dia. Novamente praguejou o clima por estar tão aberto. Ainda assim, desistindo de botar defeito nos trajes que teria que vestir dali em diante, tirou um dos cabides, pegou um dos pares de botas e um dos de luvas e seguiu de volta para o quarto, onde terminou de se trocar.

O café da manhã não foi muito diferente do almoço e do jantar da noite anterior, onde Tomoko e Keiko, a mais nova de seus irmãos, eram as únicas que se importavam realmente em manter algum tipo de conversa com ele — não que ele mesmo se importasse em ter alguma conversa com os outros presentes. Seu pai e aquela que seria sua madrasta mal abriam a boca — o que ele notou ser porque simplesmente não gostavam de falar enquanto comiam —, assim como Hashirou, seu avô que parecia tentar ignorar todo e qualquer tipo de sinal de sua existência à mesa, e Kasai, que sempre fora muito silencioso desde dos tempos antigos. Akira, o filho mais velho, e Milianny, a do meio, não estavam presentes no desjejum — embora nas refeições anteriores não tenham dado tanta importância à presença do novo integrante da família. Mesmo assim, no pouco tempo que esteve presente à mesa, já pôde identificar os traços de cada um dos com quem partilhava as refeições.

Sakata Hashirou ele já conhecia muito bem, embora preferisse não ter conhecido.

Souichirou ele já percebera desde o primeiro contato que não era o tipo de pessoa que tinha seu equilíbrio abalado por qualquer coisa. Sempre muito centrado, tranquilo e neutro, conversava normalmente com qualquer pessoa que viesse até ele, e demonstrava ser sempre muito educado. O gelo em seus olhos era direcionado unicamente para ele, o que nunca o culparia por tal, já que o mais velho tinha seus motivos para provavelmente odiá-lo.

Karien era séria, embora muito cortês — até mesmo para com ele, o que realmente o surpreendeu. Parecia ter suas ambições e ter plena consciência — assim como gostar muito desse fato — de que possuía alta posição naquela casa e na própria cidade. Sabia ter classe, muito provavelmente fora educada para agir como a perfeita nobre que era. Além de tudo, aparentemente era o tipo de mulher que se doava por inteiro à sua família, sempre apoiando o marido no que fosse necessário.

Akira, o primogênito do casal, era parecido com a mãe no quesito ambição, mas parecia ser sagaz e inteligente como o pai, além de ter um certo ar de canalha sedutor visível de longe — ainda que já estivesse comprometido à primogênita do clã Okinano. Parecia ter escrúpulos, mas sabia ser insuportável quando queria, principalmente quando resolvia encher seu saco deixando claro que quem assumiria o clã era ele. Quase tacara a faca ao lado do prato em sua direção no jantar, agradeceu intimamente, entretanto, à Soichirou por tê-lo feito calar a boca antes que cometesse o homicídio. Mesmo assim, o mais novo parecera entender que não sairia daquelas sem levar umas boas patadas, até por que: Sakata Gintoki nunca fora flor que se cheira.

Milianny, talvez, o irritara tanto quanto o irmão. Não por seu gênio, que na verdade era muito parecido com a mãe, mas porque entrava em uma discussão ferrenha a cada cinco minutos com o outro. Ele até riu-se internamente algumas vezes, lembrando-se que provavelmente era assim que ele e Takasugi se comportavam na maior parte do tempo naquela época.

Agora Keiko... Keiko fora quem mais o conquistara ali, sem dúvidas. A menina de apenas dez anos era absolutamente simpática e extrovertida. Parecia extremamente animada em ter mais um irmão mais velho e por isso mesmo não parava de lhe fazer perguntas; o que às vezes fazia Tomoko ser obrigada a chamar a atenção da pequena. Ainda assim, tentou ser o mais agradável possível para ele com a garota, já que provavelmente era a única dentre os meios-irmãos a qual não teria vontade de matar o tempo todo.

Após o café da manhã, dirigiu-se diretamente à sede da Tenshouin Shinikayou, junto de Kasai, onde seria apresentado como novo comandante da organização. Miyamoto agora não utilizava mais a faixa azul royal sobre seus trajes, mas a cinza como os outros membros.

Enquanto perpassava os jardins e construções da sede, que ficava pouco mais de 20 minutos distante do castelo, ia sentindo o impacto das lembranças que possuía daquele lugar, onde viveu anos de sua infância, e o estupor do novo desafio que tinha à frente. Não teve dificuldade em seguir o antigo comandante pelos corredores externos até o grande salão onde se reuniam os membros pela manhã, já que sua memória parecia ir aos poucos retomando a lembrança de cada cômodo do local. Ao chegarem na grande porta que dividia os jardins do grande salão, pararam por um instante.

— Venha comigo até o palanque frontal e lá te apresento. Todos já estão cientes de que haverá a troca — informou já abrindo a porta e então entrando.

Ao que adentraram o cômodo, muitos poucos perceberam a presença de ambos — apenas os mais próximos da entrada — já que todos estavam totalmente imersos nas conversas altas e descontraídas entre si. Assim como se lembrava, o espaço era gigantesco e tinha, por baixo, mais de 500 soldados por ali, assumindo aquele turno na escala, além dos membros em treinamento e algumas poucas crianças — também em treinamento; todos espalhados pelas diversas mesas do ambiente.

Kasai seguiu o corredor principal, com Gintoki logo atrás e ainda assim, poucos perceberam a entrada dos dois. Somente quando ambos já estavam sobre o palanque de madeira baixo, é que a maior parte dos presentes havia percebido sua chegada, e agora cochichavam entre si. Ignorando os rumores que se espalhavam rapidamente, Miyamoto iniciou sua fala, de forma muito calma e num tom não mais que audível a todos cumprimentou-os com um bom dia, que foi incrivelmente respondido por absolutamente todos, sem exceção.

Disciplinados, como bem se lembrava. Menos mal.

— À essa altura todos já devem saber que passarão a responder à outro que não eu — iniciou. — E é por esse motivo que estou aqui — referiu-se ao palanque. — A partir de hoje, vocês servirão, obedecerão e se subordinarão unicamente a este homem. – Apontou respeitosamente o mais novo. — Sakata Gintoki, Comandante Geral da Tenshouin Shinikayou — finalmente apresentou, arrancando inúmeros murmúrios de surpresa.

Sabiam que teriam outro comandante, mas não faziam ideia de que seria alguém diretamente ligado ao clã. Outros murmuraram em surpresa por saber quem era aquele homem. Os mais velhos ainda se lembravam do garoto neto do antigo líder, que estava sendo treinado junto de outras crianças e membros; alguns daqueles que murmuraram eram as próprias crianças que treinaram junto dele.

A falação voltara a aumentar, o que fez o samurai revirar os olhos, embora já previsse aquele tipo de coisa. Kasai, por sua vez, chamou a atenção de todos, para que prosseguissem. A maior parte voltara a se silenciar; uma das mesas ao fundo, contudo, próxima à saída, não seguira o mesmo ato, cochichando e rindo de algo que parecia muito engraçado. Miyamoto iria chamar a atenção dos homens que a compunham, mas fora categoricamente impedido por algo que nem mesmo ele previra.

Num som cortante e que fez grande eco pelo salão, uma espada perpassou por entre as cabeças reunidas aos cochichos da mesa, não atingindo nenhum dos indivíduos unicamente pela habilidade bem treinada de desvio deles. Pasmos e assustados, encaravam a lâmina fincada na parede amadeirada, prendendo ainda alguns fios de cabelos de cores diferentes, e só então se direcionaram para o palanque, enxergando o braço ainda erguido de Gintoki.

Sorriu. Um sorriso que misturou-se ao sarcasmo e ao desafio de sua voz.

― Não querem compartilhar com todos nós a piada? Talvez eu esteja a fim de rir um pouco também.

Enquanto os rapazes olhavam pasmados o novo comandante, Kasai sorriu consigo mesmo, satisfeito em saber que as coisas não mudariam tanto quanto ele temia que mudassem quando Gintoki assumisse a organização. Observou os soldados reprimidos levantarem-se e em seguida prostrarem-se no chão, pedindo perdão pela indisciplina, assim como determinavam as regras. Após pedir uma permissão silenciosa ao mais novo, ordenou que os outros voltassem para seus lugares para dar continuidade aos avisos.

— Como já informei, a partir de hoje não atuo mais como comandante de vocês. Apenas como conselheiro de Souichirou-sama e instrutor na Shinikayou — concluiu, logo direcionando seu olhar ao seu novo chefe. — Mais alguma coisa a informar, Comandante?

— Não, apenas sigam para suas tarefas diárias — respondeu de forma breve, gesticulando sem muito interesse.

Desceu então as escadas do palanque, seguindo em direção à saída. Nela destacou a espada cravada na parede, sob observação atenta de todo o salão, inclusive dos sentados naquela mesa. Vendo que a lâmina havia aberto um buraco considerável na madeira, deu uma última ordem, em voz alta, enquanto já rumava pelo corredor externo para o outro bloco e para aquela que sabia ser sua sala.

— Alguém arrume isso!

Um pequeno alvoroço deu início nas últimas mesas do salão, todos prontificando-se a ir buscarem as ferramentas necessárias para cumprir a ordem recebida.

Kasai sorriu mais uma vez.

Até que não tinha se saído tão mal para uma primeira impressão.

(...)

A luz do Sol nascente começava a clarear seu caminho. As folhas balançavam levemente, em uma dança suave e tranquila. A temperatura estava amena e a brisa bem fresca; o que ele agradecia, porque embora estivesse protegido pelas árvores naquele momento, em poucos minutos entraria em estrada à céu aberto, e temperaturas altas tornariam sua caminhada bastante desagradável.

Shouyou andava tranquilamente por entre os estreitos caminhos do bosque. Havia retomado sua viagem há alguns minutos, quando acordara com um bando de passarinhos pirilando na árvore próxima a que ele havia escolhido para passar a noite. Observando os animais diurnos que começavam a correr, pular e voar pela mata, ele voltou a refletir sobre sua decisão.

Cerca de seis meses antes, ao fim da batalha no terminal em março, acreditou que finalmente tinha alcançado o fim de sua vida infinita. E mesmo que antes disso acontecer, por poucos minutos, ele tenha desejado realmente continuar vivendo, trazia alívio também pensar que tudo acabaria ali. Quando deu-se conta, entretanto, semanas depois e já com idade suficiente para falar, de quem era e assim retomava todas as suas lembranças seculares, percebeu que devia desistir de uma vez por todas de esperar pelo fim. Aparentemente, ele estava fadado a viver eternamente, até o dia em que a Terra se extinguisse de vida por conta própria e se tornasse uma bola de fogo no calor do Sol.

Pensar daquela maneira o trazia um peso que não queria mais carregar, e justamente por isso ali estava ele, iniciando setembro, já adulto novamente, retornando à Edo. Esperava encontrar lá aquelas pessoas que o fizeram desejar viver de novo e assim, quem sabe, poder aprender de pouco a pouco a amar estar vivo e acompanhar os passos daqueles que ele tanto achava preciosos. Era com esse pensamento que ele sorria enquanto caminhava, motivado a dar-se mais uma chance.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esperamos seus comentários! Críticas e sugestões são bem-vindas. ^^
Até mais! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Redemption" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.